Furiosa,observei o copo de uísque colidir com a parede e se transformar em mil pedaços.

Com a visão nublada pelo tom vermelho da raiva,eu rosnei,fitando os pedacinhos de vidro sobre o carpete avermelhado,com a estranha vontade de desmembrar alguém.

Como ele pode fazer aquilo? Como aquela garota havia descoberto sobre nós? O que Stefan tinha na cabeça?

Por um momento,ainda com os olhos fixos nos restos do copo e no carpete manchado,eu parei.

O que eu estou fazendo? Não! Não sou alguém violenta!

Tomada pelo remorso,peguei os caquinhos,um por um,sem me preocupar com os cortes que deixavam na palma de minha mão.

Ainda abalada por meu breve surto de raiva,joguei-me de costas na cama.

Respirando pesadamente,refleti sobre os acontecimentos recentes.

Tudo começou a uma semana atrás,quando finalmente encontraram Logan Fell. O famoso repórter jornalístico,não havia sido sequestrado — como algumas das pessoas acreditavam. Ele também não estava como esperado. Obviamente,ele estava em estado catatônico,embora não fosse algo "normal".

No fim,havia uma estaca de madeira cravada no lado esquerdo do tórax,onde se encontrava o coração.

Isso apenas gerou uma comoção,tanto no conselho da cidade — que inclusive Damon participava —,quanto em nosso ambiente familiar. Quando chegamos a cidade,Logan,era um humano,e depois,se tornará um vampiro com uma sede de sangue perigosa. O fato era que, o integrante mais famoso da família Fell havia sido transformado por alguém. Mas quem? Damon havia dito que não fora ele. E ele estava sendo sincero. Stefan também não. A família Cullen estava fora de cogitação,já que o homem não era igual a eles.

Assim,como a transformação de Logan Fell me assolava,Alaric Saltzman e sua consciência sobre nossa existência também era um problema. Para minha felicidade,ele não apresentou mais nenhum ato suspeito. Embora eu ainda estivesse de olho nele.

Essas questões torturavam minha cabeça a dias.

Depois veio algo pior.

Elena Gilbert,o clone vivo de Katherine, havia descoberto. Simplesmente assim. Depois de tantos anos guardando esse segredo a sete chaves,uma garota humana o descobre,como um detetive em um crime. E o pior. Stefan estava completamente apaixonando pela garota e ela...bem eu não tinha certeza.

O fato era que não tínhamos nenhuma garantia que fizesse com que sua boca ficasse fechada e mantivesse seu sigilo absoluto.

Embora minha vontade fosse hipnotiza-la e fazer com que esquecesse tudo,Stefan não permitiu. Então,me restaram apenas duas opções: Partiríamos de Forks,e não voltaríamos antes de um século se passar; Ou eu aceitava.

Obviamente não gostei nem um pouco da primeira opção,e tampouco a segunda me agradava.Eu poderia dizer que fiz o que fiz,porque queria ver meu irmão feliz,mas tudo não passava de um objetivo egoísta. Eu precisava ficar. Eu precisava ficar perto dele. De Edward. E foi exatamente por isso que escolhi a última alternativa.

E agora,eu estava me amaldiçoando por dentro. Elena saber sobre a verdade implicava algumas questões. Os Cullens tinham ou não que saber sobre isso? Se eu contasse,eu podia perdê-lo; Mas seu eu não contasse e ele descobrisse depois,eu também poderia perdê-lo.

Por hora,decidi poupá-lo. E me odiei por isso.

*****************

Caminhei por entre as cerdas altas da grama,sentindo-as roçar minha panturrilha desnuda. A relva desbotada, cercava a velha casa dando um ar sombrio.

Por entre os finos fios dourados,que se erguiam para tocar o pôr-do-sol que surgia ao horizonte,eu podia ver um armazém. A luz da manhã refletia nas paredes de aço,pintando-o em tons de vermelhos e dourado.

Todas as manhãs eu fazia o mesmo caminho,e todas as manhãs admirava as peculiaridades de cada manhã. Todo dia,esse caminho estava diferente. No entanto,essa manhã não era como as outras. Eu não conseguia me concentrar naquela paisagem que mais se parecia com um quadro.

Abri a porta do armazém que hoje,era uma garagem e me deparei com minha nova e velha picape vermelha.

Eu remoía,desesperadamente,a mais nova notícia. Elena Gilbert descobrirá sobre Stefan — o que não era novidade — mas não fora de qualquer forma que chegará a esse resultado.

Primeiro,quando ambos estavam neste fim de semana no lava jato beneficente,um senhor,cuja a memória era perfeita,disse que conhecia Stefan e que ele não mudará em nada. A garota,com curiosidade,decidiu pesquisar mais,e acabou parando na frente de um computador que possuía todos os registros de notícias em Forks. Numa ocorrência, a muito tempo esquecida,ela encontrou o que precisava. Nela,noticiava-se outro ataque de animal,onde,na verdade,Damon matará metade da família humana restante,a criança,Zack,fora o único que sobreviverá,embora hoje estivesse enterrado no antigo jazigo dos Salvatore. E além daquilo tudo,ao lado do fato,estava uma fotografia,retratando os três corpos sendo levados em macas até a ambulância.

Em todo caso,se você aproximasse a tela,poderia ver,lá no fundo,o rosto de meu irmão mais novo.

E isso,havia nos traído. Nos revelado.

Já do outro lado da cidade, sentei-me de frente para o computador ligado,entrei nos arquivos e encarei o pequena janela que se abriu na tela fina do eletrônico.

Apagar todos os arquivos?

SIM ............... NÃO

Direcionei a seta para clicar no botão que permitiria que mais ninguém descobrisse sobre a minha família.

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A cadeira rangeu quando a arrastei. Deslizei a bandeja em cima da mesa,e logo dei a primeira garfada em minha comida.

Em geral,nós,vampiros,não gostávamos da comida humana,mas com a dieta que Stefan e eu levávamos ,a comida humana tinha bastante importância para diminuir a sede. No entanto,eu tinha que admitir: Eu adorava chocolate. Era a única comida que eu podia degustar com exatidão,sem que uma ânsia surgisse em meio as mordidas.

— Vamos fazer compras em Portland para o baile dos anos 50, você quer vir junto com a gente Bella?

Senti todos os olhares da mesa se voltarem para mim,alguns como,Mike e Eric,demonstravam expectativa,outros como Lauren,não davam a mínima
Não queria estar ali. Mas o céu exibia um sol ardente e brilhante,e isso significava que Edward não iria vir,e por ventura,eu não poderia me sentar com ele hoje.
Desviei meu olhar das várias camadas de chocolate e da calda quente que escorria por cima da torta. Encarei Ângela:
— Desculpe Ângela,mas não vou ao baile.
— Porque? — questionou Mike,do outro lado da mesa. Por um breve momento tive vontade de lhe dar um soco por ser tão intrometido.
Eu pensei em alguma escapatória. Qualquer coisa servia.
— Não vou estar na cidade neste dia. Vou Seattle,preciso resolver alguns assuntos.
Eu podia ver a pergunta nos olhos de Stefan,mas o ignorei.
— Não importa. Precisamos de alguns conselhos quando formos comprar. — falou, com um tímido dar de ombros.
Concordei,derrotada.
Na minha frente,Caroline Forbes,bateu as mãos em entusiasmo.
— Isso vai se I- N-C-R-I-V-E-L —ela destacou as silabas efusivamente.
Eu não podia duvidar mais.