Porto-Seguro - Corações Incompletos I escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 4
Um Garoto De Olhos Cinza


Notas iniciais do capítulo

Bom... Fiquei meio sem ideia para o capítulo, mas espero que gostem...♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674799/chapter/4

 

DOZE ANOS DEPOIS...

 

—Anastásia não dê as costas para mim! —Diz Ray subindo as escadas atrás de mim.

—Me deixa em paz! —Rosno para ele. Paro e viro-me encarando-o. —Não volte a me bater!

—Fale direito, eu sou seu pai!

—Então comece a agir como tal!

Viro-me e termino de subir as escadas correndo.

Chego ao meu quarto e me jogo na cama cobrindo meu rosto com o travesseiro para sufocar um grito.

—O que houve? —Ouço a voz de Kate e solto um suspiro. Sinto a cama afundar e sei que ela sentou ao meu lado. Logo o travesseiro é tirado do meu rosto e eu encaro aquela imensidão de olhos verde. —Brigou com o tio Ray de novo?

—Sim. —Bufo frustrada. —Seu tio é impossível!

—Ele é seu pai. E com toda certeza vocês dois tem o gênio igualzinho.

—Eu não entendo por que ele tem que ser tão chato.

—Porque ele te ama, e se importa com você. E ele só pega no seu pé desse jeito porque você arruma uma briga diferente todo dia.

—Nossa amiga, obrigada pelo apoio moral, é tudo nessa vida. E não, eu tenho certeza que isso não é amor.

Reviro os olhos e cubro meu rosto de novo.

—Mocinha, nós temos que conversar.

O ou...

Tiro o travesseiro do rosto e me sento vendo Carla parada na porta com os braços cruzados.

—Então Ana, minha mãe está me esperando... Tchau.

Kate se levanta e praticamente corre do quarto, mas não antes de sussurrar "boa sorte".

Carla se aproxima e senta ao meu lado.

—E então? —Ela pede.

—Carla eu não quero falar sobre isso.

—Agora eu virei Carla? —Ela pergunta arqueando as sobrancelhas.

—Mamãe. —Digo exasperada e um pouco chateada. —Olha mãe, eu estou cansada! Eu não quero mais brigar. Nem com você.

—E nós não precisamos brigar.

Mamãe me olha e abre um sorriso lindo, ela senta-se ao meu lado coloca o travesseiro sobre as pernas e me oferecendo seu colo. Deito com a cabeça sobre o travesseiro e mamãe fica acariciando meus cabelos.

—O que está acontecendo com a nova escola?

—Eu não gosto de lá, e aquela diretora me odeia.

—Isso não é verdade.

—É sim! E você sabe. Se eu não tivesse Steele no meu nome, com certeza já teria sido expulsa.

—Ana, não fale assim.

—Mas é verdade mãe! Eu estou cansada disso tudo, eu não aguento mais pessoas que só fingem gostar de mim por causa dos meus pais, ou pelo meu sobrenome. Eu não gosto de passar por essas coisas.

—Ei, e quem foi que disse que você tem que passar por isso? Ana entenda uma coisa: você é uma menina linda, inteligente, que consegue passar a perna em qualquer marmanjo, e vai sim, encontrar pessoas que gostem de você de verdade, mas talvez você só tenha procurado no lugar errado.

—Você acha?

—Sim. Agora trate de se recompor, você sem dúvidas não nasceu para andar de cabeça baixa.

—Ok... —Sussurro. —Mamãe fadinha.

—Você ainda se lembra disso? —Mamãe pergunta sorrindo.

—Sim. Eu te chamava assim quando comecei a falar. E eu ainda acho que você é uma fada.

—É claro. Bem, mas vamos mudar de assunto, o que você acha de estudar na escola da Kate?

—Sério? —Sento-me e encaro mamãe.

—Sim, mas só se você quiser.

—Ah! —Grito e bato palmas. —De verdade?

—Sim, eu conversei com seu pai, e ele também achou melhor.

—Obrigada! Você é a melhor mãe/fada do mundo!

—Claro que sou. —Mamãe diz semicerrando os olhos. —Agora trate de ir passear com a sua cachorra, ela está louca para sair.

—Está bem.

Dou um beijo em mamãe e saio do quarto correndo, mas esbarro em Cacau que estava correndo na minha direção e caio no chão.

—Cacau! —Exclamo rindo e tento empurrá-la enquanto ela lambe meu rosto. —Você é sem dúvidas uma São Bernardo, babona!

Levanto-me e desço as escadas correndo sendo seguida por Cacau, pego sua coleira e a prendo, e então ela me leva para passear.

Isso mesmo, ela me leva!

Tente passear com um cachorro maior, e mais forte que você. Não dá certo.

Quando chegamos à pracinha encontro Kate e tia Lauren, e Cacau faz o favor de derrubar Kate, e é claro, que eu dou risada.

—Eu também estou feliz em te ver Cacau. —Diz Kate se levantando.

—Como você está Ana? —Tia Lauren pergunta.

—Bem, obrigada. E você?

—Estou bem. —Ela sorri. —Bom, já vi que a Kate vai ficar por aqui, então eu vou indo, até logo meninas.

—Até. —Kate e eu dizemos juntas.

Depois que Lauren vai embora nós começamos a andar e eu decido deixar Cacau sem coleira, já que não faz muita diferença. Eu nunca consigo segurá-la.

—Eu tenho uma novidade. —Digo animada.

—Qual?

—A minha mãe disse que eu vou mudar de escola.

—Sério? E para onde você vai?

—Para a sua escola.

—O que? —Kate grita histérica e bate palmas. —Mentira.

—É sério!

—Que máximo!

Sorrio e continuamos a andar enquanto Kate vai falando sobre a escola.

Por um momento olho para os lados, mas não avisto Cacau, e isso faz meu coração parar.

—Cacau. —Digo preocupada. Kate olha em volta e percebe o sumiço de Cacau.

—Ela estava aqui agora. —Diz Kate.

—Cacau! —Grito, mas nada. —Ah meu Deus! Kate.

—Calma, vamos procurá-la. Vá para aquele lado, e eu vou por esse, quem achar manda uma mensagem.

—O-ok.

Separo-me de Kate e começo a procurar minha cachorra, mas parece que ela sumiu do mapa.

Ando pelo parque já com o coração apertado. Eu não posso perder minha cachorrinha. Ela é tudo para mim.

Depois de algum tempo procurando, avisto uma bola enorme de pelos jogada na grama recebendo carinho de um menino.

Aproximo-me e vejo Cacau toda largada enquanto um garoto de olhos cinza faz carinho em sua barriga.

—Cacau! —Grito e ela dá um pulo.

Cacau vem correndo em minha direção e me derruba, ela começa a lamber meu rosto enquanto tento empurrá-la.

O garoto se aproxima na tentativa de me ajudar a levantar, mas me assusto e o empurro.

—Não ouse me tocar! —Rosno para ele.

—Ok... —Ele levanta as mãos e recua.

Levanto-me e bato as mãos na roupa para limpar.

—Ana! —Viro-me e vejo Kate correr em minha direção. Ela encosta a mão no meu ombro e eu me assusto mais a fuzilando com o olhar. —Desculpe.

—Não volte a me tocar! —Exclamo.

Prendo Cacau na coleira e vejo se não está muito apertado.

—Relaxa garota, ela só quis te ajudar. —Diz o menino de olhos cinza.

—E quem foi que pediu sua opinião? —Pergunto semicerrando os olhos.

—Tudo bem Chris. —Diz Kate. —Eu estou acostumada com a minha amiga.

—Vocês se conhecem? —Pergunto.

—Sim, esse é o Christian, Christian essa é a Ana. —Kate faz as apresentações e eu deixo Christian com a mão estendida. —Ele estuda no mesmo colégio que você vai entrar Ana.

—Oh, maravilha. —Dou um sorriso tão falso que até eu me condeno. —Ok Kate, você já me apresentou seu amiguinho, agora vamos! Por favor.

Jogo meu cabelo e me viro, começo a caminhar e Kate logo me alcança.

—Christian? —Pergunto distraidamente.

—Grey. —Diz Kate. —Christian Grey.

—Grey?

—Sim.

—Por que eu tenho a sensação de já ter ouvido esse nome?

—O pai dele é um advogado bem famoso, e acho que a mãe é médica, não sei direito.

—Hum...

 

Christian Grey... Hum...

Até que ele é interessante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?