Now You've Got To Breathe escrita por LStilinski


Capítulo 20
Desabafe


Notas iniciais do capítulo

Oláá olá olá, tudo bom com vocês?? Tudo certinho?

Então, update da fic nova (para quem lê essas notinhas): o nome vai ser Um Amor Épico Para a Bela Adormecida (An Epic Love for the Sleeping Beauty). Talvez eu mude, mas por enquanto é esse aí.

Capítulo dedicado a Dianna Fall ♥ valeu pela ajuda!



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— Hm, acho que você perdeu a entrada para o shopping, - Lydia comentou, olhando pela janela do carro. 

— Eu sei, - ele disse. - Vou te levar para outro lugar. 

Ela ergueu as sobrancelhas. 

— Sério? Posso saber onde? 

Stiles sorriu. 

— Você verá. 

Ele dirigiu até que as casas foram substituídas por árvores. Felizmente, uma grande parte da cidade era tomada pela reserva, o que significava que eles não estavam indo muito longe. E outra coisa boa era que ele tinha um Jeep, já que Lydia tinha certeza que seu próprio carro não funcionaria muito bem na subida instável. 

Quando Stiles parou o carro, ela olhou pela janela e viu nada além de árvores. 

— Onde estamos? - perguntou. 

— Venha ver, - ele disse, desafivelando o cinto de segurança e saindo do carro. Lydia hesitou por um segundo antes de ir atrás dele. 

Stiles estava á alguns passos de distância dela, em pé á beira do que parecia ser um precipício que ela não havia notado. A garota hesitou novamente, tendo medo de altura, mas não pensou duas vezes quando ele ofereceu sua mão. Ela a segurou e foi andando até ele com passos cuidadosos. 

E então ela estava maravilhada. 

— Stiles, isso aqui é lindo, - ela disse, sorrindo. De onde eles estavam, podiam ver toda a cidade abaixo deles. Todas as ruas e casas, pequenos como em uma maquete. Eles assistiram as pequenas luzes se acenderem á medida que o sol se escondia. - Como você achou esse lugar? - perguntou, hipnotizada. 

— Eu me perdi uma vez, então saí andando até chegar aqui, - ele respondeu. 

— O que você estava fazendo no meio da reserva? 

Stiles deu de ombros. 

— Só andando. Eu gosto de ficar na floresta. - Lydia ergueu uma sobrancelha para ele, mas ele apenas deu de ombros de novo. - Espere um segundo. 

Ele soltou a mão dela e foi até o carro. Voltou segurando um cobertor, que colocou cuidadosamente no chão. 

— Seria um piquenique se não tivéssemos comido tanto frango, - ele brincou. 

Lydia sorriu e o beijou. 

— Está perfeito, Stiles. Obrigada, - disse, sentando-se. 

Ele deitou ao lado dela, com os braços dobrados embaixo da cabeça. Ela continuou sentada, olhando para ele. Mesmo na luz fraca, ele era lindo. Naquele momento, ela o amou como nunca havia amado nada antes, nem ninguém. Queria apenas deitar ao seu lado e ficar lá até o sol nascer, ou para sempre. 

Ai meu deus, ele ainda não te contou.  

Por algum motivo, ela não conseguia esquecer essas palavras. Elas não deviam incomodá-la tanto, mas a garota não podia evitar. Olhando para o rosto dele, ela percebeu que não o conhecia nem um pouco. Ele havia dito que tinha feito coisas muito ruins na vida, e ela havia aceitado, quase certa de que ele estava exagerando. Mas saber que ele podia estar falando a verdade a assustava. Ai meu deus, ele ainda não te contou. Não, ele não contou, e ela tinha medo do que ele escondia. Lydia estava se odiando por sentir-se desse jeito. Todos tinham o direito de manter segredos. 

Mas ela não queria deitar-se ao lado de alguém que não conhecia. 

— Ei, está tudo bem? - ele perguntou, tirando-a dos seus devaneios. Lydia apressou-se para por um sorriso no rosto. 

— Claro que sim, - respondeu. Stiles claramente não acreditou nela. 

— O que há de errado? - ele perguntou, sentando-se. 

Ela balançou a cabeça. 

— Sério, não é nada... 

— Lydia. 

A garota mordeu o lábio e abaixou o olhar para suas mãos, debatendo consigo mesma se deveria ou não falar sobre o assunto. Eles estavam juntos fazia tão pouco tempo, ela não queria ser a namorada suspeita que exigia saber todos os detalhes sobre a vida do parceiro. Ela se perguntou se ele ficaria nervoso com ela, e pensar nisso a fez tremer. 

— Lydia, - ele chamou. Ela levantou os olhos para encontrar com os dele, que a olhavam com preocupação. - Me diga o que há de errado. 

Ela respirou fundo. 

— Melissa e eu estávamos conversando e... ela mencionou um acidente... - ela parou de falar. Toda a cor fugiu do rosto de Stiles, e a expressão no rosto dele a fez querer dar um tapa em si mesma. Ela cobriu o rosto com as mãos, rosto queimando de vergonha. - Droga, eu sinto muito! Não vamos falar sobre isso, prometo. Eu só... me desculpe! 

— Lydia, - ele chamou, com uma voz estranhamente calma. - Está tudo bem. 

Ela balançou a cabeça. 

— Não, não está! Eu não deveria ter trazido esse assunto á tona desse jeito, me desc... 

— Lydia, pare, - ele a interrompeu. Stiles pegou as mãos delas para ver seu rosto, mas a garota não o olhou nos olhos. - Olhe para mim. 

Lydia hesitou, ainda muito envergonhada, mais levantou os olhos, e ficou surpresa com o que viu. Seus olhos cor de âmbar não estavam cheios de raiva como achou que estariam; pelo contrário, estavam calmos, assim como seu rosto. 

— Me desculpe, - ela murmurou. 

Ele balançou a cabeça. 

— Não peça desculpas.  

— Eu só... - Lydia suspirou. - Eu percebi que eu sei muito pouco sobre você, e... 

— Eu sei, você está certa, - disse ele. - Eu nunca fui uma pessoa muito... aberta. Nunca me senti confortável em falar sobre minha vida.  - Ele a lançou um pequeno sorriso. - Mas é diferente com você. Sinto que posso falar você sobre qualquer coisa. 

Lydia sorriu de volta e apartou a mão dele. 

— Claro que pode. Estarei sempre aqui. 

Stiles beijou a mão dela e olhou para seus dedos entrelaçados por um tempo antes de começar a falar. 

— Eu tinha quatorze anos. Estava no carro com meus pais quando um motorista bêbado bateu no nosso carro. Nós caímos num precipício... foi horrível. Os médicos disseram que eu tive sorte em sobreviver. Eu achava que não. Depois da noite do acidente, eu simplesmente... Eu desejava não ser o único a ter sobrevivido. Não havia uma noite em que eu não desejava estar morto. Sentia-me um animal, sedado e encurralado. Simplesmente odiava todo mundo e cada segundo que passava naquele lugar, então eu não dizia uma palavra. Como se eu não tivesse passado pelo suficiente, quando saí dos hospital me fizeram mudar para Beacon Hills, para morar com a irmã da minha mãe, Melissa. Agora eu vejo que essa foi a melhor opção para mim, mas meu eu de quatorze anos via isso como uma conspiração.  

Stiles contava a história com os olhos no horizonte, a expressão calma ainda em seu rosto. Lydia o observava com um bolo na garganta, lutando contra as lágrimas que já queimavam em seus olhos. Tentar imaginar seu sofrimento na época fez seu coração se apertar. 

— Você não me reconheceria se me conhecesse quando cheguei aqui, - ele continuou. - Eu era um vegetal ambulante. Não reagia a nada, não gostava de nada. Mal comia e mal falava. Bem, eu tinha perdido meus pais e mudado para uma cidade nova. Eu estava afundando no meu próprio sofrimento. Então eu fiquei de saco cheio de mim mesmo. Cansei de ficar triste, de sentir pena de mim mesmo. Não queria ser mais o pobre órfão. Foi por isso que meu eu de quinze anos era meio maluco. - Ele soltou uma risada curta. - Comecei a frequentar bares, conheci pessoas más, fiz coisas bem ruins. Bebia demais, fumava demais e de tudo. Fui pego pela polícia algumas vezes, mas como era de menor, passava apenas noites na cadeia. Vivia minha vida no limite. 

— Scott estava sempre tentando me fazer ver a merda que eu estava fazendo com a minha vida. Vivia me dizendo que eu estava me destruindo, que um dia algo ruim iria acontecer comigo. Eu não acreditei nele, pensava que tudo de ruim que podia acontecer comido durante toda minha vida já havia acontecido. Bem, eu estava errado. Fui esfaqueado numa briga de bar. - Lydia arquejou, olhando-o com olhos arregalados. Stiles olhou para ela e acariciou sua mão de leve. - Não foi nada grave. Na verdade, foi tudo que eu precisava para acertar minha vida. Só assim eu consegui ver o quão cansada estava Melissa, eu percebi que ela também havia perdido alguém, e ainda ganhou um sobrinho problemático para cuidar. Ela não merecia isso. Então, quando Scott foi para a faculdade, prometi que tomaria conta dela. E o melhor que eu podia fazer era parar e me comportar como um adulto. 

Lágrimas caiam dos grandes olhos verdes da garota. Ela o olhou como se fosse a primeira vez, perguntando-se como tanta coisa podia estar escondida embaixo de uma superfície tão calma.  

— Oh, Stiles... - ela sussurrou, incapaz de levantar a voz. Ela o abraçou, enterrando o rosto em seu pescoço. - Sinto muito. 

— Está tudo bem, - ele disse. Então, para a surpresa dela, ele soltou uma risada. - Não achei que me feria tão bem. 

— O que? - ela perguntou, a voz abafada pelo moletom do garoto. 

— Falar, - respondeu. - Ás vezes você acha que o melhor jeito de superar algo é simplesmente manter tudo dentro de si. Mas, cara, eu sinto como se tivesse tirado um peso das costas. Obrigado por isso. 

Lydia levantou o rosto. Stiles a olhava com algo parecido com adoração nos olhos, e sorria. Ela levantou a mão e acariciou seu rosto, descansando a mão em seu bochecha. 

— Estarei sempre aqui, - ela repetiu, olhando-o nos olhos. - Para qualquer coisa. Ok? 

Ele assentiu inclinou-se para beijá-la. Suas mãos descansaram na cintura da garota, enquanto os dedos dela se enroscavam em seus cabelos escuros e macios. Foi um beijo apaixonado e sem pressa, ambos aproveitando cada segundo. Separaram-se quando o ar acabou. Lydia deitou a cabeça em seu peito, ouvindo seu coração bater num ritmo acelerado. Stiles beijou seus canelos flamejantes e a segurou apertado. 

— Eu te amo, - ela murmurou, baixo demais para ele escutar.


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