Já se fazem dois meses que minha mãe está em coma, e faz menos de um mês que tento fazer minha vida volta ao “normal”, voltei para o colégio e as tardes costumo faltar nas aulas de física e interpretação para ficar no hospital, na maioria das vezes o Joaquim ou uma das meninas vai comigo.

    Há mais ou menos duas semanas os médicos notaram uma grande melhora o que renovaram nossas esperanças. Eu e a Dr. Vitoria costumamos conversar com muita frequência o que me deixa feliz, ela me entende tão bem.

    --Alice, o que faz aqui? A aula de artes já começou!

    Disse a Melissa quando entrou no quarto e me viu.

    --Já to indo, é que vim pegar uma coisa.

    --Sou vou pegar um outro lápis e vamos – ela mexeu na gaveta e pegou o lápis – vamos!

    Fomos para a sala de artes e a professora ficou surpresa em me ver:

    --Alice, quanto tempo você não venho nas duas ultimas aulas.

     --Eu sei professora, é que eu andei meia indisposta.

     --Eu sei, a diretora veio me ver e disse eu você não estava muito bem, se sente melhor?

     --Digamos que sim.

     --Mas o que você  tem?

     --Eu ainda não fui no medico mais tenho minhas suspeitas.

     --Ok, então vamos começar a aula!

     Na verdade faz cerca de três semanas que ando indisposta, passo todas as noites sentada no banheiro perto do vaso enjoada. As meninas não sabem elas tem sono de pedra nada as acorda, a única pessoa que sabe é a Vitoria e nossas suspeitas e que estou gravida, mas ainda não tive tempo para ir ao medico e muito menos fazer exame, mas prometi a ela que semana que vem vou procurar um medico.

      --Você iram fazer uma pintura se uma paisagem imaginaria ou não, mas vocês tem que estar nela!

      Depois de pensar muito resolvi fazer o campo de tulipa, com as fadas me envolvendo que nem no meu sonho, que o Joaquim me pedia em casamento mas é claro que sem ele e sem o pedido.

      Quando terminei fiquei muito satisfeita com o resultado e chamei a professora, que via a pintura do Joaquim. E quando a professora viu o que eu havia feito ficou encantada.

      --Parabéns Alice, está perfeito!

      --Obrigada professora.

      --Tem alguma historia por traz?

      --É somente a imagem de um belo sonho.

      --Entendo, e deve ter sido ótimo porque o resultado é excelente!

      --Que bom que gostou!

      --Você com certeza ganhou 10! Como já acabou já pode sair da sala.

      --Tudo bem! Tchau professora!

      E sai da sala indo em direção ao quarto, pois o enjoo voltou, mas quando entrei no corredor dos dormitórios femininos dei de cara com a Vitoria e levai um susto.

      --Alice, finalmente te encontrei!

      --Você me deu um susto doutora, mas o que faz aqui? É melhor irmos para o quarto estou meia enjoada.

     E seguimos para o quarto, enquanto eu corri para o banheiro ela ficou sentada em uma das camas que nem vi direito de quem era, e ela começou a falar:

     --Alice, eu resolvi vim conversar com você pessoalmente, pois me considero a melhor pessoa para dizer isso.

     --O que quer me dizer? – disse na porta no banheiro.

     --É sobre a sua mãe querida, ela acordou – disse ela com os olhos brilhando de felicidade.

     --Minha mãe acordo?

     --Sim, mas não é so isso – a expressão dela ficou seria.

     --Como assim?

     --A sua mãe ficou com amnesia, e perdeu quase a vida interira. – nisso meu chão desabou, ela havia mesmo perdido a memória, abri a boca para dizer algo mais não consegui–mas não fique assim, se nossas suspeitas estiverem certas você não pode ficar muito nervosa por isso eu vim avisa-la.

    --Então ela perdeu mesmo a memória?

    --Como eu disse ela não perdeu toda a memória, fizemos perguntas, exames, várias coisas. – ela suspirou de maneira pesada – ela não se lembra de nada, além de você, ela lembra da filha e dos últimos momentos que passaram juntas.

    --Quer dizer que ela se lembra de mim?

    --Ela so lembra de você, o que é bom, mas agora você tem a missão de faze-la recuperar a memoria.

    --Isso não pode ser possível, ela so se lembrar de mim.

    --Pode sim, ela se lembra da SUA vida toda com ela e também tem uma vaga lembrança do Joaquim, de resto ela não se lembra. E ela quer te ver, então eu aconselho você a tomar um banho gelado, tomar um remédio e ir ve-la. Se quiser eu a espero.

    --Tabom, vou seguir seu conselho, se quiser pode ficar aqui ou dar uma volta!

    --Então vou dar uma volta, qualquer coisa em liga.

    Ela saiu e eu fui tomar banho. Depois de uns vinte minutos estava pronta e liguei para ela, combinamos de nos encontrar na entrada. Quando estava saindo lembrei do remédio e tomei...