Everything Has Changed escrita por Keilla de Amigo


Capítulo 2
Little Girl


Notas iniciais do capítulo

☀♬♚ ~~~~~~~~~~ ♚♬☀

Por favor, não ignore.

Como todos já perceberam o mês esta acabando e as aulas já vão voltando. Tem o Carnaval que só gosto mesmo por poder ficar em casa, mas pra minha meia infelicidade tenho que retornar ao Colégio. O que quer dizer que terei menos tempo que antes. Minhas aulas começam nessa Terça e como eu estou morrendo de saudade dos meus amigos terei que ir, ou seja, nada de capítulo novo nesse dia pela manhã.

Meus pais decidiram fazer uma bela de uma sacanagem alugando um casa pra dividir com a "família" e mais umas pessoas que nem conheço. Vejam só, eu já sou tímida perto dos parentes, imagina que a namorada do meu "tio" estará junto com a namorada e o namorado dos meus primos e eu nem os conheço. De quebra ainda inventam de levar junto um garoto que era "meu amigo". A casa fica em lugar isolado. Nada de Facebook, Fanfics, Séries, WhatsApp ou alguma conexão com o mundo. Tenso.

A única maneira que terei para conseguir sobreviver a esses 8 dias serão meus livros.

Até cheguei a dizer nessas notas que faria o seguinte: Escreveria os capítulos agendados. Seria excelente. Eu estaria longe, mas vocês continuariam a receber. Só que eu parei pra pensar e tem um problema.

Quem aí sabe o que é ansiedade excessiva? É uma droga. Você começa a ficar tranquilo e na boa com algo e de repente "MAS E SE???". Eu já disse isso na minha outra fanfic e irei repetir aqui. Eu tenho um livro em andamento e uma fanfic. Se essa aqui não estiver sendo agradável irei deleta-la e prosseguirei com as outras. Entendam, por mais que eu mal tenha começado essa já me apaixonei, mas não pretendo insistir em algo que não terá retorno. Pois bem, se eu realmente agendasse os capítulos iria passar esses 8 dias tendo crises de ansiedade e isso não é nada legal. Eu tenho que relaxar e não o contrário. Passaria a semana pensando se realmente esta bom.

Gosto de passar meu tempo desenvolvendo as histórias pra depois escreve-las. Vou fazer isso enquanto estiver lá. Só peço que entendam. Pelo amor de Deus! Sejam legais comigo. Só quero saber se vocês estão gostando e se posso continuar com as minhas ideias e com a mesma fórmula de escrita.

Eu estarei dizendo Bye Bye na Quinta, então até la ainda poderei responder vocês.

Vou fazer o possível pra tentar postar o próximo antes e espero mesmo que possa prosseguir com Everything Has Changed.


☀♬♚ ~~~~~~~~~~ ♚♬☀

Hey Guys!!!

Cá estou eu com o Primeiro Capítulo Oficial ( já que o outro foi apenas o Prólogo ) de Everything Has Changed! Aeiooooooooo!

Muito obrigado pelos comentários anteriores e espero mesmo que continuem acompanhando °◕-◕°

Aproveitem o capítulo!!!




P.S. O nome do capítulo não corresponde a música de onde tirei os trechos. Os versos são da música Fifteen da Taylor Swift. Fala basicamente sobre os 15 anos de uma garotas. A entrada pro colegial, as amizades, o primeiro amor e a primeira decepção. Definiu bastante o meu primeiro ano de Ensino Médio. Recomendo. A música em si não tem relação alguma com o capítulo. Apenas os trechos que escolhi.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/674381/chapter/2

 

 

"You take a deep breath and you walk through the doors

It's the morning of your very first day"

 

 

Jackie

 

Ela estava com aquela sensação horrível mesmo antes de deixar o Aeroporto Internacional de Vancouver em um voo direto para Los Angeles.

Ficara nervosa ao chegar juntamente com Georgia, sua acompanhante ( como a mesma se apresentara ) e responsável temporária por seu caso, no quarto de Hotel em Vancouver. Também não havia conseguido dormir quase nada durante a noite, mal havia tocado no café e ao chegar no aeroporto a espera de seu voo percebeu que aquilo só iria aumentar cada vez mais.

Ficara respirando e inspirando durantes alguns minutos após ouvir que seu avião já estava pronto para o Embarque. Repetia a mesma frase mentalmente. Você consegue, Jackie. É só um avião. Não é a primeira vez que faz isso.

"Ultima chamada para o voo 701, das 04:40 AM*, com destino a Los Angeles, Califórnia. Embarque disponível no portão 7"

Em uma tentativa para se acalmar um pouco começou a batucar levemente com os dedos a coxa direita coberta pelos jeans. O tempo em que haviam ficado paradas na fila, o caminho nos corredores do aeroporto até o corredor sanfonado que levava direto a aeronave havia passado rápido. Quando Jackie percebeu já se encontrava sentada e presa ao cinto de segurança na poltrona ao lado da Janela. Georgia estava ao seu lado, na poltrona do meio, com um exemplar de Um Homem de Sorte em seu colo. A última poltrona, que dava para o corredor, era ocupada por uma garota de cabelos longos e escuros. Não deveria ter mais que 17 anos.

Georgia havia segurado sua mão, provavelmente havia percebido o nervosismo na menina, durante a decolagem e apertara sua mão durante um milésimo de segundos em que o avião parecia ter entrado em queda livre.

— Não precisa se preocupar, querida. É normal ficar nervosa - Geogia dissera.

O que a mulher não sabia era que aviões eram uma das últimas coisas que ela tinha medo medo.

Jackie nunca teve um lugar em que poderia realmente chamar de lar. Quando completara 3 anos seus pais decidiram deixar a pequena Seaford, sua cidade natal, para explorar o mundo. Nunca passaram mais de um mês em um único lugar. Sua vida costumava ser um tanto ocupada, mesmo com seus apenas 12 anos. Aeroportos, Portos e Rodoviárias eram parte de seu Cotidiano. Ela cresceu dentro desta realidade.

O que realmente a incomodava era aquilo.

Ela estava confusa. Aquela sensação apavorante tomava conta de seus pensamentos. Não tinha ideia do que estaria por vir e sabia que nada seria como antes.

Sua mãe havia lhe ensinado um pequeno truque quando era mais nova. Sempre que se encontrasse em uma situação de tédio ou nervoso extremo imaginava como seria depois. Como quando ela acompanhava o pai em alguma reunião e tinha que esperar ao lado de fora da sala durante um bom tempo. Imaginava como seria quando saíssem dali.

Porém agora não conseguia.

Ela sabia que encontrariam com a prima de sua mãe assim que chegassem na Califórnia e mais nada. Fora a única coisa que perguntara a Georgia. Tinha ainda mais medo de saber mais, no entanto estar no escuro, sem saber de nada também não ajudava.

Agora após 3 horas de viagem elas haviam chegado ao Aeroporto Internacional de Los Angeles, o LAX.

Eram muitas pessoas por todos os lados. Embarcando e Desembarcando. Algumas com o mesmo destino, mas por motivos diferentes.

Jackie sempre pensava em lugares como aqueles. Era extraordinário. Pessoas se despedindo umas das outras e enquanto outras acabavam de se reencontrar. Mães que tinham o rosto banhado pelas lágrimas por verem um filho de partir ou tê-lo de volta em seus braços. Todos os dias mais uma história diferente ocorria naquele mesmo lugar e entre tantas pessoas cada um tinha sua pequena bolha de sentimentos. Infelizmente a maioria não se dava a oportunidade de pensar em quão grande tudo aquilo era.

Ela sempre se viu como observadora. Como se não fizessem parte daquilo. Até o exato momento.

Em meio a multidão ela caminhava ao lado de Georgia observando atentamente onde a mais velha ia para não correr o risco de se perder.

Em horas como esta ela segura a mão de sua mãe e sabia que estava segura. Só que ela não estaria mais lá quando a pequena precisasse, nem seu pai.

Caminhava com a pequena bolsa abraçada junto ao corpo e tentava adivinhar entre centenas de rostos qual deles pertenceria a prima de sua mãe.

Até que em um momento Georgia a olhara com um pequeno sorriso reconfortante nos lábios e dirigiu a palma de sua mão ao ombro da garota.

E lá estava ela. Grace Brewer.

Em cima de belos saltos pretos com o corpo coberto por um vestido de estampa de leopardo. Os cabelos castanhos com as pontas claras estavam presos em coque elegante.

Jackie achava aquilo estranho.

Sua mãe usava roupas como aquelas apenas nas ocasiões mais importantes. Na maior parte do tempo eram seus jeans azuis ou pretos desbotados, camisas de flanela ou de mangas curtas, porém largas, botas de caminhada e coturnos. Não era ser desleixada ou simplesmente não querer se dar ao trabalho de estar sempre apresentável. Jadin usava apenas aquilo que a deixava confortável. Saltos como aqueles eram o tipo de calçado que via em lojas e passava longe.

Ao seu lado estava uma garota que aparentava ter sua idade. Tinha cabelos castanhos. Não como os seus, ondulados e de um tom mais claro. Os da garota a sua frente eram de um tom mais escuro e lisos. Vestia shorts brancos de cintura alta e um blusa preta de botões. Calçando um par de delicadas sapatilhas da mesma cor que a blusa.

Certamente era filha de Grace. As duas não se pareciam tanto fisicamente, mas pelo modo de se vestir dava pra notar que a mais nova seguiria os mesmos passos da mãe.

Foi tirada de seus pensamentos quando ouviu a voz de Georgia.

— Jaquie, essas são suas primas Grace e Kayla.

Grace foi a primeira a se pronunciar.

— Olhe só pra você. Da última vez que te vi você era tão pequenininha. - ela disse sorridente - E agora esta uma moça. O tempo passa tão rápido.

Jackie sorriu de volta.

Ela não se sentia nada bem. Geralmente quando alguém dizia que não a via há muito tempo só dava um sorriso e balançava levemente a cabeça. Daí pra frente sua mãe indagava em uma conversa enquanto ela viajava em seus pensamentos.

Ali ela já não sabia o que fazer.

Tinha uma leve noção de que a notícia que ela estaria indo pra lá havia sido repentina. Eles eram sua família, mesmo que ela não lembra-se de nenhum deles. De acordo com o que ela ouviu em algumas conversas de Georgia e o que ela mesmo que fosse pouco, caso algo acontecesse a seus pais a família ficaria encarregada de cuidar dela. 

Claro, Jaquie sabia que eles não eram pessoas desconhecidas, pelo menos não totalmente, que a tratariam bem até o momento em que Georgia virasse as costas e surpresa! Ela seria a nova Cinderella! Jadin sempre contava várias histórias antes de ter engravidado. A maioria era sobre a família. Pelo o que sua mãe contara eram boas pessoas, mas isso não tornava as coisas menos difíceis. Foram quase que obrigados a cuidar dela. Não era o tipo de pensamento reconfortante para uma garota de 12 anos que havia acabado de perder os pais.

A garota ao lado de Grace deu um passo a frente e estendeu a mão.

— Eu sou Kayla*, sou sua prima de... hããã - ela mordeu o lábio inferior como em uma tentativa de lembrar - acho que de 2° grau.

— Sou Jackie. - ela apertou sua mão.

Céus, ela estava morrendo de vergonha.

Jackie sempre fora tímida. Acreditava que aquilo era devido ao fato de só ter tido a convivência com os pais. Jason era Biólogo e graças ao trabalho não ficava muito tempo no mesmo lugar, fazendo com que Jaquie não tivesse muito tempo para interagir por muito tempo com as pessoas. Chegou a fazer alguns amigos, mas na maioria dos casos nunca mais retornara a vê-los.

Ali ela tinha certeza algo.

Seria permanente. Nada de estar sempre com uma mochila com as bagagens nas costas e uma mala de rodinhas com todo o resto. Veria os mesmos rostos todos os dias. Um lugar fixo. Onde poderia dizer que qualquer um poderia encontra-la.

Por muito tempo aquele tinha sido seu sonho, porém agora, mais parecia um pesadelo.

Grace e Georgia se puseram a andar e as duas garotas a acompanha-las logo atrás.

Ela pensou que o clima ficaria ainda mais estranho, até Kayla começar a falar.

— Sabe pra onde estamos indo?

Ela negou com a cabeça.

— Academia St. Angnes. É um internato.

Jaquie parou de repente.

— Um internato? - perguntou - Um colégio com dormitórios como aqueles da televisão? Com garotas e garotos?

— Quase isso. - Kayla respondeu rindo e voltando a andar - Antigamente havia o prédio do Colégio em si com as salas de aulas e todos esses lugares que colégios normais tem, mas também haviam dois prédios atrás. O campo de esportes ficava entre os dois pra, você sabe, separar. As garotas ficavam com a ala da direita e os garotas com a esquerda. 

As duas seguiram andando até que estivessem em uma área mais ampla do Aeroporto. As grandes portas de vidro transparente se erguiam logo mais a frente. Estranhamente não haviam tantas pessoas ali. 

Um pouco mais a frente ela pode ver Georgia e Grace conversando sobre algo.

— Mas houve um pequeno incidente há alguns anos. - sua prima continuou - Alguma brincadeira sem graça que os garotos costumavam a fazer. Nenhuma de nós sabemos o que foi, mas ao que parece a brincadeira acabou tomando um rumo indesejado e algo bem grave aconteceu. Eles nos separam. Agora o prédio original o St. Angnes se tornou um internato apenas para garotas. 

Jaquie suspirou. De certa forma estava mais aliviada.

— E o que aconteceu com os garotos? Digo, os que estudavam lá. 

— Ah sim, tem um outro internato. - ela respondeu - É meio que uma versão masculina do St. Angnes. Fica do outro lado de Los Angeles.

As duas cruzaram as portas e foram em direção as duas mulheres que as acompanhavam. 

— O que fizeram com o outro prédio?

Kayla entrou dentro de um carro sentando no banco de trás e dando espaço para que Jackie se sentasse ao seu lado. 

— As garotas mais velhas, as do Ensino médio, ficaram com ele e nós do Fundamental com o outro. - ela respondeu - Nós estamos indo pra Downtown, o Centro de Los Angeles. 

Jackie assentiu.

Logo o carro começou a andar. 

[...]

— ... o toque de recolher é ás 21:30 p.m., mas se estivermos na cama uns dez minutos antes é vantagem. - Kayla dizia enquanto as duas caminhavam pelos corredores do dormitório do St. Anges. Algumas garotas passaram por elas desde de que chegaram ao local, mas Jackie tinha a impressão de que aquele Internato era bem mais movimentado do que que ela viu naquele sábado. - Temos 5 monitoras. Elas são alunas do 9° ano. Estão aqui desde do 6°, sabe como é, ninguém deixaria novatas com um cargo desses.

— Não tem nenhum risco de alguém hããã... boicotar o horário? Fazer algum tipo de combinado.

Kayla riu.

— Bem, se você tiver uma certa amizade com elas é uma possibilidade. - ela explicou - Essa questão de estar na cama um pouco antes do horário da uma vantagem. Elas vão saber que apesar de ter algumas escapadas você ainda assim anda na linha. Desse jeito não compromete nem a elas e nem a você. Mas isso é mais pras garotas do 9° ano mesmo. Imagine se elas deixassem garotas de 11 anos zanzando por ai. 

Kayla tirou um pequeno chaveiro do bolso traseiro de seu short. Pendurada nele havia um única chave. 

A chave do quarto, ela constatou.

— E aqui fica o lugar mais reservado que você vai encontrar em todo o Colégio. - ela disse abrindo a porta.

Não era tão reservado assim. Haviam duas camas. O que significava que ela não estaria sozinha ali. Já era de se esperar.

Um lado do quarto era totalmente decorado. Totalmente decorado mesmo.

Haviam vários porta retratos, pelúcias, alguns posteres presos na parede coberta pelo papel bege, prateleiras com livros e muitas outras coisas. A cama era coberta por um edredom pesado com estampa de... Espere! Eram desenhos de animais com asas? 

Não eram aves. Animais como lontras, cavalos e até mesmo um tiranossauro eram retratados com pequenas asas.

— Eu sei, bem bizarro, mas eu achei que seria bem a minha cara. - Kayla disse se pondo ao seu lado - Ficou melhor do que a da Barbie e as Três Mosqueteiras.

O.k. Talvez Kayla não fosse tão parecida assim com Grace. 

O outro lado do quarto estava praticamente intocado. 

A cama era coberta por finos lenções brancos. A única que impediam o lado direito estar vazio eram a cama e o guarda-roupas.

— Eu tinha uma outra colega de quarto, mas ela era bem esquisita. Uma vez ela ficou sumida durante o dia todo e só foram encontra-la a noite. Ela estava dormindo sentando dentro do meu armário com um burrito comido pela metade no colo.

E essa era o tipo de informação desnecessária.

— Minha mãe deve passar aqui daqui a pouco. Vamos comprar as sua coisas.

Ela assentiu mais uma vezes.

Bem, Kayla parecia ser uma garota legal. O internato era bem grande e tinha uma biblioteca enorme. Mesmo que fosse pra ficar sozinha ela acreditava que estaria melhor do que tinha pensado. Não precisaria se preocupar até os seus 18 anos.

— E bem ali fica o banheiro. - ela apontou uma porta que até aquele momento Jackie não havia percebido. - Nós temos mais ou menos meia hora até que ela chegue e acredito que você ia adorar relaxar um pouco, não acha? 

— Claro. - ela concordou.

O banheiro não era grande, mas tinha um tamanho bom o suficiente. Uma pia, um espelho, o box com o chuveiro e um vaso sanitário. 

Assim que ligou o chuveiro sentiu a água fria cair sobre si. 

Céus, aquilo era ótimo. Fazia um bom tempo desde de que estivera em um lugar com o clima realmente quente. Quente como a Califórnia. A semana em que passara em Vancouver havia sido nublada e chuvosa. Não era de se esperar menos. Vancouver tinha reputação de uma cidade chuvosa, apesar de ter mais dias ensolarados do que chuvosos. Whistler era fria. Obviamente. Só conseguia sair do Chalé usando duas blusas de manga por de baixo de apertado moletom e coberta por um grosso casaco de inverno, duas calças, 3 pares de meia e botas de inverno que quase alcançavam seus joelhos. 

Tentou pensar em outra coisa. Ainda era difícil aceitar que tudo aquilo havia acontecido. Sua memória ainda estava confusa. 

Desligou o chuveiro e pegou a toalha que estava pendurada na maçaneta da porta. Jackie não havia a visto ali quando entrou. Provavelmente Kayla havia posto ali, apesar que ela não ouviu o barulho da porta se abrindo. Não era importante. Agora ela tinha um problema maior.

Suas roupas.

Havia esquecido a pequena mochila com algumas de suas roupas havia ficado em cima da cama.

Uau, realmente, você é um gênio, Jackie, pensou

Por as que estava vestindo não era uma opção. Só haviam roupas de frio em sua "bagagem". O vestuário mais apropriado para ensolarada Los Angeles foram a camisa xadres rosa com mangas até um pouco abaixo do cotovelo, jeans azuis e botas marrons. Aquele sábado em questão estava quente mesmo. Suas roupa estavam meio suadas e ela havia acabado de se banhar. 

Não mesmo.

Se enrolou bem na toalha e reforçou o coque no alto da cabeça. 

Teria que ser isso. 

Vamos, você consegue. É só ir até lá, pegar a bolsa e voltar. Não é como se Kayla fosse um monstro de sete cabeças. Aposto que se fosse ela nessa situação não estaria nervosa dessa forma.

Respirou fundo mais uma vez e abriu a porta. 

Agora ou nunca.

Por breves 3 segundos se repreendeu mentalmente por ter perdido bons minutos no banheiro criando coragem para sair ou por não ter ficado lá dentro por mais tempo. 

Espere aí! Não mesmo!

Suas roupas estavam dispostas em cima de sua cama, menos as peças intimas ( o que era um alívio ).

Kayla parada em frente ao guarda-roupas, este que tinha as portas abertas. Ela parecia estar procurando algo.

Claro, imbecil. Por qual outro motivo ela estaria parada em frente a ele?

Kayla parecia ter percebido sua presença. Ainda de costas, passando a mão em alguns vestidos, disse:

— Ah, você terminou. Espero que não se importe, tomei a liberdade de dar uma olhada nas roupas. Pode pegar algumas das minhas. A não que esteja com frio.

— Pode ser. - murmurou.

— Sente-se aqui. - ela se virou e apontou para sua cama - Vamos ver algo que te agrade.

Fez o que ela pediu. 

Ainda achava aquilo estranho. Kayla podia ter boas intenções, mas ainda assim era estranho. Haviam se conhecido pouca horas atrás e agora ela já olhava sua bolsa e lhe emprestava roupas? Bem intencionada, ou não, Kayla era um tanto espontânea. Restava saber se isso era bom ou não. 

— Deixe-me ver... Você não é o tipo de garota que usaria uma camisa dos Sete Anões segurando uma facha com os disseres "Diga não as pessoas altas", certo?

— Não mesmo. 

— Acho que tenho uma perfeita pra você. - ela disse arrastando os cabides freneticamente para o lado em que já havia verificado com agilidade. 

Aquilo também era bem estranho. De alguns anos pra cá ela passara a deixar suas roupas guardadas em suas bolsas. Dessa forma não teria que arrumar tudo na pressa em ocasiões que seu pai recebia ligações ou mensagens dizendo: Mudança de planos. Vá para o Peru. A maior desvantagem era quando procurava alguma peça e não a encontrava.

— Aqui esta. - ela disse empolgada - Esse conjunto é a sua cara. 

Pegou as peças nas mãos de sua prima se dirigiu, mais uma vez, para o banheiro.

 

 

                          ***

 

 

Kim

 

— Grace, eu realmente concordo com você. - a loira tentava quase que em vão acalmar sua melhor amiga - Mas acho que ficar dizendo o quão irresponsável seu primo foi não tornara as coisas diferentes. Acredite o melhor a fazer agora é tentar se acalmar. Pelo bem de vocês duas.

Deixou o moletom cinza em cima da pilha com moletons da mesma cor e olhou para o corredor a sua frente, onde Kayla tentava em vão convencer Jackie de comprar uma camisa com algo semelhante a sorvetes com sabres de luz.

Mal pode acreditar quando a viu na saída da St. Angnes. Obviamente sabia que a única diferença de idade entre as duas meninas eram 3 meses, mas não conseguia de fato pensar em Jackie como uma moça. 

Não dissera o famoso "Nossa! Como você cresceu!". Haviam se passado 9 anos desde de que Jadin e Jason foram embora. Logicamente ela cresceu.

— Esta concordando com ele? Pior que isso! Esta o defendendo? Logo você! - Grace a acusou. 

— Eu? Defendendo o babaca do Brewer? - desdenhou - Faça me o Favor, Grace. Só estou tentando te trazer de volta ao seu estado racional. 

Grace deu uma risada irônica e escandalosa.

Típico.

 

 

— Kim, nós conversamos e chegamos a um acordo. Ele é responsável por ela! 

Kim massageou as próprias têmporas esperando que aquilo pudesse acalma-la. 

Sua manhã poderia ter tido um início maravilhoso. Um sábado como todos os outros. Acordar com uma mensagem de Brody dizendo o quão linda era e o quanto ele a amava enquanto sentia a leve brisa da manhã em Santa Mônica entrar pela janela de seu quarto. 

Porém Grace havia arruinado tudo. 

Entrara em seu apartamento com a cópia que tinha da chave fazendo um escândalo daqueles. Largou a bolsa no meio de sua sala e viera pelo pequeno corredor que levava até o quarto da Crawford xingando seu primo de nomes que jamais deveriam ter sido pronunciados e planejando formas de tortura-lo que nem haviam sido criadas ainda. 

Tomar as chaves de Grace estava no topo de sua lista O que fazer em um sábado maravilhoso como esse.

— Falando dessa maneira até parece que ela é um peso pra você. - disse - Grace, ela é sua prima. É uma criança. Tem a mesma idade que sua filha. 

Grace suspirou, como se houvesse acabado de perceber o que dissera.

— Não, Céus, não é isso que estou querendo dizer. - tentava se corrigir - Kayla e ela parecem estar se dando bem, o que é um grande alívio. O que quero dizer é que estou tentando falar com ele há 2 dias e já enchi a caixa postal. Não tem ninguém em casa. Ele e a Queen Bicth Ruiva sumiram. 

— Já passou pela sua cabeça que talvez ele ainda esteja digerindo isso? 

Odiava ter que dar razão no que quer que fosse que o favorecesse, mas era a verdade.

A notícia da morte de Jadin fora horrível para todos. Imagine como seria de uma hora para outra descobrir que a irmã havia morrido. Não era algo fácil. Descobrir que ficará com a guarda de um garota de 12 anos então. Querendo ou não Jackie era menor de idade. Era uma criança. Seria como criar um filho.

As pessoas costumavam ter em torno de 9 meses para se preparar para aquilo. Uma vida que fosse totalmente dependente de alguém. Uma semana era um tempo bem curto.

Não concordava com a atitude de sumir e não mandar nem um sinal de fumaça dizendo Estou vivo, mas estaria sendo hipócrita se dissesse que ele não tinha motivos. 

— Kim, eu sei que é difícil. Ela também era minha prima, mas nem por isso eu decidi me isolar do mundo sabendo que minha sobrinha que havia acabado de sofrer um acidente e perder os pais estaria vindo do Canada pra ficar sob a minha custódia! Estou começando seriamente a levar isso em consideração e ficar com a guarda dela. 

A loira entrou em estado de alerta. 

Grace tomando decisões sob pressão do estresse.

  - Você nem se quer contou pra mais alguém que não fossem eu ou Eddie sobre aquilo. - ela disse - Acha mesmo que alguém vai deixar que você fique com a guarda dela? Se tentar entrar entrar em contato com alguém do Conselho Tutelar que esteja responsável pelo caso Jackie vai conseguir que ela seja mandada pro Caribe pra viver com seus tios. É isso mesmo que você quer, Gracielle. 

Kim não gostava de ter que apelar em nada para que as pessoas percebessem que ela tinha razão. Preferia quando eles percebessem sozinhos que ela estava certa. Mas Grace era cabeça dura demais. Aquilo era uma mal de família.

— Grace, pense só. Se você sequer comentar que tentara passar a gurda dela para o seu nome ao invés do dele eles iram querer saber o motivo. Não se passa para próprio nome nem coisas sem que sejam tomadas as devidas precauções. Um pessoa então, ainda mais uma criança nas situações dela. Você já disse uma vez que não poderia ficar com a guarda dela e assim de uma hora pra outra muda de opinião? Não acha que suspeitariam de algo? O que vai dizer quando perguntarem sobre os motivos que você apresentou para não estar em condições de ficar com ela?

"Vai dizer que Jack é mais negligente do que você pensava? Não te dirão nada, mas vão guardar pra si que você deixou que ele fosse responsável por ela mesmo sabendo que ele não era qualificado."

— Kim, eu posso dizer que estava abalada no momento, o.k.? - sua melhor amiga insistiu - E depois posso alegar que aconteceu depois dela. 

A loira riu com desdém. 

Grace adorava pensar em tudo como se não houvessem complicações. 

— Gêmeos, Grace. Gêmeos! A barriga vai crescer mais rápido. Acha mesmo que vão deixar que Jackie fique com você? Uma filha de 12 anos, gêmeos a caminho e uma profissão que exige muito do seu tempo. Precisam de alguém que possa estar junto com ela. Que esteja lá pra ela! Você não é uma opção! Pense nisso. Nem se fosse apenas um. Alegaria que ele nasceu antes do previsto. Irão ver tudo. Seus documentos, os de Eddie, os de Kayla e até mesmo de Jerry e Mika! Não da pra mentir. Céus, você é advogada! Era pr saber disso. 

— E eu sei. - ela respondeu como se fosse obvio - O que não entendo é como você sabe disso. 

— Direito estava na minha lista de interesses durante o 3° ano.

Grace passou a mão pelos cabelos.

Ela estava nervosa. Aquela era outra mania de família. 

— Tem alguma frase motivadora? - a morena perguntou 

— "Dizem que o tempo resolver tudo... - antes que ela terminasse Garce a interrompeu.

— O problema é: Quanto tempo?

— Sei que sua intenção não era terminar a frase, mas troque "O problema é" por "A questão é" e tudo certo.

 

 

"Take a deep breath girl

Take a deep breath as you walk through the doors"                       


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Kayla* ➸ Só pro caso de dúvidas. A pronúncia é "Queila".

Tenho quase certeza que disse pra alguma leitora que os capítulos seriam maiores que o Prólogo, mas estou bem cansada e tenho outros capítulo pra ficarem prontos. Garanto que os que postarei depois do meu recesso serão maiores.

Então gostaram?
Favoritem e recomendem!
Sejam educados e deem um oi para a autora



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Everything Has Changed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.