Carpe Diem escrita por Maga Clari


Capítulo 15
Os seus problemas, você deve esquecer


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas da Terra e do Espaço! E este é o iCarly! Não... pera. Okay, ignorem. Eu estava vendo esse clipe, mas tem nada a ver com o capítulo kkkkkkkkkk
A música de hoje é: Hakuna Matata - Rei Leão
Espero que gostem ♥



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Papai sempre foi rápido em tudo.

E ele quebrou o próprio recorde dessa vez.

Pensei que fosse arte de Hermione Weasley enviar berradores. Ela faz isso desde meu primeiro ano em Hogwarts, por motivos absurdos como... Não escrever dizendo que cheguei? Não passar o Natal em casa?

Mas agora não somente mamãe, mas também papai é adepto a berradores. Acho que é porque ele detesta telefones trouxas.

A coruja de Scorpius alcançou-nos perto de uma livraria, que havíamos planejado entrar para tomar um café. Foi quando a ave bicou minha testa, afetuosamente, e deixou que eu tomasse o berrador de suas patas.

— Não espero nada de bom vindo daqui — anunciei, temendo pelo pior.

— Ora, vamos, cabelo-de-fogo. Uma hora só restarão cinzas, você bem sabe como é. Abra logo!

— Tudo bem... — respirei fundo, fechando um dos olhos — Lá vai...

Assim que rasguei o envelope vermelho-sangue, a voz exagerada de papai se fez presente:

“No que você estava pensando?! Minha filha! Casada! Com um Malfoy! Ainda há como piorar? Você não está grávida, está? Não me faça enfartar agora, por favor, não me diga uma coisa dessas! É sério que Draco acha... Normal?! Normal?!”

E aí veio a voz de mamãe:

“Fique calma, Rose. Tentarei ao máximo controlar seu pai. Não concordo com isso, mas é a sua escolha. O destino fará meu papel a partir de agora. Tenho que deixá-la assumir riscos e aprender a cair e se levantar sozinha. Eu irei ao casamento. Se o seu pai não for, quem lhe levará ao altar serei eu. Olá, Scorpius, um beijo pra você também. Espero que ame de verdade a minha filha. Nos vemos em breve.”

E então, o envelope alçou voo e explodiu.

Scorpius deu uma risadinha gostosa.

— Ah! Pais...

— Você gosta dele, não gosta?

— Adoro. Uma pena ele não sentir o mesmo por mim.

— Meu pai tem uma mente fechada, Scorpius. Com o tempo ele pode aprender. Senão, vamos obrigá-lo.

Nessa hora, quem riu foi eu.

— Rose, eu estava pensando... — Scorpius falou, quando sentamos numa mesa para olhar o cardápio — Acho que hoje é um bom dia para aquela visitinha no St. Mungus.

Meu rosto se iluminou.

Scorpius finalmente me deixaria ver sua mãe.

E foi o que de fato fizemos ao deixar a livraria. Scorpius segurou meus dedos, fechou os olhos e aparatamos para o Hospital St. Mungus. Àquela altura, a coruja dele já havia voado para casa.

E nós, os noivos recém-reencontrados, felizes da vida, atravessamos a rua para encontrar uma loja de departamentos, a Purga and Sonda Ltda, famosa por estar há séculos “em reforma”.

Scorpius sorriu para o manequim do lado de fora, e este abriu espaço para que nós entrássemos na loja.

Uma vez dentro, o prédio transformou-se num hospital cheio de branco por tudo que era lado, trazendo uma claustrofóbica cegueira em ambos de nós.

— Nós devemos nos identificar ou algo assim? — perguntei, procurando não enlouquecer com aquele lugar.

— Só me siga, está bem?

Assenti e fiz o que meu noivo pediu.

Ah! Como eu adorava pensar nisso. Meu noivo!

Mas eu não com o que me surpreendi mais: se era o fato de ninguém nos barrar ou perguntar o que fazíamos lá, ou se foi porque eu não me surpreendi com isso.

Havia coisas que eu nunca saberia sobre Scorpius Malfoy. E isto ainda acontece até hoje.

Sempre será assim.

Nem mesmo eu, Rose Weasley Malfoy, sua esposa, serei digna de todos os seus infinitos segredos.

— Espere aqui, sim? — ele pediu, quando deixamos o elevador no segundo andar — Logo volto para chamá-la.

E então encostei na parede, observando o caminho que Scorpius faria. Quando ele sumiu pelo corredor, segui-o, para assistir de fora que quer ele fosse fazer.

Mas não é como se eu fosse bisbilhoteira.

Eu só estava curiosa.

É sério.

Sorri quando vi Scorpius entrar numa porta igualmente branca e se aproximar de sua mãe. Seus cabelos castanhos estavam sem vida, e o rosto moribundo quase rejuvenesceu ao encontrar seu filho.

Scorpius beijou seu nariz, arrancando sorrisos, e depois sua testa. Agachou-se no chão para ficar da mesma altura que ela, mas eu não estava perto o bastante para ouvi-los.

Até que uma música de minha infância semi-trouxa surgiu lá de dentro, fazendo meu coração se derreter todo. Scorpius cantava baixinho, mas eu consegui ouvi-lo ainda assim:

— Os seus problemas... Você deve esquecer. Isso é viver. É aprender...

E aí, a senhora Malfoy respondeu, com um filete de voz:

— Hakuna Matata.

Eu já estava atrás de Scorpius, lutando para que minhas lágrimas não caíssem. A princípio, quando me viu, ele ficou aborrecido, mas escondeu sua irritação por causa de sua mãe, tenho certeza.

Scorpius disse:

— Mãe, quero que conheça minha noiva ao vivo.

— Olha, como cresceu — sua voz era um sussurro de entristecer qualquer um — Está linda, Rose.

— Vo-você se lembra de mim?

Astória sorriu docemente e balançou a cabeça.

— Na plataforma. Primeiro ano de vocês.

— Mas é claro.

E então sorri de volta.

Scorpius parecia desconfortável. Seus lábios tremiam, e seus dedos também.

— Scorpius só fala em você. Quando vem me ver.

— Ei! Não é bem assim! — ele retrucou.

Astória sorriu mais uma vez.

— Deixe-me dar-lhe a benção. Do casamento.

Scorpius incentivou-me a ir com seu olhar. Aproximei-me dela, que pegou as costas de minha mão para beijar.

— Não poderia pedir... Nora melhor.

Scorpius, então, de repente, apertou os olhos e respirou fundo. Não tardou em sussurrar para mim:

— Hora de irmos embora. Estamos forçando demais a voz dela, Rose.

Assenti e sorri para minha sogra. Mas antes de a deixarmos lá, Astória chamou-nos de volta:

— Estarei lá, querido. Venha. Me buscar.

Mas Scorpius apenas fez que sim, sem olhar diretamente para sua mãe. Acho até que ele estava louco para ir embora de lá.

Eu, entretanto, queria ficar mais tempo com Astória. Algo dentro de mim revirou meu estômago.

Isso se chama presságio.

E nem sempre é uma coisa boa.

Mas não falarei sobre isso agora. Vamos voltar à história.

— Para onde vamos agora? — perguntei, torcendo para que o silêncio acabasse.

— Só... Só vamos sair logo daqui, tá legal?

E então, correndo para o andar térreo, Scorpius agarrou três cigarros e fumou todos de uma vez, andando de um lado para o outro.

Já estávamos do lado de fora, na rua.

— Scorpius... Está tudo bem?

— Ora, está tudo as mil maravilhas, Rose. Agora, vamos embora?

— Mas pra onde?!

— Eu só quero sair daqui agora.

Respirei fundo. E então encontrei um poste com alguns cartazes. Um deles falava sobre uma espécie de rave ou festival de música. Não sabia ao certo. Mas arranquei-o e mostrei a Scorpius.

Meu noivo assentiu enfaticamente e foi o que fizemos depois disso.

A festa estava acontecendo na parte mais distante da cidade, e era uma festa trouxa.

Para entrar, bastava levar um engradado de cerveja e estava tudo certo.

Entregamos a nossa para um garoto de cabelo azulado, que reconheci imediatamente.

— Não esperava ver você aqui, Teddy.

— Digo o mesmo, princesinha do tio Ronald.

Nós dois rimos, mas Scorpius ainda estava inexpressivo.

— Esse não é o Malfoy?

— Eu mesmo — ele estendeu a mão, procurando ser amigável — Podemos entrar?

Teddy abriu espaço para nós, sem dizer mais nada.

— Obrigado — a voz de Scorpius estava mais séria do que nunca.

E antes mesmo que eu conseguisse acompanhá-lo, Scorpius achou um lugar no meio do gramado e sentou de uma vez.

Fiquei um bom tempo olhando-o ainda em pé, subitamente preocupada com sua saúde mental. Scorpius não estava bem.

É claro que não.

Isso era bem óbvio, até mesmo para mim.

— Scorpius — perguntei, delicadamente, alisando os fios louros próximos de sua orelha — Tem uma coisa que você ainda não me disse.

— O que é?

— Scorpius — virei-me para olhá-lo de verdade. Sua expressão era indefinida — Você vai voltar pra Romênia? Como será nosso casamento?

Ao dizer isso, arrependi-me imediatamente.

Scorpius piscou os olhos, e posso jurar ter visto fogo neles.

Senti algo em meu estômago quando meu noivo falou, segundos antes de se levantar:

— Não posso pedir para que cale a boca porque seria indelicado. Acho melhor eu ir tomar um pouco de ar.

— Scorpius!

— Só me deixa, tá bom? Não quero pensar ou falar sobre isso. Não agora.

Mas eu não o deixaria sumir outra vez.

Nunca mais.

Corri atrás dele, recuperando o ar ao achá-lo na fila de bebidas trouxas.

Scorpius respirou fundo e fez sinal para que eu me pronunciasse:

— Tudo bem, eu não toco mais no assunto. Só me diga quando será. Só isso, Scorp. Quero chamar minhas amigas.

— Já chamei todo mundo, Rose. Incluindo Dominique para ser nossa madrinha.

Um sorriso largo brotou em meus lábios, contagiando também Scorpius.

— Ela prometeu que não diria nada até que eu contasse a você.

— Ah, garoto-grude!

E então, abracei-o com carinho.

— E o padrinho?

— Quero manter segredo quanto a isso, cabelo-de-fogo. Você em breve saberá.

Scorpius pagou ao homem e deu um gole enorme em sua cerveja.

— Amanhã, para ser preciso. Amanhã você saberá.


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