Capítulo 4

( I do - Susie Suh )

Eu não sei o que estou fazendo aqui

Há uma sombra no meu lugar

Talvez agora tudo vai ser tão claro

Você ilumina este espaço vazio

E tudo que eu sou tudo o que tenho

***

Era a quarta, ou quinta vez, que trocava de lado na cama na tentativa frustrada de conseguir dormir. Seu maior problema não era a falta de sono, pelo contrário, passar toda a noite acordado em cima do telhado da casa de Sakura lhe trouxera mais que sono, lhe trouxera cansaço. Só que seus pensamentos não queriam colaborar com seu corpo e insistiam em repassar todo dia anterior, como se quisesse que ele não esquecesse a sensação de ter passado aqueles momentos ao lado de Sakura.

            Naquele momento ele queria ser um cara normal, com capacidades completas para lidar com emoções. Ou queria ser apenas um cara desencanado, que não tivesse muito preocupado com essa coisa de sentimentos ou relações amorosas. Amorosas? Era a primeira vez que ele associava a imagem de Sakura a alguma possibilidade daquele verbo que ele pouco conhecia: amar.

Ele conseguia contar quantas vezes esteve associado aquele sentimento. O que primeiro experimentou foi o amor de sua mãe. Era um amor que ele pouco se lembrava, por causa do tempo e das tentativas de trancafiar as lembranças dolorosas, mas o pouco que havia guardado trazia a sua memória o calor que ele sentia no coração quando sua mãe lhe olhava ou demonstrava preocupação por ele.

A segunda vez que experimentou esse sentimento foi pelo seu irmão. Era diferente do que sentia por sua mãe, por Itachi era um amor recheado de devoção e confiança. Colocava o irmão mais velho no mais alto pódio. Ele era a inspiração e seu objetivo. Era Itachi que mantinha Sasuke focado, apesar dos comentários do pai Fugaku. Era o tipo de amor que qualquer criança desenvolveria por uma pessoa como Itachi.  Itachi era o que lhe mantinha centrado e ao mesmo tempo se tornou sua loucura.

Por último havia experimentado um amor diferente de todo resto. O amor criado pelos laços que fez na vila. Aquele era diferente no fato de não nascer de uma relação sanguínea ou de devoção. O sentimento cresceu sem manipulações ou vontade dele próprio. Quando percebeu-o já estava lá. Obviamente ele ainda passaria horas incontáveis discutindo com Naruto e minutos de raiva quando Kakashi se atrasasse, mas ainda assim, ele não podia negar que havia aprendido a lição, da maneira mais dolorosa possível. Ele agora sabia a importância de seus amigos.

E agora? Qual era aquele sentimento em relação à Sakura. Ele sabia que ela estava em parte incluída no amor dele por seus laços, mas existia uma sensação como se aquela classificação não fosse suficiente para enquadrar tudo que Sakura era, ou foi, ou estava sendo.  Mais do que complicado era separar cada sentimento em seu espaço, porque por muito tempo seu foco nunca fora aquele. Estava reaprendendo muitas coisas.

            Lembrou-se como só amava a vingança, vivia por ela, para ela. A vingança o cegou na época em que tinha tudo para ser feliz. Tinha um sensei que o tratava como um filho. Um amigo que o considerava um irmão. E uma garota apaixonada por ele. Só que Sasuke somente tinha olhos para vingança naquela época. Agora estava ali, confuso sobre tudo. Lembrava perfeitamente de tudo que tinha dito a ela quando saiu da vila. Guardou cada palavra e cada soluço que ouviu na noite.  

            Obrigado? Tinha certeza que Sakura passara muito tempo se perguntando o porquê daquele simples agradecimento. Fora tão idiota a ponto de não ter dito mais nada a ela naquela noite. Com aquela singela palavra estava agradecendo a ela por tudo. Por cada sorriso que ela lhe direcionava. Por cada vez que demonstrava preocupação por ele. Por ela ter preenchido a sua vazia existência. Só que ele não fora capaz de dizer tudo isso a ela. Foi covarde ao correr de seus sentimentos. Logo ele que sempre se achou o melhor, logo ele que sempre teve orgulho de não temer nada. Ele teve o pior medo que já existiu na face do universo, ele teve dos próprios sentimentos, ele teve medo de si mesmo.

  Agora por causa de seu medo estava ali. Deitado naquela cama pensando nela. Que ironia do destino, não? Enquanto ele não consegue tirá-la dos pensamento, ela parece que nem pensava mais nele. Somente desejava que ela fosse feliz. Não queria mais machucá-la. Ele já havia feito isso muito bem da ultima vez.

Nem mesmo importa agora

Eu não posso entender por que eu me sinto dessa forma

Mas eu sinto, eu sinto

***

            Ainda sem levantar Sakura estava em seu quarto naquela manhã com os sentimentos ainda confusos pós-abraço de Sasuke. Ela se lembrava de cada detalhe. A linha de irritação entre as sobrancelhas dele, a boca firme e dura ao encará-la e o que destoava de todo resto: o abraço receptivo e caloroso que trocaram no dia anterior. E a sensação de algo se aquecendo como uma pequena chama de uma vela dentro do coração. Ela nunca foi de mentir, muito menos para si mesma, se descuidasse um só segundo sabia que os sentimentos voltariam com força, e ela realmente não precisava daquilo no momento.

            Foram anos reconstruindo pedaço a pedaço de sua vida e emoções. Anos que passou na vila do Bronze agarrada a qualquer coisa que tivesse pra fazer como a intenção de não permitir que nenhuma lembrança voltasse. Aas únicas lembranças que ela permitia era a visão de Sasuke correndo em direção a Naruto. Os olhos negros transmitiam tanta raiva e naquele momento Sakura teve certeza que Sasuke mataria o melhor amigo. E foi naquele instante também que decidiu que não podia continuar amando alguém que não se importava nem com a pessoa que mais tinha arriscado sua vida por ele.

            Deveria tira-lo logo de sua mente. Aquilo só serviria para machucá-la mais. No fundo ele sempre será Uchiha Sasuke, a pessoa que nunca demonstrava o que sentia, aquele coração que ela queria tanto alcançar mais sempre esteve fora de seu alcance. Iria recomeçar sua vida.

Quem sabe um novo amor?

Sua mente logo descartou aquela possibilidade, provavelmente nunca amaria alguém como o ama. Corrigiu, amava. Daquele dia em diante Sasuke era passado. Que dizer, quase passado, por que ainda existiam aquelas benditas férias que ela seria obrigada, ou não, a passar ao lado dele.

            Colocou-se de pé pronta para arrumar suas malas, mas antes foi ao seu banheiro e fez sua higiene matinal. Depois se preocuparia em comer algo. Pegou sua mochila e colocou em cima de sua cama que ainda encontrava-se desarrumada. Foi até seu guarda-roupa de madeira branca e tirou todos os casacos que possuía, no país da neve fazia muito frio e ela deveria estar preparada.

            Foi impedida de continuar seu trabalho, pois ouviu o som de batidas na porta. Como estava de camisola, pegou seu robe rosa e foi atender seu visitante inesperado. Abriu a porta e viu que era Hinata.

            — Entre, Hina — Falou sorrindo.

            — Bom dia, Sakura-chan! — Respondeu a Hyuuga enquanto entrava na casa. — Vim para conversarmos um pouco.

            — Claro! Vamos subir, estou terminando de arrumar minhas coisas para viajar.

            As duas subiram as escadas de madeira maciça e foram para o quarto da Haruno. Hinata sentou-se na cama e Sakura continuou a organizar as coisas dentro da mochila.

            — Então você vai mesmo. — O tom de Hinata era casual, como se estivesse falando sobre o tempo enquanto dobrava algumas peças do guarda roupa da amiga, ela conhecia Sakura perfeitamente pra saber que uma abordagem brusca que ineficaz;

            — Por que não iria?  — Sakura foi direta, como sempre.

            — Por causa do Sasuke-san?

            — Hinata... — Sakura não queria entrar naquele assunto com amiga, sabia que acabaria ouvindo coisas que não queria.

            — Sei que ele ainda mexe com você Sakura-chan. — Disse a Hyu0uga gentilmente — E você não deve reprimir isto.

            — Por que não? — Resmungou a dona da casa — Ele já me fez sofrer muito, não quero que volte acontecer.

            — Ele mudou muito Sakura-chan. Você deveria dar uma chance ao novo Sasuke.

            — Que chance Hina? — Disse ela passando a encarar a namorada do Uzumaki nos olhos — Uchiha Sasuke não gosta de ninguém, principalmente de mim. Para eu dar uma chance a ele primeiramente deve haver um motivo. E não vejo nenhum.

            — Pare de ser boba — Falou a morena — Ele olhou para você de um jeito diferente. Não sei se posso afirmar que ele está tipo: loucamente apaixonado por você, mas tinha algo naquele olhar Sakura-chan.

            Sakura não estava gostando do rumo daquela conversa. Hinata provavelmente deveria estar ficando louca ao dizer que Sasuke a olhava com amor. Impossível! Disse para si mesma. Não deveria ficar criando falsas ilusões. 

            — Podemos mudar de assunto? — perguntou a Haruno.

            — Se você não se sente bem conversando sobre isso tudo bem.

            — Obrigada — Sakura sorriu — E então, quais são os planos para viagem?

            Hinata ficou até depois do almoço com ela. Não tocaram mais no assunto Uchiha Sasuke. E Sakura agradeceu muito por isso. Já estava muito confusa não necessitava de mais coisas entrando em sua mente.

            O resto da semana passou tão rápido que ela nem se deu conta. Quando percebeu já era o dia de viajar. Durante aqueles dias evitou qualquer maior contato com Sasuke, passou a semana empenhada em resolver tudo que deixara pendente nos três anos que ficou fora da vila. Encontro com suas velhas amigas, conversou durante horas com Tsunade sobre tudo que tinha visto fora de Konoha.

Foi quando a Hokage lhe comunicou seus planos para ela. Queria que Sakura passasse um tempo sem missões fora da vila , até porque não existiam tantas missões quanto antes, quando voltasse de férias a Haruno seria responsável pela supervisão de médicos ninjas que estavam em treinamento no hospital da vila.

Sakura sabia que uma hora aquilo aconteceria. Tsunade já tinha deixado claro suas intenções de colocar Sakura como supervisora de muitas coisas no hospital e apesar da dificuldade – e responsabilidade – de tal função, ela se sentia preparada, afinal, foi para aquilo que se dedicou a tantos anos de treinamento não?

Acordou animada no dia da viajem, apesar da sombra sobre Sasuke ainda pairar em seu pensamento. Ela era o tipo de garota que se joga fundo nos acontecimentos e bem, ela teria férias maravilhosas ao lado de pessoas divertidas como Naruto e Hinata, o fato de Sasuke estar lá era apenas detalhe.         Colocou uma calça jeans com o tecido bastante grosso e uma blusa de mangas compridas, preferiu levar um casaco nos braços, poderia fazer muito frio durante a caminhada que levaria cerca de meio-dia. Deu uma ultima olhada na casa, fechou a porta dos fundos e saiu rumo ao portão de Konoha.

            Andou por cerca de cinco minutos e já pode avistar a imponente entrada da vila. Não só pode ver os portões verdes como também viu ele parado lá. Seu coração acelerou de ansiedade. Ela resmungou por ter aquela reação quando o viu. Ele é só um companheiro de time Sakura! Ele é só um companheiro de time! Ela repetia essa frase como um mantra em sua mente.

            — Bom dia, Sasuke! — Falou quando se aproximou mais dele — Chegou há muito tempo?

            — Não, — Respondeu sorrindo. Sorrindo? O cérebro parou em um segundo. Era difícil ver Sasuke rir, quer dizer, na época que o time dele estava junto era bem difícil ver um sorriso de Sasuke, quando o viam era em momentos bem raros e ela nunca teve um sorriso se quer destinado especificamente a ela. — Acabei de chegar.

            Sakura ficou lá parada. Percebendo que estava fazendo um papel de no mínimo boba ao encarar o sorriso dele continuou andando e se sentou do lado oposto de Sasuke, em frente a ele. Era complicado não pensar no que ele tinha feito quando estava tão próxima a ele.  Bom, não custava nada agradecer pelo que ele tinha feito, afinal, Sasuke lhe dera apoio em um momento muito difícil para ela.

            — Sasuke? — Chamou.

            — Sim? — Sasuke teve um pequeno sentimento de surpresa ao ouvir seu nome, a sua expectativa era que ela não comentasse nada sobre o acontecido.

            — Obrigada pelo que fez naquele dia.

            — Tudo bem. — Respondeu ele ainda a fitando. Ela tinha mais perguntas. Deveria fazê-las? A curiosidade falou mais alto.

            — Posso lhe fazer uma pergunta? — Indagou receosa

            — Faça — Respondeu sem entender o porquê daquilo.

            — Por que vai viajar com a gente?

            — Por que não deveria viajar? — O Uchiha respondeu com outra pergunta.

            — Sei lá, isso é tão anti-Uchiha Sasuke. — E para ela era mesmo — Antigamente você preferiria ficar afastado do grupo. É estranho esse seu comportamento.

            — Bem, você tem razão. — Sasuke franziu sua testa — Mas acho que está mais do que na hora de eu aprender a viver, não? E bem, aprendi a dar valor a quem está perto de mim.

            — Fico feliz por você. — Respondeu ela sem entender o motivo de ter sorrido para ele.

            Sakura continuou sorrindo enquanto via Sasuke desviar o olhar para os portões da vila. Apesar de tudo que já tinha acontecido ela estava feliz por ver que pelo menos ele estava tentando viver, estava tentando ser feliz, e contrariando o que achava que sentiria ela conseguiu ficar feliz por ele.

             Permaneceram em silêncio até Naruto e Hinata chegarem, ele trazia sua mochila nas costas e em uma das mãos carregava o que parecia ser a bolsa de Hinata. A Hyuuga por sua vez estava sorridente. Sakura refletiu sobre tudo que ocorrera com sua amiga, realmente ela merecia isso. Hinata tornara-se bem mais confiante depois que passou a namorar com Naruto.

            — Animada? — Perguntou a Haruno depois de ter cumprimentado a amiga

            — Muito — Respondeu — É a primeira vez que papai me deixar sair de casa para uma viagem de férias.

            — Então teremos que nos divertir muito.

             — Com certeza — Ela se virou para o namorado, que no momento conversava algo com Sasuke — Podemos ir ,Naruto-kun?

            — Claro! — exclamou o Uzumaki mostrando aquele sorriso que só ele possui — Quanto mais cedo começarmos a ir mais rápido chegaremos.

            Com a fala do Uzumaki passaram a caminhar rumo as tão sonhadas férias. Sasuke e Sakura iam lado a lado enquanto Naruto e Hinata estavam caminhando de mãos dadas mais a frente. O casal de namorados conversava animadamente, o Uzumaki de vez em quando sussurrava algo no ouvido dela que fazia a Hyuga ruborizar.

            Sasuke estava curioso, há muito tempo queria saber como Naruto e Hinata ficaram juntos, se dissessem isso a ele, não teria acreditado sem ver com os próprios olhos.

            — Ainda não acredito que o dobe e a Hinata estão juntos. — Falou ele a Sakura.

            Tirando o fato de estar super espantada com o surto de fala de Sasuke, Sakura conseguia meio que entender aquele pensamento dele. Ainda era difícil pra muita gente assimilar que duas pessoas como Hinata e Naruto estavam realmente juntas, mas isso não mudava o fato de Sasuke estar interessado na vida amorosa do amigo.

            — Por quê? — A Haruno realmente não entendeu, desde quando Sasuke se preocupava com a vida amorosa dos outros?

            — Eles são totalmente opostos. — Ele falou aquilo certo do que dizia, considerava o casal de namorados tão opostos e não conseguia entender como Hinata conseguia suportar todo o escândalo de Naruto.

            — Isso não impede que eles fiquem juntos. — Falou a Haruno.

            — Bem, — Sasuke parecia um pouco constrangido pelo que tinha que falar, e bem, uma coloração avermelhada (porque, com certeza, Sasuke Uchiha não teria nada de rosa em seu rosto) começou a surgir em sua bochecha. — Naruto sempre deixou claros seus sentimentos por você, e eu meio que esperava que vocês estivessem juntos. — Sakura arqueou uma sobrancelha. Será que Sasuke nunca tinha entendido que ela sempre o tinha amado? Que não havia espaço para outro sentimento?

            — Você perdeu muito coisa no tempo que esteve fora — Sakura usou um tom tão frio naquelas frases, como se quisesse que ele percebesse o quanto havia machucado seus sentimentos — O Naruto, depois que a Hinata se declarou para ele na luta contra o Pain, percebeu que gostava de mim apenas como uma irmã. Sempre foi como uma irmã, ele estava confuso porque queria sempre competir com você. Bem você sabe o motivo. Ele e a Hina começaram a passar mais tempo juntos, e ele acabou se apaixonando por ela.

            — E o que você acha do namoro dos dois? — Que tipo de perguntas são essas Sasuke?

            — Eu? Gosto que eles estejam juntos. Naruto é o irmão que nunca tive, ele merece ser feliz. E a Hinata é uma ótima pessoa, o ama mais do que tudo no mundo, fará ele mais do que feliz.

            — Entendi — Disse Sasuke voltando a olhar para frente.

            — Por que todas as perguntas?

            — Precisava entender o que tinha acontecido. Se não tivesse visto os dois juntos, e você me falasse que eles estavam namorando provavelmente eu não acreditaria. Mas Naruto merece, ele já sofreu muito na vida, tem o direito de ser feliz. Só não diga a ele que falei isso. 

            —  Tudo bem Sasuke. — Ela não pode deixar de sorrir. Aqueles dois nunca iriam mudar.

            A medida que andavam o frio parecia aumentar. Sakura vestiu seu casaco e todos fizeram o mesmo. Era impressão dela, ou só ela que sentia todo aquele frio? Mesmo agasalhada ainda sentia os tremores gelados pelo corpo. Os lábios ficaram arroxeados, começou a caminhas mais devagar.

            Sasuke andava normalmente. Refletia sobre as coisas que Sakura havia lhe dito. Ainda tinha muitas perguntas para fazer. Virou seu pescoço para o lado a fim de poder olhá-la, mas ela não estava lá. Notou que ela andava mais devagar, tentou perguntar a ela o que estava acontecendo, só que foi tarde demais. Se ele na a tivesse pegado  nos braços ela cairia desmaiada no chão. Naruto e Hinata vieram imediatamente ver o que estava acontecendo.

****

Eu não sei o que estou dizendo aqui

Há um buraco no meu coração, e isto implora, por favor,

Talvez agora tudo vai ser tão claro

Porque você é tudo que eu vou precisar

Obviamente fora uma péssima ideia fazer aquele monte de perguntas a Sakura. Sasuke via sua imagem sendo repetidamente esmurrada em sua mente. Perguntar sobre Naruto e namorada? Onde ele estava com usa cabeça mesmo? Os hormônios de inibição Uchiha estavam claramente desregulados naquela manhã.

Ainda tentava perceber o tom da voz dela quando ele disse que pensava que ela ficaria com Naruto. Sasuke não era burro. Ele entendeu muito bem o que ela quis dizer com aquilo. E sim, Sakura, ele sabia que você sempre o amou, mas acreditava que você iria desistir com o tempo, que construiria sua vida sem sombras de um sentimento marcado por tanta dor e lágrimas.

Apesar de todas as situações que aconteceram Sakura ainda era para ele a parte mais “equilibrada” do time sete. Naruto? Bom, ele não precisava dar muitas explicações sobre o porquê do Uzumaki não ser a melhor pessoa para que ele pudesse conversar. Ele ainda tinha duvidas sobre quem era mais inteligente: Akamaru ou Naruto?

Kakashi, bem, não se imaginava perguntando ao sensei coisas sobre o namoro de Naruto e Hinata. Provavelmente o jounnin iria sorrir e dizer para Sasuke ler algum volume do Icha Icha se quisesse compreender melhor os relacionamentos amorosos que a vida tinha. Tinha Sai e o capitão Yamato, ambos descartados por não ter nenhum tipo de intimidade com ele.

Sobrava Sakura. Era sempre ela que ouvia seus resmungos sobre as missões. Foi ela que ouviu suas palavras de despedidas e parecia ser a única, desde os tempos de criança, capaz de arrancar dele mais que uma ou duas frases. Então ela era sua única, e primeira, opção para tentar entender um pouco melhor o que tinha acontecido enquanto ele estava fora. O problema estava no fato de que ela não parecia tão disposta a dizer para ele .

Bom, tinha que tentar, né? Voltara para Konoha na intenção de sentir algo, de saber se ainda conseguia viver aqueles laços. Obstáculos existiriam de qualquer forma. Ainda com esses pensamentos em mente virou-se pronto para fazer mais algumas perguntas a Sakura. Foi quando viu que a garota caminhava cada vez mais devagar. E se ele tivesse sido mais lento com certeza ela bateria a cabeça em alguma pedra quando seu corpo começou a cair.

Tudo o que eu sei

Eu não quero perder o controle

Eu só quero tocar sua alma

Eu só quero te amar nos momentos difíceis

Eu só quero te abraçar quando você não for o suficiente

Eu só quero te dar tudo que eu posso dar

eu quero, eu quero