O coração de Isabela. escrita por Laris


Capítulo 35
Capítulo 35 - O Julgamento da Regina.




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No dia seguinte à tarde já estávamos todos tensos com o julgamento. Eu fiquei o dia todo pensando no que eu ia falar.

Eu estava até gostando da mordomia que eu estava recebendo hoje, como o médico pediu repouso, a minha família levava tudo que eu pedia na cama.

No final da tarde já estávamos todos prontos para ir para a cidade, combinamos de encontrar próximo ao local do julgamento com o Raul e o Joaquim, ele também ia depor porque viu tudo que a Regina fez com a Manuela, os irmãos dele queriam ir também, mas o Joaquim não deixou porque eles eram muito novos.

Fomos no carro com o Otávio, a Rebeca foi na frente e eu fui atrás com o Téo e a Manu. Nossa família e amigos do vilarejo insistiram para ir também, mas não dava. Só consegui fazer o Téo ir porque falei para o meu padrinho que ele precisava estar lá comigo.

No caminho estava super nervosa, o Téo percebeu e segurou minha mão bem forte e colocou o outro braço por cima do meu ombro me puxando para perto dele, o que me acalmou um pouco.

Chegando no prédio os Raul já estava esperando com o Joaquim. A Manuela foi até o Joaquim e deu um beijo nele e os dois ficaram de mãos dadas. Ela parecia estar mais nervosa do que eu, e o Joaquim percebeu porque ficou o tempo todo do lado dela. 

Fomos todos juntos para dentro do prédio, ficamos esperando enquanto o Raul conversava com o advogado dele.

Depois seguimos o advogado até uma sala. Já tinha uma mulher lá esperando, meu padrinho disse que ia chamar a enfermeira que fez meu parto para depor também, provavelmente era ela.

— Boa noite. – O advogado começou a falar para nós. - Vocês logo vão entrar para falar. Mas não é permitido que vocês assistam o julgamento até dar o seu depoimento. Depois de dar o depoimento vocês podem se juntar ao público que está assistindo.

O Téo me deu um beijo e saiu da sala, ele ia ficar com o público porque não tinha nenhum depoimento para dar.

Ficamos esperando até chamarem a gente, estávamos todos muito calados.

A Rebeca foi a primeira a ser chamada, eu e a Manuela demos um abraço nela antes dela sair. Provavelmente ela tinha sido a primeira a ser chamada para contar a história do nascimento.

Depois da Rebeca foi a enfermeira e depois o Raul, e finalmente chegou a minha vez. Olhei para o canto da sala e a Manu estava encolhida e o Joaquim do seu lado apoiando. Fui até ela. 

— Eu vou ir agora Manu. - Ela me deu uma abraço.

—Estou rezando por nós maninha. - Ela sorriu nervosa e eu senti que ela precisava de um apoio meu.

Eu segurei as mãos dela e disse determinada. 

— Você deve ir depois de mim, como não vou ter chance, vou falar agora. Vai dar tudo certo Manu, você precisa ser forte e falar tudo, ela merece tudo que está acontecendo. - Eu estava dizendo essas palavras para nós duas. 

— Eu sei Isa, obrigada. 

Abraçamos de novo e eu saí.

Passei por um corredor seguindo um policial, ele falou para eu entrar em uma porta.

Quando entrei já vi a juíza, nunca tinha entrado em uma sala de julgamento antes e era igualzinho aos filmes.

Quando vi a Regina a raiva cresceu dentro de mim, fui até a cadeira e pediram para eu fazer o juramento de falar a verdade.

Nesse momento minha raiva foi maior do que qualquer nervosismo que eu poderia ter. Comecei a falar imediatamente contando como fui tratada por ela por toda minha vida, contei do sequestro e como ela me manteve presa em um porão imundo sem contato nenhum com o exterior. Contei todos os perigos que passei por culpa dela.

Respirei um pouco e olhei pela plateia e pude ver as pessoas que eu amava o que me deu ainda mais coragem. O Téo estava sorrindo para mim. Do lado dele estava a Rebeca e ela também estava sorrindo para mim e parecia orgulhosa.

 A Regina estava fazendo expressão de inocente, o que me deixava com mais raiva ainda.

Terminei de falar e o advogado dela me fez algumas perguntas, sobre nossa relação de mãe e filha, sobre a relação dela com meu pai e etc.

 

Quando acabei o depoimento pude ir para o público me sentar com a minha mãe e o Téo. Ficamos de mãos dadas enquanto ouvíamos ao depoimento da Manu.

Foi estranho ouvir tudo na perspectiva da Manu, a Regina também fez muito mal para ela, deve ter sido horrível ser tirada da sua família e ter que passar tanto tempo separada dela e ouvindo ameaças. Eu nunca tive muita chance de sentir como era ser tirada da família, porque quando isso aconteceu comigo eu era apenas um bebê. Dava para ver que ela estava com dó da Regina, mesmo depois de tudo que ela fez. A Manuela tinha um coração muito grande mesmo.

 Eu momentos de fraqueza ela olhava para mim e eu correspondia com um olhar determinado, dando mais forças para ela falar. Era estranha a conexão que nós duas tínhamos, mesmo ficando tanto tempo separadas. Desde o momento que nos conhecemos já agíamos como irmãs que ficaram juntas a vida toda. Eu gostava disso.

 

Depois foi a vez do Joaquim, o depoimento dele foi pequeno ele só  contou de quando ele descobriu que éramos gêmeas e que ele sempre via todo o sofrimento da Manuela e como a Regina tratava ela mal e a mantia presa dentro do quarto.

 

Depois que todos deram depoimentos tivemos que ficar do lado de fora esperando a juíza falar o que ia acontecer com a Regina.

Esperando o veredito final eu já não estava mais nervosa. Só ansiosa mesmo.

Fomos chamados de volta para a sala do tribunal e a juíza começou a falar.

— A partir dos depoimentos eu declaro Regina culpada! – Ela bate o martelo e eu fico feliz.

Depois disso ela começou a falar outras coisas que não me importavam, tudo que eu pensava é que finalmente estava segura e ela nunca mais poderia me ameaçar, nem a minha família e amigos.


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Notas finais do capítulo

A Regina finalmente vai pagar por tudo que fez!!

Até o próximo capítulo!
Feliz Páscoa para vocês!
Beijos!



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