Eu não sabia se aquilo daria certo.

Mandar uma carta para ele nunca me pareceu uma alternativa. Sempre achei que acabaria me envergonhando se fizesse uma caretice dessas. Porém, é meu último tiro. Tem que dar certo.

16 de janeiro de 2015.

Querido L,

Essa carta não é apenas pra você, mas para tudo que em você me envolve: seus olhos verdes, que como uma brisa de verão me refresca e me deixam em harmonia; seu sorriso, caloroso como um abraço no meio do inverno gelado; suas bochechas vermelhas, que me lembram duma música incrível; seu cabelo loiro, que parece que atrai toda a luz para ele; sua voz suave...

Sabe há quanto tempo espero me sentir assim por alguém? Ouvia falar sobre essa sensação, mas parecia mais história contada pelas pessoas do que realidade. Agora sei como é: a boca seca, as mãos suadas, o frio na barriga, os sorrisos bobos...

Ridiculamente bom.

Conversar com você é que é o problema. Que droga garoto, você é muito fechado! Que foi que te fiz pra você ser assim comigo? O que eu to fazendo de errado?

E que tal você me cumprimentar direito? Parece que você me evita! Não sei o porquê, mas isso me deixa triste. Cara, eu queria pelo menos ser sua amiga! Mas nem isso parece possível.

Não precisa me dizer se é recíproco. Só me diz uma coisa:

Tem algo de errado comigo?

Olhei para a tela... Fiquei olhando para o texto por cerca de cinco minutos até que decidi clicar no botão.

Apaguei tudo e fui dormir.