As ruas e calçadas estavam sempre coloridas. Não havia nenhum tipo de violência. A paz reinava harmoniosamente sobre a Terra. Todos os humanos tinham um sorriso de orelha a orelha e expressões felizes. Tudo estava absolutamente perfeito. Preconceitos eliminados. Sentimentos ruins e negativos praticamente não existiam.

A mulher respira fundo, até mesmo o ar não tinha poluição e resíduos de fumaça, pelo contrário, é mais puro que a água mais natural do mundo. No chão, nem sequer um papelzinho de bala. Nas paredes, pichações extintas.

Caminhando pela cidade, todos a cumprimentavam dizendo oi, bom dia educadamente e de muito bom gosto. O que mais chocou a jovem moça, foi a inexistência do dinheiro. Não existiam qualquer tipo de nota, moeda. Tudo é dado de graça ao público, sem pagamento ou recompensa.

Por isto, não havia também ricos ou pobres. Os necessitados eram ajudados por todos. Ninguém é mais favorecido que o outro. Diferenças são apenas diferenças sem significar nada. As ciências e as religiões viviam em harmonia respeitando cada um. Se preciso, se uniam para buscar a solução de um problema.

O meio ambiente e seus animais são tratados com o merecido respeito. Ninguém se atrevia a usá-los com abuso, nem fazer algo que possa prejudicá-los radicalmente.

Para estranheza da moça, só existia uma regra...

1 - SORRIA SEMPRE; SEJA FELIZ; TENHA PAZ :)

Vários cartazes com esta frase escrita se encontravam espalhados em todo o canto. Ela olhava para um lado e avistava dez, em letras grandes. Por que é estranho? Porque soava como uma ordem que não poderia ser quebrada. Mais esquisito é o fato de tudo ser tão perfeitamente perfeito.

De repente, estática. Sua visão pisca como um televisor com falha no sinal.

Tudo se torna escuro.

Abrindo os olhos, ela não vê nada. Em sua cabeça sente algo meio pesado. Ela tenta tatear o rosto, um objeto sólido cobria sua vista. Retirando-o constata que se trata de um óculos diferente, talvez de realidade virtual.

Seu queixo cai, estava em uma espécie de lugar onde abrigava milhares de humanos, todos na mesma situação que a sua. Sentados inertes em cadeiras com óculos.

Assustada ela corre. Guardas tentam pegá-la. Estava quase alcançando-a.

Chegando à uma porta, ela abre e se depara com um fato inimaginável. A Terra e Marte... Ambos os planetas destruídos, acabados. Lixo poluindo o espaço. Uma colônia espacial é onde ela estava, e pelo visto, mantinha todos os humanos da Terra.

Os guardas pegam-na arrastando para a cadeira e colocando os óculos em sua face. Ela luta, mas fora em vão.

— Não! Não!

Ao acordar no "mundo perfeito", ela não se recorda de nada.