Sekai no Sozokujin: Herdeiros de um mundo -revisão escrita por SabstoHoku, FrancieleUchihaHyuuga


Capítulo 27
O silêncio -Parte 1


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAHHHHH PESSOAL! NOS DESCULPEM, SÉRIO MESMO!
Passamos quase um mês sem postar. Esse Dezembro foi uma bagunça, tivemos vários imprevistos e acabamos nem postando o cap. Mas nós não esquecemos de vocês não.
Sentimos muito pelo transtorno, não era nosso objetivo ficar tanto tempo sem postar. Felizmente, conseguimos terminar a primeira parte do capítulo e hoje estou aqui, postando.
Semana que vem prometo que teremos a segunda parte. PROMETO. Não vamos NUNCA MAIS nos atrasar dessa maneira. Mais uma vez, nos desculpem.
Bem, espero que gostem do capítulo! Boa leitura!
#SNSrumoàsegundatemp



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—Tudo bem, então. Pronta?

—Sim, senhor. -Respondeu, com uma seriedade assustadora, que em nada parecia vir de uma menina de 17 anos. Digna de um ANBU.

—Do que se lembra?  -O tom grave de Komohamaru e o gravador que portava nas mãos lembravam Hokuto dos programas sobre as forças policiais de outras vilas que via de vez em quando na TV, no entanto, a grande e significativa diferença se apresentava no local, o quarto de hotel ocupado pelos Senseis,  em que a “entrevista” encontrava-se sendo feita. Parecia o interrogatório de algum criminoso, e não de uma aparentemente vítima de sequestro que havia acabado de acordar.

—Lembro de ter encontrado vocês na Vila da Areia, três dias atrás. Depois que fomos embora, eu e Takashi seguimos para a Névoa. Além de ser a vila natal dele, as pistas do criminoso que estávamos seguindo nos levaram até lá. Bem, ou até quase lá.

—Como quase?

—Capturamos o cara no meio do caminho.-Explicou ela.- Segundo as informações que conseguimos, ele era um nukenin de rank C, tendo desertado da Vila da Pedra alguns anos atrás, após assassinar os companheiros numa missão e cooperar com um cara proveniente da Máfia de Gato. -A ruiva revirou os olhos diante da confusão expressada por Konohamaru. Hokuto reconheceu prontamente aquele nome, se lembrando de ter ouvido a história contada pelo pai de sua primeira “verdadeira” missão, segundo ele. Pelo que se lembrava, Gato havia sido um mafioso que impedira a construção da ponte, que posteriormente seria nomeada de Grande Ponte Naruto, em uma vila simples e que estava em estado caótico, cujo nome a menina não se lembrava. Sabia que ele havia sido derrotado por um tal de Zabuza, nessa mesma época. -Longa história. Pergunte ao Nanadaime, depois, se quiserem.Pelo jeito, o cara planejava atacar a central de informações da Névoa e conseguir dados secretos, para arquitetar um possível ataque à Vila. Bem, creio que as informações do criminoso não interessam, não é mesmo? Nem foi tão difícil assim de capturá-lo, mas Takashi chamou reforços mesmo assim. Os ANBUs deles são rápidos. Assim que eles chegaram, disseram que iriam levá-lo à Vila da Névoa, para que tratassem do assunto lá, e depois o enviariam para a Pedra. Eu até queria seguir até a vila com eles, mas insistiram para que eu voltasse a Konoha. -Ela suspirou, frustrada, e jogou a franja vermelha para o lado. -Eu até cogitei a possibilidade de colocá-los num guenjutsu com o ma… O sharingan, e apenas eu e Takashi levarmos o cara, mas desisti. Mesmo com a aliança das duas Vilas, aposto que nem o Hokage e nem o tio Sasuke iam gostar disso…-Ela deu um sorriso nervoso, que em muito lembrava o de Karin, quando mais nova.

—Eu aposto que Naruto riria quando fosse informado… -Murmurou o Sarutobi, torcendo para que ninguém o ouvisse. -E depois disso?

—Eu, como membro da ANBU da Folha, tive que respeitar a decisão e comecei a me encaminhar de volta para a Vila, determinada a chegar o mais rápido possível e relatar a missão. Decidi refazer o caminho que eu havia feito para ir a Névoa, pois, apesar da demora, eu teria a chance de passar pela Areia caso algo acontecesse. Até tentei comunicação com o Sétimo,porém, estranhamente, só o que consegui foram orientações do Sexto.Achei a situação estranha, mas não comentei nada. Mesmo assim, como explicação, ele apenas disse que o Senhor Hokage estava ocupado demais com algumas tarefas importantíssimas. E meu tio também. Decidi não perguntar, afinal, era o Sexto falando. Era meu dever confiar no meu superior.

O papai… Ainda não voltou,’ttebane?” A preocupação cresceu no peito da menina. Apesar de não ser um ótimo marido ou pai, nenhuma reclamação poderia ser feita à Naruto em relação ao seu governo como Hokage. Mesmo que ainda levemente atrapalhado, o homem cumpria todas as suas promessas e tentava ser organizado e pontual com todos os seus compromissos e responsabilidades para com a Vila e seus aliados. É claro, sempre com a ajuda de seu antecessor e de seu conselheiro para que tais compromissos fossem cumpridos. Ainda não ter voltado da famigerada missão sigilosa da qual foram informados já era preocupante, mas o fato de não ter respondido dúvidas de alguém como Toshiko conseguia ser ainda mais. Naruto nunca se negaria a dar auxílio, o mínimo que fosse, a alguém.

Konohamaru possivelmente pensara o mesmo, já que, segundos depois, questionou, meio que para si mesmo:

—Naruto ainda não voltou…?

—Ele saiu? -Perguntou, um pouco surpresa, a Jounin mais nova. Então ,levantou uma das sobrancelhas. - Aconteceu algo enquanto eu estava fora, Senpai?

—Não que eu saiba. -Respondeu ele. Moegi, então, decidiu tomar a frente, quebrando a sensação de insegurança, preocupação e mistério causada pelas informações ditas.

—Vamos continuar. E depois disso, Toshiko?

—Fiz o que qualquer Shinobi faria: continuei correndo. Não tive interrupções até que, em um ponto que não sei ao certo qual, fui atacada. Bem, eu não deveria dizer atacada, já que não me lembro de ter havido algum grau de violência, mas um cara surgiu do nada e começou a falar coisas sobre um Mestre ou algo do tipo. Ele estava tentando me converter de algo, suponho, mas não dei atenção. Então, chegou uma hora que ele tentou segurar minha mão. Me afastei, dando um tapa do braço do estranho, mas, quando me virei pra olhar, ele sorria. Depois disso,senti algo estranho, e simplesmente apaguei. Era como se eu estivesse dormindo, depois de ficar muito cansada. Foi muito estranho, pois não senti ele me golpeando. A única coisa que me lembro a partir daí é, depois de um tempo, ter sentido uma pancada na cabeça, e então acordar aqui, com mãos em cima de mim.

—E qual sensação foi essa? Quero dizer, a que você disse que sentiu antes de apagar.

—É difícil de explicar. Me senti caindo num Guenjutsu, mas eu sabia que não era um. Era como se algo estivesse dominando meu corpo e mente aos poucos, me expulsando de mim mesma. Como… Uma árvore parasita criando raízes por dentro de outra árvore. -Moegi lançou um olhar estranho para a menina. - Sinto muito se minhas especialidades como kunoichi não incluem a comparação.

—Você tentou fazer algo?

—O que você acha? -Ela soprou novamente a franja, que insistia em cair sobre seus olhos ônix. - Paralisada e semi-acordada. O máximo que pude fazer foi tentar inibir meu próprio chakra. Não deu muito certo, afinal.  Tentei batalhar mentalmente contra aquilo, mas era impossível. Não faço ideia do que fez comigo. Apenas fui tentando resistir até apagar completamente e…

—E o quê?

—Bem, nada. -Ela abaixou o olhar, parecendo repentinamente acanhada. Mas, após perceber o próprio semblante, voltou à compostura habitual. -Não tem muita coisa depois disso. Apenas o que eu já disse. Pancada. Mãos. Acordar. Nessa ordem.

—Entendemos. -Konohamaru suspirou, parecendo exasperado. - Não tem mais nada? Nada mesmo?

—Não, senhor. Porquê diabos eu mentiria para vocês? Não suspeitam de mim, certo?

—Não, de forma alguma. Sabemos que você é uma shinobi fiel, Toshiko. Te conhecemos a anos. -Comentou Moegi.- Nós praticamente te vimos crescer, querida. Mesmo que não fôssemos próximos.

Konohamaru assentiu, confiante.

—Pois bem. Acho que deveríamos voltar e dar essas informações ao Hokage, caso ele já tenha retornado. Se não, seria bom voltarmos mesmo assim, para garantir a segurança de todos.

—Mas vocês estão em missão, certo? -Toshiko virou suas orbes negras na direção de Konohamaru, tentando expressar sua preocupação. -Não têm que cancelar uma missão por minha causa. Ficarei bem.

—A situação foi grave, Toshiko. Não podemos continuar apenas seguindo normalmente com a missão. Não é uma opção recomendável e suspeito que sequer seja viável nessas condições. Suponho que você, como membro da ANBU, entenda mais do que ninguém esse tipo de coisa.

—Pelo contrário, Senpai. -Comentou a menina, dando um leve sorriso de sarcasmo. - Se minha educação se basease apenas nos ensinamentos básicos da ANBU, as interrupções nada significariam no cumprimento de qualquer que fosse a missão. Nada justificaria uma falha tão grande, e nada recolocaria tudo nos eixos. Além disso, há também a questão da honra e a heresia que é desobedecer as normas de uma missão. É claro que, por sorte, tive como exemplo o meu tio, o Sétimo e o Sexto. Caso contrário, sequer posso imaginar o que teria acontecido com minha mente, se fosse guiada apenas pelas regras.

O silêncio pairou, dando um clima levemente tenso no quarto.

Não podemos abandonar essa missão!” Hokuto sentiu o peito apertar. Não era apenas honra de Shinobi ou regras que estavam em jogo. Eram vidas, pessoas desaparecidas, a felicidade de muitas famílias. Eram pais, irmãos, netos, filhos, adultos, adolescentes e crianças. Eram ninjas como Kousei e sua família. Era maior do que apenas uma missão.  

—Da mesma maneira, Toshiko, não somos da ANBU. Precisamos interromper a missão.

—Você já foi da ANBU, Konohamaru.

—É passado.

—Não sei do que se trata a missão de vocês, mas não vou deixar que a terminem por minha causa.

—Não é só por sua causa. Mas, entenda, você foi atacada e sequestrada, Hitomi foi coagida a dar seus olhos, tentaram roubá-los novamente! Não é só você. São os meus alunos, e os alunos de Moegi. Todos nós. Isso pode ser uma ameaça maior, e pode afetar à todos. Não sabemos do que eles são capazes. Embora o primeiro contato com O Mestre possa ter sido considerado pacífico, não sabemos se os Uchihas são seu objetivo ou se pode ser algo bem maior. Isso é perigoso. Precisamos informar o Naruto!

—Eu entendo. -Concordou a Uchiha, levantando as mãos em sinal de rendição.

—Ótimo. Moegi e eu vamos avisar as crianças. Saímos ainda esta tarde. -O homem andou em direção à saída, porém foi interrompido por Hitomi, que repentinamente invadiu o quarto de hotel, batendo a porta com violência.

—Nada disso! Não vamos abandonar o Kazekage! -Sua voz expressava a indignação. -Não importa o que aconteceu, podemos falar para o tio Naruto quando voltarmos! É nossa responsabilidade salvar essas pessoas, Konohamaru-sensei!

—Acima disso, precisamos salvar vocês, Hitomi. Sei que é difícil aceitar, mas nem todas as missões são possíveis de serem completas. Eu sinto muito.

—NÃO! -A Uchiha gritou. Hokuto sentia toda aquela raiva e frustração, todo aquele sentimento de impotência por estar encarando a possibilidade de não cumprir as próprias promessas. A rosada se remexeu, inquieta e preocupada, mas ainda assim se esforçando para não fazer barulho. Não queria ser descoberta naquela altura do campeonato. -A gente não pode! POR FAVOR, SENSEI!

—Hitomi, chega. Não quero agir como seu pai, mas o farei se preciso. Não existe um “mas”. Nós voltaremos e investigaremos a situação dos Uchihas em relação ao Mestre. Não me agrada ter que tratá-la assim. Mas, hoje, eu sou seu superior, seu professor, e você é minha aluna. Ao seu gosto ou não, não ficaremos aqui.

Hokuto viu a amiga morder a parte inferior dos lábios, nervosa, até que o sangue começasse a escorrer e pingar no carpete em cor fúcsia que cobria o chão, enquanto Konohamaru se dirigia até a porta.

—Moegi, arrume as coisas e avise eles, por favor. Vai ser uma viagem longa. Vou avisar a nossa partida ao Kazekage. -Disse o homem, sem sequer olhar para trás. A Uzumaki esperou a amiga responder, ou gritar. Hitomi não era alguém que abria mão de algo tão facilmente. A cabeça-dura talvez viesse de Sasuke. Porém, ela não respondeu. E Hokuto esperou.Nada aconteceu.  Os passos de Konohamaru se afastaram enquanto, no quarto, restavam apenas Toshiko, tentando evitar o contato visual com a prima, Moegi, parecendo exausta, e uma Hitomi que, por algum motivo, tinha o Byakuringan ativado e olhava diretamente para um único ponto, onde, aparentemente, não havia nada de errado.

Mas havia.

Hokuto soube, provavelmente antes mesmo que a própria Hitomi tenha reconhecido tais sentimentos, que, apesar do silêncio que pairava calmamente na sala, a cabeça da Uchiha estava bem mais que barulhenta.

Aquilo ainda não havia acabado.

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Moegi saiu alguns segundos depois, carregando Toshiko consigo, dizendo ser para que a Uchiha a ajudasse com a explicação para o restante dos ninjas. No entanto, Hitomi continuou no quarto. Não quis seguir a prima, sequer tinha olhado para ela.

—Não devia ter falado daquele jeito. Sabe que ele não está fazendo por mal,’ttebane. -Hokuto comentou, assim que as mulheres haviam saído do cômodo.

—Não podemos abandonar a missão.

—Eu também não concordo. Mas ele está seguindo um protocolo próprio.

—Você podia sair daí, não? Parece que estou falando com um objeto inanimado.-Resmungou a Uchiha. Hokuto, então, abriu lentamente a porta do guarda-roupas onde estava escondida, encarando Hitomi.

—Aliás, como você conseguiu chegar aí em cima? -Questinou, desativando o Byakuringan e suspirando, enquanto a amiga pulava da parte de cima do móvel.

—Quando você é irmã de alguém como o Bolt, aprende a se esconder em qualquer lugar possível. -Ela ri.- Shino-sensei só nos achava na academia por contas das risadas que dávamos quando víamos ele caindo nas armadilhas e depois procurando os culpados, louco de raiva. Era engraçado,’ttebane.

—Eu sei. -Hitomi também sorri.- Eu estudava com vocês, sabe? -O sorriso repentinamente se desfaz, dando de volta o semblante sério à menina.

—Você vai levar a missão adiante, não vai?

—Sou tão previsível assim?

—Você não é previsível. É minha melhor amiga. -A Uzumaki sorriu de maneira gentil. -Vamos chamar os outros,’ttebane?

—É claro que sim!

—Konohamaru-sensei não vai gostar nada quando descobrir que os alunos sumiram.

—Isso não vai acontecer tão cedo.-Hitomi declara. -As tormentas de Konoha vão ter que voltar à ativa.

Hokuto sorriu de uma maneira que Hitomi só havia visto uma vez, naquele mesmo ano, após a luta dela contra o garoto da névoa no Exame Chunnin.

—Com todo o prazer,’ttebane.

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Não demorou para que as meninas encontrassem o quarto onde as Jounins explicavam sobre a interrupção da missão. Também não demorou até que elas saíssem de lá, dando um passe livre para as alunas.

Hokuto parou na entrada, apoiando-se no batente da porta, fazendo sua melhor cara de destemida, e olhando para Boruto de um jeito que apenas ele entenderia. Os outros, por suas vezes, ficaram observando a menina. Os anos de convivência fizeram dos gêmeos os melhores parceiros de travessuras que alguém poderia imaginar; A personalidade de Hokuto sempre a fizera ceder aos pedidos e ajudar Boruto com os planos que o menino tinha. Não que, dentro de si, Hokuto não tivesse o espírito brincalhão e arteiro que Naruto tinha.

—Então… -Shikadai cruzou os braços, fazendo uma cara entediada. Atrás dele, Inojin já guardava alguns pincéis e pergaminhos em sua bolsa de equipamentos.-Quando é que nós vamos?

—Você disse que eu não era previsível. -Hitomi reclamou.

—Temos o Shikadai na equipe. Desde que ele pense, todos são previsíveis. -ChouChou, que acordara pouco tempo após a chegada dos companheiros onde ela, Hitomi e Toshiko estavam, disse, abrindo um pacote de salgadinho.

—Não é tão verdade assim. -Respondeu Hitomi.

—Vamos assim que a Toshiko e a Moegi-sensei estiverem o mais distraídas possível -Explicou a rosada.

—Agora elas devem estar no quarto arrumando as coisas para irmos. Então apenas esperamos um pouco para elas acharem que aceitamos a decisão e depois vamos. -Completou a morena, sorrindo.

—Eles não vão descobrir? Quero dizer, é claro que vão atrás de nós se entrarem aqui e descobrirem que fugimos. -ChouChou comenta, e então oferece seu saco de salgadinho sabor churrasco com molho na direção de Boruto, que olha confuso para a menina. -Quer batatinha?

—Hã...Não. Prefiro o de cebola,’ttebane. -Recusa Boruto, voltando a olhar para a irmã. 

—Não, Chouchou, eles não vão.-Afirma Inojin. -Não tão rápido. 

—E como diabos você tem certeza disso,espertão, ‘ttebane? -Boruto levanta uma das sobrancelhas.

—Porquê será que não me surpreende você não ter entendido? E eu pensei que esse fosse o meu apelido. -Protesta Shikadai. 

—É apelido de qualquer um que queira se mostrar. -O Uzumaki mostra a língua para o amigo, que ignora o gesto. 

—Enfim... -Hokuto suspira, tentando deixar a mini intriga de lado. -Mas o Inojin está certo. Eles realmente não vão descobrir até estarem mais ou menos a uns 2 quilômetros do portão da vila. Boruto, nós vamos usar clones.

—E como nossos clones vão enganar eles, dattebane? -O menino parecia confuso. Hokuto suspirou e riu da inocência do irmão, pensando em como ele poderia ser lerdo de vez em quando. Desviou os olhos para Hitomi, que tinha o rosto vermelho de raiva. Sua paciência já havia obviamente se esgotado.

—QUAL O SEU PROBLEMA, BORUTO? -A menina agarrou o Uzumaki pela camisa,balançando-o. -A GENTE VAI USAR OS CLONES DA HOKUTO E A SUA TRANSFORMAÇÃO PRA ENGANAR ELES, SUA ANTA.

—Eu acho que se ela continuar a gritar desse jeito todo mundo do hotel vai saber do plano. Por isso que meu pai me diz que meninas são complicadas demais... -Shikadai bocejou, parecendo entediado.

—Eu vou mostrar quem é complicada, seu metido a gênio. -A Uchiha fuzilou o Nara, sem soltar Boruto. -Agora você entendeu seu idiota?

—Sim, entendi. -Respondeu o Uzumaki, olhando a morena ficar mais calma (ou quase isso).

—Vamos começar? - Questionou Hokuto, olhando a amiga soltar o irmão, com uma risada descontraída. Logo fez o sinal de mãos mais conhecido pelo povo da antiga geração de Konoha. -Jutsu clones das sombras!

Os seis clones de Hokuto olharam para o original, comparando-se a ela. Eram realmente iguaizinhos, sem faltar os mínimos detalhes. Pelo visto, havia herdado o talento do pai com aquela técnica.

—Meninas, temos uma missão. -Começou, com a voz um pouco mais firme do que seu habitual, e andando de um lado para o outro no quarto, olhando atentamente para seus clones. -Boruto vai usar a transformação dele para que vocês fiquem iguaizinhas a todos nós,’ttebane. Seu principal objetivo é enganar os senseis e Toshiko, fingindo serem nós. Agindo como nós. Entenderam?

—Sim, chefe,’ttebane!

—Boruto? - A rosada chamou, e o irmão caminhou até seu lado. Se encararam durante alguns segundos, até Hokuto dar um sorriso de confirmação ao gêmeo.

—Transformação! -Disse, sorrindo em seguida, olhando o resultado. Eram cópias perfeitas de seus colegas. Hokuto estendeu a mão direita em punho na direção de Boruto, que fez o mesmo em direção à ela. Os dois riram ao mesmo tempo, aquela mesma risada grande e animada pertencente a Naruto em outros tempos. Os colegas, ao observar a cena, sentiram, mesmo sem saber, uma nostalgia esquentando seus corações. Talvez certas coisas marcassem mais que apenas a alma de uma geração, assim como aquele sorriso.

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—Tudo bem, só precisamos esperar que Konohamaru volte, então vamos.-Moegi explicava para Toshiko,aparentemente arrumando as malas. Enquanto isso, no corredor do lado de fora do quarto, a porta entreaberta fazia com que os jovens ninjas ouvissem tudo.Ao mesmo tempo, dificultavam sua passagem pelo corredor, que tinha objetivo de ser despercebida.-Acho que a essa altura as crianças já devem ter entendido.

As referidas crianças se olharam, rindo de forma leve. Sem dúvidas uma fuga não poderia ser interpretada como uma maneira de consentimento.

—Shikadai, sua vez. -Murmurou Hitomi, para que apenas os colegas ouvissem. Shikadai abaixou-se lentamente, sem fazer barulho, e então soltou:

—Jutsu possessão das sombras! -Logo o jutsu mais clássico do clã Nara foi feito, conectando a sombra de Shikadai à de seus colegas. Hokuto ouviu Hitomi resmungar, uma vez que já havia sido pega com o jutsu uma vez, no exame Chunnin. Realmente, a rosada tinha de admitir que sensação não era muito agradável. Os seus movimentos eram extremamente limitados, e todos os movimentos feitos por Shikadai, fossem nos olhos ou dedos, eram forçadamente imitador por seu corpo, e também o de seus colegas. Desconfortável, sem dúvidas. Sentia-se como uma marionete humana.

Shikadai olhou pela porta, verificando se Moegi olhava para outro lado que não fosse o corredor onde os ninjas se amontoavam. Após estar certo de que sua sensei não iria olhá-los, rolou rápida e silenciosamente pelo chão, com seus colegas fazendo exatamente os mesmos movimentos atrás de si. Após passar com sucesso, levantou-se e saiu andando, com as mãos apoiando a cabeça, sem parecer lembrar-se dos amigos.

—É...Shika? -Inojin chamou, a voz num tom baixo. O Nara sequer olhou-o, provavelmente com preguiça de sair de sua posição “confortável”.

—Hm?

—Dá para você "soltar” a gente? -Se pronunciou Hitomi. -Quero os meus movimentos de volta.

—Ah, é. - Respondeu o Nara, enquanto desfazia o jutsu.

—Melhor assim - Boruto esticou preguiçosamente os braços. -Parece que isso me deixou dolorido, ‘ttebane.

—Isso é fraqueza mesmo. -Brincou Hokuto, buscando descontrair um pouco o clima, e todos soltaram uma risada baixa.

—O que a gente está esperando, hein?-Hitomi soltou repentinamente, fazendo com que os amigos olhassem para ela.-Se continuarmos rindo desse jeito, vão ouvir e nos descobrir. Além disso, Konohamaru-sensei já deve estar voltando. Precisamos ir, e rápido.

—Sim.-Concordaram, e então continuaram a andar. Passaram pela recepção sem interrupções, tentando disfarçar suas presenças (apesar de o simpático recepcionista do hotel estar mais interessado numa bela moça de cabelos longos e castanhos, com roupas que cobriam do pescoço aos pés, com quem conversava animadamente), até chegarem à rua. Dali, apenas correram em direção à clareira da Vila, onde haviam se separado da última vez.

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—O...okay… -Dizia, ofegante, Boruto, com o corpo dobrado para frente, em busca de ar. Apoiou as mãos nos joelhos, olhando para Hitomi. -Chegamos aqui. E… agora?

Os ninjas se olharam, parecendo confusos.

—Temos pouco tempo até descobrirem sobre nós. Precisamos resgatar o pessoal antes disso. Acho que Katsuo deve estar achando que vamos realmente abortar a missão. -Comentou Hitomi, recuperando o fôlego.

—Ele e todo o clã ‘Furawa, você quer dizer. Eles devem estar odiando a gente. Imaginem as lágrimas nos rostos daquela família que nós visitamos. E na raiva de todos os moradores. Quem sabe eles não ataquem a Vila da Folha buscando vingança algum dia. Atrás de nós, com o Kazekage liderando, sabe…

Hitomi lançou um olhar assassino para o Yamanaka, parecendo prestes a pular em cima dele e fazê-lo parar de falar à força.

—Inojin! -Hokuto bronqueou, andando até o loiro e dando-lhe um soco “de leve” no topo da cabeça.

—Aai! -Reclamou o menino, passando a mão no local atingido, enquanto Shiakadai dava risada.

—Você mereceu, loiro-azedo, dattebane! -Gritou a menina, cruzando os braços, lembrando a mãe e a avó.

—Mas o que foi que eu fiz? -Murmurou o menino para Shikadai, que ainda ria.ChouChou balançou a cabeça em desaprovação, escondendo seu sorriso. Hokuto olhou para o irmão, que encarava Inojin de forma maligna, ainda mais cruel que o olhar da Uchiha, e com o tique se fazendo presente na sobrancelha loira.

Hitomi se aproximou lentamente dele, encostando sua mão no ombro do Uzumaki.

—O que foi, Bolt?

—Ela… Ela nunca… Ela só bate desse jeito em mim! —Murmurou o menino, parecendo raivoso. -Quem o Inojin acha que é,’ttebane?

Hitomi riu com a reação do amigo. Sempre soubera que Boruto, no fundo, era um irmão extremamente ciumento.

—Tá com ciumes da sua irmã, só porque ela arranjou um pretendente bem antes de você? Imagina quando eles começarem a namorar? Casarem, terem filhos…

—Pode parar com isso, Uchiha! -Exclama o loiro, olhando momentaneamente a amiga e depois voltando-se novamente para Inojin -Ela não vai se casar! -Ele apontou para o Yamanaka, que o olhou, confuso. -NÃO COM ELE, DATTEBANE!

—Como é bonitinho o Boruto com ciúmes. -A morena soltou uma risada debochada.

—Eu não estou com ciúmes. - Afirmou o Uzumaki, parecendo confiante com sua resposta.

—Claro que não. - Hitomi bateu de leve no ombro do amigo. - Admita que está com ciúmes!

—Nunca,’ttebane!

—Então tá… -Ela deu uma risada debochada, afastando-se do loiro. -Vamos, galera!

—Sim! -Todos responderam, se preparando para correr. Só então Hitomi se tocou que eles não tinham nenhuma pista sobre onde estavam os desaparecidos.

—Pessoal… Pra onde a gente vai, mesmo? -Perguntou, corada.

—Não sei. -Shikadai falou, seguido de Inojin e ChouChou.

—Bem… -Inojin começou. -O caminho que estávamos seguindo tinha uma trilha de chakra, mas não nos levou a lugar algum. Talvez o esconderijo seja por lá.

—Na realidade, nem deu tempo de investigarmos. Corremos pra lá assim que ouvimos os sons da sua batalha. Eu estava... Quer dizer, estávamos todos preocupados. -Boruro comentou.

—Tudo bem, então. -Hitomi se preparou de novo, e então voltou-se novamente para os colegas. -É que… Sabe...Eu tô com pouco chakra por conta daquela luta de antes, então só vou poder usar o Byakuringan durante algum tempo. Mas vai durar pouco. Sendo assim, depois… Vamos ficar sem ter como enxergar o rastro.

Foi então que os gêmeos se olharam, como que conversando silenciosament

“Tem certeza?”

“Não temos escolha”

“Podemos arranjar um jeito.”

“Vai ser fácil. É só sentir, dattebane.”

“Eu não estou falando do chakra...”

“Eu sei.”

Hokuto, por fim, soltou um suspiro.

—Não vamos não.

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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Ficou bom? *-*
Comentem! Aceitamos críticas e sugestões ♥



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