Deceptions escrita por Kira-chan Anime


Capítulo 8
Pazes? Acho que ainda não. Você merece um gelo.


Notas iniciais do capítulo

Miiiill desculpas pela demora (de novo)!!! Eu sei que sou enrrolada pra caramba, mas eu finalmente voltei!! *apanhadasleitoras*

Enjoy! õ/



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Correr. Era o único pensamento em sua cabeça. Mas suas pernas discordavam por que, então? Só andavam em passos largos; como se quisessem que ele esperasse mais um pouco; como para retardá-lo para algum outro fim.

 

Ouvir. Não queria ouvir nada. Nenhum som, nenhum barulho, nenhum murmúrio. Nenhuma voz lhe chamando, mandando-o parar de andar e virar-se para encontrar o ruivo a poucos metros de distância. Não, não queria isso para si. Mas que pena que nem tudo o que se quer, se consegue na vida, não é Yuu?

 

– Yuu! C-chotto matte!!

 

– Caia fora, Usagi... – Ele diminuiu o ritmo em que andava.

 

– Não. Agora você vai me escutar. – Seu olhar era decidido e frio. Fixado no moreno, o ruivo parou a alguns metros dele.

 

– Não estou a fim.

 

– Problema seu. Eu quero e vou conversar com você, quer você queira ou não.

 

Diante disso, o moreno parou de andar e virou para o aprendiz de Bookman, que apenas caminhou em sua direção com o mesmo olhar fixo e determinado. Finalmente, parou na frente do mais velho.

 

– Tá. O que quer conversar então, Usagi? – Evitava o olhar verde penetrante do outro e, por isso, olhava para o chão.

 

– Olhe para mim enquanto falar com você, Yuu. Não é educado deixar de olhar para as pessoas quando elas falam com você, sabia?

 

– Cuidado com a sua vida, Baka Usagi. Não tente mandar em mim! – Semicerrou os dentes, mostrando que seu nível de raiva se elevava a cada instante.

 

– Eu faço o que eu quiser. Você não me dá medo. E olhe para mim enquanto falo com você! – Já estava com bastante raiva do outro também. Puxou seu pulso com força, trazendo o japonês para mais perto, encarando seus orbes azuis escuros.

 

–...

 

– Por que fez aquilo agora, lá no refeitório, hein?! Por que chegou do nada e veio me dizer “Parabéns”?? E ainda me chamou pelo nome! Você nunca faz isso, lembra? Então, por quê?!

 

– Ah, me deixa em paz...

 

– Não, você vai me responder agora! – O aperto no pulso de Kanda se intensificou um pouco.

 

– Me solta. Agora.

 

– Não até me responder decentemente.

 

– Tsc, tá! Mas não pense que estou fazendo isso porque você “pediu”, entendeu?!

 

– Como quiser. – Suspirou e afrouxou um pouco a mão que segurava o pulso do ‘amigo’.

 

– Porque você fez aquela estúpida declaração pra mim há algum tempo, se lembra?! Disse que gostava de mim, só que eu estava com o Moyashi!

 

– E ainda está.

 

– É-é, foi isso o que eu disse, Baka! – Ele ficou meio desconcertado com isso.

 

– E o que isso tem a ver com o que eu perguntei?!

 

~*~Flashback ~*~

 

“Tente não ser grosso com o garoto. Ele não está bem, e todos já perceberam isso. Não cause mais confusão. Se não quiser, não o parabenize. Mas não faça nada que parta mais o coração dele, tudo bem?”

 

~*~Flashback ~*~

 

Por que ele não tinha seguido o conselho de Komui? Não. Precisava ir lá e cutucar a ferida, não é verdade? Seu orgulho era tão grande assim? Grande o suficiente para arrastar seu dono para o meio do refeitório, fazer ele parar em frente ao jovem Bookman e desejar “Parabéns” à ele? E ainda chamá-lo pelo nome?? Será que era somente seu orgulho? Será que não existia mesmo algum outro motivo para ter feito isso?

 

 – Está me ouvindo, Yuu? – Lavi passava sua outra mão na frente da cara do outro exorcista, para ver se havia alguma reação.

 

– Q-quê?

 

– Minhas respostas. Ainda não me respondeu nenhuma das perguntas. Hein, responde! Por que você fez aquilo lá?! – Não havia conseguido manter o rosto frio por muito tempo. Já estava com uma expressão um tanto quanto inquieta e ansiosa.

 

– Eu... Só quis te falar aquilo mesmo.

 

– Não. Se fosse só isso, você não teria feito aquilo tudo. Poderia ter esperado até o fim do dia e ter me dito de um jeito grosso e ríspido. Ou nem falaria, o que é mais provável, não é verdade?

 

– Como é?!

 

– Ah, Yuu, qual é! Você teria feito isso sim!

 

– Por que não volta pra sua festa? Estão te esperando, sabia?!

 

– Não volto sem o quê vim buscar.

 

– Eu já não dis...

 

– Eu disse respostas decentes, entendeu Yuu? Então trate de responder dessa forma logo. Não tenho tanto tempo assim pra perder com você.

 

– E nem eu com você.

 

– Então responda.

 

– Por que se importa tanto, hein?!

 

– Porque... Eu ainda não deixei de te amar. – O olhar se tornou baixo e triste. A mão afrouxou-se ainda mais, e ele acabou por largar o pulso do outro.

 

– Nani?! – Perguntou, quase sem voz. Incrédulo, atônito novamente.

 

– Porque eu sou uma ANTA e não sei esquecer uma pessoa assim tão facilmente quanto você deve conseguir! – Lágrimas chegaram até seu olho, mas não rolaram por sua face, pois limpou-as com o dorso da mão.

 

Certo. Agora as palavras que o Supervisor havia lhe dito ecoavam repetidas vezes em sua mente, atormentando-lhe o juízo, não deixando o exorcista de cabelos azuis pensar em nada. “Tente não ser grosso com o garoto. [...] Mas não faça nada que parta mais o coração dele, tudo bem?” Argh, não dava mais pra aguentar tudo isso! Esse remorso estava matando-o!! Espere... Remorso? Mas... Remorso do quê? De ter chegado do nada e ter desejado “Feliz Aniversário” para Lavi? Mas, por que remorso? Não era errado! ... Ou será que era? Só tinha tentado ser gentil com o ruivo! E, mais uma vez, ele estava triste.

 

Afinal, qual era o seu problema? Quer dizer, a todo o lugar que ia causava problemas, decepções, mesmo quando tentava ser gentil! Talvez já fosse o costume.  Ou talvez simplesmente não tivesse educação mesmo, quem sabe. O único problema era que realmente não sabia o que dizer depois dessa quase revelação. O que podia fazer se não gostava do ruivo? Bom, pelo menos acreditava, ou queria acreditar, nisso. Mas, de qualquer forma, não podia simplesmente largar seu relacionamento com o Walker de qualquer jeito assim! E ele não gostava do ruivo mesmo, já dissera isso diversas vezes! Mas então, por que sempre ficava com algum ressentimento, alguma incerteza a respeito do jovem Bookman? Isso não era certo, era? Quero dizer, ficar dividido desse jeito por dois caras? Epa, mas quem disse que ele estava dividido?! Suas ações e reações, talvez. É, era uma resposta plausível.

 

Segundos se passaram até perceber que estava parado, sozinho, no meio do corredor, ainda surpreso. Piscou algumas vezes até realmente perceber isso e virou-se para ver o ‘amigo’ andar lentamente, afastando-se dele, seguindo para o quarto. Não ia voltar para a festa? Estranho... Ou talvez não, se considerarmos o fato de que já não havia mais clima para tal.

 

– Kanda...

 

Sem resposta. Estava completamente fora de si, não se mexia.

 

– Hei, BaKanda, ouça! – O albino sacudiu o mais velho até este olhar para ele.

 

– M-moyashi?! O quê está fazendo aqui?!

 

– Nenhum de vocês dois apareceu por lá, então eu resolvi vim ver o que estava acontecendo!

 

– Nada, Moyashi.

 

– O que você falou pra ele ficar tão triste assim de novo, hein?? – Seu olhar censurava o do namorado, tendo uma expressão um pouco preocupada por causa do amigo ruivo.

 

– Já disse que nada, Moyashi!

 

– Pare de me chamar de “Moyashi”, é Allen!! – Depois de tanto tempo sendo chamado assim, nem se incomodava mais. Sabia que era o jeito do outro provocar ele. Mas, num momento sério como aquele, não ser chamado pelo nome irritava-o. E muito. – Qual é o seu problema, hein?! Por que não consegue falar com as pessoas sem deixá-las irritadas ou chateadas com você?!

 

– Tsc, cale a boca.

 

– Não, você vai me ouvir! – Ele já estava bem decidido e irritado. – Olha, quando você ameaçava matar ele antigamente era uma coisa. Mas agora, já está fazendo algo bem pior do que ameaçá-lo de morte, porque ele realmente está sendo ferido! Como pode não se importar com um dos seus amigos assim?!

 

– E quem disse que ele é meu amigo?!

 

– Já chega Kanda!! – Allen gritou com ele. – Já chega dessa raiva pelo Lavi por uma coisa tão estúpida! Você vai pedir desculpas a ele, ouviu bem?!

 

– Como é que é?! – Falou irritado também – Quem é você pra me mandar fazer alguma coisa?!

 

– Sou seu namorado e amigo do Lavi! E, ao contrário de você, eu me preocupo com os meus amigos! E eu já estou farto dessa briguinha entre vocês dois, só porque você foi o grosso de sempre com ele!!

 

– Eu não vou pedir desc...

 

– Cala a boca! Você vai sim!! – Afrontar o namorado nunca era uma coisa boa para Allen. Não que ele tivesse tentado, é claro. Mas em suas experiências anteriores (logo quando chegara à Ordem) tinha aprendido que não era uma boa coisa a se fazer, a não ser que extremamente necessário. E esse era o caso, pensava ele. – Vá pedir desculpas a ele agora, entendeu?!

 

– E por que eu faria isso?!

 

– Porque senão, eu vou dar um tempo com você. – Sua expressão era bem séria, não estava mesmo brincando.

 

– Quê?!

 

– É isso mesmo. Você tem que aprender que nem tudo é do seu jeito, e que você não pode sair por aí ferindo as pessoas a torto e a direito!

 

– Isso é chantagem, Moya...

 

– É Allen. E daí? Você não fazia sempre isso com ele? “Não me chame pelo primeiro nome, ou eu vou te fatiar em vários pedaços, Baka Usagi!!” Então qual o problema de eu fazer isso com você, agora? – Seu olhar sério tornara-se um pouco cínico, mas continuava determinado.

 

– Você não faria isso.

 

– Você duvida? – Arqueou uma sobrancelha.

 

–... Tsc. Eu vou...

 

– Não fale mais nada que vá fazê-lo mal, tá bom?

 

– Tanto faz.

 

– Kanda!

 

– Tsc, tá, tá! – Ele saiu da frente do companheiro, enfurecido, pisando firme e avançando na direção do corredor dos quartos.

 

É, as coisas não andavam bem para Yuu Kanda. Na verdade, pareciam ir de mal a pior. Brigando com todos, tendo seus sentimentos mais divididos a cada momento, sua cabeça a ponto de explodir pela pressão dos amigos. O que estava havendo com ele? E de quê adiantava mesmo ter chegado até a porta do quarto de Lavi, se ele não iria abri-la com certeza? É, tinha que resolver seu problema com ele logo. Mas então, por que não se mexia e batia na maldita porta?!

 

– Lavi, vamos, sou eu, Komui.

 

Estava tão desligado que nem tinha percebido a aproximação de seu Supervisor, que tinha tomado a frente e batido na porta. Demorou alguns segundos, mas, finalmente, Lavi decidiu abrir a porta.

 

– Eu sei que é seu aniversário, mas está havendo um ataque em massa em Berlim e...

 

– Beleza. Quem mais vai?

 

– Estamos mandando nossos melhores exorcistas, portanto vão você, o Allen, a Lenalee, Miranda, Chaoji e... Kanda. – Ele olhou para o rosto do espadachim que ficou um pouco surpreso. – Iríamos mandar Krory, mas como ele acabou de voltar de uma mis...

 

– Quando a gente parte, Supervisor? – Ele saía lentamente do quarto fechando a porta atrás de si.

 

– Em 15 minutos.

 

– Certo. – Responderam os dois ao mesmo tempo.

 

– Certo... Bom, então quero vocês na estação daqui a pouco. Boa viagem. – Ele saiu em direção à sua sala, para organizar as coisas da tal missão.

 

Foi um momento digamos que bem tenso. Após a saída do chefe, os dois exorcistas se encararam por alguns segundos, ambos com uma expressão morta em suas faces, até o ruivo decidir se afastar.

 

– Espera. – Segurou seu braço.

 

– O que quer agora? – Soltou um suspiro desinteressado.

 

–... Pedir desculpas, talvez.

 

– Há, não me faça rir. Mesmo porque eu n...

 

– Cale a boca, Usagi! Só ouça...

 

– O quê? – Arqueou uma das sobrancelhas, meio curioso, mas sem deixar de lado seu profundo amarguro.

 

– Você tem razão.

 

– N-nani?!

 

– Eu... Não fiz aquilo só porque queria te dizer aquilo...

 

– Como é??

 

– Ah, seu Coelho retardado, eu só... Não queria que virasse um emo frio e estúpido...

 

–... Assim como você?

 

– Tsc, cale-se. – Fechou mais ainda a cara. – E...

 

– Sério, só está me dizendo isso porque o Allen mandou, né? – Destruía-o por dentro pensar nisso, mas conseguiu fingir um sorrisinho cínico.

 

– N-não... O Moyashi não manda em mim.

 

– Conta outra. Você não viria até mim por n...

 

– Eu vim porque eu quis, tá legal?! – Bom, não era verdade por inteiro, mas também não era uma mentira de fato. Sim, Yuu Kanda não tinha somente ido falar com o ruivo porque seu namorado pedira “gentilmente”. Ele realmente estava começando a se sentir dividido entre os dois. E isso já estava o tirando do sério, na verdade. – Eu realmente não queria que você me amasse, mas já que é o caso, resolvi ir te dar “parabéns” pra não parecer tão... Rude, como você disse. – Isso não chegava nem perto de ferir seu orgulho. Com certeza não. Porque ele já havia sido destruído há muito tempo uma hora dessas, essa é a verdadeira razão.

 

– Grosso e ríspido.

 

– Q-quê?!

 

– Foi o que eu disse. – Deixou que um risinho de canto de boca se formasse em seus lábios. – Melhor irmos antes que o Komui nos mate. E você ainda está me devendo uma desculpa mais decente, está bem? – O sorriso de canto se transformou num triste, e o exorcista entrou novamente no quarto para arrumar suas coisas, deixando o outro um pouco corado do lado de fora.

 

É, demonstrando sentimentos, Yuu? Não é muito do seu feitio. Mas fazer o quê? Nada mais aqui parece estar certo. Tudo parece que virou de ponta a cabeça, não acha? Sentindo-se atraído por dois homens, e logo você; o espadachim imortal e metido a machão, que ironia dessa vida! É, o jeito era arrumar as malas e esperar para ver o que iria acontecer nessa missão de última hora. E rezar muito para que não fosse nada de ruim.

 

 

“Did you think that I was gonna give it up to you,

This time?

 

Did you think that it was something I was gonna do,

And cry?

 

Don’t try, don’t tell me what to do,

Don’t try, don’t tell me what to say,

You’re better off the way.”

 

Don’t Tell Me – Avril lavigne


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Notas finais do capítulo

Geente, boa notícia: Como o níver do nosso Yuu-chan é nesse domingo (06-06 caso não lembrem/saibam), vou fazer um esforço e tentar postar mais um capítulo nesse dia!! /õ/

E, mais uma vez, Gomen pelo super atraso!!

*Chotto Matte! = Espera um pouco!
*Nani? = o quê?

Me perdoem se estiver ruim D :

Mereço reviews dessa vez? : D