NejiTen? Sempre! Uma Comédia Romântica escrita por AFM


Capítulo 22
O psicólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, bem-vindos à mais um capítulo, espero que apreciem!!! Boa leitura!!!



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Ao longo dos dias de suspensão, Neji surpreendentemente obedeceu ao tio e não saiu de casa. Falou com Tenten apenas por mensagens.

—Oi Tenten -disse Hinata ao chegar na escola.

—Oi.

—Falando com o Neji? -indagou a garota observando que a amiga não saía do telefone.

—Estou. Vou dizer que você chegou -disse a garota sorridente, digitando.

—Parece que namorar você fez bem a ele, Tenten. Ele está tão comportado nesses dois dias. 

—Talvez ele esteja cansado de brigar. Ah, ele respondeu. Disse que pela janela, viu você saindo de casa e que sua blusa é feia.

—Diga que ele é um bobão. Minha vida na escola está tão calma, mas amanhã acaba a suspensão de Neji, então, ele vai voltar a perturbar nas aulas.

—Não diga isso -disse Tenten sorrindo-, tenha um pouco de fé nele.

Finalmente, chega o dia do fim da detenção de Neji.

—Saudades da escola? -indagou Hinata ao primo na mesa do café-da-manhã.

—Eu poderia viver sem.

—Pelo menos lá você fica perto da Tenten.

—Claro, tem suas vantagens.

—Neji, você vai para escola estudar, não é namorar -disse Hiashi.

—Não tire a magia da coisa -falou o garoto se levantando da cadeira.

Neji e Hinata seguiram para o colégio e logo no portão, encontraram Tenten.

—Oi -disse a garota beijando Neji.

—Oi.

—Sentiu falta?

—Sua sim, da escola nenhum pouco.

—Todo mundo sentiu a sua falta, vamos falar com eles -disse Tenten puxando Neji em direção ao gramado, onde se encontravam Naruto, Sakura, Sasuke, Ino e Lee.

—Quem é vivo sempre aparece -exclamou Naruto ao ver Neji.

—Oi pessoal, quais as novidades?

—Hoje vai rolar uma reuniãozinha lá na casa da Sakura.

—Sério?

—É, meus pais saíram e a casa tá liberada -disse a rosada.

—Me considerem lá.

—Que livro é esse? -indagou Tenten ao olhar na mochila aberta de Neji.

—Não é nada -disse tomando o livro da garota.

—Desculpe, vi sem querer -falou surpresa com a reação do garoto.- É um livro de contos?

—Já disse que não é nada -disse Neji indo embora.

—O que deu nele? -indagou Sakura.

—Neji, espera! -chamou Tenten correndo atrás do garoto, que já se encontrava afastado do grupo.

—O quê? -disse parando bruscamente.

—Qual o problema?

—Nenhum. Desculpe ter falado com você daquela maneira.

—Tudo bem, posso ver? -pediu apontando para o livro.

—Tá -disse entregando com um pouco de relutância o livro à garota.

—É só um livro de contos, por que ficou tão chateado de repente.

—Não foi nada.

—Neji.

—Tudo bem, pode parecer idiota, mas me lembra meu pai. Ele sempre lia esse livro pra mim quando eu era pequeno. Sempre ando com ele dentro da bolsa, aonde quer que eu vá.

—Não é idiota, é meigo -disse Tenten sorrindo.- Desculpe perguntar, mas você já pensou na possibilidade de você não ser filho do seu pai e sim do seu tio.

—Não vai acontecer, se eu fizesse o exame, iria dar negativo.

—Como assim "se"?

—Eu conversei com o Hiashi e ele concordou em não mais fazer o teste.

—Mesmo?

—Foi. Ele não é tão incompreensível quanto eu pensei que fosse.

—Fico feliz por você -disse Tenten sorridente.- Devia pedir também para ele parar de encher você com o lance do cabelo, a Hinata disse que vocês dois estão em pé de guerra por isso.

—Nisso ele não quer mudar a opinião. Uhg, como ele é chato, mas só toca no meu cabelo no dia em que eu morrer!

—Como você é exagerado -disse rindo do namorado.- Olhando assim, bem que não faria mal você cortar um pouco.

—Por quê?

—Tá meio desigual. 

—Não acredito que disse isso!

—Ohw, não fica chateado -disse abraçando Neji.- Vamos sair depois da aula?

—Adoraria, mas meu tio está me obrigando a ir à um terapeuta, acredita? Eu não sou louco!

—Que pena, então marcamos outro dia, vamos que a aula já vai começar.

As aulas passam vagarosamente, para o desgosto de Neji, e logo que acabaram, teve que se encaminhar para sua terapia. Chegando lá, encontrou uma clínica bem arrumada, com poucos pacientes e uma secretária que não parava de serrar as unhas.

Era o que me faltava, agora me taxaram de maluco! Mas vou dispensar esse psicólogo rapidinho, meu tempo é precioso demais para desperdiçar com essas coisas.

—Neji Hyuuga? -chamou a atendente.

—Sou eu.

—Pode entrar na sala.

—Tá -disse pegando sua mochila e adentrando no consultório.

—Olá Neji, sou seu psicólogo, me chamo Guy.

—Oi -respondeu secamente.

—Então, por que está aqui?

Porque meu tio acha que sou louco!

—Eu não sei, alguém deve achar que preciso de ajuda.

—Você não está aqui porque é louco, às vezes só precisa de um estranho para desabafar.

Não!

—Então, seu tio me falou um pouco sobre você por telefone quando marcou a consulta. Ele me pareceu preocupado em relação às suas atividades. Disse que você costuma sair muito à noite, às escondidas, e ainda que tem uma certa preferência pelo álcool.

—O quê? Eu não sou nenhum alcoólatra, se é o que está pensando. Saio sim à noite e não gosto de dar satisfação, mas bebi uma vez só...

—Mesmo?

—Tá, talvez duas, mas foi um gole só.

—Neji, não estou aqui para criticá-lo e sim para auxiliá-lo. Talvez você haja dessa maneira na tentativa de solucionar um problema que não consegue.

Papo chato esse...

—Me conte mais sobre você -pediu Guy.

—Não tem muita coisa. Meus pais morreram, moro com meu tio e as filhas dele, tenho bons amigos na escola e uma namorada. Sou como qualquer pessoa normal.

—Ninguém está falando que não é. Porque não se deita no sofá e me conta mais? É mais relaxante.

—Como queira -disse Neji nada satisfeito deitando no sofá.

—Sei que parece estranho contar sobre sua vida para alguém que mal conhece, mas acredite em mim, funciona melhor do que imagina. Agora me enumere três problemas na sua vida.

Que homem chato! Queria estar com a Tenten agora.

—Bom, primeiro, não gosto de morar com meu tio. Segundo, detesto praticamente todos os membros da minha família. E terceiro, não gosto de ser tratado como criança.

—Ótimo, foi um bom começo. Vamos por partes, por que não gosta do seu tio?

—Ele só quer mandar em mim.

—Ok. E por que detesta sua família?

—Bom, acho que só por desgosto mesmo. Meu tio enche a minha paciência, meu avô é um grande idiota que só se preocupa com o próprio umbigo e, é, admito, até que gosto das minhas primas, mas é aquela coisa, não as odeio, mas também não as amo.

—Ótimo. E, último, por que não gosta de ser tratado como criança?

—Pelo simples motivo que não sou mais uma. Detesto que me mandem fazer algo contra a minha vontade. 

—Por exemplo?

—Não sei... não saia de casa; tem que cortar o seu cabelo; temos que fazer um teste para saber se você é ou não meu filho... essas coisas.

—Um minuto só, teste?

—É... meu tio se engraçou com a minha mãe e existe uma possibilidade remota de eu ser filho dele.

—Isso me parece um assunto muito pesado para um garoto da sua idade aguentar. 

—Nem tanto. Meu tio desistiu de fazer o teste, então não tenho com o que me preocupar.

—E você não tem curiosidade?

—Não. Sei que meu pai é meu pai.

—Então por que não confirmar isso?

—Porque não quero.

Neji passou duas horas trancado na sala com o psicólogo, o que pareceu uma eternidade para o garoto.

—Bom, talvez sua família não seja tão má quanto imagina. Seu tio não me parece querer o seu mal. Ele só quer cuidar de você.

—Ele te pagou para dizer isso?

—Não. Meu trabalho é profissional. Estou apenas dizendo o que entendi da nossa conversa. Vamos fazer um trato?

—Depende.

—Você vai tentar ser mais compreensível com as pessoas à sua volta.

Mais do que já sou?

—Como assim?

—Tente escutar mais. Se lhe pedirem para fazer alguma coisa, tente fazer. E passe mais tempo em casa do que na rua.

—Quer que eu seja capacho?

—Claro que não. Apenas tente ver que nem sempre temos que fazer o que desejamos. Às vezes fazemos algo que não gostamos para um bem maior. Pode tentar, pelo menos?

—Tá.

—Ótimo, sua sessão acabou, te vejo daqui há dois sias, tá bom?

—Claro.

Neji saiu do consultório e caminhou de volta para casa. Ao chegar, deitou-se e dormiu até de madrugada, sem comer e sem beber nada. Virou-se na cama para lá e para cá, sem parar.

Aquele maldito psicólogo! Colocou aquelas coisas na minha cabeça e agora não consigo não pensar. Não é meu estilo ser legal com os outros, não sou nem instituição de caridade. E depois que ele falou aquilo... me deixou em dúvida. Maldito! Antes eu não ligava para a possibilidade do meu pai não ser meu pai. Agora... Não vou mais conseguir dormir e estou agoniado, perfeito! Tenho que ligar para alguém. Tenten! Não... já é muito tarde. Talvez o Naruto... com certeza ele deve tá hibernando.

—Maldita hora que fui ouvir aquele homem! Podia ter ficado pensando em outra coisa -disse Neji para si mesmo enquanto se levantava.- A culpa é do Hiashi, que me mandou fazer terapia, mas já que ele é o culpado disso, também não vai dormir -falou caminhando para o corredor.

Neji saiu de seu quarto, entrou no de seu tio, ascendeu a luz e chamou o homem.

—Hiashi... Hiashi...

—O quê? -indagou o tio ainda zonzo de sono.

—Preciso falar com você.

—Neji! São três da manhã, por que ainda está acordado? Você não saiu escondido não, não é?

—Não. Eu estava dormindo, mas não consegui mais.

—E veio me acordar por quê?

—Porque é sua culpa!

—Minha?

—Sua sim. Me mandou pra aquele psicólogo e ele encheu minha cabeça de idiotices.

—Nós já conversamos sobre isso, você vai ter que frequentar.

—Tá, mas queria falar sobre outra coisa.

—O quê? -disse o homem sentando-se na cama.

—Quero fazer o teste de DNA. Sei que disse que não queria antes, mas quero acabar com a dúvida de que você não é meu pai.

—Poxa, se soubesse que a terapia lhe faria tão bem, teria colocado você bem antes. Bom, se é o que deseja, fico até mais aliviado. Mas tem que encarar a possibilidade que o exame pode dar positivo.

—Não vai dar.

—Neji. Nada é impossível.

—Tudo bem.

Claro que vai dar negativo!

—Ótimo, amanhã ligarei para o laboratório, agora, por favor, me deixe dormir, daqui há pouco tenho que ir trabalhar.

—Claro -disse Neji saindo do quarto do tio e voltando ao seu.

Quando o dia amanheceu, Neji já estava de pé, antes de todos na casa. Na televisão, o garoto comia uma barra de chocolate enquanto assistia.

—Já acordado? -indagou Hinata surpresa.

—Nem dormi direito. Por que essa cara?

—É a mesma de sempre.

—Não, tá mais molenga do que a normal.

—Tão óbvio assim?

—Qual o problema?

—Cansei de ser a garota certinha. Ninguém da escola me chama para festas, passeios, nada! Acham que por ser tímida, não gosto de passear.

—Mas você não gosta. Vive dentro de casa porque quer.

—É, o que posso fazer? Adoro meu quarto, quando saio fico agoniada para voltar. Mas decidi mudar! Não vou ser mais a boazinha, que aceita tudo...

—Não, não vai.

—Claro que vou!

—Você é mole demais!

—Claro que não!

—Hinata, você tá no meu lugar, saia -disse o avô da garota entrando na sala.

—Desculpe, vovô.

—Viu só? -disse Neji maliciosamente.

—Ele é um senhor de idade -falou baixinho para o primo.

—Mas tinham outros lugares vazios.

—Bom dia -disse Hiashi.

—Bom dia, papai. Está com cara de sono, não dormiu muito bem?

—Pergunte ao Neji -disse encarando o garoto insatisfeito.

—A culpa é sua -resmungou Neji.

—Vem cá, preciso falar com você -disse Hiashi, chamando o garoto para a cozinha.

—O que foi?

—Eu consegui marcar o exame para hoje à tarde, você pode ir?

—Mas já? -disse inseguro.

—Foi você quem pediu.

—Eu sei, só não achei que fosse tão rápido.

—Me encontre nesse endereço às duas da tarde, tá bom? -falou entregando um pedaço de papel a Neji.- Se quiser levar a sua namorada para lhe fazer companhia, não faria mal. Pelo que Hinata me falou, você fica mais à vontade na presença dessa menina.

—Ótimo, vai ser bom levá-la.

Não sei porque inventei de fazer esse teste, agora estou nervoso. Bem que eu podia desistir... não! Vou acabar com essa dúvida de uma vez por todas.

Neji passou todas as aulas do dia desconcentrado, não que isso fosse anormal, mas estava mais desconcentrado que habitualemnte está. 

—Você voou hoje a aula inteira -disse Tenten na saída do colégio.

—Não estava com a cabeça para aula hoje. Você vai fazer alguma coisa agora?

—Não, por quê? Você quer sair para algum lugar?

—Sim. Não é bem um lugar que se leva uma recém-namorada, mas queria que viesse comigo, se quiser.

—Aonde é?

—Em um laboratório.

—Você é inovador! Nenhum garoto nunca me convidou para ir à um laboratório -disse rindo.

—É que resolvi fazer o teste de paternidade e queria que fosse comigo. Estou um pouco nervoso.

—Mesmo? Neji, isso é ótimo! Claro que vou com você -disse sorrindo.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e quem puder, deixe seu comentário, tá? Beijos!!!



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