Sobre Príncipes e Princesas escrita por Hanna Martins


Capítulo 22
Sobre eu e você


Notas iniciais do capítulo

O que dizer sobre este capítulo? Apenas sentir rsrsrsrsrs



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Perdida.

Plenamente perdida nas carícias, nos beijos de Leon.

Perdi completamente a noção de tempo, de espaço, e, principalmente, perdi a sanidade. Tudo me foi levado por Leon.

Nossas mãos percorrem o corpo um do outro em plena liberdade. O toque dele deixa minha pele queimando. Seus beijos aquecem mais do que o fogo. Seus beijos me devoram. Nossas respirações se misturam, ofegantes.

Leon lança-se aos meus lábios, como se quisesse roubar todo o meu ar. Só os solta quando precisamos urgentemente de um pouco de ar. Ele dá um rápido beijo em meus lábios e depois deita-se ao meu lado.

Observo-o, os cabelos negros em completa desordem, os lábios um tanto inchados, muito vermelhos, tenho que segurar minha vontade de atacá-los novamente.

— O que foi? — ele indaga.

— Nada... — levo meu dedo indicador até seus lábios e os acaricio.

Leon me encara. Sua mão pousa em minha cintura, me trazendo para mais perto. Estamos deitados em sua cama. Lado a lado.

Minha razão ainda não voltou totalmente, ainda me sinto entorpecida por suas carícias.

A mão dele acaricia minha cintura delicadamente, um doce afago.

— Quando eu tinha 7 sete anos, eu me perguntava por que eu não podia sair na rua como todas as crianças, por que eu sempre era seguido por pessoas aonde quer que eu fosse, por que eu precisava me comportar como um bom garotinho, por que eu precisava seguir tantas regras. Eu ficava aborrecido, queria sair sozinho, queria brincar a hora que eu quisesse, não queria ter um monte de aula chata, horário para tudo. Queria ser apenas uma criança como tantas outras. Um dia me revoltei e decidi fugir do palácio. Comecei a juntar minhas coisas, joguei tudo em uma pequena mochila.

Sorrio com a história. Ele retribui meu sorriso.

— Charlie acabou descobrindo meu plano de fuga e ameaçou contar ao pessoal do palácio, caso não a levasse junto. Pois é, Charlie aos 5 anos já era alguém a se temer — ele solta uma risadinha.

— Acho que compreendo.

— E lá fomos nós, eu e Charlie, no meio da noite, munidos com comida que pegamos da cozinha quando ninguém estava vendo e nossas mochilas cheias de coisas que acreditávamos serem indispensáveis para nossa fuga, como ursinhos de pelúcia...

— Para proteger vocês?

— Esse era o plano.

— E o que aconteceu? Vocês conseguiram?

— Não passamos da porta principal do palácio... Os guardas nos abordaram. Francis foi em nosso socorro e disse que nós estávamos brincando. Pensei que ele nos daria uma bronca, mas... não. Ele não nos deu uma bronca, em vez disso, nos levou para nossos quartos, nos deu um monte de doces e no dia seguinte nos levou para plantar uma árvore no Parque Nacional.

Uma pequena lágrima escorre de seus olhos.

— Francis era alguém muito especial — digo.

— Era... mas, ele também teve sua fase rebelde. Aliás, foi o mais rebelde de todos nós — ele sorri.

— Sério? Pensei que você era o rebelde da família e tal — brinco.

Leon solta uma risadinha.

— É. Poucas pessoas souberam desta fase rebelde, a rainha, minha mãe, deu um jeito de abafar o caso... Mas, a verdade que ele também quis se rebelar...

— Ele não parecia alguém rebelde.

— Você não o conheceu entre os 17, 18 anos, foi a fase mais crítica. Porém, depois, ele acabou se tornando um ótimo exemplo de príncipe. Um príncipe que todos amavam.  

Leon prossegue contanto histórias sobre seu irmão. Já é quase de manhã, quando ele adormece. Durmo um pouco também. Porém, meu sono não dura muito.

A respiração dele é regular, sua expressão é calma. Suas mãos estão entrelaçadas nas minhas. Com cuidado, para não o despertar, me desprendo de suas mãos. Tenho algo a fazer.     

Charlie e Leon só despertam perto do meio-dia. E uma das primeiras coisas que encontram é uma grande cesta de piquenique.

— Para que isso? — indaga ele, examinando a cesta.

— Vamos a um lugar — respondo vagamente. 

— Que lugar? — pergunta Charlie, bocejando.

— Vocês vão ver!

Apenas Sebastian nos acompanha a este passeio. Foi difícil conseguir isso. Tive que gastar uma boa hora argumentando com ele sobre meu plano, até ele concordar. 

Quando chegarmos ao Parque Nacional, os olhos de Leon vêm parar imediatamente em mim. Sorrio para ele.

— Você sabe aonde nos levar... — digo.

Um sorriso surge em sua face, indicando que ele compreendeu meu pensamento.

— Sei, sim.

Caminhamos por algum tempo, até chegar a uma grande árvore, perto do lago que fica no centro do Parque Nacional.

— Essa é... — diz Charlie totalmente embasbacada.

Leon apenas assente com um aceno de cabeça.

— Faz tanto tempo que não venho aqui! — ela estica os braços, dando a impressão que deseja abarcar tudo com seus braços.

— Sei que este lugar é especial para vocês, então pensei que... bem, seria bom vir aqui. Às vezes, é bom relembrar boas memórias. Francis deixou um pedacinho dele aqui e... — essa seria a parte em que eu faço um grande discurso e coisa e tal, mas eu não sou nem um pouco boa com discursos. — Pensei que vocês gostariam de visitar este lugar.

Charlie retira os óculos escuros e deixa que o vento bata em seu rosto. O vento é frio. Mas, ela parece não se importar.

— Obrigada, Emma... Eu ainda não me acostumei com o fato de Francis não estar mais entre nós. Para mim, meu irmão mais velho vai aparecer a qualquer momento, bagunçar meu cabelo e fazer uma piada qualquer sobre como o cabelo da família real deveria ser um tesouro nacional — ela sorri, enquanto pequenas lágrimas começam a deslizar por seu rosto.

Leon se aproxima dela e a abraça.

— Eu também sou seu irmão mais velho e posso bagunçar seus cabelos e fazer piadinhas de humor questionável. Claro que para isso terei que diminuir meu senso de humor que sempre foi melhor do que Francis. Mas...

Charlie ri, enquanto ele bagunça os cabelos dela.

— E, você, Leon, saiba que sua irmãzinha sempre estará aqui para te atormentar!

Os risos dos dois enchem de alegria o local. Aos sons de seus risos, estendo a toalha de piquenique na grama, me sento nela, e fico os observando.

Eles vão até a árvore e ficam perto dela por um bom tempo. Acho que trazê-los aqui foi uma boa ideia. Aqui eles não estão cercados por guarda-costas (Sebastian resolveu dar um passeio ao redor e deixar os irmãos mais livres). Aqui eles podem recordar de boas lembranças. Aqui eles podem deixar que seus sentimentos venham à tona e ninguém vai os perturbar por isso.

Passamos o resto do dia no Parque Nacional. Charlie e Leon recordam algumas histórias de Francis e Guinevere, umas divertidas, outras mais sentimentais.

Quando retornamos ao palácio de verão, está quase anoitecendo. 

Me despeço de Charlie. Ela precisa voltar à residência da família real.

— Não faça mais loucuras — olho para seus cabelos, curtíssimos e repicados, agora. O corte ficou bem nela. Foi a própria Charlie que terminou o serviço começado na noite anterior.

— Que loucuras? — diz com um sorriso maroto. — Fiquei ótima com este corte, não acha?

— É, ele combina com você.

— O senhor Bradbury vai ficar louco. Certeza. Uma princesa deve ter cabelos longos e sedosos — ironiza. — Talvez, eu devesse pintar de verde ou azul... 

Não tenho certeza se ela está brincando sobre esta última parte.

Charlie vai embora. E eu vou para meu quarto. No entanto, no corredor em que devo virar à esquerda, viro à direta.

Bato na porta.

— Quem é? — Leon pergunta.

— Sou eu.

— Entre — diz ele.

Leon está sentando perto da janela em uma poltrona. A penumbra invade o quarto. Porém, ele não se preocupou em acender as luzes.

Vou até ele e olho pela janela. O sol está preste a se por completamente, as cores do jardim estão se apagando lentamente.

— Você quer que eu acenda as luzes?

— Não, deixe assim...

O silêncio se estabelece entre nós durante um longo momento.

— Emma... — ele pronuncia baixinho o meu nome.

Ouvir meu nome sendo pronunciado deste modo por seus lábios gera um pequeno sobressalto, me volto para ele.

Leon estica a mão e acende um abajur, uma luz suave e agradável ilumina o quarto. 

— Obrigado por... — seus olhos detêm-se em mim — estar comigo.

Sorrio para ele. Meu sorriso é retribuído com um de seus sorrisos arrebatadores. Sorrisos assim levariam pessoas à guerra.

Ele levanta-se da poltrona e caminha até a cama.

— Ainda dói pensar que nunca mais verei Francis — senta-se na cama.

— Leon... — vou até ele e sento-me ao seu lado.

— E acredito que sempre vai doer... mas, não quero me deixar consumir por esta dor, sei que ele não iria querer isso para mim.

Coloco minha mão em cima da sua, que está abandonada na cama. Leon solta um suspiro.

— Sei que as palavras não vão adiantar nada — falo. — E eu nem mesmo sei o que falar, mas... quero que você saiba que pode contar comigo.

Seus hipnotizantes olhos capturam os meus. Estamos muito próximos. Nossos corpos fazem o resto sozinhos. Nossos lábios se tocam. E eu mergulho nos lábios de Leon que me lembram o sabor do orvalho.

Minhas mãos tocam seus bíceps. Eles são fortes, mas não musculosos demais. Seu braço enlaça a minha cintura, me trazendo para mais perto de seu corpo.

Seus lábios descem em uma trilha de beijos até o meu pescoço, detendo-se em alguns pontos mais sensíveis. A cada toque de seus lábios sinto minha pele queimar. Sinto um calor se expandindo para cada porção do meu corpo.

Retiro a blusa de Leon, revelando seu deslumbrante torso aos meus olhos. Percorro com as pontas dos dedos seu abdômen, seu peitoral. Ele apanha minha mão e as leva carinhosamente até os lábios. Deitou-me na cama. E ele fica soerguido sobre mim. Prende nos dentes minha blusa e começa a subi-la. Deixo que a retire de mim.

Calmamente, sem pressa, Leon beija meu ventre. Seus lábios começam a escorregar por minha barriga, sobem, sobem, sobem, chegam até o vão dos meus seios. Eles os beija por cima do tecido do sutiã.

As sensações provocadas me inebriam. Cada toque seu me leva para um mundo completamente novo.

Minhas mãos percorrem suas costas, livres, curiosas. Os lábios dele sobem por meu colo, chegam à base do meu pescoço. Sua língua experimenta o sabor da minha pele neste ponto e depois seus lábios sobem, vão até meu queixo e terminam por se encaixar nos meus.

Minhas pernas enlaçam o seu quadril. Sinto a necessidade de me perder em Leon, e que não exista nenhuma separação entre nós.

— Emma... — sussurra baixinho em meu ouvido. O tom de sua voz é toda uma carícia.

Ondas elétricas percorrem meu corpo, me aperto ainda mais contra o seu. Sua pele é quente e suave, tão suave quanto o veludo.

A mão de Leon escorrega por meu ventre, lenta e delicadamente. Ela chega até minhas calças e se introduz nelas. Um suspiro sai dos meus lábios. Leon me olha. Uma ponta de dúvida paira em seus olhos. Beijo sua boca. Não quero que ele pare.

Sou arremessada a um mundo que não tenho nenhum controle. Minha pele, meu corpo ardem. Minha respiração quase se detém e depois volta acelerada.

Leon desliza minhas calças por minhas coxas, minhas pernas e meus pés. Em seguida, retira as minhas meias e planta um beijo na planta dos meus pés. Sua boca desliza até minhas panturrilhas, onde deixa mais alguns beijos. Suas mãos e sua boca chegam até minhas coxas. E elas continuam a exploram meu corpo e a me inebriarem com suas carícias.

A boca de Leon procura a minha, ávida. O beijo rouba todo o ar que me restava.

Sua mão acaricia meu ventre e sobe até meus seios. Estremeço. Mordisco a sua orelha, arrancando um gemido de seus lábios.

— Emma — sussurra novamente meu nome. Gosto do som que sai dos seus lábios quando pronuncia meu nome.

Seus arrebatadores olhos verdes me fitam. Por um instante, minha razão volta.

— Emma... você sabe que... pelo caminho que estamos indo — sua voz é apenas um murmúrio, rouca, inebriante. — Você quer...

Beijo seus lábios. Um beijo doce. Ele me olha novamente. Seus olhos me estudam. Fecho meus olhos e beijo-o mais forte ainda desta vez.

Meu corpo faz questão de dar a resposta. Quero continuar este caminho. Quero explorá-lo com Leon. Quero seguir.

Passo meus braços por seu pescoço, enlaço minhas pernas em seu quadril e beijo-o com todo o meu corpo. Me embrenho em Leon.

Ele delicadamente volta a explorar meu corpo com suas mãos e lábios. E o calor que sinto aumenta cada vez mais, sinto que estou preste a ser consumida totalmente pelo fogo. E não tenho medo de ser consumida, desejo ser consumida. 

Suas mãos livraram-se do meu sutiã. Quando seus lábios tocam a delicada pele desta região, minha respiração para, meu corpo concentra toda a sua energia, a sensação é totalmente nova e arrebatadora. Um gemido sai dos meus lábios.

Leon volta a beijar cada parte do meu corpo. E desliza por minhas pernas a última peça que ainda restava em meu corpo.

Nua. Completamente nua.

No entanto, estranhamente, não me importo de estar vulnerável deste modo. Meu corpo não sente frio ou medo. Não. Meu corpo está queimando. Meu corpo sente uma determinação que eu nunca tinha sentindo antes.

Leon beija meus lábios com uma delicadeza e doçura surpreendente. 

Ele curva-se sobre o criado mudo e abre uma das gavetas. Pega um pacote de camisinha e livra-se rapidamente do resto de suas roupas. Ele abre o pacote e coloca a camisinha.

A figura de Leon totalmente nua é bela. Magnífica. Todas as partes do seu corpo são deslumbrantes. Apenas sei que ele não é uma pintura, porque posso tocá-lo, posso aspirar seu aroma, posso senti-lo.

Leon volta a me beijar. Seus olhos param nos meus.

— Esta é a sua primeira vez?... — ele sussurra.

— Sim... — assinto.

— Emma... se você não quiser...

Deposito um beijo em seus lábios.

— Leon... — soletro cada sílaba de seu nome.

Ele pega minhas mãos, beija-as ternamente, e depois guia-as até seus ombros.

— Aperte meus ombros — fala ternamente. — Se doer, me avise, ok?

Assinto.

Leon sorri e seus olhos me prometem tudo. Um beijo doce é depositado em meus lábios.

Com delicadeza e gentileza sinto-o entrando em mim. A dor não é tão intensa como pensei que fosse. Aperto os ombros dele, com força, depois meus músculos vão se relaxando. Embora exista dor, existe também prazer. A dor vai diminuindo aos poucos, e na medida que ela desaparece outra sensação toma o seu lugar.

Ele me interrogava com seus olhos e beija delicadamente meu rosto.

Suavemente ele começa a se mover. A sensação é totalmente nova. O fogo se concentra todo em meu ventre e depois se expande para cada fibra do meu corpo.

Enlaço o pescoço de Leon e apoio minha cabeça em seu ombro, aspiro seu aroma.

Meus sentidos se aguçam. Ouço, sinto, tudo ao máximo. E eu me entrego a cada uma destas sensações.

Eu e Leon criamos um mundo à parte. Não existe mais nada além de nós. Nossos cheiros se misturam. Não consigo mais distinguir onde começamos, onde terminamos. Tudo é apenas um. Tudo é apenas sobre eu e ele.

O fogo aumenta. O fogo me consome. O fogo sou eu própria.

Por um momento, tudo desaparece, e meu corpo é consumido pelo fogo.

Leon deita-se ao meu lado. Ele me envolve em seus braços e deposita um terno beijo em minha testa. Pouso minha cabeça em seu peito.

Meu coração bate descompassadamente em meu peito. Porém, meu corpo se sente seguro e relaxado, calmo até. Há uma imensa paz impregnada em cada fibra do meu ser.

Adormeço.

Durmo por um longo tempo. Já são quase onze horas da noite quando acordo.

A respiração de Leon em minha nuca é quente e calma.

Não. Não me arrependo do que aconteceu aqui. Tudo foi tão doce e lindo. Tão especial. Tão natural.   

Porém... e agora? Como as coisas vão ficar entre nós?

Com cuidado, me levanto da cama e recolho minhas roupas espalhadas pelo chão. Me visto rapidamente e vou até a janela. O céu está incrivelmente cheio de estrelas. Uma lua imensa e linda reina no céu.

Escuto Leon se mexer na cama. Não me volto para ele, continuo a observar o céu. Consigo distinguir seus movimentos sem vê-los. Ele levanta-se da cama, pega alguma peça de roupa no chão e a veste. Caminha lentamente até mim. Seus braços me envolvem. Acaricio suas mãos.

Ficamos assim em silêncio por um longo tempo, observando o impassível céu.

Leon roça os lábios em meu pescoço, provocando um arrepio.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu vou sair correndo depois de terminar o capítulo deste modo rssrsrsrs