A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo à espreita, espero que gostem
Boa leitura :)



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Novembro tinha chegado. A neve estava presente em todo o redor de Hogwarts. E hoje seria a primeira ida a Hogsmeade. Todos os alunos, a partir do terceiro ano, estavam ansiosos. Claro que todos adoravam Hogwarts mas também gostavam de sair uma vez por outra.

Rose decidiu que, daquela vez, também iria a Hogsmeade. Mas iria por questões pedagógicas pois já estavam em faltam algumas coisas que ela necessitava. Arranjou uma roupa bem quentinha, pois naquele dia estava muito frio, colocou um cachecol e penteou os seus cabelos ruivos. Deixá-los-ia soltos como normalmente fazia. Depois, encaminhou-se para a saída de Hogwarts onde apanharia uma carruagem que a levaria a Hogsmeade.

Rose caminhava, em dificuldade, até às carruagens. Aquele manto de neve estava a atrasar o seu passo. Ao longe, já conseguia avistar uma carruagem. Tentou correr para se despachar mas isso acabou por atrasá-la. Ao segundo passo, Rose caiu. Estava a levantar-se quando sentiu mãos fortes a ajudá-la. Rose olhou para trás e surpreendeu-se ao encontrar Albus e Scorpius. Albus fora quem a ajudara.

—Rose estás bem? – perguntou Albus enquanto a ajudava a levantar-se. Rose apenas acenou afirmativamente e preparava-se para seguir o seu caminho quando o primo se voltou a pronunciar – Vais para Hogsmeade? Podíamos ir juntos.

Rose voltou a acenar afirmativamente, agora meia reticente, e os três seguiram para a carruagem. Ela só tinha de aguentar aquela viagem de pouco tempo com o seu primo e o amigo dele. Depois disso, deixá-los-ia.

—O meu pai contou-me que estas carruagens não se movem sozinhas. – começou Albus tentando começar uma conversa. Rose não teria escapatória. Ele sabia que ela responderia. Pelo menos ele esperava – Existem animais que as conduzem só que são invisíveis.

—Na verdade, eles tornam-se visíveis para uma pessoa que já tenha assistido a alguém morrer. – explicou Rose. Apesar da timidez, ela gostava de mostrar que sabia as coisas – São trestálios. – completou.

—Sim, foi exatamente esse nome que o meu pai lhes chamou. Ele contou também que os começou a ver quando veio para o quinto ano. Depois de assistir à morte de…

—Cedric Diggory - completou Scorpius intrometendo-se na conversa dos dois primos – Eu não quero ser desmancha-prazeres mas podemos falar de outra coisa sem ser de mortes. – pediu. Para Scorpius era difícil falar nesse assunto, visto que, o seu avô tinha falecido há pouco tempo. É verdade que ele cometeu muitos erros no passado e as suas escolhas não foram as mais acertadas mas mesmo assim sempre fora um suporte para Scorpius. Lucius Malfoy só queria fazer as coisas bem desta vez pois não se orgulhava das suas escolhas com Draco Malfoy.

—E que sugeres Scorpius? – perguntou Albus voltando-se para o mesmo.

Scorpius percebeu o que Albus estava a tentar fazer. Ele queria que Rose falasse com ele e por isso não queria deixar a conversa morrer. Mas não seria só Albus a aproveitar-se de o facto de Rose não ter como fugir dali. Scorpius também se aproveitaria. Ele não iria mencionar a torre de Astronomia pois também nunca falara disso com Albus mas arranjaria outro assunto.

—Rose, que achaste do último jogo da Gryffindor? – perguntou Scorpius de repente lembrando-se que Rose tinha ido assistir ao jogo.

—Correu bem para vocês. – respondeu Rose timidamente. Ela não percebia porquê que o Malfoy estava a falar com ela. Eles não eram nada um ao outro.

—Só isso? Correu bem? – perguntou Scorpius fazendo aspas com as mãos quando repetiu o que Rose disse.

—Sim. E vocês também tiveram um pouco de sorte. Por pouco que a Anderson apanhou a snitch. – comentou Rose.

Ela não percebeu mas o seu comentário afetou Scorpius. Sem qualquer intenção, Rose tocou naquilo que Scorpius não queria ouvir. Ele sabia que se tinha distraído mas não precisava que as pessoas lhe tivessem sempre a dizer isso, mesmo que indiretamente. Ainda para mais quando ele nem compreendia a causa disso. Ele ainda não conseguia perceber como se tinha distraído tão facilmente quando avistou Rose.

—Mas o que importa é que eu consegui. – respondeu Scorpius rudemente. Ele não queria ter respondido assim tão secamente mas aquilo simplesmente saiu. O comentário de Rose tinha-o mesmo afetado.

Rose encarou-o mas não disse mais nada. E assim aconteceu aquilo que Albus não queria. A conversa acabou. Scorpius falava demais. Ele não acreditava que o seu melhor amigo tinha acabado de estragar tudo.

Mas este silêncio não durou muito porque o trio finalmente tinha chegado a Hogsmeade. Rose levantou-se rapidamente e disse apenas um adeus desaparecendo pelo meio das pessoas.

Scorpius levantou-se também para sair mas foi impedido por Albus.

—Viste o que fizeste? – perguntou Albus irritado. Facto que não passou despercebido a Scorpius.

—Estás a falar de quê? – mas não foi preciso Albus explicar porque Scorpius entendera ao que o amigo se referia – Ela não devia ter dito aquilo. Ela estava a duvidar da nossa capacidade de jogar. De ganhar. Ela estava a dizer que a Diana poderia ter apanhado a snitch primeiro do que eu.

—Até parece que era a primeira vez. – deixou escapar Albus arrependendo-se no instante a seguir. Ele sabia que Scorpius detestava falar nesse assunto. – Desculpa.

—Tu tens que parar com isto, Albus.

—Com isto o quê?

—Com essa obsessão pela tua prima. Tu não pensas em outra coisa. Tu estás a ficar obcecado. – desabafou Scorpius. Há já algum tempo que Scorpius pensava naquilo mas nunca o dissera a Albus. Pelo menos até agora.

—Tu não entendes, Scorpius. A Rose deixou de falar comigo de um momento para o outro. Sem qualquer explicação. Eu preciso de saber o que se passou.

—Já se passaram cinco anos. Cinco anos, Albus. Acho que está na altura de desistires. Ela não quer falar contigo. Simples assim. Não há nada que tu possas fazer.

—Há sempre alguma coisa que eu possa fazer. – concluiu Albus saindo da carruagem e deixando Scorpius para trás.

Scorpius não o seguiu. Não valia a pena. Albus não falaria com ele naquele momento. E ele também não queria continuar a discutir com o seu melhor amigo. Ele via-o cada vez mais obcecado com isto. Ele não conseguia entender. Passaram-se cinco anos desde que Rose deixara de falar com Albus. Nunca antes ele esteve tão obcecado. O que teria mudado naquele ano? Scorpius pensava sem conseguir chegar a nenhuma conclusão. Mas lembrou-se de uma coisa quando ao longe avistou James e Dominique. James começara, naquele ano, a falar mais com Rose. James conseguira aproximar-se de Rose, algo que Albus ansiava há muito. De certeza que tinha sido isso a estimular esta atitude de Albus.

Decidido, Scorpius aproximou-se de James. Ele sabia que não devia falar sobre certas coisas que Albus comentava com ele mas Scorpius estava preocupado com o amigo.

—James, posso falar contigo? É rápido. – pediu Scorpius.

—Eu vou indo para o Três Vassouras. Depois vai lá ter. – disse Dominique afastando-se do loiro e do moreno.

—Que se passa? – perguntou James. Olhou para Scorpius e este parecia preocupado.

—É o Albus.

—Que se passou com o meu irmão? Está tudo bem com ele? – perguntou James preocupado.

—Bem…já deves ter reparado que ele anda estranho ultimamente.

—Sim já reparei. Mas pensei que não fosse algo de grave.

—Pois. Eu no princípio também não liguei muito mas agora estou a ficar preocupado. James, o teu irmão está completamente obcecado com a Rose.

—Com a Rose? Ele não andava enrolado com a Alice? – perguntou James confuso.

—E anda. E eu não estou a falar de obcecado no sentido amoroso. Estou a falar no caso de ele querer à força toda que a Rose volte a ser sua amiga.

—Eu nunca percebi o porquê de eles deixaram de ser amigos. – comentou James – Mas há uma coisa que eu não percebo. Porquê só agora? Já foi há muito tempo que eles deixaram de ser amigos.

—Ele durante estes anos tentou voltar a falar com ela mas nunca conseguiu. Este ano ficou pior. Eu acho que a causa disso foi o facto de tu e a Rose terem ficado amigos.

—Eu sempre fui amigo da Rose. – tentava justificar-se. James não conseguia perceber porque a sua amizade com Rose faria mal ao seu irmão.

—Não sabia. E de certeza que o Al também não sabia. E agora que descobriu, ele está obcecado em saber o porquê de Rose falar normalmente contigo e não com ele. Eu estou a ficar realmente preocupado.

—Eu posso tentar falar com a Rose para descobrir qual foi o motivo do afastamento deles.

—Obrigado. – agradeceu Scorpius. – Só mais uma coisa. Não comentes isto com ninguém. Eu não quero que ninguém fique preocupado, nomeadamente a tua família.

—Eu não contarei. Mas se isto sair do nosso controlo, eu terei que contar aos meus pais.

Scorpius apenas concordou. Ele sabia que James tinha razão. Ele esperava que não mas se as coisas saíssem do seu controlo, Albus precisaria de ajuda.

Despediram-se e seguiram caminhos opostos. James foi ter com Dominique e Fred ao Três Vassouras e Scorpius seguiu por um caminho aleatório, sem qualquer rumo.

Scorpius seguia distraído quando foi puxado por alguém para um beco ali perto. A pessoa que o agarrou começou a beijá-lo. Scorpius conseguiu afastar a louca que o estava a agarrar e reconheceu-a imediatamente. Era Julia Foster.

—Mas o que…

—Scorpius não me digas que não queres. – Julia esperou a resposta de Scorpius mas este não respondeu – Então beija-me.

E Scorpius beijou-a. Porque ele não ia desperdiçar alguém que se estava a agarrar a ele. Porque este já era um hábito de Scorpius. Não assumir relacionamentos e envolver-se com quantas mulheres quisesse. E neste caso, parecia que Julia queria repetir a experiência do ano anterior. Porque já não era a primeira vez que ela se envolvia com Scorpius. No ano anterior, eles encontravam-se por aqui e por ali para dar uns amassos. Porque Scorpius não dispensava nenhuma mulher que o desejasse.

—----//-----

Rose já tinha chegado há algum tempo de Hogsmeade. Ela tinha comprado o que necessitava e regressou logo a seguir.

Rose seguia para a biblioteca, para colocar a matéria em dia, quando foi intercetada por James.

—Priminha. – cumprimentou James dando-lhe um beijo na bochecha. – Deixa-me adivinhar. Vais para a biblioteca para estudar?

—Sim.

— Então vou contigo.

Os primos seguiram o resto do caminho até à biblioteca. Arranjaram uma mesa mais afastada da entrada para assim estudarem em sossego.

Na realidade, o grande motivo de James estar ali era tentar descobrir porque Rose deixou de falar com o seu irmão há cinco anos atrás. Ele sabia que se lhe perguntasse diretamente ela fugiria e nunca lhe contaria nada por isso ele pensou ser mais subtil. Juntou-se a ela nos estudos. Com sorte descobriria alguma coisa.

James sussurrou que ia buscar um livro que estava a precisar. Rose viu-o levantar-se e ao abaixar o seu olhar para o livro que estava à sua frente reparou numa coisa estranha. A mochila de James estava aberta e à vista estava uma carta. Até aí tudo bem. Mas o que chamou a atenção de Rose foi o remetente da carta. Hermione Weasley. Como um flashback, Rose lembrou-se da conversa que tivera com a mãe antes de embarcar no expresso de Hogswarts. E de repente começou a juntar todas as peças. Depois dessa conversa sobre arranjar amizades, James começou a procura-la com mais frequência e a dizer-lhe inúmeras vezes que sempre a considerou uma amiga. E agora na mochila de James encontrava-se uma carta da sua mãe. Ela não conseguia acreditar. Como é que James fora capaz? Como é que a sua mãe fora capaz? A sua mãe combinou com James para que este se aproximasse de si. Toda a amizade com James era uma coisa forçada. Ela sentia-se completamente traída, furiosa.

James regressou e reparou que Rose estava estranha.

—Ro…

—Como é que tu foste capaz Sirius? Eu realmente estava a considerar-te um amigo. – James olhou para ela sem entender nada do que ela falava.

—Eu não estou a perceber.

—Eu descobri Sirius. – a sua voz saía entrecortada devido ao esforço que estava a fazer para não chorar – A minha mãe pediu-te para te tornares meu amigo. Eu não acredito que vocês me fizeram isso. – Rose pegou nas suas coisas e saiu dali a correr deixando para trás um James confuso.

Rose corria por entre os corredores com um único destino, a torre de Astronomia. A sua torre de Astronomia. Naquele dia, ela tinha chegado mais cedo. Deveria ser hora de jantar. Mas ela não queria saber. Ainda não conseguia acreditar no que James e a sua mãe foram capazes de fazer. Ela admitia que queria ter amigos mas não amigos forçados. E a sua mãe fez com que isso acontecesse. Agora, ali sozinha, Rose chorava intensamente.

Scorpius subia as escadas da torre de Astronomia apressado e, ao mesmo tempo, sem fazer barulho. Ele vira Rose correr naquela direção e sentiu a necessidade de a seguir. Mas quando chegou ao topo, ele esperava tudo menos o que estava a ver naquele momento. Rose estava encolhida num canto e chorava. Ele olhava para ela sem saber o que fazer.

Rose tentava controlar os soluços mas era impossível. Ela sentia-se miserável e só lhe apetecia chorar. De repente, sentiu fortes braços a abraçá-la e ela, instintivamente, aconchegou-se neles sem ver quem era. Ela não gostava de mostrar fraqueza perante as pessoas mas naquele momento ela não queria pensar nisso. Ela só queria chorar. Mas quando olhou para a pessoa que a estava a abraçar o choque foi total. Era Scorpius Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Afinal o que se anda a passar com Albus? Estará ele obcecado com a prima? E James? Será que ele foi capaz de fazer aquilo que Rose está a pensar? E por fim temos o nosso querido Scorpius a consolar a Rose :)
Espero ver-vos nos comentários, as vossas opiniões são muito importantes para mim :)