A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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—Eles estavam abraçados. Abraçados, Scorpius. – contava Albus pela milésima vez a Scorpius.

—E? – perguntou Scorpius sem perceber a gravidade da situação. Pelo menos pelo ponto de vista de Albus.

—Tu não entendes? É a Rose! A Rose não anda por aí aos abraços a toda a gente.

—Quem te ouvir falar até parece que estás com ciúmes. – comentou Scorpius deixando Albus ainda mais irritado.

—Quais ciúmes? Mas tu estás parvo, Scorpius? A Rose é minha prima. – Albus sentou-se no sofá à frente de Scorpius. Desde que chegara, não parou um só minuto. Andava de um lado para o outro a tentar entender o que tinha visto há pouco – A Rose é uma rapariga complicada…

—E qual rapariga não é complicada? – ironizou Scorpius levando um olhar de morte de Albus – Al, as ações da tua prima apenas a ela lhe dizem respeito. Se ela quer andar por aí aos abraços ao teu irmão, deixa-a andar.

Albus desistiu de tentar conversar com Scorpius. Sabia que aquela conversa não o levaria a lado nenhum. Scorpius não conseguia entender o cerne da questão. A Rose que conhecia não confraternizava assim com ninguém. A Rose que conhecia apenas mantinha conversas necessárias com outras pessoas. Ele conhecia-a, sabia como ela era uma pessoa fechada, que ainda se fechou mais quando entrou para Hogwarts. Só ele sabia os grandes esforços que fazia para voltar a ter a amizade que tinha com a prima. Mas ela simplesmente não lhe dava nenhuma brecha. E agora vira-a abraçada ao irmão.

Albus olhou para as horas e viu que já estava atrasado para o encontro com Rose. Apressou-se. Não queria dar mais nenhum motivo a Rose para o afastar.

Como já era de esperar, Rose já se encontrava à espera de Albus. E, pelos vistos, já tinha começado a pesquisa para o trabalho.

—Desculpa o atraso. Distraí-me na conversa com o Scorpius. – desculpou-se Albus e sentou-se ao lado de Rose.

—Não há problema. – respondeu Rose brevemente. Pegou num livro que tinha à sua frente e entregou-o a Albus – Vê se encontras algo importante.

Durante as duas horas seguintes, o silêncio prevaleceu entre Albus e Rose.

Albus tentava ler, atentamente, o livro que Rose lhe entregara. Ele não queria desiludir Rose pois sabia o quanto ela era empenhada com os estudos. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia estar totalmente concentrado. A memória do que vira mais cedo intrigava-o.

—Desde quando é que tu e o James são tão amigos? – perguntou Albus sem se conseguir conter chamando a atenção de Rose.

Rose não queria responder. Ela não tinha de dar justificações nenhumas a Albus. Por isso começou a arrumar as suas coisas para se ir embora.

—Está a ficar tarde. – disse levantando-se – Termina de ler esse livro, por favor.

—Mas Rose…

—Albus, deixa-me. – disse Rose saindo.

Albus não desistiria tão facilmente. Arrumou também as suas coisas e saiu em procura de Rose. Ele não deixaria que ela fugisse. Apressou-se porque era muito provável que Rose fosse para o salão comunal da Ravenclaw.

Quando a viu, correu para alcançá-la. Segurou-lhe no braço para a impedir de seguir e fez ela voltar-se para ele.

—Rose não respondeste à minha pergunta. – disse Albus. Rose apenas o encarava assustada. Albus viu a cara de Rose e soltou-a – Rose, porquê?

Rose aproveitou que Albus a soltou para correr para longe dele. Conseguiu entrar dentro do seu salão comunal deixando Albus para trás.

Albus frustrado, socou a parede. Rose tinha fugido mais uma vez. Decidiu voltar ao seu salão comunal.

—----//-----

Rose achou melhor não descer para jantar. Ela não queria dar de caras com Albus. Decidiu que mais tarde, antes de ir para a torre de Astronomia, passaria na cozinha.

Perto das dez horas, Rose saiu do salão comunal para começar mais uma “ronda”. Como pensara antes, seguiu até à cozinha para buscar algo para comer. Depois, seguiu para a torre de Astronomia.

Durante o caminho, ela foi atenta. Sabia que durante as rondas nunca se encontrava com nenhum outro monitor mas tinha medo que naquela noite Albus a procurasse.

Mas a grande surpresa surgiu quando ela chegou ao último degrau da torre de Astronomia. Scorpius Malfoy encontrava-se lá novamente. Ela não conseguia acreditar que o voltava a ver ali. Mesmo depois de lhe retirar pontos e avisá-lo sobre a detenção, ele encontrava-se ali novamente.

Scorpius continuava a olhar para as estrelas mas um pequeno ruído chamou a sua atenção. Olhou em volta e viu Rose. Quanta sorte, pensou Scorpius. Como é que era possível que, em duas noites seguidas, fosse apanhado pela mesma monitora no mesmo sítio?

Rose reparou que tinha sido apanhada e aproximou-se. Não teria alternativa a não ser retirar pontos.

—Parece que não entendeste o recado ontem. – começou Rose mas foi interrompida por Scorpius.

—Eu entendi muito bem. – respondeu Scorpius. Levantou-se e aproximou-se de Rose enquanto uma ideia lhe surgia – Rose – chamou Scorpius aproximando-se cada vez mais dela. Já Rose não sabia o que fazer. Não estava a gostar nada daquela proximidade e intimidade com que o Malfoy a estava a tratar.

 -Afasta-te de mim. – disse Rose retrocedendo um passo cada vez que Scorpius avançava. O que ela não reparava é que atrás dela se encontrava a parede e cada vez que ela retrocedia, mais encurralada ficava.

—Não me digas que estás com medo de mim? – perguntou Scorpius com cara de gozo – Não te preocupes que eu não sou daqueles que agarra uma mulher à força. Além do mais, eu estou aqui à espera da Diana. Sabes nós os dois…

—Não quero saber o que vocês os dois fazem quando estão sozinhos. – falou Rose e para seu espanto a sua voz saíra mais firme do que previra – Em segundo lugar, menos vinte pontos para a Gryffindor. Em terceiro, devias aprender a mentir melhor. A minha dupla de rondas é a Anderson e nós dividimos os lugares. Ela nunca vem para estes lados.

Scorpius esquecera-se completamente desse pormenor. Claro que ele sabia que a dupla de Rose nas rondas era a Diana. E claro que ele sabia que elas não se davam e por isso faziam as rondas separadas. Diana tinha-lhe contado. Resignado, decidiu sair dali. Sabia que Rose não o deixaria em paz até que ele voltasse para o salão comunal da Gryffindor.

—Ok ganhaste outra vez. Eu saio. – disse Scorpius encaminhando-se para as escadas.

Mas mais uma vez, Rose não disse nada. Simplesmente esperou que ele saísse. Scorpius estranhou, novamente, este comportamento de Rose. Como monitora, ela devia acompanhá-lo ao seu salão comunal. Mas mais uma vez, ela não o fez.

Movido pela curiosidade, Scorpius decidiu esconder-se de modo a que Rose não o visse. Ele não se lembrara na noite anterior mas podia ter esperado que Rose continuasse a sua ronda para voltar à torre. Mas o que ele não esperava era que ela continuasse na torre. Atreveu-se a espreitar e surpreendeu-se quando viu Rose sentada onde ele se encontrava antes. Então percebeu. Rose não estava a fazer a ronda como deveria fazer. Rose estava ali, assim como ele, para aproveitar aquele local mágico.

—----//-----

James Sirius Potter acabara de sair da Sala das Necessidades. Érica Miller, uma aluna do sexto ano da Ravenclaw, saíra minutos mais cedo. James seguia, debaixo do manto da invisibilidade, para a torre da Gryffindor. Ele pensava nos breves momentos que passara com Érica. Foram bons, tinha de admitir. Pelo menos tinham-no feito esquecer, nem que por breves segundos, de Dominique. Ele teria tentado. Ele sabia que sim. Mas pela primeira vez, não tinha sido ele a estragar tudo. Ele nunca quis um relacionamento sério mas por Dominique estava disposto a tentar.

James estava tão distraído que não reparou na pessoa que estava a vir na sua direção. Por isso, o inevitável aconteceu. Eles bateram de frente caindo um para cada lado. Por sorte, pensou James, era apenas Rose.

—Rose desculpa. – pediu James enquanto a ajudava a levantar.

—Não faz mal. – respondeu Rose ainda atordoada. – O que é que estás aqui a fazer?

—Não me vais dar uma detenção, pois não? – perguntou James apercebendo-se que tinha acabado de encontrar uma monitora.

—Não. – respondeu Rose. – Vou voltar para o meu salão comunal. Boa noite, Sirius.

—Espera. – falou James um pouco alto. Depois lembrou-se que já estava fora do horário de recolher e antes que alguém o visse ali, correu até Rose alcançando-a um pouco mais à frente – Eu acompanho-te.

Seguiram em silêncio até o quinto andar, onde se encontrava a entrada para o salão comunal da Ravenclaw. Rose estranhava o silêncio vindo de Sirius. Ele não era uma pessoa de ficar calada. Ele tinha a necessidade de estar sempre na conversa (quando estivesse acompanhado, claro). Mas naquela noite em particular, ele não dava nem um pio e isso estava a começar a preocupar Rose.

—Bem estás entregue. – disse James quando chegaram à entrada do salão comunal da Ravenclaw. James esperou que Rose entrasse mas ela não o fez. Ela queria entender o que se passava na cabeça do primo. – Não vais?

Rose continuava a olhar para ele sem dizer nada. Todos os seus neurónios procuravam a resposta para o estado do primo. E de repente, veio-lhe uma luz.

—Fala com a Dominique. – sussurrou Rose, entrando de seguida sem deixar hipótese para que James lhe respondesse.

James não conseguia perceber se era Rose que o conhecia muito bem ou se estava assim tão estampado na sua cara que algo de errado se passava. Se calhar eram as duas hipóteses. Porque ele sabia que, apesar de não falar muito, a sua prima era observadora. Ela percebia as coisas que se passavam ao seu redor.

Tomado pela coragem, James seguiu para a torre da Gryffindor. Claro que ele, àquela hora, já esperava encontrar o salão comunal vazio. Mas mais uma vez se enganara. Ao entrar, James focalizou uns cabelos avermelhados que conhecia muito bem. Dominique encontrava-se deitada no sofá a ler um livro.

—Dominique. – chamou James assustando a prima.

Dominique levantou-se rapidamente. Ela não queria falar com James. Pela cabeça dela, imagens dolorosas de James abraçado a Rose a magoavam profundamente. Decidiu que ia sair dali sem dar qualquer resposta a James.

James, percebendo o que Dominique estava prestes a fazer, correu até ela para a impedir de seguir para o seu dormitório.

—Dominique, nós precisamos de falar e tu sabes bem disso.

—Não temos nada para falar. Porque não vais ter com a Rose? – sugeriu Dominique ironicamente. James pode notar um tom de ciúme em Dominique e sorriu. Se ela sentia ciúme queria dizer que não era indiferente a ele. – Não estou a ver a piada, James.

—Tu estás com ciúmes?

—Eu? Ciúmes? Deves estar a confundir-me com alguém. – disse Dominique tentando soltar-se de James. Mas era impossível. Ele estava a segurá-la de modo a que ela não fugisse – Simplesmente percebi o teu hobbie.

—Hobbie? – perguntou James confuso.

—Sim, hobbie. Aquele em que tu te andas a fazer a todas as tuas primas. Devias ter vergonha James Sirius.        

—Eu não me ando a fazer a todas as minhas primas, Dominique. – respondeu James irritado – A única prima com quem eu fiz alguma coisa foi contigo. Mas isso também não foi importante para ti, visto que, no dia seguinte já andavas de encontro marcado com o Finnigan.

—O que… - mas Dominique não terminou a frase pois percebera o que James estava a falar. Ele tinha ouvido a conversa dela com Victoire – Não é nada do que estás a pensar.

—Não é nada do que estou a pensar? Eu ouvi muito bem. Tu aceitaste ir a um encontro com o Finnigan. – respondeu James. Ele esperou que Dominique negasse mas ela não o fez – Vês? Nem negas.

—Claro que não nego, porque é verdade. Só que é verdade também que eu tinha aceite o convite do David no início das férias.

—O quê? – perguntou James atordoado – Tu não aceitaste o convite depois de nos termos beijado? – Dominique apenas acenou que não. Um largo sorriso se formou no rosto de James. Então, tomado pela felicidade da sua descoberta, James beijou Dominique sendo correspondido instantaneamente.


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Notas finais do capítulo

Albus com ciúmes? Scorpius a descobrir o que Rose fazia na torre de Astronomia. James e Dominique a resolverem-se. Muita coisa se passou neste capítulo :)
Por favor, não sejam leitores fantasmas. É sempre bom expressar a nossa opinião e dizer o que achamos do capítulo.
Espero encontrar-vos nos comentários :)