A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Quando Scorpius pediu a James para aparatar com ele na Mansão Malfoy esqueceu-se do pequeno pormenor de dizer em que parte da casa deveria aparatar.

—Scorpius, não vou voltar a repetir. Que estás aqui a fazer? – a voz de Draco Malfoy foi ouvida por toda a divisão. Ele queria saber o porquê do filho estar ali a meio da semana.

Scorpius olhava para ele sem saber o que responder. Ele estava preparado para entrar às escondidas, falar um pouco com a avó e voltar para Hogwarts. Tudo às escondidas dos pais. Mas o plano saiu completamente furado.

—Querido responde ao teu pai. – disse Astoria de uma maneira mais suave. Ela notara o nervosismo do filho e, além disso, ela sabia perfeitamente o que ele estava ali a fazer. Scorpius era teimoso e por mais nãos que lhe tivessem sido ditos, ele iria levar a sua avante.

—Vim ver a avó. – respondeu Scorpius ao fim de algum tempo.

—A tua mãe mandou-te uma carta para te tranquilizar. Disse que estava tudo bem. Que não precisavas de te preocupar. Além do mais, é quase Natal. Aí já podias ver a tua avó.

—Eu estou preocupado. Eu quero saber como ela está. Eu quero vê-la com os meus próprios olhos. – respondeu Scorpius ao pai.

—Tu quebraste as regras. É proibido sair de Hogwarts sem autorização dos pais. Tu fugiste de lá e ainda pediste a um amigo para te trazer cá. Mesmo a tua mãe dizendo-te para não te preocupares.  

—Caraças, ela é minha avó. – respondeu Scorpius já começando a perder a paciência. Eles tinham pouco tempo e ele, em vez de estar a ver a avó, estava a discutir com o pai sem razão nenhuma. É verdade, ele tinha quebrado umas cinquenta regras de Hogwarts. Mas o seu pai também não as quebrou na sua altura? Movido por este pensamento, Scorpius abandonou a sala rumo ao quarto da avó.

—Scorpius. – chamou Draco mas o seu filho simplesmente continuava o seu caminho, ignorando-o – Scorpius Hyperion Malfoy, tu não me vires as costas.

Todos aqueles berros de Draco Malfoy foram em vão. Scorpius tinha ido ali com um objetivo e ia cumpri-lo. Mesmo que o seu pai estivesse louco a chamar por ele. Ele iria ver a avó.

Scorpius seguiu pelo corredor do segundo andar rumo ao quarto da sua avó, Narcisa Malfoy. O nervosismo começava a apoderar-se de dele. Até aquele momento ele não tinha pensado na maneira em que ia encontrar a avó. Ele não sabia o real estado dela. Tudo bem que a sua mãe lhe disse que ela estava bem. Mas ela estava a falar fisicamente. Ele não sabia o quão perturbada Narcisa podia estar.

Scorpius parou em frente à porta do quarto da avó. Antes de bater, respirou fundo. Ele tinha de ser forte. Bateu mas ninguém respondeu. Havia sempre a possibilidade da sua avó estar a dormir. Scorpius voltou a bater, agora com mais força. A resposta voltou a ser a mesma. O silêncio. Decidido, Scorpius abriu a porta. Espreitou e realmente a sua avó estava na cama. Só que estava acordada.

—Avó. – chamou Scorpius. Mas Narcisa Malfoy nada disse. Manteve o seu olhar na mesma direção. Era como se ela estivesse a encarar o vazio.

Scorpius aproximou-se dela. Puxou uma cadeira que estava ali ao lado e sentou-se.

—Avó. – voltou Scorpius a chamar. Mas mais uma vez Narcisa nada disse. Parecia que ela estava num mundo só dela.

Scorpius agarrou de leve a mão da sua avó para ver se esta teria alguma reação. Narcisa desviou o olhar do ponto que encarava e olhou para Scorpius.

—Lucius… - murmurou Narcisa.

—É o Scorpius, avó. – tentou corrigir Scorpius mas Narcisa voltou ao seu mundo à parte.

Scorpius não conseguia de deixar de olhar para avó. As suas suspeitas confirmavam-se. Ela estava bem fisicamente. Já psicologicamente, ele não podia dar a certeza do estado de Narcisa. Ele conseguiu ver no seu olhar o vazio que ela estava a sentir.

—Querido. – chamou Astoria.

Scorpius tentou ignorar. Ele só queria aproveitar os poucos minutos que tinha com a sua avó mesmo que ela não estivesse presente naquele momento.

Scorpius sempre fora muito próximo a Narcisa. Quando este nasceu, Astoria pediu licença de maternidade para tomar conta dele nos primeiros tempos. Mas como toda a licença de maternidade, também a de Astoria expirou. Astoria sabia que podia contar com os sogros para cuidar de Scorpius apesar da reticência de Draco. Claro que este não se importava de deixar o filho com a mãe, ele sabia o quão boa mãe Narcisa era. O seu grande problema era Lucius Malfoy. De longe ele queria que o seu filho tivesse a mesma educação que a sua. Ele queria que o filho não fosse uma pessoa preconceituosa como seu pai era. E como ele fora um dia. Mas Astoria deu-lhe a volta. Ela afirmou que, como toda a gente, também Narcisa e Lucius mereciam uma segunda oportunidade. Draco acabou por ceder e pode afirmar convictamente que foi a decisão mais acertada que fez. O seu filho foi criado como alguém sem preconceitos. Como alguém que era contra tudo o que Senhor das Trevas acreditava.

—Scorpius está na hora de ires. – afirmou Astoria – Tu sabes que não devias ter vindo cá sem a nossa autorização.

—Quando é que me ias contar? – perguntou encarando a mãe. Todo o seu corpo tremia para além de ele estar a conter as lágrimas. Ele não iria chorar à frente da sua família.

—Vamos sair daqui. A tua avó precisa de descansar.

Scorpius não queria mas tinha de concordar com a mãe. Se era para discutir, o lugar ideal era longe da sua avó. O que ela mais precisa naquele momento é de sossego e não de discussão.

Scorpius levantou-se e colocou a cadeira no sítio onde estava. Depois aproximou-se da sua avó e beijou-a de leve na testa.

—Espero que fique bem. – sussurrou Scorpius.

Depois de fechar a porta atrás de si, Scorpius ficou à espera de uma resposta da mãe. Ele queria saber o porquê de ela não lhe ter contado a verdade toda. Ele precisava de saber. Ele também fazia parte daquela família e como tal merecia saber. Encostou-se à parede, cruzou os braços e ficou à espera da resposta da mãe.

—Querido, eu não queria que te preocupasses.

—Tu sabias que eu viria cá. – acusou Scorpius.

—Eu suspeitava. Tu és igualzinho ao teu pai. Teimoso até dizer chega. Quando metem uma coisa na cabeça, têm de seguir com essa ideia até ao fim. – Astoria aproximou-se do filho – Scorpius, eu não queria que tu visses a tua avó neste estado. Esta é a verdade. Era por isso que eu não queria que viesses cá. E também porque acredito que até ao Natal, ela melhora. Nós temos de acreditar nisso. A tua avó é uma mulher forte.

—E se ela não recuperar? – perguntou Scorpius à mãe. Astoria olhou para o seu filho e viu que este estava a ponto de chorar. Aproximou a sua mão da face de Scorpius e amparou a primeira lágrima que caiu do pálido rosto do filho.

—Ela vai recuperar, tenho a certeza. – Astoria sorriu de leve para o filho para demonstrar a confiança que sentia. Que realmente acreditava nas palavras que acabava de proferir – Agora está na hora de voltares.

—Eu sei…

Juntos seguiram até à sala onde se encontrava Draco e James. Draco encontrava-se sentado no sofá à espera que Astoria e Scorpius descessem. Era possível ver a ansiedade que estava a sentir só de olhar para ele. Já James mantinha-se exatamente no mesmo sítio. Ele não se atrevera a dar um só passo com medo da reação do dono da casa. Draco estava possesso pela reação do filho, pela forma como chegou. E James preferiu manter-se no seu cantinho para não sobrar nenhum sermão para si.

Os pensamentos de Draco Malfoy esvaíram-se quando ouviu os passos da sua mulher e do seu filho ao descerem as escadas. Levantou-se para repreender Scorpius pela sua atitude mais cedo mas, ao ver o estado do seu filho, preferiu ficar calado.

—Draco, o Scorpius está de saída. – disse Astoria. Ela viera todo caminho abraçada ao filho. Ela detestava despedir-se dele.

—Filho, espero que fiques bem. – Draco aproximou-se de Scorpius e abraçou-o.

Scorpius afastou-se de Draco para abraçar Astoria. Era como se fosse um de Setembro. Eles, no cais, a despedirem-se porque mais um ano iria começar.

Scorpius aproximou-se de James, que já se preparava para aparatar mas à última, Scorpius pediu para esperar um pouco.

—Prometam-me que me contam tudo o que se passar com a avó. – pediu Scorpius.

—Prometemos…

Foi a última coisa que Scorpius ouviu antes de voltar a sentir o seu corpo desmontar-se. Agora estavam de volta a Hogsmeade.

Scorpius soltou o braço de James e começou a caminhar em direção ao Cabeça de Javali. James seguiu-o em silêncio. Este assistira em silêncio a tudo o que se passara na Mansão Malfoy. A única coisa que não sabia era o real estado de Narcisa Malfoy. Mas pela cara de Scorpius, a situação não devia estar muito boa. Ele queria perguntar o que se tinha passado, ele estava preocupado com o amigo mas ao mesmo tempo, ele não sabia como reagiria Scorpius se ele fizesse alguma pergunta.

Scorpius abriu de rompante a porta do Cabeça de Javali assustando Dominique e Fred.

—Ei. – reclamou Dominique. Mas Scorpius nada respondeu. Passou por ela e encostou-se na parede ao lado do quadro de Ariana Dumbledore.

James entrou logo a seguir e Dominique conseguiu perceber que se tinha passado algo. Ela queria saber o porquê daquela ausência repentina dos dois mas preferiu deixar o questionário para mais tarde. Estava a ficar muito tarde e eles precisavam de regressar ao castelo.

Os quatros dividiram entre si o peso das bebidas e seguiram até Hogwarts. Durante a caminhada, o silêncio mantinha-se. Ninguém se atrevia a dizer uma única palavra.

Quando chegaram ao fim do túnel, James pegou no mapa do Maroto para ver em que zona do castelo estava o zelador. Reparou que o caminho até à sala das Necessidades estava livre então conduziu os amigos até ela. Lá seriam guardadas as bebidas até ao dia seguinte.

Depois de estar tudo guardado, retornaram ao salão comunal da Gryffindor. Despediram-se uns dos outros e seguiram para o dormitório.

—----//-----

O dia amanheceu e com ele mais um dia de aulas chegou. Como já estavam habituados, o clima era gelado. Era Inverno e ninguém esperava outra coisa. Por vezes, o sol decidia dar o ar da sua graça mas naquele dia isso não aconteceu. Naquele dia, nuvens negras cobriam o céu. Um dia de chuva era esperado por todos os habitantes de Hogwarts.

Scorpius acordou muito mal-disposto. A noite anterior não saía da sua cabeça. Ver a avó naquele estado tinha-o traumatizado. E também se sentia arrependido por ter tratado os pais daquela maneira. Depois de uma noite mal dormida, Scorpius percebeu o porquê de os pais não lhe terem contado toda a verdade. Eles não o queriam ver mal. Eles queriam protege-lo de qualquer trauma.

Scorpius levantou-se e foi-se vestir. Não falou com ninguém. E, além do mais, Albus não se encontrava no dormitório. Provavelmente já tinha descido. Mas era estranho isso ter acontecido. Albus sempre acordava Scorpius antes de sair. Nunca o deixava ficar a dormir. Alguma coisa devia ter acontecido. Scorpius decidiu que depois falava com o amigo.

Scorpius desceu para tomar o pequeno-almoço mas quando estava a passar pelo quinto andar, acabou por encontrar Rose.

—Rose. – chamou atraindo a atenção da ruiva à sua frente. Esta olhou para trás e sorriu ao ver Scorpius. Sorriso esse que sumiu ao ver a expressão de Scorpius. Ele não estava bem.

—Scorpius, estás bem? – indagou Rose preocupada.

—Já reparaste que quando alguma pessoa te vê um pouco mal pergunta-te logo se está tudo bem. Tu respondes sim porque não queres alongar a conversa e a outra pessoa vai embora mesmo sabendo que não estavas bem. Elas só perguntam isso por educação e não por realmente se preocuparem contigo. – desabafou Scorpius sem responder à pergunta de Rose. Claro que Rose percebeu que aquilo era uma indireta para dizer que realmente não estava bem.

—Eu preocupo-me contigo. – sussurrou Rose. Scorpius encarou-a incrédulo. Nunca pensou ouvir Rose Weasley dizer que se preocupava consigo. Mesmo estando péssimo, Rose Weasley conseguiu arrancar-lhe o primeiro sorriso do dia.

—Eu realmente não estou bem. – Scorpius pegou na mão de Rose e começou a conduzi-la para um lugar longe de olhares indiscretos.

—Mas Scorp…

Rose desistiu de falar. Não adiantava dizer que iam chegar atrasados à aula. Scorpius continuava a puxá-la rumo à torre de Astronomia. Esta encontrava-se vazia porque as aulas de Astronomia era antes da hora de jantar, quando já dava para ver as constelações e outros conjuntos celestiais.

Quando chegaram, Scorpius soltou a mão de Rose e aproximou-se de uma das várias paredes da torre. Encostou-se nela e deixou-se deslizar.

—Eu consegui ver ontem a minha avó. – começou Scorpius – Mas não do jeito que esperava.

—Como assim? – perguntou Rose. Ela própria tinha visto a carta de Astoria Malfoy.

—Ela realmente está bem. Mas só fisicamente. Já psicologicamente não se pode dizer o mesmo. Ela estava num estado tão vegetativo. Eu não a reconheci. Acho que só agora percebi o quão mal a morte do meu avô fez a ela.

—Ele era a pessoa que a tua avó amava. Continuar a viver a sua vida sem ele…deve ter sido impossível para ela. Ela não aguentou. Mas tu tens de apoiá-la. Tens de ser forte por ti e por ela.

—Eu sei. Mas é difícil.

—É verdade. Mas o destino coloca-nos obstáculos que temos de saber contornar. Enfrentá-los é o que nos faz seguir em frente e torna-nos mais fortes. Scorpius, a tua avó vai melhorar e voltar a ser o que era. Ela é forte.

—Obrigada Rose. – agradeceu Scorpius tocando de leve a mão de Rose. Esta corou por tal gesto e Scorpius sorriu por dentro. Ele adorava os efeitos que causava em Rose Weasley – Agora lamento informar mas acho que já perdemos a aula.

Rose olhou para o seu relógio e realmente já tinha passado muito da hora. Levantou-se, totalmente nervosa, e começou a andar de um lado para o outro.

—Rose acalma-te. – disse Scorpius aproximando-se dela – É só uma aula.

E aquilo que pensava que ia acalmar Rose ainda a pôs mais nervosa. Mas claro, era de Rose Weasley que estávamos a falar. A rapariga mais assídua e nerd de Hogwarts.

—Pensa que logo temos uma festa. Quanto à aula, diz que estavas mal-disposta. – Scorpius aproximou-se dela e deu-lhe um beijo na bochecha. A aula foi completamente esquecida por Rose e agora a única coisa que a preocupava era o formigueiro que sentia no local onde Scorpius a beijara – Encontramo-nos logo. – e saiu da torre de Astronomia deixando uma Rose completamente corada para trás.


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Notas finais do capítulo

Scorpius lá conseguiu ver a avó mas não do jeito que esperava. Acham que a Narcisa vai ficar bem? E esta conversa entre a Rose e o Scorpius? O que acharam?
Não sejam fantasminhas, deem o ar da vossa graça por aqui, gostava muito de saber a vossa opinião sobre a história e teorias que vocês possam ter para acontecimentos futuros :)



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