Immortalis escrita por Lafayette


Capítulo 1
Capítulo 1 — Move on.


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Essa é minha primeira fanfiction sobre The Originals.
Espero que gostem.
Boa leitura! ;)



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Capítulo 1.

Eu conseguia escutar as notas melodiosas dos saxofones ao longe conforme caminhava pela rua completamente deserta, por sorte estava quase chegando ao meu destino. Senti o vento que vinha do norte e atravessava para o sul bater na minha pele, no mesmo instante apertei o sobretudo ainda mais contra mim. O cheiro de chuva misturado à poluição de Nova Orleans fazia minha cabeça pesar de maneira estranha. Passei a mão pelos fios de cabelos soltos, retirando-os dos meus olhos, aos poucos comecei a adentrar o Quarteirão Francês. Notei a multidão de pessoas fantasiadas se misturando entre os turistas e os companheiros de Marcellus, aos quais iriam atrair convidados para participarem da pequena festa particular em sua residência. Mal sabendo os pobres e inofensivos humanos que terminaram no final da noite servindo como alimento aos vampiros. Com certeza algumas coisas nunca mudariam naquela cidade. E isso a fazia tornar-se única.

Continuei caminhando com um pouco de dificuldade entre a multidão até que chegasse em frente ao Rousseau's, um dos lugares – se não – o mais preferido para passar as noites entediantes, conversando com estranhos e fugindo da rotina maçante. Empurrei a porta de madeira pesada encontrando o local também bem movimentado, tendo quase todas as mesas ocupadas. Fui direito ao balcão, sentando num dos bancos solitários espalhados no decorrer no móvel grande. Retirei o casaco devido o clima abafado, logo um atendente se aproximou, pedi a dose de uísque rotineira, aproveitando para checar mais uma vez o horário no celular. Definitivamente Chad nunca iria ser capaz de não se atrasar apenas uma vez na vida. Tomei o pequeno gole da bebida alcoólica, deixando o liquido invadir meu paladar de forma agradável. Percebi de relance dois homens adentrando o estabelecimento, olhando todos parecendo procurarem por alguém em especial, eles se sentaram numa mesa distante das outras. Aquilo com certeza estavam me dando sinais de confusão grande a vista. Mas, não era da minha conta.

Voltei minha atenção quando alguém sentou ao meu lado. Encarei o homem de cabelos castanhos, olhos esverdeados e pele morena enquanto carregava um sorrisinho divertido nos lábios.

— Como sempre atenta tudo que se acontece nessa cidade. — Chad comentou de forma brincalhona, alargando ainda mais o sorriso.

— Consequências de grandes traumas no passar dessa minha vida calma. — respondi debochando de mim mesma, fazendo o sinal para o atendente enchesse o copo mais uma vez. Meu amigo me olhou rindo baixo e negando com a cabeça.

— Seu humor negro é contagiável. Assim como sua animação para o seu aniversário também. — rebateu convencido, rolei os olhos sabendo o que viria a seguir. — Ei, Lisa, pode trazer o que combinamos. — piscou para ela que sorriu minimamente. — Não seja ranzinza, Charlotte! Mesmo você tendo idade para isso, tente disfarçar.

Não me dei o trabalho de responder, apenas observei a garçonete retornando e trazendo o bolinho com glace branco na forminha rosa cheia de ursinhos de pelúcias e uma velinha de interrogação no meio. Olhei de novo para ele querendo acreditar que realmente havia feito aquilo. Lisa colocou-o no balcão, também achando graça da minha reação e se afastou.

— Feliz aniversário! — a terceira voz feminina surgiu também, encarei Emma que estava chegando toda atrapalhada.

— Eu quero ver quando vocês completarem vinte anos pela milésima vez e continuarem com esse animo todo. — resmunguei, pegando o copo e virando o liquido de uma vez. Ambos permaneceram esperançosos para que assoprasse a vela, vencida pelo cansaço de fazer desistir daquela ideia, acabei fazendo-o.

— Não importa, ainda falta muito tempo, o importante é que você comemorou seu aniversário mais uma vez. Nunca é nada comemorar mais um ano de existência. — Emma filosofou, se apoiando no ombro do seu namorado.

— Que seja! De qualquer forma posso ser chata, porém nunca ingrata. Obrigada por se lembrarem de mim. — sorri agradecida. Por mais que tivesse deixado de comemorar meu aniversário há muitos séculos. Eles haviam se importando comigo e fizeram algo. — Afinal, vocês tem razão! Eu tenho mil anos, quem já viveu tanto tempo como eu?

— Lisa uma rodada de tequila aqui por minha conta! — Emma pediu, erguendo as mãos para cima, animada. Arqueei uma sobrancelha,  aceitando a ideia de comemorar meu primeiro milênio de vida em grande estilo.

Começamos a conversar, bebendo de forma moderada porque ainda estávamos no meio da semana. E na manhã seguinte teríamos nossas responsabilidades a cumprir.

Era naquele momento que percebia como ainda existiam pessoas quem poderia confiar de verdade, principalmente em Chad. Eu o conhecia há dez anos, quando fizemos faculdade de arquitetura juntos, ele ainda era humano, mas acabou sendo transformado em vampiro por Marcel dois anos mais tarde, se tornando um dos aliados do mesmo por um determinado tempo e depois resolveu sair do grupo leal de vampiros. Ele também sabia a verdadeira – ou pelo menos – metade da minha vida, nunca usara nada contra mim. Já Emma fazia parte do Coven de bruxas de Nova Orleans, mesmo não seguindo o legado da família, frequentava as reuniões e rituais em respeito aos mais velhos.

Os clientes pararam de conversar assim que a porta foi aberta bruscamente e por ela a figura da mulher morena passando como furacão pelas pessoas vindo em nossa direção. Sabine parou a nossa frente, carregando a feição pesada e afoita.

— O que aconteceu? — Emma indagou preocupada, engolindo em seco.

— Jane-Anne acabou de ser morta por Marcel e o seu grupo. — Sabine revelou hesitante.

— Ela estava praticando magia? — falei desacreditada. Absolutamente nenhuma bruxa em plena consciência o faria, sabendo de todas as regras impostas por Gerard após o ocorrido alguns meses antes. Sabine apenas assentiu séria.

— Preciso que venha comigo. — A morena lançou o olhar significativo a mais nova que somente assentiu, deixando a nota de cinquenta dólares em cima do balcão.

— Nos falamos mais tarde. — Emma se despediu brevemente, saindo acompanhada de Sabine. Chad me olhou intrigado parecendo pensar o mesmo que eu.

— Você ficou sabendo de alguma coisa?

— Emma comentou sobre Jane-Anne e a irmã dela estar tramando algo grande contra Marcel. Bem, agora temos a confirmação, ela não idiota de desperdiçar a vida por nada. — ele concluiu sério, tomando o último gole do uísque. Fiquei quieta, sentindo que algo de mais bizarro estava para acontecer de verdade, fosse oque aquelas bruxas tramassem.

Com a notícia trágica, o clima pesado pairou no ambiente. Por isso, acabei indo embora mais cedo do que pretendia, pois Chad precisava dar apoio a sua namorada, alguém próximo havia sido morto de forma bruta. Abracei a mim mesma, caminhando na via deserta de novo um pouco apressada. Ninguém poderia imaginar o que poderia encontrar no meio do caminho em Nova Orleans, especialmente tão tarde da noite. Eu tinha certa garantia, mas nunca confiava demais, todos eram surpreendidos naquela cidade caótica.

Dobrei a esquina da Bourbon com a Toulouse, por sorte o loft ficava apenas duas quadras dali. Escutei alguns passos atrás de mim e virei hesitante, não encontrando ninguém, acelerei meus passos, sentindo a sensação ainda estar sendo observada. O cheiro do perfume familiar quase esquecido surgiu na atmosfera de repente, tentei me lembrar no fundo das minhas memórias esquecidas e meu corpo inteiro gelou.

— Charlotte. — a voz elegante e calma pronunciou meu nome.

Demorei minutos para finalmente associar a quem pertencia o timbre daquela voz tão familiar. Nem mesmo se quisesse esqueceria. Girei meus calcanhares lentamente, sentindo o gelo e a ansiedade percorrer meu corpo inteiro. Encarei o homem parado alguns metros, trajando o terno impecável e o casaco escuro por cima, mantendo suas mãos escondidas nos bolsos. Os cabelos estavam mais curtos, mas a postura rígida, ainda mantendo o jeito charmoso e nobre, os lábios finos permaneciam numa linha reta, em um sorriso quase inexistente.

— Elijah Mikaelson. — deixei escapar o nome no fio de voz, querendo acreditar que aquele momento seria mais uma peça pregada pela minha mente.


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