Mais que o Acaso. escrita por Thaís Romes


Capítulo 13
Um nome do acaso.


Notas iniciais do capítulo

Hey babys!
Então, acho que nós precisamos de um pouco de alegria.
Por essa razão eis aqui o capítulo novo, espero que se divirtam.



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FELICITY

—Não vou te deixar sair da minha casa de madrugada, Oliver! –murmuro manhosa, o puxando de volta para a cama.

—Já imaginou as perguntas de Bart quando me ver aqui pela manhã? –solto uma gargalhada do pavor no rosto dele, enquanto visto novamente meu pijama de flanela.

—Bart é só um garoto curioso. –dou de ombros me deitando.

—E eu o adoro, Felicity. –fala espontaneamente, se sentando ao meu lado na cama. –Mas ontem, quando fui o buscar na escola, depois que falei para ele que o motivo de eu ter ido em seu lugar, era por que você tinha uma reunião com meu padrasto, o garoto curioso, me perguntou se eu me casaria com você. Assim como o Walter é casado com minha mãe. –ergue uma sobrancelha, um monte de coisas se passam por meu rosto, surpresa, vergonha, choque e um pouquinho de vontade de costurar a boca de Bart.

—É, você deve ir. –concordo assustada, e é a vez de Oliver gargalhar, antes de se inclinar em minha direção e me beijar, inebriando todos os meus sentidos.

—Eu vou. –responde com os lábios nos meus.

—Vai, mas só quando eu terminar. –sussurro o puxando de volta, Oliver não apresenta nenhum tipo de resistência.

Pela manhã saio do quarto e encontro Wally preparando o próprio cereal, deveria ficar feliz por meu bebê estar tão grande, mas não é assim tão legal se tornar a cada dia menos necessária. Barry e eu costumávamos brincar sobre o que faríamos quando as crianças saíssem de casa para a faculdade, como um quarto de jogos, maratonar Game Of Thrones e andar pelados sem nenhum motivo, mas agora não anseio tanto assim por esse momento.

—Bom dia, meu amor. –beijo o alto de sua cabeça.

—Oi mãe. –responde virando o leite na tigela. –Estava pensando em uma coisa.

—Então divide. –pego mais uma colher e me sento ao seu lado, para comer o cereal com ele.

—O Sr. Queen precisa de um nome, não podemos o chamar de Sr. Queen para sempre. –fala casualmente e olho para ele interessada.

—Ele tem um nome, querido.

—Mas nós temos o Ollie. –argumenta, e vemos Bart caminhando sonolento, ele vem em minha direção e sobe em meu colo.

—Bom dia, meu pequeno terrorista. –cumprimento enquanto ele se aninha preguiçoso em meus braços, o vejo me olhar de lado, provavelmente me perguntaria o que é terrorista, mas não curte muito falar assim que acorda, graças a Deus! –Wally quer dar um nome ao Sr. Queen, quer ajuda-lo? –pergunto, beijando seu rostinho e ele balança a cabeça confirmando.

—Podemos escolher um tantão, daí ele tira na sorte. –Wally sugere animado.

—Ótimo. –dou de ombros comendo mais uma colherada. –Então terminem de comer, que depois da escola deixo que façam a lista.

OLIVER

—Finalmente! –Thea exclama assim que saio cambaleando da cama, ela estava se sentindo em casa, como sempre. Esparramada em meu sofá, com uma xícara em mãos, do que deve ser café, julgando pelo aroma que está por toda a minha sala.

—Speed, as vezes penso que você não tem casa. –reclamo, mais por costume do que por estar realmente incomodado por sua presença.

—Experimenta morar com a Sra. Queen, e vai ver o que é preferir aturar o irmão insuportável.

—Você me ama. –me jogo no sofá a seu lado, e roubo o seu café.

—E você não saberia o que fazer da vida sem mim. –devolve a provocação.

—Só me promete, que um dia vai me dar a oportunidade de descobrir! –provoco, recebendo um soco em resposta.

—Idiota. Por falar na nossa mãe, ela ligou para lembrar de uma reunião com o advogado da empresa.  –droga, bufo passando a mão no rosto.

—Você a atendeu?

—Claro que não! –responde imediatamente. –Ollie, eu prefiro passar meu tempo com você a aturá-la. –argumenta em um tom ofensivo. -Acredita mesmo que eu vá atender qualquer telefonema dela do qual não tenho obrigação? –franze o rosto indignado, até tem certa graça. Deixo o café sobre a mesa de centro, me levanto e puxo Thea comigo. –O que está fazendo?

—Nós vamos ir tomar café.

—Você tem que trabalhar... –olha o relógio em seu pulso. –em uma hora, Ollie!

—Por isso vou me arrumar em vinte minutos, ligue para o Roy e peça que ele reserve nossa mesa. –instruo voltando para o quarto.

 Não quero virar a marionete da empresa, mas a cada dia o cerco parece se fechar ainda mais, e definitivamente, preciso contar a Felicity a verdade. Não vou conseguir evitar Moira Queen para sempre ou impedir que Felicity assista meu depoimento, que será televisionado, falando sobre eu ser o cara que teve a passagem trocada no voo em que o marido dela morreu. Tudo tem se tornou ainda mais complicado com a proximidade do julgamento, e gosto de estar com ela, com os garotos. Tem sido apenas Thea e eu a um bom tempo, é a primeira vez que me sinto parte de uma família de novo, e seria uma droga perde-los.

—Oliver, Thea! –Roy nos cumprimenta animado.

—Como tem andado, Roy? –Thea pergunta com um sorriso nervoso, enquanto ele nos guiava até a nossa mesa de sempre.

—Bem, muito bem. E você? –geralmente eu me divirto com esse flerte sem esperanças de ambos os lados, mas hoje definitivamente não estou no clima.

—Ela adoraria sair com você. –solto fazendo Thea me olhar chocada e Roy surpreso. –Japonês, na treze com a Blorkins. Ela não curte restaurantes finos, talvez deva sair para uma boate ou algo do tipo depois, pegue ela no meu loft, as sete. Vamos querer o de sempre. –devolvo a ele o cardápio e o garoto sai sem saber o que o atingiu.

—Ficou doido? –Thea sussurra irada.

—Estou te poupando de anos de enrolação, então você conheceria um cara dentro de nosso círculo social, que provavelmente foi manipulado por nossa mãe a te conquistar e unir a fortuna de nossas famílias. Depois de um ano de um casamento puramente de aparências vai voltar a esse restaurante e ficar observando o garçom com quem sempre quis sair, e perceber que se não tivesse inventado tantas circunstancias idiotas, estaria feliz ao lado dele. –tento controlar a fúria no fim das minhas palavras, mas a essa altura o olhar de Thea a muito já havia mudado de fúria para empatia. –Vocês podem ficar juntos, então parem de evitar! –nem todos tem a mesma sorte.

—O que aconteceu, Ollie?

—Nada. –respiro fundo, dando de ombros. –Só que eu tenho demorado anos para me livrar da influência de ser um Queen, e não quero que comece tão tarde quanto eu. Não quero que a nossa mãe comande sua vida.

—Tudo bem. –ela toca minha mão sobre a mesa. –Vou sair com o Harper.

—Obrigado.

Chego na QC e vou direto ao elevador, já estou quinze minutos atrasado para a minha reunião com o advogado. Quando entro na sala de reuniões encontro o Dr. Shaw, Diggle, minha mãe e uma mulher negra, em seus trinta anos, com os cabelos arrumados em um coque sem graça, e usando um terninho cinza. Me sento ao lado do meu assistente e o vejo me fazendo um sinal discreto, isso não seria bom.

—Sr. Queen, essa é Amanda Waller, ela é a nossa relações públicas. –Shaw diz me indicando a mulher, me levanto e a cumprimento.

—Por que eu preciso de uma relações públicas? –questiono confuso quando volto a me sentar.

—Por causa do seu relacionamento com a Srta. Smoak, ou devo dizer, Sra. Allen? –minha mãe responde, com seu jeito encantador de ser.

—Minha vida pessoal nunca esteve em pauta antes. –falo baixo e educado demais, mostrando não estar aberto a discutir o assunto.

—Infelizmente, isso é conflito de interesses. –responde me olhando de cima. –Ou era, até que percebemos que a Sra. Allen pode ser o que precisamos.

—Ela perdeu o marido. –olho em seus olhos em busca de algum traço da minha mãe dentro deles, não é possível que não exista o mínimo de empatia, ela passou pela mesma coisa. –Não vamos usá-la.

—Temia que dissesse isso. O serviço da Srta. Smoak é impecável, mas ninguém é insubstituível.

—Por favor, me diz que está se ouvindo? –me levanto em choque, e Diggle faz o mesmo.

—Oliver, não saia. –avisa, mas mesmo o Dr. Shaw e a tal de Waller pareciam desconfortáveis com o assunto. Só então me dou conta da ausência de Walter, e saio da sala, rumo à presidência com Diggle me seguindo.

—O que vamos fazer? –John pergunta quando entramos no elevador.

—Falar com Walter, e preciso contar a verdade a Felicity, não é justo que ela seja prejudicada.

FELICITY

—Tem certeza que são esses os nomes? –pergunto aos meninos, dobrando o último papelzinho e os colocando dentro de um boné do Wally.

—Não acho que ele vai gostar de Olaf ou Jerry. –Wally implica com o irmão.

—Jerry é mais legal que o Tom... –respiro fundo, me preparando para apartar a milionésima briga deles, mas sou salva pelo gongo ou melhor, a campainha.

Corro para a porta, tendo antes o cuidado de voltar a tesoura para a bancada da cozinha, velhos hábitos. Quando abro, vejo Oliver usando um casaco preto por cima dos jeans e provavelmente alguma camisa de gola v. Adoro suas roupas “civis”, não que ele não fique ridiculamente lindo em um terno, mas assim é quase um pecado. Isso sem falar que aquele sobretudo o fazia parecer um agente secreto, o que me enche de ideias inapropriadas.

—Felicity, eu posso entrar? –pelo tom de sua voz, acho que não é a primeira vez que tenta falar comigo.

—É claro. –respondo rapidamente cedendo espaço. –Oi! –sorrio e ele retribui, se inclinando para dar um beijo em meus lábios, com uma intensidade diferente de todas as outras vezes. O abraço apertado depois que nos afastamos, por algum motivo, penso que ele precisa disso.

—Oi. –responde depois de um longo suspiro, observando o meu rosto como se quisesse memoriza-lo.

—Aconteceu alguma coisa? –começo a me preocupar. –Por que os meninos tem uma surpresa para você, mas se estiver estressado ou qualquer outro...

—Felicity! –me interrompe, e vejo uma expressão estranha em seu rosto. –Estou bem, agora. –abre um sorriso que não alcança seus olhos. –Qual a surpresa?

—Ah, acho que vai ser divertido, vem! –o puxo pelas mãos e entramos juntos na cozinha. –Olha quem chegou!

—Sr. Queen! –Bart corre para abraça-lo, Oliver o segura em seus braços com a mesma intensidade que me cumprimentou, como se estivesse se despedindo... Acho que estou pirando.

—Nossa, você cresce mais a cada dia que chego aqui. –comenta, fazendo Bart sorrir orgulhoso. –E ai Wally? –caminha até meu filho mais velho, e os dois batem os punhos, no que passou a ser o cumprimento deles.

—Olá, Sr. Queen.

—A mãe de vocês me disse que tem uma surpresa. –ele volta Bart para o chão, e acaricia Ollie que estava deitado no chão da cozinha, depois se senta a meu lado na mesa, com os garotos a nossa frente.

—Escolhe um! –Wally estende o boné para ele, que me olha desconfiado.

—Os garotos, não acham justo que você e Ollie tenham o mesmo nome. –indico o boné o incentivando a escolher um.

—Ou! Okay... –ele pega o papel e sorri ao ler o nome dentro. –Legolas. Legal, ele vai gostar. –olha para o cachorro e os meninos seguram o riso. –É badass...

—Sr. Queen, Ollie não vai se chamar Legolas. –Bart diz sorrindo de forma encantadora, que faz Oliver ficar confuso. –Ele é o Ollie.

—Esse é o seu novo nome! –Wally completa, e nem mesmo eu consigo segurar o riso.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam.
Bjnhos!