Last Breath escrita por Bee


Capítulo 3
Capítulo 3.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, então, eu sei que essa história tá meio flopada, mas isso não me impede de continuar postando, vou postar por mim, pela Jules e pela Mi, que eu sei que um dia vai ler novamente essa história, mesmo que tenha desaparecido :( Eu gosto desse capítulo porque é o começo da parte importante da história :)
E antes de mais nada, queria convidar os nossos queridos fantasminhas a comentar, não doí nada, eu juro, é só comentar, dizer "oi, odiei", que eu vou entender.
Então boa leitura.
Tenho uns recados lá embaixo.



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Hugo chegou agitado no dia seguinte. Escalou até a janela da menina como se fosse o Homem-Aranha, e bateu três vezes. Ela escondeu seu caderno surrado no lugar habitual, e então foi até a janela.

— Ei, maluquinha. – ele disse, que sorriso travesso ele mantinha no semblante.

— Ei. – disse desanimada, pensando na palavra e no último desenho que fizera no caderno “sacrificada”.

Hugo entrou no quarto dela, e se dirigindo até a porta a trancou. Então ligou o velho rádio da menina em um volume que não fossem ouvidos por ninguém na casa. – Sabe, estive pensando em algumas coisas que quero fazer antes de retomar meus estudos. – ele sorriu para ela.

— Tipo o que? – ela questionou o observando enquanto ele mexia nos cds dela.

— Tipo... – o ruivo pensou, e com um sorriso disse – fazer uma tatuagem maluca. Ou pular de bang jump. Ou passar uma semana sem banho. O que acha?

— Isso é legal. – Lily sorriu, mas foi um sorriso pálido, loiro.

—Você participaria dessa louca aventura comigo?

— O que? – a menina encarou seu primo, procurando algum sinal de demência.

Ele a explicou que gostaria de aproveitar a vida enquanto é jovem e bonito. E que ninguém melhor para disfrutar desta loucura com ele que a prima que ele mais ama no mundo todo. Afinal, ela era para ele, muito mais do que uma simples prima. Ela era sua alma gêmea.

— Tocante. – a ruiva disse entre risos. - Até me senti tentada a fazer o que você quer só por conta dessa coisa de alma gêmea.

— É sério, Lil. – Hugo disse, e tudo em seu semblante indicava isso. – Eu quero que você parta em uma aventura comigo. Que aproveite nosso último ano antes do começo da nossa chatice.

Ela estranhara toda a insistência dele em dizer que a juventude estava acabando, ou que algum deles poderia morrer logo, aquilo era tão mórbido para ele. Que tipo de educação romântica ele teve na Alemanha. – Os sofrimentos do Jovem Hugo. – ela satirizou – Você anda muito romântico nesses dias. Há algo em você que me faz pensar no jovem Werther, morrendo de amores.

— Eu não tenho nada de amores, não tive nem minha primeira paixão ainda. Mas a vida é algo tão frágil que hoje estamos aqui, amanhã ninguém sabe. – ele disse, e então se aproximando da prima, e a olhando profundamente nos olhos perguntou: - Você participaria dessa longa jornada de descobrimento, que poderia nos matar, junto com o primo que você mais ama em todo o mundo?

Lily Luna não sabia o porquê, mas aceitara participar daquela loucura. Mas apenas, e ela frisou isso, para aproveitar o tempo ao lado do primo.

Eles pensaram juntos, naquela mesma tarde em uma pequena lista do que eles gostariam de fazer antes de crescer. E podemos vê-la na integra, tal qual Lily a escreveu aqui:

— Você é importante para mim. – Hugo sorriu com a afirmação da prima.

— Você diz isso porque me ama. – ele a abraçou de maneira doce. – Mas preciso saber que fiz algo importante para alguém.

— Você vai fazer, eu sei disso. – Lily deu um beijo na bochecha dele. E então brincou: - Ou vou fazer você pagar caro.

Aquela noite Lily dormiu bem, não viu Genevive, não pensou nas formas mais horríveis e legais de morrer. Apenas dormiu, sem sonhos, sem pesadelos. Um sono limpo. Hugo queria começar as loucuras para cumprir aquela lista já no dia seguinte. E para isso iam começar com as mais fáceis.

Mas ele não apareceu. Ela ligou para a casa da tia Mione. Não atenderam. Então a menina desceu, e foi perguntar para a mãe se ela sabia onde eles tinham ido. Gina, com os olhos ternos ao ver a filha se interessar por coisas da família, apenas respondeu que surgiu um imprevisto, e que eles tinham ido visitar alguns parentes da Hermione.

A menina torceu o nariz, estava triste. Então após pegar uma maça (não devemos ficar sem comer muito tempo, sabem disso, não?) avisou a mãe que ia sair, dar uma volta. Ao ar livre, a menina percebeu, que apesar da monotonia da sua forma de agir e de seu pessimismo constante, que insistia em reclamar do calor que fazia, ou do frio insuportável, ou do clima pálido e entediante dos dias chuvosos, o dia estava belo e confortavelmente quente.

Ela sabia que uma louca aventura estava por vir em sua vida, mas ela nem imaginava o que poderia ser. Talvez apenas a presença de Hugo já melhoraria a sua vida, ou a divertida investida em fazer aquelas 15 coisas idiotas antes de crescer. Mas o ruivo a tirara da sua pacata vida depressiva.

Entretanto, quando ele não aparecia, como acontecera naquela tarde, ela sentia tudo voltando, como em um caleidoscópio de memórias, a partida do seu melhor amigo, a morte lenta e agoniante de sua melhor amiga, o fato de ser uma desconhecida no seio da sua família. Aquilo a trazia a tona e a fazia perceber que apesar do primo estar ali, tudo voltaria a ser como antes, nada mudaria. Não a longo prazo.

Hugo não apareceu por mais dois dias. Que viagem longa ele estava fazendo. Será que a tia Mione tinha tantos parentes por ai? Lilian estava cansada, mesmo tendo dormido por várias horas. Ela queria experimentar algo novo, então ela retomou ao seu caderno. Ela estimava aquele caderno como um cachorro ao seu dono. Não era Lily que possuía o caderno, era o caderno que tinha total controle sobre Lily.

Mas assim que ela subiu e chegou ao seu quarto, o seu ruivo preferido chegou e se jogou na cama. Era Hugo, é claro. Ele parecia muito abatido, mas ao ser questionado sobre o porque, ele falou que apenas estava cansado.

— Então, vamos começar nossa aventura? – ele disse com um sorriso tão Hugo, que ela sorriu de volta.

— E por qual desejo estranho quer começar? – Lily perguntou olhando a lista.

— 11 – Ir ao cinema e ser inconveniente. Eu adoro esse. – Hugo sorriu.

Os primos escolheram uma sessão de matinê, que ficavam normalmente mais cheias, e simplesmente escolheram o filme que provavelmente seria mais obvio: “O casamento da minha futura mulher”. E se sentaram bem no fundo do cinema, sob a saída do projetor.

Assim que o filme começou, Lily se levantou e ficou em frente à luz, fazendo com que seu vulto ficasse na grande tela. Hugo então começou a gritar contra a prima, mandando ela se abaixar que aquele era o pior começo de filme que existia, e ele precisava ver.

— Oh não! Ela vai casar com ele? Mas e o Owen? – Hugo gritou.

— Não, Owen. Deixa de ser burro, tá falando pro outro tudo que é pra agradar a mulher que é tua alma gêmea. Você já é burro, né marmanjo?

— Isso, ele vai parar o casamento. Esperei por isso o filme todo.

Eles continuaram com a brincadeira, até que as pessoas começaram a se irritar de verdade, e chamaram o lanterninha. Para sair com estilo, Hugo começou a bater palmas e gritar: “Esse filme é tão ruim que me deu náuseas. Se pelo menos tivesse o Leonardo Di Caprio”.

Lily o acompanhava. Ela estava chorando de tanto rir. Havia se divertido muito aprontando. Havia até esquecido de seu caderno, e de Genevive. Hugo trazia para a ruiva uma paz que ela não experiência há muito. Ela sabia disso, e isso a assustava. Por isso ela fez algo para estragar aquele momento sublime.

— Por que você me largou aqui, Hugo? – ela disse com o rosto vermelho. O ruim de ter um rosto pálido como o marfim, era o fato de que uma excitação a mais e bum, você se transforma em um pimentão.

— Foi preciso, Lil, eu já disse. Eu precisava ir estudar na Alemanha. Meus pais acharam que meu comportamento estava descontrolado. – ele respondeu, segurando em uma das mãos da garota. As unhas pintadas de preto destacavam a cor transparente de sua mão. Hugo também não era muito mais bronzeado que a prima.

Ela não falou mais nada, eles andaram até o ponto de ônibus, mas Hugo mudou de ideia ao ver um taxi se aproximar. Ele falou algo para o motorista, mas Lily não ouviu. Então ela subiu com o garoto no carro. E o motorista os levou ao bairro de Kew.

Lily nunca tinha ido ao bairro de Kew, não sabia como era lá, sabia que lá tinha um lindo jardim botânico. Ela havia lido “Kew Gardens” da Virginia Woolf. (Era o prazer culposo secreto da Lily, livros), ela havia ficado admirada com a aventura que V. conta daquele pequeno caracol, e da forma como tudo parece tão maior no conto. Ela ficava sonhando acordada com aquele lindo jardim.

E ela ficou chocada quando o motorista parou naquele enorme parque, e Hugo abriu a porta, após pagar o taxista. Desembolsou ainda 18 libras, para pagar suas entradas. Lily se sentiu envergonhada por ter vindo vestida daquele jeito. Todos ali pareciam tão bem arrumados. Os jardins eram lindos e enorme. Lily e Hugo demoraram muito tempo para percorrerem todo aquele jardim. Pararam em uma das casas de chá, e ali tomaram um pouco de chá.

Lily estava animada, ela andava por entre as flores, sentindo o cheiro da natureza e seu braço enroscado no braço de um ruivo muito bonito. Ele sorria a cada frase que ela dizia. Era impossível ficar triste ou brava com ele.

Eles estavam sentados em um banco próximo a uma árvore, e Lily confidenciou alguns segredos com Hugo, contou sobre Genevive, e sobre como se sentia deslocada da família. Ele havia sido o primeiro a ouvir essa história, o primeiro a quem ela confidenciou. Hugo sorriu para ela e disse que a morte não é nada mais que o descanso da alma, que Genevive pode ter tido uma morte lenta, mas sua alma hoje tinha um lugar em lugar muito melhor. E era nisso que ele preferia acreditar.

Hugo também tinha um segredo para revelar. Mas preferiu manter para si. Não era algo fácil para contar, nem para viver com aquilo, principalmente por se tratar de sua melhor amiga, sua prima querida. Ele preferiu manter para si, sempre manteve aliais.

Os primos aproveitaram a tarde de verão ali no Kew Gardens, e então finalmente foram para a casa da menina. Pegaram a lista, e riscaram aquele item numero 11, faltavam 14. Hugo olhando a lista sorriu internamente. Ele já tinha planos para o próximo.

— Qual você acha que deveríamos tentar agora, Lil? – Ele perguntou com uma malícia desconhecida.

— Eu queria tentar o três, queria fazer uma tatuagem maluca e sem razão. – ela sorriu - eu sempre quis fazer isso.

— Então tentaremos essa. – ele sorriu um sorriso pálido. Ele queria tentar pisar em todos os continentes. Queria conhecer o mundo.

Lily dormiu maravilhosamente bem aquela noite. Diferente de seu primo. Hugo sentia muita dor, uma dor constante, uma dor em sua cabeça que ele sabia que era normal para ele, mas não normal para alguém saudável. Ele preferiu não avisar sua mãe, afinal não queria preocupa-la, ela já andava com os nervos à flor da pele desde que ele havia voltado. Enquanto ele estava na Alemanha se acontecesse qualquer coisa, ele poderia facilmente ser socorrido, ali em Londres não, principalmente porque seu filho não parava em casa.

— Hugo? – Ronald perguntou vendo uma fraca luz vindo do quarto de seu filho mais novo. Ele também estava preocupado, vivia preocupado, mas tentava sempre parecer mais confiante na melhora de seu filho. Afinal, uma pessoa preocupada naquela casa já era ruim, principalmente se essa pessoa é Hermione Granger Weasley.

— Oi pai. – Hugo suspirou cansado. Ele estava mexendo em seu tablet.

— Você deveria estar dormindo. – Ron sussurrou cansado.

— Não consigo dormir. Acho que os remédios estão me dando insônia.

— Talvez seja Lily que te dá insônia, meu filho. – Ron sorriu cansado. – Acha que é certo fazer isso agora?

— Eu preciso, papai. Eu não sei se terei outra oportunidade. – os dois ruivos suspiraram. O rosto de Ronald parecia muito mais velho naqueles anos em que corriam com seu filho.

— Tudo bem. – Ron disse, e beijou o topo da cabeça do filho, sabia que talvez não teria outras oportunidades. – Mas tome cuidado, sua mãe anda muito preocupada.

— E quando ela não está preocupada? – Hugo riu, mas sem qualquer animação, entendia o porque daquela situação, daquela preocupação. Ele sabia que a qualquer dia poderia dar seu último suspiro. Um suspiro de alivio, de descanso, o suspiro que daria fim àquela vida triste e difícil que ele levava.

Lily também pensava nisso, mas em seu ver, a sua vida poderia se esvair a qualquer momento com um suspiro triste e pesado. Para os dois, qualquer momento poderia ser o aquele do seu último suspiro, do último sorriso, da última baforada de vida. Por isso eles queriam aproveitar a vida como nunca antes fizeram.


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Notas finais do capítulo

Ei amores, então, essa fic terá 20 capítulos, sim, eu já planejei todos, e tenho quase todos escritos (mentira, só 3 além desses, mas o que importa é a intensão) e bom, talvez não seja como todos esperam, todos nós três que acompanhamos, amo vocês, Jules e Mi.
Então eu estava pensando em começar a jogar spoilers ou coisas sobre a próxima fic aqui, e talvez do próximo capítulo aqui nas notas finais, então:

"- Mesmo, vai que você desenhou um pênis e eu vou viver para sempre com um pênis no meu corpo. Ai se um dia eu morrer o cara vai ter que me despir e me lavar e vai ver aquele pênis desenhado e vai contar a história para sempre do cara que tinha uma tatuagem de pênis na bunda. – Hugo disse assustado com aquilo, no final ele ria, e havia feito sua prima rir também.
— Eu não fiz um pênis"
Sim, eu acho o Hugo hilário, amo ele. Me digam o que esperam com isso e se acham legal eu postar spoilers da outra fic aqui :)



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