Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
Agradeço a recomendação de Yasmín Rodríguez! Valeu mesmo!
Spencer tentava desesperadamente pegar Júnior que corria de um lado para o outro a fim de não ter que se arrumar para ir ao colégio.
— Qual é carinha? Você não é mais um bebê, já tem 6 anos! Comporte-se como um adulto!
— Eu não sou adulto, nem você papai – respondeu Júnior continuando a sua corrida frenética.
— Quem disse isso?
— A mamãe.
— Eu não sou criança! - disse Spencer em sinal de “banana” com os braços, fazendo Júnior rir e mostrar a língua em retribuição.
A campainha tocou e Spencer desisitiu de tentar pegar o filho, que começou a dança da comemoração.
— Oi – cumprimentou ele, ofegante, ao ver Isabelle parada à porta.
— Tava correndo uma maratona dindo?
— Mais ou menos isso, culpa daquele carinha dançante ali – apontando para Júnior, que ainda comemorava.
— Interessante – disse Isabelle, com cara de tédio – Preciso da dua ajuda! - com mais empolgação.
— Eu também, arruma o Júnior pro colégio pra mim? - em tom de súplica.
— Só se você falar com o Meião e ele arranjar um amigo que tenha um par de sapatos igual a esse pra me vender – abrindo uma sacola e tirando os sapatos de Sam com o salto quebrado.
— O Meião tem um primo que trabalha com sapatos, uma parada de importação e exportação, ele deve conseguir um igual. Mas, por que você não simplesmente cola no sapateiro?
— Eu já tentei isso, duas vezes, mas minha mãe calça sem nenhuma delicadeza e antes da cola secar totalmente e ele quebra de novo. Minha mãe só vai me deixar ir ao acampamento se eu comprar um novo com a grana da minha mesada. Tô devendo tanta gente esse mês, que nem sei de onde vou tirar tanto dinheiro, vai faltar pros meus lanchinhos – disse Isabelle, em tom choroso.
— Espero que não esteja comprando drogas – falou Spencer, em tom de brincadeira.
— Até parece. Meus credores são meus irmãos e minha mãe mesmo.
— Por que está devendo aos seus irmãos?
— Um trabalhinho aí que fizeram pra mim, nada demais. Vai me ajudar com o sapato ou não?
— Vai me ajudar com o Júnior ou não?
— Sim, mas fala com o primo do Meião primeiro.
Spencer pegou o telefone e ligou para Meião, enviando a foto do sapato em seguida.
— Meião mandou a foto pro primo dele e ele tem o sapato numa loja de uma cidade próxima. Até amanhã de manhã tá aqui.
— Ótimo! Porque só tenho até amanhã de manhã para fazer minha mãe assinar a autorização. Não pode atrasar.
— Não vai atrasar. Agora sua vez de me ajudar.
Isabelle levantou-se do sofá onde conversava com Spencer e foi caminhando até Júnior que se pôs a correr.
A menina se escondeu atrás de uma porta e quando o pequeno passou ela o surpreendeu.
Isabelle colocou Júnior esperneando sobre os ombros e o levou para o quarto, enquanto Spencer ia atrás vitorioso para vestir o uniforme no garoto.
Enquanto isso, no Bushwell Plaza, apartamento 8C, Cris continuava deprimido. Carly entrou no quarto do menino que estava com o olhar perdido sobre um ponto além da janela.
— Cris, você tem visita.
— Não quero ver ninguém mamãe, especialmente se for aquela loira do demônio.
— Não é a loirinha. Dessa vez é uma ruivinha.
— Brenda?
— Foi esse o nome que ela disse.
— Ela nem olha mais na minha cara depois daquele encontro desastroso, por que ela quer me ver agora?
— Só vai descobrir perguntando.
Cris acompanhou a mãe de volta para a sala. Brenda aguardava sentada no sofá.
Cris a cumprimentou e sentou ao seu lado. Carly sentou-se do outro lado de Brenda, começando a falar:
— Tô muito feliz com a sua visita! É a primeira vez que sou apresentada a uma namorada do Cris – empolgada.
— Mãe! - falou Cris nevoso e vermelho de vergonha – A Brenda não é a minha namorada!
— Vocês não estavam saindo juntos?
— Foi só uma vez... Mãe, nos dê licença!
— Eu vou sair, mas é pra preparar um lanchinho pra vocês – disse Carly, caminhando sorridente para a cozinha.
— Desculpa Brenda – falou Cris, encabulado.
— Não tem problema, serei breve. Cris, eu vim me desculpar pelo jeito que ando te tratando. A culpa do desastre daquele encontro não foi sua. Eu vi aquele menino que me contou aquela história estranha de ter perdido os pais no shopping lá no colégio.
— E o que tem isso? Ele só estuda lá.
— Ele saiu correndo assustado quando me viu.
— Vai ver ficou com vergonha.
— Tem outra coisa suspeita: ele é irmão da Isabelle. E todo mundo sabe que a loira marrenta gosta de você.
— Sério? - perguntou Cris, com um sorriso bobo.
— Gosta, não assume e ferra seu encontro, tá bom pra você?
A cara de felicidade de Cris desapareceu.
— Bom, vim dar o meu recado. Imaginei que você precisava saber. Eu já vou – disse a ruiva pegando a bolsa, levantando-se e saindo pela porta.
Carly retornou feliz com uma badeja de lanches e a empolgação acabou quando ela constatou que Brenda havia ido embora.
— Não acredito que você deixou ela ir embora sem comer! Até fiz a minha limonada especial.
— Sorte a dela que foi embora.
— O que disse? - perguntou Carly, irritada.
— Nada mãe. Acha que a Belinha seria capaz de arruinar um encontro meu?
— Se ela puxou a Sam como penso que sim, é bem possível.
Cris ficou pensativo um tempo. Carly o chamou de volta à realidade:
— Quer o lanche?
— Depois eu como mãe. Será que agora você pode assinar a autorização pra eu ir ao acampamento do colégio?
— Você vai?! Oba! Finalmente! Pensei que ia ter que te amarrar e te colocar no ônibus pro acampamento amanhã.
Carly colocou a bandeja sobre a mesa central da sala e subiu rapidamente, voltanto com a autorização assinada em mãos:
— Aqui meu filho, vá e se divirta muito. A vida é muito boa na sua idade. Eu sinto falta de quando tinha 14 anos. Minha vida era só o Icarly, a escola e os meus amigos. Depois que a idade chega, tudo fica muito complicado, então ficamos com aquela sensação de que deveríamos ter aproveitado mais os bons momentos da adolescência, sempre de uma forma bem sadia, como ir a um acampamento da escola na companhia dos seus melhores amigos. São boas lembranças que vão ficar para a posteridade e que vão aquecer seu coração nos momentos mais difíceis da vida adulta.
— Você tem razão mãe, obrigado.
Na manhã seguinte, em frente ao Ridgeway, pais e alunos aglomeravam-se à espera do ônibus que levaria a turma de adolescentes ao acampamento de final de semana.
Isabelle disse à Sam, vitoriosa:
— Aposto que você achou que eu não iria conseguir os sapatos né mamãe?
— Talvez. Onde os conseguiu? - quis saber Sam.
— Um primo do Meião.
— Vocês não acham estranho que o Meião sempre tenha um primo que tem alguma coisa que alguém precisa? - indagou Freddie.
— Você continua com essa desconfiança bebê? - perguntou Sam.
— Você tem que convir comigo que é estranho, amor. Quando éramos pequenos eu achava muito legal o fato de o Meião ser cheio dos contatos, mas de uns tempos pra cá, acho isso muito estranho.
— Não coloque caramilholas na cabeça, gatinho.
Isabelle já não prestava mais atenção na conversa dos pais. Abriu um sorriso ao ver Cris chegar acompanhado de Carly.
Carly cumprimentou Sam e Freddie sorridente e engatou uma conversa contando que Gibby havia levado Sophie para brincar na pracinha.
Isabelle falou a Cris:
— Decidiu ir ao acampamento, pelo visto.
— Pelo visto...
— Se tá de mau-humor não deveria ir.
— Tenho um bom motivo pra ir.
— Qual?
— Você vai descobrir – respondeu enigmático.
O ônibus chegou e não demorou muito para Richard, acompanhado da avó, e Alison, acompanhada dos pais, chegarem correndo.
Sam e Freddie abraçaram a filha, fazendo muitas recomendações, as quais ela já estava cansada de ouvir. A menina se desevncilhou deles e correu para o ônibus com uma pequena mala nas mãos.
Alison já guardava o lugar dela e a chamou para se sentar.
— Vamos ficar espertas Belinha, pra pegarmos uma barraca muito boa. O chato é que vamos ter que dividir com uma terceira. Nesse ano são três por barraca.
— Se a terceira incomodar eu resolvo na porrada.
— E aí você vai ser expulsa dos acampamentos do Ridgeway pra todo sempre.
— Como você é dramática.
— Eu só quero que você não faça besteira Belinha, porque não quero perder a minha companheira de barraca e...
Alison parou no meio da fala, virando a cabeça e olhando fixamente para trás, onde trocou um olhar com Grégory, que já a fitava encantado.
Isabelle interrompeu o momento:
— Deixa a paixãozinha pra depois. Você vai me ajudar a descobrir o que o Cris tá pretendendo. Ele tá muito enigmático.
— Tá pretendendo te dar uns beijinhos. Se joga amiga, vai ser feliz.
— Tô falando sério.
— Eu também.
Enquanto isso, Richard tentava conversar com Cristopher, que estava com o pensamento longe.
— Cris, você já foi nesse acampamento?
— Não.
— Nem eu, mas deve ser legal né?
— A gente vai descobrir isso.
— Você tá estranho cara.
— Rick, posso contar com você numa missão?
— Claro.
— Que bom.
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