Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
Agradeço, em especial, às leitoras "Yaz Rodríguez", "Jade" e "Thais Oliveira", que acompanharam a fic do início ao fim e sempre a enriqueceram com seus comentários nos capítulos.
As aulas do Colégio já haviam terminado, veio o baile de formatura. Cris alugou a limousine para levar Isabelle.
Freddie e Sam bateram muitas fotos do casal elegante. Ela com um vestido vermelho longo, justo à cintura e rodado em baixo e ele de smoking.
Dançaram juntos a noite inteira entre trocas de beijos apaixonados. Alison e Greg estavam no mesmo clima.
A madrugada já havia adentrado quando Cris cochichou no ouvido de Isabelle:
— Vamos sair daqui?
— Ainda não quero ir embora, Cris. Tá tão divertido!
— Eu tenho uma surpresa para você. Confia em mim, vai ser ainda mais divertido.
Ela segurou a mão de Cris e seguiu o rapaz.
A festa acontecia num bom hotel de Seattle e ele havia alugado um quarto. Ao adentrarem a uma bonita suíte, Cris explicou:
— Eu quero comemorar a nossa formatura a sós. Você quer ou prefere voltar para o salão?
— Acho que a festa lá em baixo nem está tão legal assim – disse Isabelle, aproximando-se de Cris com um sorriso e tomando os lábios do moreno.
Ele a segurou pela cintura e em seguida a pegou no colo, levando-a para a cama, onde viveram mais uma noite de amor.
O casal chegou em casa antes do amanhecer, contentes.
Sem aulas, não se desgrudaram nos dias que se seguiram. Passeavam de carro, iam à praia, ao shopping, ao cinema (embora pouco assistissem aos filmes entre beijos e amassos), ficavam juntos no apartamento dela ou dele assistindo a filmes ou séries em baixo das cobertas com pipoca e refrigerante, saiam para jantar ou fazer lanches e aproveitavam os momentos em que não havia ninguém no apartamento dele para se amarem.
Numa manhã ensolarada em Seatte, Isabelle acordou melancólica. Seria o último dia na sua casa, com sua família, amigos e namorado. Partiria para Cambridge na manhã seguinte.
Ao se levantar, fazer sua higiene matinal e seguir para o café da manhã, encontrou os pais e os irmãos com o mesmo olhar melancólico.
— Bom dia – disse ela, sem animação.
Todos responderam, também desanimados.
Sam perguntou:
— O que quer comer?
— O que tiver, mãe.
— Eu preparo o que estiver com vontade de comer – insistiu a mãe.
— Está bem, então pode ser panquecas com nutella.
— É pra já.
Freddie estava praticamente mudo durante todo o café da manhã, como se estivesse se segurando. Até Eddie e Nick cessaram as habituais discussões e estavam mais calados que de costume, falando apenas para pedir a comida.
O almoço de sábado em família não foi muito diferente.
Isabelle havia combinado de ir à praia com Cris. Na metade da tarde, o rapaz mandou mensagem dizendo que já estava na garagem a aguardando e ela logo desceu, avisando aos pais aonde ia.
Na praia, Cris percebeu a melancolia da namorada e disse:
— Que tal um banho de mar?
— Acho que não, a água deve estar fria.
Cris tentou pegar Isabelle no colo para levá-la para água, mas ela se desvencilhou e deu tapas nele:
— Eu já falei que não, garoto!
Ele se irritou:
— Está bem, Isabelle! Quer que eu vá embora também? Pensei que tínhamos combinado viver cada momento como se fosse o último até a sua partida.
— Desculpa, Cris – disse Isabelle, fazendo carinho nos cabelos do namorado – Eu estou muito triste – deixando as lágrimas rolar – A minha vida vai mudar completamente. Todo o mundo que eu conheço, eu vou deixar pra trás. Eu vou deixar a minha família, meus amigos e você. Será que o nosso amor vai resistir há anos de separação?
— Eu tenho certeza de que te amo e de quero você pra sempre? E você?
— Eu também tenho certeza. Mas, o tempo passa, as coisas mudam e se nos perdermos um do outro?
— Se eu te perder, eu te acho, nem que eu tenha que revirar o mundo todo – beijando-a na boca.
Ele cessou o beijo e falou:
— Você tem que estar feliz, Belle. Você está indo realizar o seu sonho. Eu também vou realizar o meu daqui a uma semana. Vou para o Instituto Naval. De todo jeito, teríamos que nos separar. Isso é importante para o nosso futuro.
— Sei disso.
— Então, sorri pra mim. Eu adoro o seu sorriso.
Isabelle conseguiu sorrir e Cris a pegou no colo de supetão, dizendo:
— Agora você não escapa da água fria.
Ele correu com ela para o mar e caiu na água, ambos mergulharam, nadaram, fizeram guerra de água e trocaram muitos beijos molhados.
O final da tarde se aproximava. Saíram da água e foram se secar, iria esfriar. Vestiram suas roupas e estavam prestes a ir embora, quando Cris reparou:
— O sol já vai se pôr.
— É mesmo.
— Espera um pouco, vamos ver esse pôr do sol, juntos?
— É claro, meu amor.
Enquanto apreciavam o espetáculo da natureza, Cris mencionou:
— O pôr do sol é igual a vida da gente.
— Como assim?
— Quando o sol se põe, vem a noite escura e a gente pensa que a escuridão nunca mais terá fim, mas, no dia seguinte, o sol volta com toda a sua luz.
— O que quer dizer?
— A faculdade é só uma pausa no nosso relacionamento, não é o fim. Não vamos mais ficar juntinhos como estamos agora, mas estaremos sempre juntos no coração e na internet – rindo – Sem contar que estaremos juntos todas as férias.
— Assim espero.
— Você não acredita em mim – virando o rosto de Isabelle para ele com a ponta do dedo, fazendo-a fitar seus olhos.
— Eu acredito em mim e em você, mas temo o senhor do tempo que tudo muda.
— Quando o amor é forte, resiste ao tempo. Por isso, quero que você leve uma lembrança do nosso amor com você – disse ele, revirando algo na sua mochila.
— O que é? – quis saber ela, curiosa.
Ele tirou uma pequena caixa de veludo vermelho e entregou a ela, que logo abriu, vendo duas correntes com um pingente de coração unindo-as. Ele explicou:
— Eu comprei para você naquela minha viagem para Europa, há anos atrás. Mas, eu pensei que você amava o Rick e não tive coragem de te entregar. Então, agora, resolvi gravar os pingentes com nossos nomes e te dar.
Ele virou os pingentes, cada qual com uma metade. Num deles estava gravado “Cristopher” e ele abriu a corrente deste e colocou no pescoço de Isabelle, dizendo:
— Assim, eu vou com você, meu amor.
Isabelle pegou o outro pingente, no qual estava gravado “Isabelle”, abriu a sua corrente e colocou no pescoço de Cris, dizendo:
— Assim também estarei sempre com você. Cris, seu presente foi o mais lindo de todos, eu adorei! Você escolheu o momento certo para me dar.
Os dois se beijaram. Em seguida, ficaram admirando o sol que já descia.
O jantar, no apartamento dos Puckett Benson, contou com a presença de Carly, Gibby, Cris, Sophie, Alison e Greg. Seria a despedida de Isabelle.
Alison contou a todos que iria estudar moda em Paris, sendo aprovada para uma universidade de lá. Greg ficaria em Seattle mesmo, passando para administração numa faculdade local.
A despedida de todos, depois do jantar, foi mais um momento de dor para Isabelle, que já sentia saudades da vida e das pessoas que estava deixando para trás.
Freddie chamou a filha para uma conversa:
— Belinha, eu sei como se sente. Mas, a vida é feita de ciclos. Por mim, você ficaria perto de nós para sempre. Porém, a vida não é assim. Crescer dói, exige provações, nos faz entender e aceitar as mudanças, porque quanto mais a gente resiste a elas, maior é o sofrimento. Além disso, quando você voltar, tudo o que ama, ainda estará aqui – abrindo os braços.
Isabelle aconchegou-se no abraço do pai e disse:
— Muito obrigada, pai. Eu estava precisando disso.
Ele deu um beijo na cabeça da filha.
Na manhã seguinte, Sam acordou a filha com uma delicadeza pouco usual:
— Belinha, meu amor, tá na hora. Acorda – falando suavemente, enquanto acariciava os cabelos da moça.
Isabelle abriu os olhos e fitou os olhos azuis da mãe, que lhe passavam uma calma e proteção que lhe remetiam aos momentos da infância.
Sam prosseguiu:
— Levante-se, querida, se não vai perder a hora do vôo.
Isabelle deu bom dia à mãe, sentou-se na cama, espreguiçou-se e enfim se levantou. Pouco depois estava na cozinha, arrumada, de malas prontas, cabelos molhados. Sentou-se para tomar o último café da manhã no ninho antes de bater asas.
Sam servia a família com seus apetitosos quitutes e os gêmeos comiam enquanto olhavam os celulares, fazendo a mãe chamar a atenção. Bolinha pulava nas pernas de Freddie pedindo um pedaço de comida. Isabelle observava tudo, como se quisesse absorver cada momento.
Freddie olhou o relógio e alertou:
— É melhor se apressarem, já temos que ir para o aeroporto.
A moça chegou ao aeroporto com a família e fez o check-in, despachando as malas. Em seguida, sentou-se nos bancos do lado de fora da sala de embarque para aguardar a chamada.
Sam pediu:
— Quando chegar, ligue para nós. Vamos ficar preocupados se não der notícias.
— Pode deixar, mãe.
Pouco depois, ela ouviu a primeira chamada para o vôo e levantou-se com a sua bagagem de mão para entrar na sala de embarque.
Abraçou o pai e depois a mãe, que não mais se conteve, deixando cair as lágrimas:
— Ai, Belinha! Eu estou tão feliz e tão triste ao mesmo tempo. Fomos sempre tão unidas, tão juntas. Minha razão se preparou para esse momento, mas meu coração, não.
— Não chora, mãe. Se você chorar, eu também choro – já deixando cair uma lágrima - O tempo passa rápido, logo chegam as férias e estarei de volta. Está bem?
Freddie aproveitou a oportunidade:
— E você achou que eu que iria chorar, né amor?
— Claro que não vai chorar hoje, já chorou ontem à noite, que nem um bebê – contou Sam, secando as lágrimas - Vai logo, Belinha! Boa sorte! Estaremos sempre aqui torcendo por você.
Ela abraçou novamente os pais e então os irmãos, que disseram já estar com saudades e se dirigiu ao portão de embarque. Quando, então, ouviu alguém gritar:
— Belinha!
Virou-se para trás e viu Cris correndo na direção dela. Assim que a alcançou, abraçou a moça pela cintura e tomou seus lábios num beijo apaixonado, prontamente retribuído.
— Você pensou que eu não vinha? – perguntou ele, ao cessar o beijo.
— Pensei que já tínhamos nos despedido ontem à noite.
— Te enganei direitinho – disse ele, rindo – Eu não perderia nenhum segundo a mais com você – com um olhar apaixonado.
— Foi uma surpresa linda, Cris – olhando para ele com a mesma paixão.
Ouviram a segunda chamada do vôo de Isabelle.
— Mas, eu tenho que ir agora – falou ela, triste.
— Ei, assim não. Quero ficar com o seu sorriso na minha mente. Sorria para mim.
Isabelle sorriu para Cris e ele a beijou mais uma vez. Ela pegou a mala de mão, depositada no chão, e entrou na sala de embarque, dando um último aceno e sorriso para Cris, que sorriu e acenou de volta.
No avião, Isabelle fitava Seattle do alto, já com uma pontada de saudade no peito. Pegou a corrente com o pingente de metade do coração, inscrito com o nome de seu amor, e levou aos lábios depositando um leve beijo, devolvendo-o ao seu peito, onde sempre ficaria bem perto do coração.
No aeroporto, Cris acompanhou a decolagem do avião de Isabelle, também pegou o seu cordão com metade do coração inscrito com o nome dela e o beijou, devolvendo-o para junto do peito.
Ambos não sabiam que surpresas viriam no futuro, mas tinham certeza e segurança de uma coisa: do enorme amor que os unia, apesar da distância necessária.
FIM
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