Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 28
Menos uma virgem no grupo


Notas iniciais do capítulo

Feliz 2018, galera!



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Isabelle largou a bomba durante a reunião do ICarly, por ela convocada.

Alison, Richard e Cristopher olhavam para a loira, ainda sem crer que era verdade o que dizia.

— Você só pode estar brincando! – falou Alison.

— Não iria ser tão cruel! – aduziu Cris.

— O ICarly é o que mais gosto de fazer na vida – interveio Rick.

Belinha estava séria e respondeu:

— É claro que falo sério e não tem nada de cruel nisso. Eu, Cris e Alison estamos no último ano do colégio, temos que focar no que importa: a admissão nas melhores universidades no próximo ano. Não somos mais crianças e não podemos colocar nossa vida num web show que nada mais é que um passatempo.

— Está mesmo preocupada com nosso futuro ou o problema sou eu? – indagou Cris - Se for, é melhor que diga. Assim, saio eu e você não ferra a vida de todos por uma birra comigo.

— Você se acha muito importante mesmo, Cris. Não escondo de ninguém, nem de você, que o seu comportamento tem me desagradado há muito tempo, mas continuamos convivendo e continuaremos, fora do ICarly. Como eu disse, não somos mais crianças e eu não tenho birra com você.

— De onde saiu tanta maturidade? – zombou Cris.

— Do seu mau exemplo.

O sorriso do garoto murchou diante da resposta atravessada da menina.

— Ao menos vamos fazer uma despedida do ICarly? – perguntou Rick.

— É claro que sim, devemos isso aos nossos fãs – constatou Isabelle.

— Você se importa mesmo com os fãs desse web show de passatempo? – provocou Cris.

— Eu me importo com eles sim, o que não quer dizer que vou fazer o web show para sempre. O tempo passa, a vida muda e as prioridades também. Eu vou me dedicar a entrar na melhor universidade de engenharia e meus pais sentirão orgulho de mim. Creio que vocês também queiram que seus pais sintam orgulho de vocês.

— Minha mãe já sente orgulho de mim – retrucou Cris.

— Será? – questionou Isabelle, com um sorriso irônico.

Alison interveio:

— Isabelle tem a sua razão e eu compreendo. Vamos fazer o melhor web show de despedida.

— Vamos! – empolgou-se Rick.

Após a reunião, Alison e Isabelle seguiram para 13º andar do Bushwell Plaza e para o quarto da loira. A morena queria contar um segredo.

— Desembucha que eu já não agüento mais esperar! Estou em cólicas desde que você me mandou mensagem ontem à noite dizendo que tinha um super segredo para me contar – começou Isabelle.

— Seus pais não estão em casa? – indagou Alison.

— Não. Ambos trabalhando.

— E sua avó?

— Deixou os gêmeos no Colégio e se bem a conheço deve ter ido atrás do meu avô Charles.

— Então estamos sozinhas... beleza!

— Fala logo!

— Tá! Eu perdi a virgindade com o Greg! – abaixando a cabeça, sem fitar os olhos da amiga.

— Que legal! Pelo visto vou ser a última virgem da turma mesmo. É capaz de o Rick perder a virgindade antes de mim, ao menos ele tem uma namorada. Eu serei forever alone.

— Que drama, amiga! Ficará sozinha só se quiser, afinal, você é linda, inteligente, legal... um pouco brava e mal-humorada às vezes, mas as outras qualidades compensam – rindo.

Isabelle empurrou Alison, rindo também.

— Você tem razão. Talvez eu esteja querendo ficar sozinha no momento. Estou, digamos, fechada para balanço. Andei me magoando muito ultimamente.

— Faz bem. Engatar um romance atrás do outro, quando você não está preparada, só vai fazer te machucar mais. Deixe as feridas cicatrizarem e então abra-se para receber o amor que o universo está guardando para você.

— Eu achei que esse amor era o Cris, sonhava com a nossa primeira vez perfeita. Nós dois, inexperientes, tentando aprender um com o outro...

— Uhmmm! Belinha romântica.

— Mas, de nada adianta todo meu romantismo. Afinal, ele já perdeu a virgindade com a primeira biscate que apareceu.

— Pelo menos ele já é experiente, isso pode ser uma vantagem.

— Como assim?

— Eu fico constrangida de contar, mas como você é minha melhor amiga, vou falar. Até porque isso tá me consumindo...

— Diga!

— O Greg era tão inexperiente quanto eu, ele me contou isso e mesmo que não tivesse contado, eu teria percebido.

— Ele não sabe fazer? – perguntou Isabelle, caindo na gargalhada.

— Se você vai tirar onda, não digo mais nada – fechando a cara.

— Desculpa, amiga – disse Isabelle, segurando o riso – Parei, continua.

— Isso não pode sair daqui, Belinha. O Greg jamais me perdoaria.

— É claro que não vou falar um troço desses. Acha o quê? Que vou chegar no almoço de família no domingo e vou dizer: Sabiam que o Greg fode mal? – voltando a rir.

Alison se levantou, dizendo:

— Assim não vai dar.

— Juro que desse vez eu paro. Tô rindo de nervoso.

— Sua última chance, Isabelle! Vaca amarela pulou a janela, se a Belinha falar ou rir agora, vai comer a bosta dela.

A loira fingiu fechar a boca com zíper e Alison continuou a contar:

— Resumindo, ele não sabia muito bem o que fazer, eu também não. Ele queria imitar umas paradas de filme pornô, eu disse que não ia fazer. Ele disse que podíamos tentar o mais tradicional. Ele começou se atrapalhando para botar a camisinha, tentei ajudar, sem jeito também. Ele tava muito ansioso, a primeira tentativa não durou muito tempo. A segunda foi melhor, mas eu não cheguei nos finalmentes.

Isabelle começou a gesticular, apontando para a boca.

— Pode falar agora, Belinha – autorizou Alison.

— Tua primeira vez foi sem nenhuma emoção? Você não sentiu nada? Isso está fazendo eu nem ter vontade de ter a minha primeira vez.

— Cada um é cada um. Essa foi a minha experiência. Acredito que aos poucos, nós vamos aprendendo um com o outro e a nosso relacionamento sexual só tende a melhorar, assim espero... Mas, eu não posso dizer que não senti nada, foi prazeroso, eu só não senti tudo aquilo que dizem.

— Doeu?

— Eu tava nervosa, então, da primeira vez, não consegui relaxar direito, doeu um pouco. Já na nossa segunda tentativa, não. Mas, não é uma dor digna de se preocupar. Injeção dói mais – rindo.

A porta se abriu e as duas meninas arregalaram os olhos. Era Marissa Benson:

— Cheguei, Isabelle! – anunciou a avó à neta.

— Chegou cedo, vó – falou a menina.

— Por que? Não queriam me ver aqui? Estão estranhas! Estavam fazendo algo proibido? Fumando maconha?

Marissa adentrou ao quarto e começou a procurar algo em volta das meninas e nas vestes das mesmas, ao mesmo tempo em que fungava, tentando sentir cheiro de maresia.

— Para com isso, vó! – pediu, Isabelle, levantando-se – Não estamos fumando nada. Estávamos falando de garotos, por isso ficamos constrangidas quando entrou.

— Tá namorando escondido, Isabelle? Seu pai precisa saber disso! – disse Marissa, exaltada.

— Não, vovó. Alison tem um namorado e estava me contando dele.

— Está colocando minha neta no mau caminho? Colocando ideais de namoro na cabeça dela? Ela tem que estudar, está em ano de vestibular. Se é má companhia, é melhor que se retire, agora! Sou responsável por essa menina quando o pai dela não pode estar aqui!

Alison, assustada, pegou a bolsa, acenou para Isabelle e se retirou, apressada.

— Não tinha o direito de colocar minha melhor amiga para correr! Ela é uma ótima companhia para mim, desde criança!

— Crianças crescem, mudam e vão para o mau caminho. Fiz o meu papel! Agora, vá estudar!

Marissa fechou a porta do quarto, deixando Isabelle, indignada, dentro dele. Ao final, ela pensou que ao menos numa coisa a avó tinha razão: era melhor estudar! Estava em ano de preparação para entrar numa boa universidade. Ela visava à Stanford, na Califórnia, onde havia um dos melhores cursos de engenharia dos EUA. Entrar nela não seria fácil.

Estava decidida de que naquele ano o estudo seria o seu melhor amigo, o seu namorado e então, viria o casamento com Stanford.

Enquanto isso, Richard fazia o dever de casa junto com Cris e Petra, no estúdio do ICarly.

Cris perguntou:

— Alguém quer limonada?

— Sua mãe que vai fazer? – perguntou Rick.

— Não. Minha mãe está trabalhando, é tarefa do tio Spencer.

— Então eu quero – disse Rick.

— Eu também – concordou Petra.

Quando Cris desceu, Petra aproveitou o momento:

— Rick, meus pais vão viajar no final de semana e minha irmã mais velha vai para a casa do namorado. Tá a fim de passar a noite lá em casa?

— Tenho que falar com a minha avó, mas acho uma boa idéia. Podemos assistir séries a noite inteira! – comemorou o garoto, levantando os braços.

— Você acha mesmo que estou te convidando para ver séries?

— Não é isso? Então é para jogar vídeo-game?

— Você quer mesmo que eu te fale com todas as letras? Vai me deixar constrangida a esse ponto?

— Eu não entendi. Ficaria muito grato se pudesse me dizer com todas as letras.

Petra corou e, enquanto tentava falar algo, Cris voltou com as limonadas, fazendo a menina se calar.

Assim que terminam os deveres, Petra decidiu ir embora, dizendo ter compromisso com os pais logo mais, despedindo-se de Rick com um selinho.

Cris reparou:

— Podia ter dado um beijo melhor na sua gata, eu não me importo – rindo.

— Não dou grandes beijos em público, é constrangedor.

— Não sou um público, sou seu melhor amigo desde criança.

— Pior ainda.

— Espero que longe de olhares a coisa fique mais quente entre vocês.

— Já fomos namorar num Jardim Botânico, estava bem quente lá, tinha sol e era verão.

— Eu não falei nesse sentido. Foi uma metáfora. Eu me esqueci que às vezes você leva tudo pro lado muito literal e não entende as coisas, cara. Mas, de boa, gosto de você mesmo assim – dando um leve tapa no braço de Rick.

— Falando sobre não entender, a Petra me disse uma coisa que não entendi. Será que você pode me ajudar?

— É claro, fala aí.

Depois que Rick contou a conversa da namorada, Cris não agüentou e disparou a rir.

— A Petra disse algo engraçado?

— Não, cara. Você disse – limpando os olhos com lágrimas, de tanto rir.

— O quê?

— Cara, ela te convidou para transar!

— Ela não disse isso. Não tem nada a ver. Você está enganado.

— É isso que as meninas que querem transar fazem. Esperam os pais viajarem. Sem ninguém em casa, convidam o namorado. Daí, sem supervisão, podem fazer sexo em paz.

— Era assim com a Mônica?

— Os pais da Mônica são separados e a mãe tem problemas com alcoolismo, tava sempre no bar. Nunca tinha ninguém em casa e podíamos ir para a casa dela de boa.

— Coitada. Eu nunca soube dessa história triste dela.

— Pois é. No fundo ela é só uma menina carente, tentando preencher esse vazio.

— Que triste.

— Mas, voltando a você, amigo. Vai aceitar o convite dela? Tá pronto para afogar o ganso?

— Por que eu afogaria um pobre bichinho?

— De novo, fui pouco literal. Desculpe, falha minha. Tá pronto para transar com a Petra?

— Como posso saber disso?

— Quer meu conselho?

— Claro.

— Você nunca saberá. O negócio é enfrentar o medo e fazer sexo de uma vez.

— Você teve medo?

— Sempre dá um pouco.

— Mas, eu sinto muito!

— Você tem que se decidir logo, cara. A mina tá querendo!

Richard engoliu em seco. Precisava dos conselhos de uma menina.

Isabelle ainda estudava no quarto quando ouviu a campainha. A avó já havia saído para buscar os gêmeos no colégio. Lembrou-se disso, diante da insistência do toque, e foi atender.


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