Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 19
Ocultando os fatos




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Isabelle e Cris conseguiram retornar aos seus apartamentos sem serem notados por suas famílias.

Na manhã seguinte, Freddie concluiu que seu carro havia sido roubado ao não encontrá-lo na garagem. Isabelle, que nem tinha dormido de preocupação naquela noite, ficou pálida diante da afirmação do pai de que tinha sido roubado e de que iria chamar a polícia. Tentou disfarçar, dizendo que o nervoso se devia ao atraso que teria na escola, tendo prova na primeira aula.

Freddie deixou Isabelle seguir com Sam, na motocicleta, para o colégio. Assim que chegaram, Sam comentou com a filha:

— Você sempre quis andar de moto, pensei que fosse ficar mais empolgada.

— Estou nervosa com essa prova.

— Só isso?

— Não. Tô preocupada com o papai, roubaram o carro dele e tal.

— Vão achar! Um carro não some assim. Logo encontrarão os ladrões também.

— Você acha mesmo? – perguntou a menina, empalidecendo.

— Acho. Você está bem, Belinha? Tomou café da manhã?

— Não tomei. Acho que estou com queda de pressão.

Sam tirou um trocado do bolso e deu à filha, dizendo:

— Faça um lanche antes da prova, senão vai desmaiar.

— Obrigada, mãe.

Isabelle deu um beijo no rosto da mãe e entrou no colégio. Logo encontrou Alison, que, ao contrário de Isabelle, parecia calma e radiante.

— Advinha quem tem algo para contar...

— Eu não tenho nada para contar, Ali – apressou-se Isabelle, nervosa.

— Mas, eu tenho!

— Então desembucha logo.

— Acordou de mau-humor, heim! Você precisa namorar, veria como isso melhora o humor, falo por experiência própria.

— Eu não preciso de um namorado, preciso de um lanche...

— Belinha, não percebeu?

— Percebi o quê? Não penso bem de manhã e com o estômago vazio.

— Sempre achei que seu cérebro estava ligado ao seu estômago, hoje tenho certeza. Mas, vou direto ao ponto: estou namorando!

— Parabéns, amiga.

— Nossa, esperava mais empolgação. Não quer nem saber quem é?

— Parabéns pro Greg também. Desculpe a falta de empolgação, estou feliz por você, mas hoje não é um bom dia para eu demonstrar esse tipo de sentimento.

— Ok. Duas perguntas: Como sabe que é o Greg? O que aconteceu para te deixar desse jeito?

— Resposta um: Você só tem olhos pro Greg; resposta dois: to na TPM, dormi mal, não tomei café da manhã, roubaram o carro do meu pai...

— Minha nossa! Roubaram o carro do seu pai! Mas, como?

— Como eu posso saber? Melhor irmos para a lanchonete antes que a aula comece.

Na hora do intervalo, Isabelle encontrou-se com Cris, que também estava com a péssima aparência de quem mal dormiu a noite, somando-se à aflição.

— Seu pai já chamou a polícia? – perguntou Cris, nervoso.

— Não sei. Disse que ia chamar quando sai de casa. Provavelmente já chamou.

— Se descobrirem vamos presos.

— Somos menores, vamos para o reformatório.

— Dizem que coisas terríveis acontecem lá.

— Não vamos para lá, não vão descobrir.

— E se descobrirem?

— Não vão! Pensa positivo.

— Belinha, eu preferia ser preso logo, não sei viver como um criminoso. Minha consciência está pesada.

— Não somos criminosos, foi um acidente. Ninguém morreu.

— Você furtou o carro do seu pai e danificou patrimônio público. E eu sou seu cúmplice.

— Você é muito dramático!

— Eu não agüento guardar isso, Belinha. Eu tenho que falar com alguém.

— Fale comigo, estamos juntos nessa.

— Sinto que devemos contar ao menos para nossos amigos.

— Nós combinamos que seria um segredo nosso, só nosso.

— Rick vem aí, eu não consigo esconder uma coisa dessas, vou contar pra ele.

Isabelle viu que Richard se aproximava e antes que Cris abrisse a boca, puxou o moreno para si e deu-lhe um longo beijo na boca, até deixá-lo sem ar.

Richard viu a cena e afastou-se para não atrapalhar.

— Uau! – exclamou Cris quando a loira o soltou.

— Espero que fique de bico calado agora.

— Só se você continuar calando minha boca desse jeito.

— Não começa de graça. Trato é trato, bico fechado e não se fala mais nisso.

Quando Isabelle voltou para casa, Freddie estava lá, agitado. Ele logo foi falando:

— A polícia encontrou o meu carro batido! Jogaram ele num poste, bem naquela rua que te levei para dirigir. Estranho não acha?

— Como assim? – perguntou Isabelle, sentindo o sangue fugir de suas faces.

— Alguém deve ter nos visto lá, nos seguido e planejado o furto. Temos que ficar atentos, esse bandido sabe onde moramos e quem somos. Não quero você saindo sozinha, Isabelle.

— Está bem, pai. Posso ir para o meu quarto?

— Claro, querida.

Isabelle tirou os tênis, largou a mochila num canto e atirou-se na cama, queria dormir para esquecer os problemas. Porém, os pesadelos não a deram sossego, acordou gritando, vendo Sam, de olhos arregalados, aos pés de sua cama.

— O que houve, Belinha? – perguntou a mãe, preocupada.

— Nada, mãe. Só um pesadelo.

— Minha filha. Você está muito estranha hoje. Algo me diz que você precisa me contar alguma coisa.

— Não preciso, mãe. Estou nervosa, porque estou na TPM.

— Você fica irritada nesse período, mas nunca ficou nervosa desse jeito. Tá diferente dessa vez, tem algo a mais.

— A senhora está imaginando coisas.

— Belinha, você perdeu a virgindade?

— O quê? Não! Claro que não! De onde tirou isso?

— Ora, eu já tive a sua idade. Sei como são as coisas, os hormônios, namoradinho morando no mesmo prédio...

— Eu não tenho namorado.

— Belinha, não sou cega. Sei muito bem que entre você e o Cris rola mais que amizade.

— Tá bom, mãe. Eu já fiquei com ele algumas, digo, muitas vezes. Mas, só rolou beijo, eu sou virgem.

— Se não é isso que está escondendo, o que é?

— Eu já disse que nada.

— Vou fingir que acredito, por ora. Mas, Belinha, espero que confie em mim. Posso ficar zangada, no entanto, jamais te abandonaria numa situação difícil.

— Está bem, mamãe.

— Quanto ao outro assunto... não quero que me esconda nada... quero te orientar... não quero que acabe grávida antes do tempo, como é tradição na família Puckett. Promete que vai confiar em mim? Que vai tirar suas dúvidas comigo?

— É meio constrangedor, mas eu prometo.

No dia seguinte, Isabelle ajudava Sam no restaurante, tirando os pratos de uma mesa, quando Richard apareceu:

— Oi, Belinha! Sei que você está meio ocupada, mas eu queria conversar contigo a sós, fora do colégio.

— Só vou levar esses pratos para a cozinha e podemos conversar. Sente-se.

Richard sentou-se à mesa e aguardou Isabelle. Assim que a menina voltou, ele foi logo ao ponto:

— Você e o Cris voltaram? Digo, estão namorando de novo?

— Não.

— Eu vi vocês se beijando no colégio e pensei...

— Rick, minha relação com o Cris é confusa. Mas, não estamos namorando. Se estivéssemos, isso te incomodaria?

Quando Rick ia responder, ele voltou os olhos para a loira que acabara de entrar no restaurante.

— Uau! Acabo de ver um anjo!

— Você fala da Mabel?


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