In Love With My Best Friend escrita por Sany


Capítulo 22
When You Say Nothing At All


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite ...



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♪♫♪♫♪♫♪♫

... O sorriso em seu rosto

Me faz saber que você precisa de mim

Há uma verdade em seus olhos

Dizendo que você nunca vai me deixar

O toque da sua mão

Diz que você vai me segurar onde quer que eu caia ...

...eles nunca poderiam definir

O que foi dito entre o seu coração e o meu...

...O sorriso em teu rosto

A verdade nos seus olhos

O toque da sua mão...

(When You Say Nothing At All - Ronan Keating)

♪♫♪♫♪♫♪♫

 

Saí de casa o mais rápido que pude em direção ao quintal vizinho sem nem olhar para minha mãe que me observava da janela da sala.  Não era justo, mamãe poderia ter pelo menos pensado um pouco mais antes de dar o que segundo ela era a resposta final. Passei pelo portão do corredor e avistei Peeta sentado no chão com o filhote de dálmata no colo. Sentei-me ao lado dele e mantive silêncio, apenas olhando o belo filhotinho por um tempo. 

— Sua mãe disse que não. - talvez fosse pela minha reação ou talvez fosse pelas duas respostas negativas dela durante o mês anterior, mas ele não parecia surpreso.

— É. Não é justo isso, eu mereço ganhar um cachorro também. - desde que soube há pouco mais de um mês que Peeta ganharia um cachorro pedi um a minha mãe também, e diferente do que ela achava não era só porque meu amigo teria um que eu queria também.  Eu gostava de cachorros e o filhotinho precisava de um amigo e vendo todos aqueles filhotinhos brancos e cheios de pintas, também quis trazer um para casa.

— Talvez no ano que vem. – ele tentou me animar, mas acabei suspirando -  Vovô disse que na fazenda onde o Pongo nasceu sempre têm filhotinhos. - a fazenda não ficava longe e eu tinha ido aquela manhã junto com eles para buscar o cachorro e realmente o lugar era cheio de dálmatas, tínhamos visto pelo menos três adultos sem contar com os vários filhotinhos.

— Eu queria agora. - lamentei - Mamãe disse que é muita responsabilidade e que só posso ter um quando eu for mais velha e for cuidar dele de verdade. 

— Tem um montão de responsabilidades mesmo, o vovô fez uma lista de tarefas que tenho que fazer todos os dias antes e depois da escola. E a vovó disse que como ele inventou em me dar o cachorro, ele que vai me ajudar a cuidar do Pongo e a ensinar obedecer. O que não será fácil já que ele nem pega a bolinha. – disse ele apontando para a bolinha azul a alguns metros - Eu joguei várias vezes e ele só foi lá brincou e voltou sem ela. – lamentou, embora estivesse sorrindo e fazendo carinho no filhote.

— Posso tentar? - ele confirmou com a cabeça e eu peguei a bolinhas voltando a me sentar ao lado dele – Pega, Pongo. - lancei a bola e vi o filhote correr até ela, ele brincou por algum tempo, mas não a trouxe de volta - Estranho.

— O vovô disse que é assim mesmo, que ainda é novinho, mas que ele vai aprender. - concordei com a cabeça e continuei olhando ele brincar com a bola. Peeta se levantou e buscou o cachorro se sentando novamente ao meu lado – Sabe, tem um montão de coisas para fazer e ensinar a ele. Tenho que dar comida e água mais de uma vez por dia, limpar a sujeira, acompanhar o vovô quando ele levar o Pongo para passar e ir ao veterinário, essas coisas. Fora brincar e ensinar truques a ele. - por mais trabalhoso que fosse eu ainda queria um cachorro - Podia ver com a sua mãe se você poderia dividir o Pongo comigo.

— Dividir o Pongo com você? 

— É.  Mas só se você quiser. – ele disse rápido - Quer dizer você mora aqui ao lado e ele pode ficar lá as vezes. Você me ajuda a cuidar indo comigo, com o vovô passear com Pongo, essas coisas. 

— Mas ele é seu.

— Você é minha amiga, amigos dividem as coisas e vai ser legal. E também vai ser um motivo para você querer ficar aqui no 12 e quem sabe chamar aqui de lar. – sorri animada com a ideia.

— Eu vou falar com a mamãe. – levante e sai correndo na mesma direção que tinha vindo minutos antes.

 

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O dia estava típico do mês de abril. O céu estava limpo e o sol brilhando, embora não estivesse tão quente quanto no verão, deixando o clima perfeito para uma festa infantil no jardim.

— Eu preciso de uma bebida. – Johanna disse impaciente ao meu lado olhando as diversas crianças correndo pelo gramado do quintal da casa da Annie e do Finn – Pensando bem acho que eu preciso ir embora. – comentou olhando o homem vestido de palhaço fazendo animais de bexiga para algumas crianças maiores próximo de onde estávamos.

— Você acabou de chegar. – lembrei e a vi suspirar.

— Droga, eu não sirvo para isso Katniss. – comentou desanimada, Johanna adorava o Kevin, mas o pequeno era a única criança que a morena tinha contato, segundo ela era por isso que gostava dele. A verdade é que ela não gostava de muitas crianças no mesmo ambiente e diferente do primeiro aniversario do meu afilhado onde a festa foi apenas para os familiares e amigos, esse ano Annie chamou praticamente toda a vizinhança lotando o quintal de crianças.

— Não dramatiza. – brinquei enquanto ela pedia a um dos garçons uma bebida forte recebendo um olhar estranho do mesmo que saiu em direção ao outro lado do jardim provavelmente procurando um dos pais do aniversariante para dizer como proceder já que nenhum outro adulto estava bebendo álcool.

Olhei para a piscina de bolinhas onde pude ver Peeta em meio as crianças olhando nosso afilhado que estava animado em lançar bolas coloristas em todas as direções possíveis.

— Acho que todos são meio cegos por aqui.

— Como? – minha amiga riu.

— Todos são cegos de não notar o modo como você olha para ele, está claro o que sente. Só não vê quem não quer.

— Estou olhando para o Kevin. – menti e ela meneou a cabeça descrente.

— Não, você está olhando para o loiro lindo, mas você não é a única relaxa. – olhei ao redor buscando outros olhares em direção a ele e ela riu achando graça – Ele é um jovem bonito e um dos poucos brincando com uma criança sem aliança você acha que as solteiras ou divorciadas estão mesmo olhando as crianças? – revirei os olhos e mudei a direção do meu olhar, observando a decoração. Estava tudo realmente lindo, os balões coloridos, os brinquedos e a mesa do bolo era quase um sonho de tão linda – Cadê o piloto bonitinho?

— Trabalhando, só volta na próxima semana. – meu encontro com Cato tinha sido realmente agradável, diferente do outro encontro ele falou sobre coisas além da sua carreira e pude ver que era uma boa pessoa. Acabamos nos encontrando mais duas vezes durante as últimas semanas e, confesso que me sentia lisonjeada pelo esforço que ele faz para sempre vir até aqui em um período tão curto de tempo.

— E quando você vai apresenta-lo aos amigos? Ou melhor dizendo ao Peeta?

— O que tem o Peeta? – me virei vendo o loiro se aproximar com Kevin nos braços totalmente entretido com um doce.

— Nada. – disse rapidamente me apressando em pegar o loirinho tentando desviar o assunto – Venha com a madrinha lindinho.

— Estava perguntando quando a Katniss vai nos apresentar o novo namorado. – Johanna não podia deixar o assunto ir.

— Namorado? Que namorado? – vi surpresa em seus olhos. Eu não havia falado nada para ele ainda.

— O piloto gato, não esta sabendo?

— Johanna.

— Pelo visto não. Bom, vem Kevin – ela estendeu os braços o pegando de mim sem cerimonia – Vamos procurar seu pai para que ele providencie algo forte para a tia Jô beber.

— Que historia é essa de namorado?

— Cato não é meu namorado. Tivemos alguns encontros, nada de mais eu falei dele para você no ano passado quando estava na Capital.

— O piloto gato seria o mesmo piloto que parece ter uma mulher em cada Distrito?

— Talvez eu tenha exagerado um pouco quando falei dele, nos encontramos e acabei dando uma segunda chance a ele e vi que é mais do que mostrou naquele primeiro encontro.

— Agora você resolveu dar segundas chances?

— Você está fazendo isso com a Glimmer. – ele desviou o olhar e suspirou – Desculpa, saiu de forma errada, eu não sei onde esses encontros vão dar por isso não disse nada. – justifiquei embora não tivesse certeza do motivo de não contar a ele sobre meus últimos encontros.

— Desculpa eu não tenho direito de me intrometer nisso.

— Peeta, eu vou apresentar a você, só achei que ainda não era importante. – ele concordou com a cabeça – Annie me disse que o Kevin amou o cachorrinho – mudei de assunto o mais rápido possível.

— Ela me disse também. – a ideia de dar um filhote de presente havia sido dele e acabei embarcando nessa. Então nosso presente para o pequeno foi um belo filhote de dálmata para nossa total nostalgia.

— O filhotinho me lembra tanto o Pongo. – comentei lembrando do nosso companheiro de infância.

— Eu espero que ele se divirta tanto quanto nos divertíamos com o Pongo. - sorri lembrando o quanto foi bom termos nosso companheiro de quatro patas durante a infância e adolescência, Pongo tinha ficado conosco por quase treze anos, falecendo um ano após nossa ida para universidade.

— Tínhamos quase uma guarda compartilhada dele. – por mais que Peeta o tivesse ganhado era como se ambos fossemos dono dele. Havíamos dividido as reponsabilidades e os cuidados. E no fim recebíamos o mesmo carinho do filhote que cresceu entre uma casa e outra.

— Eu sinto falta de um cachorro. O problema é o apartamento, pouco espaço. Cheguei a pensar em uma raça menor, não sei.

— Eu também sinto falta, o que acha de comprar um e dividir comigo outra vez? – ele riu – É serio, você pode até comprar uma casa perto do meu prédio, o que acha? Assim não vou me sentir culpada quando ele ficar no meu apartamento. – ele desviou o olhar e estranhei.

— Quer beber alguma coisa? – ia perguntar o porque da mudança repentina quando um homem mais velho se aproximou animado cumprimentado Peeta em seguida.

— Mellark, não acredito.

— Flickerman, que surpresa ver você.

— Me mudei recentemente, Finn indicou o condomínio acredita? Ainda mantínhamos contato. Não sabia que já tinha filhos, essa é sua esposa? Linda ela.

— Não. – ele parecia um tanto sem graça – Essa é minha melhor amiga, Katniss Everdeen, somos padrinhos do Kevin. Katniss esse é, Caesar Flickerman estudamos juntos no primeiro semestre. Caesar acabou se mudando antes mesmo do Finn mudar de curso.

— É um prazer conhece-lo.

— Igualmente. – ele nos mostrou o filho e a esposa de longe antes de começar a falar onde havia dado aulas nos últimos anos e quando Peeta contou onde estava lecionando ele ficou surpreso – Fiquei sabendo que o reitor da universidade da Capital fez uma proposta praticamente irrecusável ao professor dessa universidade, não acredito que era você. – olhei para o loiro no mesmo instante e vi que ele ficou sem palavras – Acho que vou assumir seu lugar sabia, me candidatei à vaga assim que soube.

— Você está indo para Capital?

— Katniss ...

— Eu não acredito. – saí andando em direção ao interior da casa parando apenas quando cheguei na sala e me sentei tentando controlar meus sentimentos.

— Você nunca me escuta, não é? – ele comentou sentando-se ao meu lado no sofá – Mais de vinte anos de amizade e você sempre faz isso, já reparou? – não respondi ou olhei pra ele.

— Você está indo morar com ela, achei que o trabalho dela fosse flexível e que viria morar aqui.

— Esse era o plano. – ele suspirou – Eu recebi uma proposta realmente impressionante do reitor de lá, como Flickerman disse era quase irrecusável financeiramente falando, mas você sabe que não aceito algo só pelo dinheiro. – o pai dele havia sido um excelente jogador, realmente jovem, ainda sim tinha guardado uma quantia considerável. Isso e a indenização do seguro de vida pessoal e o do time que ele jogava na época do acidente rendeu uma herança considerável que os avós dele não mexeram e que Peeta raramente mexia – Eu não aceitei a proposta Katniss. – senti um alívio imediato no meu peito e acabei sorrindo, mas ao olhar para ele soube que havia algo.

— Vocês vão morar aqui no 4 então?

— Eu não queria te contar assim, na verdade eu ia amanhã falar com você. Quando a vovó se sentiu mal em janeiro eu me senti péssimo por não estar lá, foi uma sensação horrível ter que sair daqui as pressas e tivemos sorte de conseguir um voo, mas eu não consegui parar de pensar que poderíamos não ter conseguido um voo naquele dia.

— Peeta, a vovó está bem.

— Eu não estava lá Katniss, ela sempre esteve presente na minha vida, me criou e por mais que eu saiba que a tia Effie está lá, sinto que eu devia estar lá porque ela não tem mais ninguém. Eu devia estar perto dela e sei que não vai sair de lá e eu nem quero que saia porque a vovó ama aquele Distrito. Ela criou meu pai ali, morou com o vovô ali e ... – eu sabia exatamente onde ele iria chegar, mas nada disse – Glimmer e eu conversamos e depois do casamento vamos nos mudar para o Distrito 12. – senti as lágrimas em meus olhos.

— E o seu trabalho? E o trabalho dela? – uma coisa era uma viagem do Distrito 4 até a Capital outra coisa era uma viagem do 12 até a Capital.

— Eu entrei em contato com algumas escolas por lá e existe uma vaga na nossa antiga escola, vai ser legal. Eu gosto de dar aula para adolescentes e a Glimmer vai continuar no trabalho dela vai ser bem corrido, mas ela entende o porque quero voltar e em um futuro próximo ela pretende abrir um ateliê lá.

Parte de mim entendia ele partir, outra parte, porém não queria entender. Nunca tínhamos nos separado antes, sempre no mesmo Distrito desde que nos conhecemos.

— Você construiu coisas incríveis aqui. – comentei lembrando do caminho que ele percorreu nos últimos anos, o término da faculdade, mestrado e doutorado. As aulas para os alunos do ensino médio e por fim o emprego na faculdade.

— Eu sei. – ele sorriu e segurou minha mão olhando em meus olhos – Fiz desse Distrito uma casa, mas meu lar não é aqui Katniss. – vi lágrimas em seus olhos – Lembra quando éramos mais novos e você dizia amar o 12, mas que não no fundo ele não era seu lar? – confirmei com a cabeça – Por mais que eu ame viver aqui, aqui não é o meu lar.

A pior parte era saber que ele estava falando a verdade, no fundo eu sabia que ele jamais teria saído de lá se não fosse por mim. Eu quis cursar direito aqui e ele me acompanhou, eu quis ficar após me formar e ele acabou se estabelecendo também. Pela primeira vez ele estava escolhendo um caminho por conta própria.

— Você realmente vai embora. – afirmei e senti a mão dele no meu rosto com carinho.

— Não importa onde eu esteja, você sempre vai poder contar comigo, eu juro. – eu sabia que era verdade, mas não diminuía o que estava sentindo – Você sempre vai ser uma das pessoas mais importantes da minha vida e eu vou vir correndo sempre que for preciso e você vai visitar mais o 12. Somos o karma um do outro, lembra? – concordei com a cabeça sentindo um aperto ainda maior no peito enquanto ele me abraçava.

 Pela primeira vez em vinte quatro anos ele estava me deixando para trás.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que vocês tenham gostado do capitulo.
Beijos.



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