Halo escrita por Lumii


Capítulo 1
♤ You know you're my saving grace


Notas iniciais do capítulo

Primeira vez que escrevo sobre Harry Potter e foi MESMO um desafio. Nunca me achei digna de escrever sobre essa obra, mas aqui estamos. Amo Dramione e adorei a experiência. Espero que gostem.

Mais um amigo secreto de final de ano e eu descobri que adoro esse desespero em ter que escrever uma fic pra alguém. Mas adorei saber que tirei você, Bru! ♥ Duas fics pra você em dois meses DOIUSADOIMJUAIDSOASAD Espero mesmo que você goste.

A fic foi escrita ao som de Halo, mas não a versão da Beyoncé. Essa versão: https://www.youtube.com/watch?v=MAY_AR5juu0
Eu descobri que Halo é MUITO Dramione.

Enfim, boa leitura.



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Hit me like a ray of sun
Burning through my darkest night
You're the only one that I want
Think I'm addicted to your light

A rua estava deserta. O cenário era basicamente branco, devido a grande quantidade de neve acumulada. Ao longe, Draco conseguia ouvir uma música natalina, provavelmente proveniente de alguma família trouxa feliz e que comemorava a união entre seus entes naquela data tão especial.

Observou mais um pouco o local, procurando por alguma presença suspeita ou algum tipo de emboscada, mas aparentemente era o único naquela rua da pequena cidadezinha a oeste de Londres.

Ligeiramente satisfeito por aparentemente não estar em perigo, passou a caminhar rapidamente rumo a uma pequena pensão localizada ao final da rua. Parou em frente a porta e observou a tinta descascada da parede, assim como reparou na placa que ostentava o nome do local em letras garrafais e imundas.

Era um ambiente simples e pequeno aos padrões de um Malfoy, ele sabia disso. Mas, na sua atual condição, aquilo era um luxo.

Adentrou o local e um sino anunciou que chegara. Uma mulher de meia idade lhe ofereceu um sorriso simpático, ao qual ele respondeu com um frio assentir.

Boa noite, rapaz. Está a procura de um quarto?

Draco assentiu novamente e a mulher entregou-lhe uma chave com o número 7 gravado, antes de lhe estender um contrato com as regras do local e uma caneta.

Basta assinar as duas vias e preencher com o número de seu documento.

Enquanto lia o contrato, pode perceber que a mulher lhe analisava de cima a baixo. Aquilo lhe deixava inquieto e a possibilidade da mulher ser alguma espécie de espiã ou informante quase lhe fez sacar a varinha.

Assinou as duas vias com o nome e documento trouxa falso que arranjara desde que era procurado e que sua cabeça valia alguns galeões e honrarias. E foi somente depois que entregara os papéis à mulher, que ela se manifestara.

O senhor é muito jovem e eu me pergunto com alguém tão bonito pode passar uma data dessas sozinho.

Novamente aquela insistente sensação de que havia algo errado fez com que seu estômago se contraísse, mas ele tratou de se acalmar. Discretamente, levou a mão aos bolsos, apertando sua varinha como se sua vida dependesse disso.

Mas precisava responder, ao menos para manter as aparências.

Minha família morreu há alguns anos e eu não me sinto confortável em comemorar o Natal. Não mais.

E ele não mentira. Lucius e Narcisa foram mortos há dois anos, logo depois de sua deserção. Três anos após a ditadura de Voldemort ser implantada. Draco não mentira também ao dizer que não se sentia confortável em comemorar o Natal, não como antes.

A mulher pareceu ficar sem graça e proferiu um pedido de desculpar que lhe pareceu sincero, antes de dizer que ele já poderia subir para o quarto.

Agradeceu e subiu as escadas, chegando em um corredor mal iluminado. O cheiro de mofo era evidente, provavelmente proveniente do carpete peludo no chão. Correu os olhos pelas portas, procurando o número sete, e o encontrando alguns metros a frente.

Caminhou até lá e adentrou o local. O quarto era pequeno e ele facilmente o compararia com o lavabo da antiga mansão que um dia pertencera a sua família. Era composto por uma cama de casal, um guarda-roupa e um pequeno criado-mudo. Uma cortina velha encobria a única janela do recinto. Havia outra porta, que levava a um pequeno banheiro.

O cheiro de mofo era ainda mais forte do que no corredor e Draco sacou a varinha, fazendo o odor desagradável ser substituído por um delicado perfume floral. Aproveitou e transfigurou as cortinas e a colcha da cama, fazendo-as adquirir um tom verde-musgo. Providenciou um tapete também.

Com mais um aceno, fez aparecer uma pequena árvore de Natal envolta em pisca-piscas. Um artefato trouxa que ele aprendera a gostar devido ao brilho peculiar de contentamento que aparecia nos olhos de Hermione toda vez que ela via aquele tipo de decoração. Ao lembrar-se dela, sorriu e olhou seu relógio de pulso. 22 horas. Ela chegaria em meia hora.

Observou o quarto e praguejou o fato de não poder arranjar comida e bebida para similar uma ceia.

Apesar disso, estava satisfeito com o resultado do que fizera no quarto. Estava o mais próximo do que ele poderia definir como aconchegante. Sentou-se na cama e permitiu-se desfrutar da satisfação de ter um colchão para deitar. Há uma semana não se recordava o que era isso.

A cada diz que passava, a situação ficava ainda pior. A ditadura de Voldemort estava em sua plenitude e ele conseguia expandir suas fronteiras cada vez mais. A Ordem da Fênix sofrera sérias baixas há um ano, o que aumentou o clima de medo e terror em todo o território bruxo.

Draco sabia que estar ali, naquela pequena cidade, era arriscado. Sabia que os comensais da morte o caçavam de maneira ensandecida. Afinal, uma deserção nunca é vista com bom olhos, ainda mais em uma causa como aquela.

Mas fazia tanto tempo que não a via. Sabia que ela estava viva, porque caso não estivesse aquilo teria sido anunciado de forma bombástica. Mas precisava de mais, precisava vê-la.

Contatou-a através do galeão enfeitiçado que ela havia criado para a AD e que havia dado a ele de presente, quando passou a ser informante da Ordem. E, mesmo depois que desertara do exército de Voldemort, continuaram utilizando aquela pequena moeda. Afinal, era a única forma segura das mensagens não serem interceptadas.

Permitiu-se deitar e amaldiçoou como os minutos pareciam se estender cada vez mais. Vez ou outra, seus olhos acabavam pesando e ele cochilava. Foi em um desses momentos que ouviu uma leve batida na porta, seguida de uma vibração em seu bolso.

Sonolento, pegou o galeão que vibrara e vira a mensagem.

22:30”

Levantou-se em um pulo e aproximou-se da porta. Por precaução, sacou a varinha. Abriu a porta com cuidado, deparando-se com o sorriso de Hermione. Mesmo assim, não permitiu que ela entrasse.

Onde nos beijamos pela primeira vez?

Hermione sorriu ainda mais e girou os olhos.

Na cozinha do Largo Grimmauld.

Draco suspirou, aliviado, e deixou que ela entrasse. Ao fechar a porta, trancou-a e passou a lançar uma série de feitiços no local, protegendo toda a pensão. Por último, lançou um abaffiato no quarto.

Virou-se e encarou o olhar âmbar que estava fixo em si. Seus olhos percorreram o rosto bonito de Hermione, os cabelos levemente desgranhados pelo vento que estava lá fora e depois passaram para as roupas simples que ela vestia.

Por Merlin, ela estava linda. Talvez ainda mais do que quando a vira pela última vez.

Deu um passo hesitante em direção a ela, mas tornou a estacar no mesmo local. Constrangido, decidiu que dizer algo era uma boa ideia.

Como foi de viagem? Digo, até aqui? Nenhum problema?

Hermione sorriu ao perceber o embaraço dele e aproximou-se, confiante.

Tive algum problema para aparatar. Dementadores. Mas o resto foi tranquilo.

Ele sentiu quando os braços dela circularam seu pescoço e seus corpos se juntaram em um abraço. Imediatamente, apertou-a contra si, quase erguendo-a do chão. O cheiro floral que emanava dela fez com que suspirasse.

Era sempre assim quando a via. Ele sempre sentia-se embaraçado, como se não tivesse nenhum tipo de intimidade com ela. Mas, na realidade, era porque sempre se questionava se aquilo era certo.

Ela era uma nascida trouxa, alguém que ele sempre tivera prazer em ofender. Alguém que ele chegou a desejar que fosse morta. Seu ponto de vista mudara, aquilo era bem verdade. Ele amadurecera e formara suas próprias opiniões. Aprendera muito com a guerra e com o sofrimento que ela causava a todos. Mudara a ponto de tornar-se um espião da Ordem e, posteriormente, desertar do exército que Voldemort formara.

Porém, ainda não soava certo. Não quando só podiam se ver em ocasiões que colocavam tanto a vida dele, quanto a dela, em risco.

Draco, por conhecer muitas pessoas devido ao seu sobrenome, ajudava no recrutamento de pessoas para as forças da resistência. Isso fazia com que pouco aparecesse na sede da Ordem e que tivesse pouco tempo para conviver com Hermione.

E era por isso que soava tão errado fazer com que se arriscasse para ir ao seu encontro. Porém, Draco Malfoy fora selecionado para a Sonserina. Sempre seria da Sonserina. Egoísta e corajoso em situações que lhe interessassem. E estar com ela era o que mais desejava.

Draco se perguntava muitas vezes como as coisas chegaram àquele ponto. Como estar com ela em seus braços passou a ser importante. Como simplesmente vê-la melhorava seu humor.

E era por aquelas sensações únicas que Hermione lhe causava, que ele continuava se arriscando e fazendo com que ela se arriscasse também. Porque ele não era altruísta, nem nunca seria.

Porque ele sabia que ela era sua luz, sua esperança, em meio a todo aquele caos. E ele nunca estaria disposto a abrir mão daquilo.

Beijou o topo de sua cabeça, antes de levar uma de suas mãos ao queixo da garota e encostar seus lábios em um beijo casto, que durou poucos segundos. Logo aprofundaram o beijo, agarrando-se um ao outro da forma que podiam. As mãos fortes apertavam a cintura fina, enquanto ela bagunçava os fios loiros e macios.

Romperam o ósculo quando Hermione capturou seu lábio inferior, sugando-o e o fazendo suspirar.

Entrelaçaram os dedos e foram até a cama, onde sentaram-se. Hermione apanhou a bolsinha que estava em torno de seu corpo, e que Draco não havia notado, abrindo o zíper e enfiando seu braço nela. Não era difícil perceber que o objeto estava enfeitiçado.

Como hoje é natal, acabei trazendo umas coisinhas.

Ela retirou uma garrafa de whisky de fogo e uma caixa com alguns salgados fritos. Ele sorriu, pensando em como aquilo estava longe de ser uma ceia, mas como o deixara feliz mesmo sendo simples.

Naquela noite, eles ceiaram juntos. Hermione lhe contou o que fizera por todo o tempo que estiveram longe, assim como Draco lhe descreveu todos os locais por onde viajara, enquanto lhe mostrava diversos postais.

Sem que percebessem, acabaram com a garrafa do whisky, o que lhes deixou um tanto quanto cambaleantes e risonhos. O álcool agia em suas veias, mas eles não se importavam.

Em certo momento, ela levantou-se. Ele continuou a observá-la sentado na cama, enquanto ela tentava lhe mostrar algum tipo de dança que Gina tentara lhe ensinar, mas que obviamente estava saindo um tanto descoordenada. Draco riu ao vê-la tropeçar nos próprios pés e levantou-se, aproximando-se dela e a puxando pela cintura.

A proximidade permitia que sentisse o hálito quente dela bater contra seu rosto. Sorriu levemente e tomou uma de suas mãos, fazendo com que apoiasse uma de suas mãos em seu ombro, iniciando uma valsa sem música.

Cambaleavam pelo quarto, rindo, mas com os olhos fixos um no outro. Até que Draco cedeu aos seus impulsos e tomou seus lábios, empurrando-a rapidamente até a cama e derrubando-a no colchão, logo se colocando sobre seu corpo esguio.

Voltaram a se encarar, ofegantes, por algum tempo. Mas quando Hermione sorriu, agarrando sua nuca, ele não mais se segurou. Baixou o rosto até o pescoço alvo e o chupou, adorando a pele macia daquela por quem tanto ansiava.

Em pouco minutos os beijos evoluíram, tornaram-se mais afoitos, assim como os toques passaram a ser mais ousados. Naquela noite, amaram-se como há tempos não faziam. Como há tempos não tinham a oportunidade.

Completaram-se da melhor maneira que conseguiram, aproveitando o máximo que podiam um do outro.

Quando Hermione já jazia adormecida sobre seu peito, Draco depositou um leve beijo em sua testa.

Feliz Natal, Granger.

Sorriu ao usar a antiga maneira que se referia a ela, antes de também adormecer.

'' '' ''

O dia amanhecera extremamente gelado. Já havia tomado um banho, logo que acordara, e agora já se encontrava totalmente vestido. Hermione saíra do pequeno banheiro com um pequeno sorriso, antes de aproximar-se e depositar um selinho demorado em seus lábios.

Bom dia, Draco.

Bom dia, Hermione.

Ergueu a mão, tocando a face delicada da garota em uma carícia. Deixou seu polegar percorreu todo seu resto, até chegar em seus lábios. Seus olhos mantinham-se fixos no rosto bonito, tentando gravar em sua memória a perfeição dos traços de Hermione Granger.

Aquele era o momento mais difícil. Era doloroso despedir-se dela, sem saber quando voltaria a vê-la. Era doloroso saber que a morte os espreitava, atenta a qualquer deslize.

Draco sabia que aquilo também era consequência de suas escolhas do passado. Sabia que só tinha de passar por tudo aquilo porque fizera todas as escolhas erradas e que, por mais que tentasse consertar, as consequências ainda existiriam.

A morte de seus pais fora uma consequência. Uma consequência tão dolorosa que ele pensou que não conseguiria seguir em frente. Afastar-se de Hermione e permanecer quase que totalmente exilado do convívio com outras pessoas também era uma consequência que ele tinha dificuldades em lidar.

Era difícil afastar-se da luz que ela trazia. Da aura pura e justa que ela mantinha mesmo em tempos tão difíceis. Do caráter imaculado que ela fazia questão de manter.

Por Merlin... Ele faria de tudo para poder estar ao seu lado todos os dias, mas sabia que ainda não era o momento. Ele não era confiável aos olhos de todos da Ordem, nem digno de saber de todos os seus segredos ainda. Somente o que lhe restava era continuar trabalhando nisso e esperando o dia que poderia viver no mesmo local que ela.

Aproximou-se e depositou um beijo casto em sua testa, antes de seguir até a porta rapidamente.

Draco.

O tom vacilante em sua voz fez com que voltasse a encará-la. Encontrou-a com os olhos marejados e uma expressão infeliz.

Feliz Natal.

Draco respirou profundamente. Amaldiçoou, naquele momento, tudo o que os levara àquela situação. Com a voz vacilante, respondeu em sussurro.

Eu te amo.

E saiu do quarto, retirando todos os feitiços de proteção enquanto seguia pelo corredor vazio, desaparatando no topo da escada.

A sensação de sufocamento e desconforto causado pelo processo logo acabou e ele se viu em seu antigo esconderijo, na Espanha. Tornou a lançar diversos feitiços de proteção no local, tentando ignorar os olhos ardendo e o bolo que parecia entalado em sua garganta.

Ainda conseguia sentir o perfume dela em sua roupa.

Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby, I can see your halo
You know you're my saving grace


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, principalmente você Bru. Eu gostei muito de escrever sobre e pretendo escrever mais DIAJDOIAJDIADSOIDDJAIS

Espero ver vocês nos reviews.
Beeijos,
@lumii_uchiha