Tom Scarlet escrita por Erzy


Capítulo 1
♥ Scarlet


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAAAAAAA! LARGUEM AS PEDRAS T^T
Eu sei que não deveria estar postando mais uma one justo quando tenho várias fics pra atualizar, me perdoem u.u MAAAAS meu Jerza OTP sofrência falou mais alto ;c
É uma leitura bem light e clichê, coisa que amo, mas espero que gostem, assim como amei escrever :3 Caso faça sucesso, quem sabe faço uma outra depois que eles se conheceram, né? u.u suahusahsa
Enfim, boa leitura! ;3



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Jellal caminhava em direção à praça, como tem feito nas últimas semanas que se passaram. Estava com seu costumeiro caderno de desenhos, esse qual, poderia ser titulado de “diário”, pois ali não havia somente desenhos, mas também, seus sentimentos ficavam expressos ali. Desde os mais desagradáveis, como ódio, tristeza, angustia, até os seus momentos de alegria, entre esses, o desenho de certa ruiva era o que mais se repetia.

Ele lembrava-se claramente de como passou a observá-la, de como sentiu seu pequeno coração querer sair pela boca com apenas um sorriso dela, e de como as maçãs de seu rosto, esquentaram ao pegar-se a desenhando.

Novamente ele saíra de casa com seu caderno para esfriar a cabeça, seu pai não lhe dava sossego, era todos os dias tendo que escutar sobre o que devia ou não fazer. Estava farto daquelas frases de merda, daquela faculdade de merda, da sua vida de merda. Queria é mais mandar seu pai se foder.

Assim que se sentou no banco de uma praça que avistara, percebeu que não fazia idéia de onde estava, já que nunca havia passado por ali. Ou até tivesse, mas não notara tal lugar por sempre estar andando de carro de um lado para o outro com seu pai.

Ele começou a olhar em volta, percebeu que a praça era bem cuidada. Havia vários bancos de madeira espalhados, tinha um pequeno parquinho para as crianças, árvores por todos os lados, onde era possível ver vários ninhos de passarinhos sobre elas. Era um lugar calmo, tinha uma bela imagem, além de transmitir uma gostosa sensação. Com um olhar observador ele correu seus olhos por toda a extensão, até que uma cabeleira longa e ruiva chamou sua atenção.

Jellal ficou atento a cada movimento daquela bela mulher. Viu-a pegar um livro e sentar-se num banco, nem tão longe, nem tão perto. Percebendo que a encarava de modo nada discreto, virou seu rosto para ao lado, mas não se contendo, logo começou olhá-la novamente, foi aí que a viu o encarar e dar um leve sorriso, voltando para a sua leitura.

Aquilo fora o estopim para que Jellal pegasse seu caderno e começasse a desenhar. Aquele sorriso, embora simples, chamou tanto sua atenção. Parecia carregado de dores e alegrias, não era apenas uma curvatura nos lábios, era algo tão natural que parecia um dançar.

E ele desenhou todos os traços com maestria. Não diria que era perfeito, ele não acreditava que pudesse tirar a perfeição de algo ou alguém, e colocar num papel. Cada um tinha sua essência e era isso que ele buscava colocar em seus desenhos. O tempo foi passando. Jellal estava tão concentrado no que fazia que, quando deu por si, a mulher fechou seu livro e levantou-se, sem antes de dar mais um leve sorriso em sua direção, fazendo um pequeno coração disparar, enquanto seguia os passos da ruiva, até perdê-la de vista.

Começou a passar a ponta dos dedos pelo papel, contornando todos os traços. Quando acordou de seu transe, sentiu-se envergonhado ao notar o que estava fazendo. Uma simples mulher, que ele nem ao menos sabia o nome poderia mexer tanto assim com ele?

Jellal gostaria de poder desenhá-la mais vezes, e com isso em mente, decidiu frequentar aquela praça sempre que possível, quem sabe, pudesse encontrá-la novamente.

Quando Jellal chegou à praça, sentou-se no lugar de sempre, olhou em seu relógio e constatou que estava um pouco adiantado. Todo domingo era a mesma coisa, desde que descobrira que a mulher só frequentava a praça nos sábados e domingos, porém, nos sábados o azulado ficava parte do dia fazendo relatórios da empresa. Aquilo era um saco.

Sieghart nunca foi um pai presente na vida de Jellal, passava a grande parte em seu escritório, comparecendo apenas nas horas de refeições. Não dava a atenção que Jellal queria, nem o carinho que ele tanto esperava. Sua mãe? Essa morrera assim que o azulado chegou ao mundo.

Seu amor pela arte surgiu no dia que ele resolveu contrariar seu pai. Foi a primeira vez que Sieghart levantou a mão contra seu filho, motivo: Jellal ter chegado em casa bêbado e com uma estranha tatuagem no rosto. Fora a primeira vez que o Fernandes teve a total atenção de seu pai. Furioso, Jellal saiu de casa novamente, mas sem o carro dessa vez, seguiu por entre as ruas com seu movimento constante, cheia de pessoas presa no tempo, nas obrigações, e sem aproveitar e viver como quer, assim como ele. Nesse momento, o Fernandes avistou através de um vidro, uma mulher com uma expressão furiosa e de cabelos azuis, uns dois tons mais claros que os seus,, jogando tinta em uma tela. Curioso, resolveu entrar no local e ouviu a moça gritar palavras de baixo calão como “Bastardo!”, “Striper de merda!”, “Filho de uma puta!”, “Morra! Morra! Morra, seu desgraçado!”, entre outras.

Jellal tentou sair sem que a mulher notasse, mas no primeiro passo, sentiu algo passar em alta velocidade perto da sua orelha esquerda. Era um pincel.

–- M-Me desculpe, senhor! E-Eu... – desculpou-se envergonhada.

–- Tudo bem... Eu que peço desculpa por ter entrado sem permissão, não deveria ter atrapalhado em seu momento de...—tentou achar uma palavra para aquilo, mas foi em vão.

–- Arte! – exclamou sorrindo. Vendo a expressão de quem não estava entendendo nada, explicou. – Bem, pra você entender, vou usar o acontecimento que me fez ficar furiosa hoje.—começou convidando Jellal a sentar-se no chão como ela estava fazendo. – Ontem foi o aniversário de dois anos de namoro entre eu e o Gray, mas ele esqueceu completamente, além de ter brigado comigo por algo banal e depois ter me ignorado como se eu tivesse culpa! Aquele maldito!

–- Sinto muito, eu acho. – Jellal realmente não fazia ideia do que estava acontecendo. – Mas qual a relação de jogar tinta em uma tela e sua história?

–- Há várias maneiras de você se livrar ou transmitir um sentimento, seja ele bom ou não. No meu caso, expresso pela pintura, como nessa tela que eu estava “pintando” antes de te ver, quando olho para ela, vejo meus sentimentos refletidos como um espelho. É como se ela tivesse absorvido tudo que eu estava sentindo.

Jellal olhou com mais atenção à tela. A primeiro momento achou que fosse abstrata, possuía vários tons azuis a brancos. Conseguiu distinguir algo como um pilar de gelo, onde preservava algo, talvez uma pessoa. Alguém desolado.

Depois de alguns segundos analisando o quadro, Jellal sentiu-se desconfortável. Aquilo transmitia frustração, amargura, solidão. E aquilo o fazia admirar a pintura. Era como se houvesse encontrado algo que o entendesse, embora o quadro tivesse sido pintado por outra pessoa, por outros motivos, Jellal entendeu o que a senhorita quis dizer com "transmitir o sentimento". Tudo aquilo estava dentro da tela. Ele conhecia aqueles sentimentos.

–- Então – perguntou a garota, olhando para Jellal com um sorriso – o que achou?

–- É estranho. – respondeu ele – Mas também é belo.

Ele viu a mulher levantar-se e oferecer o pincel para ele, incentivando-o a fazer o mesmo que ela fizera anteriormente. Infelizmente ele não conseguia se soltar sentia certa vergonha, aquilo o deixava exposto demais. A mulher percebendo o desconforto pensou em um modo do rapaz se expressar de outra maneira, um pouco mais discreta, então lhe surgiu uma ideia. Correu até sua mochila e de lá tirou algumas folhas e alguns lápis, e voltou oferecendo ao desconhecido, que ela nem perguntara o nome.

–- Leve essas folhas e traga-me quando conseguir se expressar.

–- Você quer que eu desenhe? – perguntou surpreso, a última vez que desenhara algo ainda estava no primeiro ano do ensino médio, se duvidar, seus pássaros eram dois riscos ainda.

–- Já ouviu a expressão “Entendeu ou quer que eu desenhe?”?

–- Sim, e daí? – perguntou, recebendo uma revirada de olhos da mulher a sua frente.

–- Pensei comigo que se nem você consegue colocar seus sentimentos em palavras, qual a melhor maneira de entender? – ela incentivou a responder enquanto ainda oferecia os materias. Relutante Jellal aceitou-os.

–- Desenhando... – murmurou, mas sendo ouvido pela azulada que esboçou um pequeno sorriso.

Com o tempo descobriu o seu “dom” para desenhos. Começou a visitar a galeria da mulher de cabelos azuis, a qual descobriu se chamar Juvia. Ela era professora de artes, tinha a mesma idade que a sua e, além disso, o tal Gray, era seu amigo e colega de trabalho. Quando contou isso, Juvia riu feito louca para depois chorar e implorar para que ele não contasse nada do que ela disse sobre o namorado, o que Jellal teve que prometer de dedinho com sua mais nova amiga.

Jellal olhou para o relógio em seu pulso novamente, e constatara que havia chegado cedo demais, decidiu olhar todos os desenhos que fez da mulher que roubara totalmente sua atenção com um simples sorriso. Desde então, ele separara um caderno de desenhos somente para ela, estava pensando em um título, mas nada lhe vinha à mente. Aos poucos, enquanto folheava o caderno, Jellal caiu num sono tranquilo, deixando seus desenhos expostos.

♥--♥--♥

Erza estava se dirigindo ao parque que fazia parte de sua rotina, sempre com algum livro em mãos. Achava aquele lugar tão aconchegante para ler, principalmente embaixo das sombras que as árvores vaziam. No entanto, sentia-se boba por ultimamente querer estar mais apresentável por causa dele.

Sempre o via com um caderno em mãos, rabiscando algo. Assim como também conseguia ver seu olhar observador sobre ela, enquanto a mesma fingia não notar. Gostava disso, tinha que admitir. Desde que o vira, tivera vontade de conversar, mas a coragem sumia antes mesmo de se levantar, o que a deixava irritada, já que normalmente não era tão insegura. Natsu e Gray eram a prova disso, pois a ruiva ainda lembrava-se quando deu uns belos sermões – lê-se: surra -- no moreno por ter esquecido uma das datas mais importantes para a sua namorada Juvia, e ainda por cima, ter sido um completo idiota com ela.

Quando ela chegou ao parque, notou o rapaz, que tanto passou a observar, sentado no banco, dormindo com a cabeça levemente tombada para o lado. Ela realmente se segurou para não sentar ao lado dele, mas foi em vão. Assim que ficou ao lado do homem, pode gravar em sua mente cada detalhe dele, como a tatuagem exótica em seu rosto, os cabelos azuis bagunçados que davam um certo charme a ele e como os traços de seu rosto eram atraente. Quando pensou em como ele era bonito, as maçãs do seu rosto tornou-se rapidamente rubra, o que a fez desviar o olhar para baixo, e notar os desenhos que estavam expostos, melhor dizendo, seus desenhos.

Erza ficara surpresa, tanto por ele ter a desenhado, quanto em como ele desenhava bem. Aos poucos, um sorriso acanhado contornou seus lábios, queria conhecê-lo, tornar-se tão próxima, a ponto dele, pessoalmente, mostrar os desenhos que ele fizera dela. Notou também, que apenas seus cabelos eram coloridos, deixando claro o que mais chamava a atenção dele.

E, numa súbita ideia, ela decidiu dar um pequeno passo, mesmo que atrevido.

♥--♥--♥

Jellal acordou totalmente envergonhado. Olhou para os lados freneticamente. Aquilo realmente fora um sonho? Não podia ser possível, podia sentir o formigamento ainda presente em seus lábios, assim como o perfume em sua volta. Se realmente tivesse sido um sonho, ele negaria, pois aquele simples roçar de lábios, fora muito real para ele.

Quando os olhos do Fernandes foram de encontro ao seu caderno, notou que havia um conhecido livro que vira nas mãos da ruiva no domingo passado titulado de “A Menina que fazia Nevar” em cima dos seus desenhos, com um marca texto escrito “E. Scarlet” em uma página qualquer, ao lado de um número e uma pequena flecha apontando para dentro do livro, onde havia um“leia” em cima. Ele não pode conter o sorriso que formou em seu rosto.

Abriu na página marcada e leu a parte circulada com lápis: “Muitas coisas começam bem pequenas. É um jeito bom de começar porque ninguém nota”. E ao lado do trecho, escrito a lápis, havia uma pequena anotação: “O que acha de começar devolvendo meu livro?”

Jellal sorriu com vontade, mesmo que muito rubro, já que ela viu seus desenhos. Olhou mais uma vez para o nome Scarlet, e nesse momento, pegou seu lápis e escreveu no espaço deixado para o título “Tom Scarlet”. Afinal era o único tom que havia naquele caderno.

O azulado decidiu voltar para casa, não seria necessário observá-la escondido, já que agora poderia encontrá-la. Com um sorriso bobo nos lábios saiu, fingindo não notar a figura da mulher atrás de uma árvore próxima ao que estava sentado, mas não deixou de olhá-la de esguelha quando ela saiu totalmente corada, tocando seus lábios e alheia (ou não) de seu olhar observador. E não pode negar que, Scarlet realmente lhe caia bem, tanto no nome, nos cabelos, quanto nas maças de seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, gostaria muito de saber T^TEspero que tenham gostado ;3Até mais! P.S: Quanto as fics sem atualização, calma, não me abandonem, logo atualizarei ;3Qualquer erro, me desculpem.Feliz Natal atrasado, e Feliz Ano Novo Adiantado! Muahahha o/