Can't Be So Wrong - Versão 2.0 escrita por B Mar
Capítulo 3 – Copa mundial de Quadribol
Hermione PDV:
Resmunguei um pouco enquanto andávamos morro a cima. Eu esta cansada de tanto caminhar.
Não é realmente sensato imaginar que uma garota de 15 anos meramente magra tenha o pique necessário para subir uma colina enorme tão rápido.
Com Gina ao meu lado e os garotos andando à nossa frente, a caminhada parecia ter durado horas naquele cenário belo e pouco revelador.
– Aqui, Arthur. – Ouvi um chamado. – Aqui, achamos.
Olhei para onde a voz vinha e um homem e um garoto de, aproximadamente, 17 anos, desceram do céu.
Eu conhecia o rapaz de Hogwarts.
– Cedric Diggory. – Sussurrei pra Gina. – Ele é da Lufa-lufa.
Ela confirmou com a cabeça e continuamos andando, seguindo agora também Amos e Cedric Diggory.
Senhor Weasley fez as devidas apresentações e continuamos andando até Amos nos avisar sobre a chave de portal e todos agarrarmos a bota velha, então notei que Fred e George não estavam nada felizes com a presença de Diggory mais novo.
Senti uma fisgada no umbigo e logo tudo estava girando loucamente, então caímos no chão um tempo depois. Um berro identificou nossa chegada e logo pude ver o acampamento dos torcedores um pouco ao longe.
– Crianças. – Senhor Weasley falou depois de um pouco mais de caminhada. – Me ajudem a arrumar as barracas, por favor.
Peguei um martelo, já havia ido acampar com meus pais quando era mais nova e sabia armar barracas muito bem.
– Não. – Fred tirou o martelo de minha mão e George logo apareceu ao meu lado
– Isso é trabalho para homens.
Revirei os olhos. Machistas.
– Eu sei armar barracas. – Avisei, olhando os dois.
– Não estamos dizendo que não sabe... – George sorriu e Fred cruzou os braços ao seu lado.
– ...Estamos dizendo que nós vamos fazer isso e você vai ficar só assistindo.
– Isso é machismo puro, sabia? – Cruzei os braços e notei que Gina ajudava o pai. – Porque ela pode e eu não?
Aquilo não era nada justo.
Droga de gêmeos altos e bonitos que deixam o martelo fora do meu alcance.
– Sem perguntas. – Os dois falaram juntos afastando-se e bufei.
Tenho certeza que levaria muito menos tempo se eu houvesse ajudado, mas as barracas ficaram prontas de qualquer forma, então me afastei para a barraca que dividiria com Gina enquanto os outros ocupavam seus lugares.
Homens.
Era bom estar relativamente sozinha. Eu e minha amiga ruiva podíamos ficar à vontade sem que se tornasse constrangedor de qualquer forma. Era bom ter alguém do sexo feminino para discutir sobre certas coisas.
Gina colocou um som ambiente e suspirei, lembrando-me dos dois últimos dias na toca.
I woke up and saw the sun today
You came by without a warning
– Conheço esse suspiro. – Se sentou ao meu lado. – O quê está te atormentando?
Neguei com a cabeça e dei de ombros.
– Não é nada. – Falei – só... Ansiosa para a copa mundial.
Ela me olhou torta e ri com sua expressão. Eu a conhecia muito bem e ela sabia o bastante sobre mim para saber que aquilo era uma pequena mentira que significava “não quero falar sobre isso”, mas insistiu.
You put a smile on my face
I want that for every morning
– Você não entenderia. – Dei de ombros.
Não estava preparada para explicar minha dupla atração pelos gêmeos. Na verdade, não estava pronta nem mesmo para pensar sobre ela.
– Pode tentar me explicar.
Neguei com a cabeça.
– Não hoje.
Minha amiga confirmou levemente, finalmente aceitando e a olhei com um sorriso um tanto malicioso.
What is it I’m feeling? Cause I can’t let it go
If seeing is believing, then I already know
– E você e o Harry? – Mudei de assunto, sabendo que a distrairia.
Gina tinha uma quedinha por Harry desde que nos conhecíamos. Talvez antes.
Ela deu de ombros quase frustrada.
– Você o conhece. Não há nada de novo.
I’m falling fast, I hope this lasts
I’m falling hard for you
Confirmei tristemente e ela me olhou nos olhos.
– Eu gosto dele de verdade, Mione. – Suspirou. – Não é uma quedinha boba, eu o amo.
Franzi as sobrancelhas com a intensidade de suas palavras.
– Você tem 13 anos, Gina. – Lembrei. –Não dá pra saber isso tão cedo.
– Mas eu sei. – Afirmou.
Não discuti.
(...)
Continuei cantarolando mesmo quando a música terminou enquanto lia um de meus livros e mal percebi quando Fred entrou em nossa barraca.
– Hermione. – Ele chamou e pulei de susto.
– Você é louco? – Exclamei encarando-o. – Não pode surgir assim na frente de alguém, eu podia estar com algo quente na mão ou pelada.
Ele sorriu de canto.
I say: Let’s take a chance
Take it while we can, I know you feel it too
– Não seria tão ruim.
Revirei os olhos e me pus de pé, notando o brilho maníaco em seus olhos.
– Certo, do quê devo manter distância? – Indaguei com preocupação.
– Varinhas. – Avisou. – Qualquer uma que não seja sua. Espero que saiba identificá-la bem.
Apertei a varinha que repousava em meu bolso.
– Certo. – Confirmei. – Varinhas. O que pode acontecer?
Ele riu deu de ombros de uma forma que parecia bastante perigosa.
– Você com certeza ficaria na mão.
– Ok. – Confirmei e peguei meu saco de galeões. – Vamos.
O ruivo se afastou e afastou a porta da barraca para que eu passasse.
– Senhorita.
Passei rindo e nos juntamos aos outros, indo em direção ao estádio de Quadribol.
O jogo foi emocionante, confesso. Eu nunca havia prestado atenção nos jogos até aquele dia e havia ficado realmente surpresa com o quão divertido poderia ser, embora eu ainda não entendesse bem da parte prática do esporte.
Estava na hora de reler “Quadribol através dos Séculos”.
– Fred, George. – Chamei e cada um veio para um lado meu. – Quem são aqueles? – Apontei para dois jogadores com bastões.
Eles se apoiaram no corrimão e apontaram.
–Esses são os batedores. - Fred falou. – Eu e George jogamos nessa posição.
Confirmei levemente.
– E o que os batedores fazem?
Eu sabia a resposta, mas era bom vê-los explicar.
– Está vendo aquelas bolas? – George apontou.
Confirmei com a cabeça e um murmúrio.
– Pois é, eles as rebatem para se chocarem com o outro time.
Franzi as sobrancelhas.
– Que horror.
– Se não rebatermos eles jogam elas na gente, principalmente nos apanhadores. – Explicou. – É autodefesa.
Murmurei um sorriso como conclusão.
– Olhem o pomo. – Apontei para a bolinha que flutuava literalmente à nossa frente.
O jogador da Bulgária notou e veio até o lugar, mas o pomo já havia saído de vista, então ele me olhou por algum tempo, fazendo os gêmeos se enfezarem.
Sorri por alguns segundos e o narrado chamou minha atenção.
– O quê é isso, minha gente? Krum está flertando com uma espectadora.
Ele pareceu acordar e foi atrás do pomo novamente. Abaixei a cabeça com o rosto vermelho e Fred e George bufaram, fazendo-me revirar os olhos.
Continua...
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