A Elite - A Seleção Semideusa - Segunda Temporada escrita por Liz Rider


Capítulo 29
Capítulo 29 - Asher, o psicólogo da pista de dança


Notas iniciais do capítulo

Feliz véspera de Natal, amiguinhos!

Eu falei que ia postar, postando, então. Para esse Natal, desejo a vocês muita saúdes, paz, felicidade, resolução das pendências para virar o ano na harmonia. Desejo a todos vacina no braço e corona no espaço, mesmo que para isso todos tenhamos que virar Cucas - viro Cuca de boa para sair de casa e abraçar meus amigos.

Espero que gostem do capítulo, vai ser uma espécie de presente de Natal (principalmente para as Team Asher k). É um dos meus capítulos mais amorzinho até agora, bem doce, bem meigo, igual à dança do Maxon e da Ames.

Liz.



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P.O.V 29

 

A primeira pessoa com quem esbarro assim que entro no salão, é Asher. Ele parecia até estar me esperando. Assim que ele me vê passar pelas portas, ele sorri para mim. Mesmo quando ele vê minha expressão abatida, seu sorriso só vacila por um rápido segundo.

— Oi, America. Você quer dançar? — ele pergunta, de maneira cuidadosa, me oferecendo o braço.

Meu primeiro impulso é dizer não, mas ele não espera por uma resposta, apenas toma meu braço e me conduz gentilmente até a pista de dança. Felizmente, é uma música lenta que está tocando e eu posso apenas me apoiar nele enquanto ele nos movimenta para cá e para lá, fingindo que de fato estamos dançando.

Ele passa alguns segundos em silêncio, apenas me balançando para lá e para cá, enquanto eu tento apenas focar minhas poucas energias nos meus pés. Eu sentia como se tivesse sido drenada.

— O que aconteceu, meu bem? — ele pergunta, alguns momentos depois, seu tom terno e semblante preocupado.

— Não sei se quero falar sobre isso.

Eu tenho certeza de que ele vai insistir, com seu jeito de Asher de sempre, mas ele apenas se cala e dança, me segurando como se eu fosse uma porcelana frágil, prestes a quebrar.

Às vezes era difícil ver esse lado de Asher, esse lado doce e cuidadoso, por debaixo de sua fachada comediante de meia tigela e irritante, provocando/discutindo com todo mundo e parecendo se divertir com isso. Mas, talvez, eu só não conseguisse ver esse lado, porque Maxon me leva a acreditar que não há coisas boas no irmão.

Agora, mais do que nunca, eu tenho a prova de que Asher tem um coração incrível e mais sensibilidade do que eu jamais terei.

Lembrando-me de nossa conversa no primeiro dia e de todas as outras que se sucederam, lembrando-me de como ele parece entender o sentimento de querer se distanciar de sua herança divina e, acima de tudo, lembrando de como ele é e sempre foi bom comigo, eu decido desabafar, sem olhar para ele:

— Eu estava tentando garantir que minha mãe e Apolo não fizessem nada errado. Eu passei a noite inteira fazendo equilíbrios para garantir que ele não se aproximasse dela. — Eu suspiro, omitindo convenientemente o fato de que no outro lado da balança que eu exaustivamente equilibrei a noite toda estava as constantes fugas de Maxon e seus ciúmes.

Asher nada diz, apenas fica me encarando com uma cara que só poderia ser descrita como carinhosa e paciente, sem parar de nos balançar na pista de dança, garantindo que não estanquemos no meio dos outros casais.

— Então, eu fui tirada para dançar e tudo foi pelos ares. Eles não apenas ficaram de papinho, como saíram do salão para conversar lá fora. Isso é mega suspeito. — Ignoro a ironia de que parece que quem está sendo traída sou, e não meu pai. De certa forma, eu meio que estou sendo mesmo. — Fico imaginando o que passaria pela cabeça do meu pai se ele visse isso.

Finalmente ergo meus olhos.

— O casamento dos meus pais mal sobreviveu a saber sobre mim, Asher. Se meu pai vir que minha mãe ainda se encontra com Apolo, ele vai ficar arrasado. Eu não posso permitir que eles façam isso com ele.

Tenho certeza que Asher vai dizer algo como “mas não cabe a você permitir ou não” em seu tom espertinho de sempre, mas, mais uma vez, ele me mostra que eu o venho julgando errado e surpreende ao parar de dançar e apenas me abraçar, sem se importar que dois casais quase trombam conosco nos dez segundos que nosso abraço dura. Ele apoia minha cabeça em seus ombros e faz carinho na parte solta de meu cabelo, como se dissesse que eu podia chorar se eu quisesse.

Apesar de tudo, eu não choro. Me sinto segura com ele e a vontade de chorar me acompanhara durante toda a dança, mas agora? Agora eu apenas me sinto bem, quase como se minha bateria tivesse sido recarregada e minhas lágrimas não quisessem mais ver o mundo exterior.

Eu me sentia... bem.

Nós nos afastamos e eu continuo a falar.

— Eles estavam lá fora conversando no escuro. Apenas conversando, na verdade. Eles pareciam preocupados, mas não consegui ouvir do que eles estavam falando. Apolo quis brigar comigo, como se ele realmente achasse que era meu pai. — Dou uma risada sem humor, cheia de deboche. Apesar do semblante preocupado de Asher, ele abre um minúsculo sorriso. — Mas eles continuam insistindo nesse erro. Minha mãe podia apenas pedir o divórcio e fazer Zeus sabe o que com Apolo, ser sua amante, sua esposa, sua amiguinha com benefício. E eu disse isso para eles. Na verdade... foi mais um desabafo, mas eles ficaram meio atônitos e eu simplesmente saí, porque eu não aguento vê-la cometendo sempre os mesmos erros que só fazem machucar a mim e a nossa família.

— Parece que alguém arrebentou a boca do balão! — ele comenta, mas seu tom é cuidadoso, como se estivesse atento para não me ofender ou magoar.

A música acaba, nós paramos de dançar e ele pega meu braço para me conduzir para fora da pista de dança. Paro um instante para pensar em suas palavras e sorrio tristemente.

— É... parece que sim. Foi até meio catártico. Botei para fora o que estava entalado desde que descobri minhas origens. — Da maneira que eu falei, parecia que eu era alguma espécie de vilão ou herói da DC, mas mesmo assim, Asher não tirou graça.

Ele envolve meus ombros e aperta, como num abraço desajeitado.

— Nunca é bom deixar as coisas guardadas por muito tempo, menos ainda sentimentos. — Ele faz uma pausa. — Como diria o Shrek, “melhor para fora [...]”

— “[...] Do que pra dentro!” — dizemos em uníssono e então rimos.

Mais alguns segundos de silêncio se passam. Percebo que é assim meu relacionamento com Asher: às vezes ficamos em silêncio, mas isso não é algo ruim, é um silêncio confortável e até agradável.

No entanto, sinto que tenho que quebrar esse silêncio:

— Obrigada.

Seu sorriso some e ele me encara, parecendo confuso.

— Pelo quê, meu bem?

— Por me ajudar... eu estava meio...

Ele me corta, sem deixar que eu me justifique.

— Não foi nada — ele diz, de maneira calma, olhando-me com um sorriso nos olhos.

Eu o olho de volta, observando atentamente sua expressão carinhosa dirigida total e unicamente para mim, toda a ternura com que ele me tratou nesse momento de necessidade e como ele foi compreensivo e tentou me ajudar, apesar de eu não querer.

No fundo da minha mente, entretanto, as palavras de Maxon ficam piscando com uma fraca luz neon “ele não é o que parece, America”. Eu podia até ouvir sua voz sussurrando nos confins do meu cérebro. Mas o que ele queria dizer com isso? Que ele era alguém mau?

Para ser sincera, Asher definitivamente não era o que parecia: ele parecia ser um carinha mimado, estilo play boy que tem tudo o que quer, que usa a comédia ácida para se proteger porque, na verdade, é miserável por dentro. Mas Asher não era nada disso: ele era carinhoso, ele era atencioso, ele era um bom amigo e alguém com quem você podia contar para recarregar as energias quando estivesse triste, um bom ombro para chorar ou apenas para escutar seus desabafos... ele é alguém que vai te apoiar independente do quê...

Mas não era a isso que Maxon se referia... não, definitivamente não era. Ele deixou a entender que Asher era uma pessoa ruim, cruel. Mas ele não era. Não poderia ser. Não é? Eu já não tinha certeza.

Pensei em outras pessoas da minha vida: sempre vou me lembrar que eu tive uma péssima experiência com uma garota no Acampamento Meio-Sangue, ela foi extremamente desagradável e sempre me tratava muito mal, mas, do mesmo jeito, ela tratava Olive como se fosse a personificação de Zeus na Terra, com muito carinho e adoração. Mesmo que nós nunca tenhamos nos entendido e que até agora eu não goste dela, mesmo que eu tenha tentado a todo custo afastar Olive dela no começo, agora eu percebia que ela era uma ótima amiga para Olive, principalmente nesse momento em que estou longe.

Não era assim com algumas pessoas? Só porque ela foi ruim para/com você, isso não significa que ela será ruim para/com outras pessoas e muito menos que ela seja essencialmente ruim. Às vezes as pessoas simplesmente não se entendem e está tudo bem.

Seria esse o caso de Asher e Maxon? Eles obviamente não se davam bem. Mas isso não significa que Asher seja alguém ruim. Tenho certeza que, se eu perguntasse, Asher teria a mesma opinião sobre Maxon, que ele é ruim e que não presta. Eles provavelmente tiveram alguma experiência ruim no passado – fala sério, eles são irmãos e deuses imortais, é claro que eles já tiveram alguma experiência ruim no passado... –, e Maxon está tentando me proteger de algo que ele acredita ser potencialmente danoso, mas isso não significa que Asher seja realmente o Mal na Terra que Maxon pintou.

Decido dar o braço a torcer.

Dou um pequeno sorriso para Asher.

— Vi você e meu pai conversando mais cedo — comento, despretensiosamente.

— Você viu? — Ele sorri, com malícia, ainda que pareça meio surpreso. — Pois é, estávamos conversando. Seu pai também ficou impressionado com minha roupa... tal pai, tal filha.

Dou uma risadinha.

— Eu falei! Foi ele que me apresentou a esse mundo. Se eu sou uma fã, ele é completamente obcecado. Ele com certeza amou sua fantasia.

— Eu posso pedir aos alfaiates da mansão que façam uma igual para ele — ele sugere.

Eu rio da proposta; não porque essa foi sua intenção, ou porque estou debochando dele, mas...

— Eu agradeço a oferta, Asher, mas papai nunca aceitaria nada como isso — garanto.

Seus olhos brilham, como se eu tivesse acabado de desafiá-lo.

— Tem certeza? Posso ser bastante persuasivo quando quero.

Meu sorriso morre, porque suas palavras me lembram as de Maxon “ele parece um cara legal quando quer”. Mas rapidamente eu espanto esse pensamento com uma leve sacudida de cabeça e sorrio de volta para Asher.

— Quem sou eu para lhe impedir de tentar, não é mesmo?

Ele sorri e faz uma pequena mesura, antes de se afastar, já procurando meu pai, pronto para vencer o desafio.

Sorrio, pensando em sua determinação, observando-o se afastar.

 

 

O resto da festa acontece normalmente. Eu danço mais algumas vezes com as meninas, principalmente com Marlee. Cumpro a promessa feita a Lacey e danço com ela e Natalie. Também danço com alguns guardas, papai e mais umas duas vezes com Maxon, apesar de estas nunca chegarem a ser tão mágicas quanto a primeira.

Não encontro nem Apolo, nem minha mãe pelo resto do baile. Sei que eles estão ali, separados, porque todas as vezes que ergui meus olhos, eles estavam, mas nenhum deles tem coragem de vir falar comigo e aceito isso graciosamente, inclusive me desviando de meu caminho para não esbarrar com eles.

Vou para a cama um pouquinho leve de champanhe, mas feliz. Apesar dos pesares, foi uma boa noite.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram?

Fiquem ligados porque quem leu A Seleção sabe o que vem em seguida. Prepara coração haha.

Feliz Natal e boas festas a todos. Fiquem com Deus (ou apenas com coisas boas, caso você não acredite n'Ele) e tudo de bom para todos.

Nos vemos dia 07/01 com mais postagens.

Com os melhores votos,

Liz.



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