Friends escrita por LC_Pena


Capítulo 5
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que a gente se encontrava aqui, mas eu não tenho mais nada a dizer não, sorry. Aproveite o epílogo.

;*



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Epílogo

– Papa, papa, não aguento mais a Nique, ela não me deixa em paz! – Gui levantou seus olhos do último artefato grego encontrado no abisso da fonte de Atenas. Os duendes geralmente não gostavam que objetos valiosos saíssem de Gringotes, tanto quanto Gui não gostava de levar peças amaldiçoadas para casa, mas a urgência do pedido fez ambos abrirem uma exceção.

– Qual o problema agora, minha princesa? – Torie, sua linda menina loirinha de olhos azuis, com um gênio difícil como o seu, tinha que admitir, sentou em seu colo emburrada.

– Sua filha está me deixando louca! Ela quer imitar TUDO que eu faço! – Victorie nos seus quase sete anos de idade já se achava bastante madura e não tinha nem um pouco de paciência com sua irmã pequena de três anos. – Ela quer usar o laço igualzinho ao meu para ir para a casa da vovó!

Gui teve que se controlar para não rir do jeito que Torie havia dito “sua filha”, como se todas as agruras de sua vida fossem culpa dele. Não iria rir, a pequenina levava muito a sério seus problemas e seu pai os levava muito a sério também.

– Torie, já parou para pensar que talvez, só talvez, Nique te copie porque te admira muito?

– Não gosto dessa versão, foi a mesma coisa que a mamãe falou! – A loirinha conseguiu aumentar ainda mais o bico, fazendo o coração bobo de seu pai se derreter todo. Céus, ela era igualzinha à mãe!

– Se eu e mamãe dissemos, talvez seja verdade...

– Mas nessa versão não há castigo e... E... Nique não será dependurada pelas tranças como merece! – Gui fez uma careta inconsciente com a mera imagem mental de sua ruivinha dependurada pelas tranças em algum lugar alt... Merlin, não queria nem pensar nos detalhes.

– Não precisamos ser tão rígidos, hum? Que tal ajudarmos Nique a encontrar outro laço? – Torie cruzou os braços, insatisfeita com a solução. Queria ver punição pelo menos uma vez na vida. – Tenho certeza que ela acatará sua opinião.

– Que seja.

Tanto desprezo numa coisinha tão jovem. Gui guardou a pequena estátua de bronze do deus dos mares, que fazia quem a tocasse sem proteção ficar babando feito um troll da montanha, na sua gaveta bem selada. Algumas maldições eram mais tolas do que perigosas, mas desde cedo as meninas sabiam que não podiam tocar nas gavetas do papai.

Ficava feliz em receber alguns mistérios de países e culturas diferentes, mas tinha que admitir que preferia muito mais o mistério de como fazer a pequena Dominique Weasley aceitar colocar um laço diferente do da irmã naquele cabelão ruivo dela. Talvez até mesmo uma tiara de princesa, quem sabe...

Mal haviam saído da lareira e Dominique já estava louca para descer dos seus braços e entrar na bagunça com seus primos. Gui deu um beijo na bochecha rosada da filha, para tranquiliza-la um pouco. Primeiro tinha que cumprimentar seus pais, depois a deixaria ir com os outros.

Nique usava os cabelos muito cheios, Merlin sabia de quem havia puxado toda aquela juba, soltos com uma tiara azul no topo da cabeça. Foi somente com uma força-tarefa que contava com ele, Fleur e Torie, que conseguira convencer a filha a vir com esse adereço.

Victorie olhava satisfeita para irmã de tiara, ela mesma com seu laço bem amarrado na ponta da trança impecável. Gui, no entanto, não teve muito tempo para apreciar a satisfação da filha mais velha, já que um raio azul veio e bagunçou o cabelo dela em questão de segundos.

– TED LUPIN, SEU, SEU... – Toda a pose de realeza de Victorie foi por água abaixo, quando saiu correndo, sem se preocupar em desviar de ninguém, atrás de seu algoz. Ted Lupin era um saudável menino de oito anos e por saudável Gui queria dizer desconcertantemente ativo.

Olhou para Nique, que ria suspeitosamente agradada em seu colo. Precisava trabalhar mais a união entre suas meninas, pensou Gui cansadamente. Fleur apontou com a cabeça na direção da sala de estar, lugar onde seus pais provavelmente se encontravam.

Deixou Nique no chão para ela poder abraçar melhor seus avós e acreditou que tinha sido uma coincidência muito fortuita aquela que havia trazido o pequeno Lupin de volta para o corredor onde ele se encontrava naquele exato momento.

O agarrou, em um ato reflexo, feliz de que os anos fora das expedições de campo não haviam deteriorado completamente suas habilidades práticas. O menino o olhou surpreso.

– Não fala com seu tio não, garoto? – A prova de que Ted não havia se assustado com o movimento abrupto, era que seu cabelo continuava azul royal, exatamente sua cor favorita nos últimos dois meses, pelo menos era o que Andrômeda havia lhe contado por carta.

Ted lhe presenteou com um sorriso traquina, muito parecido com um certo sorriso que foi a sua perdição por mais da metade de sua vida. Guilherme sorriu de volta com seu próprio sorriso marca registrada.

– Estou fugindo de Torie, tio. – O menino falou, dando um abraço rápido no homem mais velho, pronto para empreender uma nova corrida, mesmo que não houvesse sinal da loirinha em nenhum canto.

– Isso eu sei, está sempre fugindo dela. Mas antes que suma por aí de novo, queria lhe dar um presente, posso? – O menino o olhou maravilhado, vó Andie havia lhe dito que não, ele não poderia abrir presente nenhum hoje, mas aí estava tio Gui dizendo que sim, podia. Por isso que tio Gui era seu tio favorito de todos!

Gui se abaixou na altura do garoto, fincando um dos joelhos no chão. O menino corado, com um leve brilho de suor no rosto, por toda as confusões que deveria estar aprontando desde muito antes dele chegar, olhou-o cheio de expectativa.

Estava tão ansioso que seu cabelo escorregou para o tom natural, como acontecia frequentemente com sua mãe naquela idade. Lembrava de quando havia ido visitar o bebê Ted pela primeira vez, era uma bolinha rosada de cabelos loiros escuros como o pai. Ted era todo o pai, menos o sorriso. O sorriso era todo dela.

Gui tirou o pequeno embrulho de dentro do casaco, havia esperado tanto para finalmente passar isso adiante...

Colocou a antiga pulseira, com um pingente em prata, nas mãos ainda pequenas do jovem Lupin.

– Isso quem me deu foi sua mãe, quando eu não era muito mais velho que Torie. – O menino olhou com o cenho franzido para o objeto. – Costumava fazer par com uma...

O menino tocou no moletom bordado pela vó Molly, como se estivesse se certificando de que o coração ainda estava no lugar, mas depois acabou simplesmente puxando um colar de dentro da camisa. Gui não pôde disfarça a surpresa.

– Você o tem! – Ted colocou o pingente que seu avô havia lhe dado a muito, muito tempo atrás, lado a lado com o presente que seu tio havia lhe dado agora. – É um só, vê?

Gui colocou os pingentes sobrepostos, fazendo o menino encostar o queixo no peito para olhar o colar com o símbolo completo agora.

– Legal. – O pequeno sussurrou baixinho, meio hipnotizado como só uma criança poderia ficar. Os pingentes brilharam uma luz azul bem fraquinha, que Ted estava convencido de que era tudo imaginação sua.

Ele não era lá uma criança muito crédula.

Gui não pôde deixar de sorrir ao constatar o que havia acontecido, de alguma forma as duas metades do nó infinito celta haviam se encontrado novamente, isso tinha que ser um sinal do destino.

– Agora tenho dois... O que eu faço? – Ted levantou o olhar para seu tio, mostrando toda sua incompreensão infantil. A miniatura de Remus Lupin tinha um jeito engraçado de inclinar a cabeça quando não sabia o que fazer.

– Bem... Essas peças fazem parte de um todo, mas na verdade foram feitas para viver separadas. – O menino acentuou ainda mais sua adorável expressão de não entendimento. – Foram feitas para ficar cada uma com um amigo. Com amigos para sempre.

– Para sempre? – O garoto o olhou, não mais confuso e sim cético. Andrômeda já havia avisado a Guilherme que Ted estava em uma fase em que duvidava de tudo. O menino só conseguiu pensar que para sempre era o tipo de coisa que sua vó falava que existia, mas que ele apenas via em contos de fadas e histórias para criancinhas. – Nada dura para sempre, tio!

Gui levantou de sua posição desconfortável, com um sorriso condescende no rosto. Afagou o cabelo claro do menino, feliz de poder ver uma parte de sua amiga ali, tão claramente. Ted Lupin era a prova de que o para sempre dele era algo real. Quase podia sentir sua amiga TK ali com ele, como nos velhos tempos.

– Amizades verdadeiras são para sempre, Ted. Não existe tempo ou distância suficientemente grandes para destruir uma amizade dessas.

O menino pareceu refletir sobre isso. Olhou para seu tio, que era um cara bem esperto na verdade. Tio Gui geralmente estava certo sobre as coisas, sabia como tirar seu dente de leite sem doer e a exata maneira de pegar em um gnomo de jardim sem que ele o sujasse de lama.

Ted deu um aceno de concordância com a cabeça, muito sério para um menino de oito anos, o que fez Gui levantar uma sobrancelha, divertidamente.

– Ok, tio. Já sei a quem eu vou dar essa pulseira.

Algumas horas depois, Guilherme estava mais do que satisfeito em voltar para sua casa, sua tranquila e silenciosa casa. Torie estava desmaiada em seus braços, as brincadeiras com os primos sempre a esgotavam e Nique não estava muito diferente no colo da mãe.

Levou sua menina para o quarto muito rosa, muito delicado, com o papel de parede cheio de fadas escolhido pela sua esposa, que o fazia se sentir um ogro. Colocou a pequena na cama, com cuidado para não a acordar. Quando ajeitou melhor a posição de sua filha, não pôde deixar de notar que ela levava um novo adereço, um que destoava completamente do jeitinho delicado e enfeitado dela de ser.

Sorriu para si mesmo.

– Bem, TK, você estava certa depois de tudo.

A breve vida de Ninfadora Tonks fora toda sobre transformação e evolução, não havia uma única pessoa que não tivesse sido mudada pela sua presença marcante. Ele mais do que ninguém havia mudado e crescido graças a ela e agora via em seu filho o mesmo poder que a fez tão especial.

Olhou para o rosto sereno de sua menininha. “Sim, para sempre era um ótimo lugar para se começar, Torie”, pensou. Gui percebia que caberia a ela agora sempre saber quando voltar e manter unida aquela amizade especial que, esperava ele, só estava começando.

Ao que tangia Guilherme, não era uma missão de vida tão ruim assim ser a eternidade de alguém.


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Notas finais do capítulo

Acabou, Brasil!!!!



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