A Última Carta - A Seleção escrita por AndreZa P S


Capítulo 27
4.5


Notas iniciais do capítulo

Minhas aulas começaram e pretendo conseguir um estágio rápido, então escrevi o capítulo hoje pq n sei quando vou ter tempo dnv!
Obs: dps desse Cap vai ter mais um, ou mais dois! Ainda to decidindo, beijao e boa leitura



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"Quando o silêncio não é tranquilo

E parece que está ficando difícil de respirar

E eu sei que você sente como se estivesse morrendo

Mas eu prometo que vou levar o mundo ao seus pés

E mover montanhas

Nós vamos caminhar para fora

E mover montanhas

E eu vou subir

Eu subirei como o dia

Eu vou subir

Eu vou subir sem medo

Eu vou subir

E eu vou fazer isso mil vezes novamente

Para voce

Tudo o que precisamos

tudo o que precisamos é esperança

E para isso temos um ao outro

E para isso temos um ao outro

Vamos subir

Vamos subir"

Andra Day - Rise Up

Por Maxon Schreave

America inclinou-se para a frente, fechando os seus olhos e afastando levemente os seus lábios. Ela está me convidando a beijá-la. Eu estava passando por algo novo, me sentindo confuso com tudo o que aconteceu entre nós nesses últimos dias. America continuava a afirmar que me amava, e estava óbvio para mim que eu também a amo. Mas havia uma parte no meu cérebro, que estava disputando lugar com o desejo de agarrá-la naquele exato momento, que definitivamente me deixava louco. Por mais que eu tentasse ver a situação sob o seu ângulo de vista, ainda não conseguia deixar de me sentir traído por ela.

A imagem dela beijando outro cara, e pior, Aspen Leger, que desde que lançara sua candidatura para ser o meu concorrente nas eleições, não deixa de se esforçar para colocar meus aliados contra mim. Como posso saber se posso ou não voltar a confiar nela?

Seria como me atirar de um penhasco no escuro, apenas seguindo o som de sua voz dizendo que eu ficaria bem. Mas e se eu não ficasse?

Quando decidi que já estava na hora de me deixar conhecer realmente alguém, para me apaixonar de verdade, deveria ter escolhido melhor. Deveria ter escolhido uma mulher que desde o príncipio tivesse sido sincera comigo.

Franzo minha testa e fecho meus olhos por alguns segundos. Mas há quem eu estava tentando enganar? O coração é quem escolhe por quem irá bater mais forte, e o meu bate por America. E está batendo forte agora.

Ames finalmente me olha. Aqueles olhos azuis me encaram, de certo querendo entender o conflito que há dentro de mim. Seu rosto está decepcionado, mas ela não diz uma palavra sequer, e nem eu. Ficamos ali, por um bom tempo, nos olhando como se assim pudessemos resolver nossos problemas.

Ela então abaixa a cabeça, sua expressão parecendo doloria, e por mais que eu quisesse abraçá-la e lhe consolar agora, mantive minhas mãos firmes atrás das costas.

–Eu já entendi. Não temos mais chance alguma? - Ela pronunciou-se, fitando para além de mim. Seus cabelos estão bem volumosos hoje, e não encontrei nenhum pingo de maquiagem em seu rosto. E eu preferia assim. Céus! Como alguém poderia ser tão linda dessa forma?

Penso em algo para dizer, mas eu não sabia qual a resposta certa. America balança a cabeça por um instante, piscando várias vezes para tentar espanar as lágrimas que vi surgirem em seus olhos. Um oceano querendo transbordar.

–Não precisa responder, eu já entendi. - Murmurou com tom amargurado. Seu corpo esguio passou por mim, e então me virei para trás e lhe segurei o pulso com firmeza. Seus olhos pareciam assustados, mas além disso, pude ver que ela ficou feliz. Não posso ter me enganado tanto assim, não é?

Pressionei o seu corpo contra a parede, tomado pela a parte oposta de minha mente que dizia que aquilo iria me machucar depois. Não me importei naquele momento, não quando estávamos a centímetros de distância e quando sua boca era tão convidativa que eu mal conseguia pensar.

Como se para me estimular, ela enlaçou as mãos ao redor do meu pescoço, podia sentir sua respiração acelerada contra a pele exposta do meu rosto, dispersando o pouco de lucidez que ainda me restava.

–America, por que você faz isso comigo? - Grunho baixinho, com os lábios próximos demais de sua orelha esquerda. Ela abre a boca para responder alguma coisa, mas eu não queria escutar. Então a beijei, pressionando nossos corpos ao máximo e deslizando minhas mãos sobre a sua camiseta surrada, apertando-a contra mim. Eu amava aquele gosto, o cheiro dela me deixava louco.

Nunca na minha vida deixei que alguém me dominasse daquela forma. Geralmente não era o tipo de pessoa que me apegava com facilidade, sempre me considerei um cara um tanto duro e indiferente, mas quando se tratava de America tudo mudava. Eu...eu só queria mantê-la por perto, e enxergar os seus olhos brilhando quando eu chegava de alguma reunião exaustiva. Observar o quanto sua boca ficava sexy quando pronunciava o meu nome.

Não sei quanto tempo ficamos nos beijando naquele corredor. Não sei se alguém passou por nós enquanto isso, mas não importava de fato. Nos afastamos para poder respirar, ela parecia derretida em meus braços.

Eu senti vontade de morrer. Como sou capaz de amar uma mulher que mentiu para mim? Como posso manter um relacionamento com alguém, quando não confio mais em suas palavras?

Me afastei de seu corpo, mesmo que com relutância. America arregalou os olhos e puxou mais forte seus dedos que acabaram se enrolando em meu cabelo. Franzo as sobrancelhas, sabendo da dor que começaria no coração e logo se alastraria pelo o meu corpo inteiro.

–Preciso ir. - Murmurei, vestindo a mesma máscara impassível que venho usando nesses dias. America suspirou e deixou suas mãos caírem ao lado seu corpo.

–Vai vir me ver mais tarde? - Perguntou para mim, seu rosto refletindo uma espécie de esperança camuflada.

–Acredito que não. - Falei por fim, enquanto a via desviar o olhar para o lado e corar levemente. Não esperei que dissesse alguma outra coisa, apenas saí às pressas rumo ao escritório e me joguei em minha cadeira. Mas aquele lugar não me reconfortava, apenas me fazia pensar em America. A garota que me abalou de tal forma que jamais teria permitido, caso dependesse única e exclusivamente do meu racional. Ela acaba com o meu psicológico e eu não aguentava mais.

Precisava me decidir.
...

Por America Singer

Eu estava irritada. Irritada não, eu estava entrando em ebulidão de tamanho ódio que eu sentia de mim e de Maxon! Ele me beijou aquele dia, e agora mal me olha no rosto. Como eu pude ser tão infantil ao ponto de achar que o beijo que ele me deu representava algo a mais? Tipo uma reconciliação, ou quase isso? Me odiava por ter deixado essa esperança me envolver dessa forma.

E odiava Maxon, por me tratar desse jeito, mesmo sabendo que ele me amava. Por quê as coisas não poderiam ser mais simples? As emoções são como teias perigosas e é muito difícil se livrar delas. Isso se você conseguir se livrar.

Me olho no espelho do quarto, ajeitando o vestido carmim que Amberly me dera para usar hoje à noite, em uma entrevista com Maxon para o jornal ao vivo de Londres. Eu me sentia enjoada, e várias vezes repetia as palavras que o conselheiro do Lorde me pedira para dizer..., mas tudo poderia dar errado, afinal, como saberíamos se a entrevistadora faria ou não alguma pergunta comprometedora?

Marlee entrou no quarto enquanto eu imaginava mil possibilidades de tudo dar errado e de passarmos vergonha. Eu deveria me esforçar..., por mais que eu estivesse odiando o Maxon naquele momento, não queria vê-lo passando vexame com uma noiva que gaguejava ou que não respondia as perguntas de forma coerente, por que no fim de tudo, eu ainda o amava. E o odiava. E eu estava ficando louca, eu acho.

–Pronta? - Indagou Lee, olhando-me com um sorriso enquanto cruzava os seus braços. Solto um suspiro e me viro para ela.

–Tudo certo. Saltos, vestido, cabelo e maquiagem. - Murmurei, minha voz criando ondulações esquisistas.

–Não estou falando disso. - Murmurou ela ao se aproximar de mim, segurando-me pelos os ombros.

–Então não, eu não estou pronta. Acho que vou vomitar. - Afirmei, realmente sentindo uma certa vertigem.

–Vocês não se prepararam para isso durante dias? - Verificou ela.

Afirmei com a cabeça.

–O problema é que será ao vivo. Se eu errar, ficará registrado para a humanidade inteira ver como eu sou patética.

Marlee mordeu o lábio para reprimir uma risada.

–Meri, por favor, se concentre. Você é incrível, apenas deixe que as pessoas vejam o quanto você é especial.

Bufo alto.

–A única pessoa que eu quero que veja que sou especial está me evitando.

–Desde o dia do beijo Maxon não falou mais com você?

Caminho até a cama e me jogo no colchão.

–Não! Já faz quase uma semana e meia.

–Ele parece meio desligado nesses dias, mas o que tiver que ser, será. Dê tempo ao tempo. - Ela sentou-se ao meu lado. - Dê tempo ao Maxon.

O Lorde foi no mesmo carro em que eu e Maxon nos encontrávamos. Durante todo o trajeto, ele ficou murmurando sobre como deveríamos agir, tomando um maior cuidado para verificar que era mentalmente capaz de fazer aquilo que estava programado. Chegou uma hora em que eu simplesmente virei a cabeça em direção à janela e o ignorei.

Edurado parou no estacionamento subterraneo de um complexo, e então seguimos para o elevador. Tomei um cuidado especial para não olhar para Maxon enquanto me concentrava em tudo que tinha que dizer. Assim que a porta do elevador se abriu, pudemos avistar várias pessoas passando por um corredor com várias portas, todos pareciam extremamente ocupados e focados em suas obrigações. Jogo os meus cabelos para trás e solto um suspiro áspero, que fez com que eu sentisse os olhos de Max e o Lorde no meu rosto, mas não me importei. Um homem com um crachá que dizia "Antony B. Rose, diretor geral", acenou com um sorriso para que fossemos até ele.

–Como vocês estão? - Perguntou, e eu reconheci o sotaque. Ele também era americano.

O Lorde Clarkson abriu um grande sorriso e bateu nas costas de Antony afavelmente.

–Muito bem. Já está tudo pronto? - Murmurou.

Antony, que devia ter uns 45 anos, mas que quando sorria parecia que tinha 10 anos a menos, balançou a cabeça em concordância.

–Só estávamos esperando a chegada de Maxon e America.

–Estamos aqui. - Respondeu Maxon com um sorriso distante, e então olhou para o seu relógio de pulso. - E temos exatamente 11 minutos para nos ajeitarmos antes do programa entrar no ar. - Concluiu.

Olho para o lado, mordendo o lábio para reprimir um sorriso. Tinha esquecido em como eu gostava dessa mania dele com horário.

–Ah, sim! Me sigam, vou levá-los até o set para que se preparem.

O seguimos pelo o extenso corredor e dobramos para uma enorme area principal. Lá tinha um lance pequeno de escadas, e no final uma porta que levava até um lugar com algumas pessoas, câmeras enormes e refletores de luz. Mais a frente, há um cenário conhecido por mim, já que muitas vezes, quando não tinha nada para fazer, assistia ao jornal. Três poltronas grandes e escuras estão uma ao lado da outra, com uma pequena mesinha de madeira ao centro, onde alguns papeis se encontravam. Na parede de trás há uma parede de led, onde as cores oscilavam entre azul escuro e vermelho, formando o nome do noticiário. Uma mulher baixinha me abordou, tirando minha atenção do local em que dentro de alguns minutos eu estaria. Exposta para milhares de pessoas. Tento me lembrar em como respirar e abro um sorriso afetado para a... olho para baixo, a fim de verificar o seu nome no crachá.

Judith.

–Gostaria de dar algum retoque na sua maquiagem, senhorita? - Perguntou, séria.

Dou de ombros.

–Não, obrigada.

Ela me observou mais atentamente dessa vez.

–Tem certeza?

Ergui uma sobrancelha.

–Você acha que eu preciso de mais maquiagem? - retruquei, começando a ficar nervosa, já que havia passado somente corretivo, rímel e batom rosa claro. Uma maquilagem simples.

Dessa vez ela sorriu, e quando ela movimentou os cabelos para dar-me uma negativa, senti um leve aroma de tabaco.

–Não, não. As mulheres geralmente gostam de carregar no batom, sombra e essas coisas. Mas você está muito bem assim.

Suspiro aliviada.

–Você me assustou por um segundo. - Falei, pondo uma mão sobre o peito e abrindo um sorriso divertido.

Judith soltou uma risada rouca.

–Acredite, você está bem assim. - Diz ela novamente, antes de me lançar uma piscadela e virar de costas, indo agora abordar Maxon, no outro extremo do set, que conversava com um dos conselheiros que recém havia aparecido.

Poucos minutos depois, a apresentadora começou dizendo boa noite para a câmera diante de si. Seus cabelos são loiros e curtos, e seus olhos castanhos escuros. Em seguida fez a chamada de cada notícia que teríamos naquela noite, e por fim informou sobre a entrevista que seria realizada com o candidato à Senador, Maxon Schreave, e sua noiva, America Singer.

Meu coração parecia que queria voar de dentro do peito assim que ouvi o meu nome. Fechei os olhos e respirei fundo. Por sorte, tive mais uns 10 minutos para me preparar mentalmente antes de ser chamada, mas quando finalmente ela nos chamou para entrar em cena junto com ela, pensei que iria desmaiar. Maxon me lançou um olhar que não entendi o que significava, provavelmente querendo me alertar para que não o fizesse passar vergonha.

Mas eu me esforçaria e seria impecável.

Demos a mão um para o outro, sem mais nenhumt tipo de contato visual e entramos no cenário. A mulher que, por causa do nervosismo acabei esquecendo o nome, nos cumprimentou com um sorriso amigável e pediu para que nos sentassemos. Maxon sentou-se ao lado dela, e eu ao lado dele.

Como muito treinei diante do espelho, fiz uma expressão de sorriso plastificado que tanto via nos rostos das mulheres que conheci nas festas que era obrigada a partcipar. Durante metade da entrevista, tudo estava indo bem. Consegui responder tudo de forma natural, e não gaguejei. Graças a Deus.

Porém, perto do fim da entrevista, ela me perguntou:

–Por que você acha que o seu noivo deve ser eleito?

Rosália (lembrei que seu nome era esse), cruzou suas pernas longas e me lançou um olhar curioso. Pisco várias vezes. Maxon, eu e os conselheiros havíamos nos preparado para este tipo de pergunta. Eu sabia o que teria que responder, mas não conseguia juntar as palavras na minha mente.

Comecei a tremer as mãos, então as deixei sobre o meu colo e desviei o olhar para o rosto de Max. Ele já sabia de cor a minha resposta, porém, obviamente, não podia parar e lhe pedir que me refrescasse a memória.

Engulo em seco.

–Maxon Schreave deve ser o novo senador porque... - encaro o seu rosto mais uma vez, continuando a falar (improvisar) sem desgrudar os meus olhos dos dele, assim eu conseguiria manter uma linha lógica. - Bem, porque ele é a melhor pessoa que eu conheço, sem ser fraco ou mesquinho. Ele pensa nas pessoas, e quer fazer tudo o que for possível para que elas se sintam confortáveis perto dele. - Maxon franziu a testa, provavelmente se perguntando o por quê de eu não estar dizendo o que era combinado. Naquele momento, lembrei de como ele se esforçou para ser legal comigo no ínicio, mesmo eu não merecendo. - Por mais que você o tenha magoado, ele te mantém por perto para que vocês e as pessoas que ama não sejam prejudicadas. - Pisco algumas vezes e desvio o olhar para Rosália, que me fitava atenta. - Um homem que visa sempre o bem-estar das pessoas, esforçado e de caráter, é o melhor condidato para qualquer partido, para qualquer cargo. Quem votar nele estará ganhando em muitos sentindos, pois ele jamais lhe deixará desamparado e fará de tudo para que as coisas certas sejam feitas. Talvez Maxon ainda não tenha mencionado em entrevistas, mas ele somente está nesse ramo, porque quer ver as desigualdades serem extintas, onde há oportunidade para todos. Para os jovens, como ele, para os negros, para os pobres, para todos nós. Ele é o tipo de cara que lutará pelos os direitos do povo com unha e dentes. - Olho para baixo, sentindo minhas bochechas corarem. - É o tipo de cara, que é impossível você não se apaixonar. - Concluí.

Houve uma pausa silenciosa depois que eu terminei, e então Rosália bateu palmas. Quando fitei o seu rosto, ela estava sorrindo muito e parecia eufórica.

–Que sorte, Maxon. Com uma noiva dessas, quem é que precisa de advogado, não é mesmo? - Brincou ela, olhando para o Max. Mas ele não sorriu, apenas me encarou com os olhos intensos, e murmurou:

–Não poderia ter encontrado pessoa melhor para me apaixonar, no fim das contas. Apesar de tudo, ela é a mulher da minha vida.

Para a supresa de todos, Maxon me beijou. E eu não sabia como reagir, só sabia que meu coração parecia indeciso entre o receio e a alegria.

Será que ele se decidiu? Decidiu que nós ficavamos melhor juntos do que separados? Ou apenas estava se aproveitando das manchetes que aprovavam nossos relacionamento, para se promover?

Tudo bem, se fosse o caso. No fim, a única coisa que importava era aquele momento.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que n ficou taoo bom, mas prometo compensar no próximo! Okay?