Darkness Brought Me You escrita por moni


Capítulo 24
Capitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindassssssssssssssssssss
Esse capitulo vai ser especial para minhas duas amigas queridas de muito tempo. Que mais uma vez, com todo carinho. me enviaram recomendações. Thaaty minha capista, amiga de todas as fics desde sempre. OBRIGADA!!! BEATRICE outra linda. Querida presente. carinhosa. Como eu amo vocês duas. OBRIGADA por tudo. É pelo carinho de vocês que faço o possível para estar sempre aqui.



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   Pov – Daryl

   Minha perna lateja. Me afasto um pouco de Hannah. Ela percebe minha expressão. Mais uma vez toca meu rosto toda preocupada. O que fez hoje, os riscos que correu, o medo que senti. Depois os cuidados dela e de Brook. Definitivamente eu não sei lidar com todo esse carinho.

   Fico me sentindo outra pessoa. Gosto, mas tenho medo. Essa merda de mundo está sempre prestes a desabar sobre minha cabeça e não posso me acostumar com nada que beire a perfeição como tê-las ao meu lado.

   ─ A dor vai passar logo. Quer um travesseiro para apoiar a perna?

   ─Não Hannah. Estou bem. – Ela sorri. Não acredita. Nem poderia, minha expressão não engana.

   ─Posso fazer uma cama no chão para ficar mais confortável. Só você e a Brook.

   ─Está louca? Quero que fique aqui. – Trago ela para meus braços. – Principalmente depois do susto. Nossa nem sei o que pensei.

   ─No começo fiquei com medo, depois foi tanta adrenalina que não sei onde o medo foi parar.

   ─Odiei o que fez. Odiei mais que o apocalipse. – Aviso com a angustia dos momentos que passei tentando encontra-la e descobrindo que ela estava lá fora voltando com tudo. – Não podemos passar por isso mais Hannah. Eu preciso confiar que vai estar do meu lado, não posso ter medo de você fazer uma loucura.

   ─Prometo me controlar, mas eu vou lutar por nós. Foi isso que fiz e com as armas que me deu.

   Eu estou orgulhoso, só não quero deixar isso muito claro com medo dela se sentir forte demais. A arrogância mata e é rápido. Muito mais rápido que o medo.

   ─Estamos aqui. Amanhã vamos treinar um pouco mais. Quero montar logo a moto e aí com ela podemos ser uma boa dupla. Dupla entende? Nada de resolver sozinha.

   ─Entendi. Você está chato! – Acabo por rir. Beijo Hannah. Ela se enrola toda em mim. Cuida para não tocar minha perna e eu a envolvo com todo cuidado. Olho para Brooklyn adormecida ao meu lado. – Vou ajeitar um quarto para ela amanhã.

   Não falo nada. Isso significa muitas coisas. Muda nossa relação e vou precisar achar um jeito de falar disso com ela. A pequena se mexe na cama. Abre os olhinhos assonada. Tateia a cama e nos encontra. Relaxa imediatamente e volta a dormir.

   A ideia de deixa-la longe parece errada. Fecho os olhos. Sinto o latejar da perna. Sorrio sem abrir os olhos me lembrando da costura mais torta e malfeita que já vi na vida. Ela fez o melhor que pode e foi bem corajosa, mas espero nunca mais precisar de seus cuidados médicos.

   Quando acordo estou sozinho na cama. Me sento um tanto confuso. Não tem jeito de me acostumar com cama macia e lençóis limpos. Passo a mão pelos cabelos. Me sento. Olho em volta. As cortinas estão fechadas e o dia parece claro. Tento ficar de pé e a perna fraqueja, as lembranças me invadem a mente.

   Sigo para o banheiro. Ter uma suíte é a coisa mais estranha do mundo. Tudo nesse lugar me é estranho. As mansões, o luxo dos móveis, as ruas com gramado, a limpeza, é irreal, uma farsa. Apenas isso e não posso me deixar contaminar por ela.

   Quando saio do banheiro e me sento na cama para tentar calçar as botas Brook abre a porta num solavanco. Me sorri animada.

   ─Tia ele já acordou sim. – Grita para Hannah que entra logo em seguida trazendo uma bandeja.

   ─Café. – Ela diz se aproximando. – Onde pretendia ir?

   ─Procurar você e depois começar a trabalhar na moto. Não acho que esteja em condições de ir lá fora hoje.

   ─Hoje? Acha que vai amanhã? – Ela diz colocando a bandeja na cama. – Come. Eu e Brook já comemos e não vai a lugar nenhum. Nem hoje, nem amanhã.

   ─Se acha que vou ficar aqui...

   ─Caçador eu vou ficar aqui cuidando de você. – Para minha surpresa Brooklyn segura minha mão. Me sorri toda meiga. Tão feliz por poder cuidar de mim que me impede de ter uma crise de insubordinação. – Não vou sair daqui. Falei com a tia Hannah que eu cuido de você. Eu sei.

   ─Obrigado. – Ela pega um pedaço de algum tipo de pão. Leva em direção a minha boca. Aquilo é um afronte. Receber comida na boca vai além de minhas forças e impeço segurando sua mãozinha. – Pode deixar Brooklyn. Eu consigo comer sozinho.

   Não é como se ela ficasse satisfeita, mas é tudo que posso oferecer. Mastigo um tanto desanimado. A perna realmente está ainda ardendo um pouco. Meu corpo parece cansado. Acho que é mais do que a loucura do dia anterior. É todo o apocalipse. Tudo que perdi. Tudo que passei.

   ─Vou até o Aaron depois de comer. Quero ocupar minha mente um pouco.

   Hannah não aprova, mas também não nega. Brooklyn parece decepcionada.

   ─Brook vai com você. Quero organizar as coisas aqui. Pedi a Beth e ela vai me ajudar. Glenn disse que tem uma cama sobrando num dos quartos e eles vão trazer.

   ─Então é melhor eu ficar e ajudar.

   ─Não. Quero fazer uma surpresinha. Assim alguém vai ficar tão feliz que não deve ter medo.

   ─Entendi. – Mastigo o último pedaço de pão. Tomo o último gole de café e depois calço meus sapatos. Brook ainda tentando me ajudar. É divertido tenho que admitir. Toco em algo e ela toca junto, por que está me ajudando. Então acaba por atrapalhar. – Vamos Brooklyn?

   Ela segura minha mão. Sorri para a tia. Descemos as escadas enquanto Hannah nos observa do topo. Fico pensando se devia ter dado um beijo nela. É o que Glenn faria.

   Não sou o Glenn, isso é bem diferente. Abe não fica beijando Rosita em público, mas ele nem demonstra muito sentimento também, não acho que o que os une seja amor e sim conveniência. É físico. Nada mais.

   ─Vão passear? – Carol sorri tirando cookies do forno. Minha testa enruga. Acho que as vezes ela vai longe demais com o personagem, não tem ninguém aqui.

   ─Aaron tem peças para montar uma moto. Brooklyn vai comigo. – Encaro a bandeja. – Até onde vai com isso?

   ─Até onde for preciso. Eles gostam da senhora indefesa. Confiam nela. Ainda sou eu Daryl.

   ─É bom. Sobre aquela conversa com a Hannah...

   ─Falamos depois. Rick assim como eu acha que temos que ter ao menos armas. Eu não estou nada contente de ficar indefesa.

   ─Sabe que venceríamos esses caras até sem armas? Por que essa gente não tem a menor ideia do que é lutar por sobrevivência.

   ─Não me preocupo com eles. Não dou a mínima. Minha preocupação é com o que está além desses portões. Vivo ou morto.

   ─Entendi. Conversamos depois. Acho que Hannah vai concordar com o que for melhor para todos nós.  – Começo a me afastar. Carol segura meu braço. Eu me volto para poder olhar para ela.

   ─Hannah já deu provas de sua força. Ela vai fazer o que for preciso. Agora me preocupo com ela. – Seus olhos recaem sobre Brook que sorri delicada. – Tenho notado como as crianças aqui são completamente alienadas. Não deixe que ela fique assim. É bom ela saber sobre como estar pronta também. Sabemos o que acontece... – Ela deixa a frase no ar e o rosto transformado de Sophia deixando o celeiro com seus passos erráticos me domina a mente. Sinto a dor de sua perda reavivar. Agora ainda mais forte quando me faz temer que Brook um dia corra os mesmos perigos.

   ─Não vamos deixa-la sozinha.

   ─Você não sabe.

   ─Obrigado Carol – Toco seu ombro e deixo a casa apertando ainda mais firme a mão de Brook.

   Claro que Carol tem razão. Brook morre de medo dos zumbis. Ficaria em pânico se tivesse que ficar perto demais deles. Não é só isso. Esse tempo que passaram sozinhas criou nela muitos outros traumas. Ela ainda sussurra muito, ainda é distante de quase todo o grupo. Se eu ou Hannah não estivéssemos por perto eu não sei em quem ela confiaria além de Beth e seu jeito maternal.

   Podemos mudar tudo isso. Deixa-la mais solta. Menos medrosa e ensina-la a se esconder, é pequena demais para se defender, mas Carl já foi assim um menininho e sabia se virar. Brooklyn precisa aprender.

   Brook se diverte mexendo aqui e ali enquanto fico sentado separando peças e verificando seu estado.

   É interessada e me faz mil perguntas. Depois se distrai com alguns parafusos e porcas. Penso nela adulta. Forte, inteligente e pronta para esse mundo. Quem sabe pilotando uma moto, tem o sangue Dixon nas veias. É certo que vai amar motos. Quem sabe tão durona quando o pai. Merle cortou a própria mão para sobreviver. Só morreu quando quis morrer. Riu na cara de todos os inimigos que cruzaram seu caminho e Brooklyn pode ser assim.

   ─Que foi caçador? – Ele me pergunta quando percebe meu olhar sobre ela.

   ─Quando a moto estiver pronta vou levar você para uma volta.

   ─Eu que vou dirigir.

   ─Pilotar. – Corrijo. O pai morreria se a visse falando assim.

   ─Isso. Sabia que meu pai Merle tinha moto? A minha mãe falava sempre para mim. – A memória parece surgir do nada e desaparecer no instante seguinte quando ela volta a se distrair. Que grande estúpido você era Merle Dixon. Como pode perder isso? Toco seus cabelos e ela me sorri. – Olha o que eu fiz? – Ela me mostra o parafuso encaixado na porca. Sorrio. Ela me faz leve. As vezes acho que também gosta da minha companhia.

   ─Muito bom. Vamos para casa? – Passamos mais de duas horas aqui. Ela deve estar cansada.

   ─Caçador aquele é nosso castelo? – É um jeito de ver as coisas. Depois de dormir no meio do asfalto aquela casa e seus luxuosos aposentos me parecem mesmo um castelo.

   ─Acho que sim.

   ─Você chegou como a minha tia disse que vinha. E trouxe a gente para o castelo. Igualzinho eu sabia. – Ela se aproxima de mim. Sozinha se senta no meu colo. – Agora a gente mora no castelo e você casou com a minha tia Hannah.

   Casei? De onde ela tira tudo isso? Pisco meio confuso. São as ilusões de uma garotinha encantada por contos de fadas, mas no fundo é também a mais pura verdade. Por que não vou deixa-las. O que sinto por elas não vai mudar e quero Hannah comigo para sempre. Beijo sua testa.

   ─Vamos Brooklyn.

   Ela desce do colo, me estende a mão. Aperto até chegar do lado de fora. Depois solto. Brook me olha.

   ─Aqui não precisa de mão dada né? Não tem monstro.

   ─Monstro?

   ─Zumbi! – Ela toca a cabeça. – Me esqueci. Monstro não existe. Só zumbi fedido feio e morto andando atrás da gente. – Solto uma gargalhada. No fim a terminação não importa. São no fundo monstros aterradores. – O que você está rindo em caçador?

   ─Nada. Sabe o que tem que fazer se um zumbi aparecer?

   ─Eu? – Ela olha em volta. Depois corre para segurar minha mão preocupada.

   ─Não pode ter medo. Eles não podem te morder, então o que tem que fazer Brooklyn?

   ─Ficar bem pertinho de vocês. Os grandes.

   ─E se não tiver nenhum grande? – Os olhos arregalam. – Não precisa ficar assim. Olha. Não tem zumbis aqui. Estamos só conversando.

   ─Eu não sei não caçador.

   ─Tem que se esconder Brook. Num lugar bem alto. Onde não te alcancei. Num armário com portas fechadas. Subir bem alto numa arvore.

   ─Debaixo da cama.

   Paro de andar. Meu coração até dói com a inocência. Me abaixo para ficar de frente para ela. Minha perna dói.

   ─Nunca debaixo da cama Brooklyn. Eles te pegam lá. Entendeu? – Ela balança a cabeça concordando. – Tem que ficar fechadinha num lugar pequeno, eles não sabem abrir portas, ou num lugar bem alto.

   ─Está certinho. Agora chega de falar disso.

   ─É verdade. Está com fome?

   ─Estou. A Carol sempre faz uma coisa bem boa de comer.

   Quando chegamos Hannah e Beth estão na cozinha em torno de Maggie que sorria contando qualquer coisa. Elas silenciam e acho que deve ser um desses assuntos de mulher.

   ─Oi tia. – Brook a abraça.

   ─Estava com saudade. Sabia que tenho uma surpresa para você?

   ─Cadê tia?

   ─Já vou te mostrar. – Ela se afasta de Brook e me sorri. – Como está a perna?

   ─Legal. – Dou de ombros. Está uma merda. Doendo o tempo todo e ainda pior depois que me dobrei para falar com Brooklyn, mas o que ela pode fazer sobre isso?

   ─Agora tia. A surpresa.

   ─Vamos os três. – Hannah toca meu braço. Indica o corredor. – Quero que veja também.

   Olho para o lance de escadas desanimado. Mesmo assim começo o árduo trabalho de subir sem demonstrar incomodo. Assim que entramos Hannah caminha para a porta dupla que dá para o Closet. É uma sala grande com armários de um lado e uma janela grande com cortinas compridas.

   Quando Brook entra fica surpresa. Tem uma cama agora. Está sob a janela, com lençóis cor de rosa. Algumas bonecas, ao lado ainda coube uma cômoda com um abajur colorido. A porta de correr com espelho de cima a baixo que leva ao banheiro fica fechada.

   ─Olha meu quarto! – Ela fica surpresa. – Essa cama é minha?

   ─Sim. Gosta dela? – Hannah pergunta orgulhosa do trabalho feito.

   ─Bastante.

   ─Eu quero só ver você dormir aqui bem bonitinha. Consegue?

   ─Claro. – Ela se senta na cama. Pega os brinquedos todos está contente como só crianças podem ficar com tão pouco. – Olha que coisas lindas? Adorei!

   ─Que bom. O que tem que dizer agora? – Hannah pergunta com a mão na cintura como as mães fazem e eu jamais ouvi da minha.

   ─Muito obrigada tia Hannah. Gostei muito. – Ela abraça Hannah, fecha os olhinhos, mas não deixa de sorrir. É um abraço completo. Do tipo que repõe as energias. – Agora já vou ficar aqui mesmo.

   Ela nos empurra para fora, quer fechar a porta por que nesse momento se sente dona do mundo. Nós a deixamos. A porta se fecha e encaro Hannah.

   ─Fez um bom trabalho.

   ─Obrigada. Agora que acha de se sentar um pouco? – Ela me aponta a cama. Olho pela janela. O dia está claro. Nem almoçamos. Eu não homem de ficar de molho. Já chega o que passei na fazendo com aquela flecha e o tiro de raspão de Andrea.

   Tenho pensado muito em tudo que já passei. Talvez seja meu cérebro querendo me defender do comodismo que essa falsa segurança causa.

   ─Daryl? – Hannah me desperta. – Senta.

   ─Ficar sem fazer nada. Pensei em...

   ─Sentar um pouco com a perna para cima por que na verdade nunca sabemos quando tudo pode piorar e precisa estar inteiro para nos proteger.

   Esse é realmente um argumento que me convence e me sento. Coloco um travesseiro nas costas para me apoiar e suspiro um tanto irritado.

   ─Vai ficar aí de pé? – Digo um tanto irritado. Ela se senta ao meu lado. Me sorri de um jeito suave.

   ─Ela amou mesmo. Está quietinha.

   ─Hannah é mesmo isso que quer? – Não tem outro jeito. Preciso saber.

   ─Acho importante ela ficar um pouco independente. Esse mundo é tão horrível, não tem espaço para mimos.

   ─Falo sobre... acho que sabe. Nós dois. Essa cama. É isso que quer?

   ─Muitas vezes eu tenho medo de toda essa dúvida e suas intermináveis perguntas sejam seu jeito de tentar ouvir um não. Como se quisesse se livrar de mim e não soubesse como. – As palavras vem carregadas de magoa. Eu sou mesmo muito bom em estragar tudo. Devia ter um diploma pendurado na parede.

   ─Faço parecer isso?

   ─Faz. Quero que seja claro Daryl. O máximo que puder.

   ─Eu tento. – Mordo o lábio. Eu preciso mesmo usar palavras? Não sei direito como encaixa-las. – Acho que tenho medo de soar um idiota.

   ─Tem seus bloqueios. – Ela encara os lençóis, traça com os dedos o contorno das flores desenhadas no tecido. – Quero que a gente fique juntos se é isso que quer saber. – Ela mantem os olhos baixos e os dedos ocupados na distração de fugir dos meus olhos. Puxo sua mão.

   ─Vem cá. – Ela se junta a mim. Não resiste. Só se deita em meu peito enquanto a envolvo. – É como vai ser. Juntos Hannah.

   Ela ergue os olhos em minha direção. Dá para ver que está emocionada. Linda e emocionada e isso é sobre mim. Inacreditável. Beijo Hannah. Um longo beijo como prévia do que vem a seguir. Agora que vamos estar sozinhos.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS