Ainda Vou Domar Esse Animal escrita por Costa


Capítulo 58
O Casamento da Mari e do João (Bônus 6)


Notas iniciais do capítulo

Fala pessoal! Tudo bem com vocês?
Esse capítulo é do ponto de vista do João. Acho que não preciso falar do que se trata. Dá pra ter uma ideia pelo título.
espero que gostem. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/664666/chapter/58

Não era para eu tá nervoso. Eu me casei há uma semana com a Mari no cartório, mas por que parece que meus nervos vão saltar para fora do meu corpo e saírem pulando sozinhos?

Ela quis casar na mesma igrejinha onde a Sofia e o Patrão se casaram. Ela não quer algo grandioso. Eu até insisti que ela poderia ter a festa que ela quisesse, mas se recusou. Quer algo simples aqui mesmo na fazendo. Ela, sendo a pessoa importante que é, merecia um grande salão com música, comida e pessoas bem vestidas. Ela tem mais gente para convidar que eu. Eu só tenho mesmo meus camaradas daqui e minha família. Gente simples.

—Vamos que sua esposa não deve chegar primeiro que você na Igreja, João. –O Patrão veio e me arrastou pelo braço até o carro.

—Isso também foi assim com o senhor, patrão?

—Ricardo, João. Acho que passamos dessa fase de patrão. E não, não foi assim comigo.

—Não?

—Foi pior. Eu achei que fosse enfartar. A Mariana já casou contigo. Ela já teria desistido se não quisesse, na minha situação, eu tive os dois casamentos no mesmo dia. Bem pior.

—Eu ainda não acho que estou livre do enfarto, pa..., digo, Ricardo.

—Você vai passar por isso. Acredite em mim.

—Depois ainda tem aquela festa aqui com os amigos dela que são muito mais chiques que eu.

—Mas é nos seus braços que ela vai estar, não nos braços dos amigos chiques dela. É a sua aliança que ela carrega no dedo.

—Mas eu sou um caipira e não quero envergonhá-la.

—Eu não vejo um caipira na minha frente, João.

—Só porque eu estou de terno não quer dizer que eu não seja um.

—Deixa dessa paranoia e vamos. Eu que sou o paranoico aqui, não roube o meu papel.

Ele me arrastou para a Igreja e ainda ficamos um tempo esperando. Todos, com exceção da minha esposa e da Sofia, já estavam lá. A Alien, coisinha linda, estava como daminha de honra. Essa garota está crescendo rápido demais. O irmãozinho Marciano dela, José Henrique, estava nos braços da avó dele, dona Julia. Eu gosto dessa coroa, mas o seu Wagner ainda me dá medo. Eu entendo o patrão quando ele diz que eu tenho sorte de ter o sogro como o Moacir, o sogro dele é meio casca grossa.

Eu estava nos meus devaneios e inseguranças, olhando para os amigos da Mari, muito mais bonitos que eu, quando eu a vi. Se eu alguma vez perdi o fôlego na minha vida, foi essa. Ela estava a coisa mais maravilhosa desse mundo com o seu vestido branco que ia até os pés e deixava os ombros de fora. Não sei como ela ainda me escolheu, mas serei grato a cada momento que ela me conceder ao seu lado.

—Cuide bem dela, João. De todos os genros que eu poderia pedir, você foi o melhor. –O Moacir sussurrou a me entregar a mão dela.

—Se você continuar me olhando assim, eu vou acreditar que realmente estou bonita, amor.

—Você é a mulher mais linda que eu já vi, Mari. Como você me escolheu?

—Porque você é o homem mais maravilhoso que eu já conheci. Agora vamos casar antes que o padre nos passe um sermão.

A cerimônia foi rápida e logo estávamos de volta à fazenda. Ela não saiu do meu lado em nenhum momento e recusou todas as danças dos seus amigos, só dançou com o Moacir e o Patrão. Eu também me limitei em dançar só com ela, mas não poderia negar uma dança para a Sofia e sai para dançar com ela.

—Onde está o Zé? –Perguntei, enquanto dançávamos.

—O seu afilhado está com a minha mãe. Ela está desfrutando do netinho dela.

—Ele é mais calminho que a Alien.

—Isso é. E você, está feliz de ser um homem casado?

—Não poderia estar mais.

—México, quem diria hein? Que bela lua de mel vocês irão passar...

—Ideia da Mari. Ela quis e eu não posso negar, apesar de não falar nada em espanhol.

—Demorou um pouco, mas vocês conseguiram o visto, não foi?

—Demorou um bocado, mas nós não estávamos com pressa. Queríamos que você tivesse o meu afilhado primeiro. Dessa casa, como você mesma disse, a Mari é a mais capacitada para dirigir e manter a calma nessas situações.

—E eu sou extremamente grata a vocês por isso. Apesar que, dessa vez, foi mais fácil. Eu xinguei menos. Ainda doeu, mas eu sabia o que esperar.

—E você vai parar no Zé Henrique?

—Vou, chega. Dois já está de bom tamanho. E vocês, hein? Quando irão ter seus próprios aliens?

—Isso vai depender da Mari. Quando ela quiser, eu estarei pronto. Eu sempre quis ser pai.

—E você leva jeito com crianças. A Bianca te adora.

—Eu também gosto daquela baixinha. Ela é meio nó cego, mas é uma boa garota.

—Ela é.

—Concede-me esta dança? –O patrão perguntou, colocando a mão em meu ombro.

—Claro, patrão.

—Ótimo!

Eu achando que ele iria dançar com a Sofia, o louco me puxou para a dança. Ah, rapá, ele tá me estranhando, não tá não?

—Patrão? –Falei, tentando puxar a minha mão da dele, mas ele me segurou mais apertado.

—Calma, João! Não precisa ter medo. –Sussurrou.

—Ricardo, eu não sei qual é a do senhor, mas eu gosto só de mulher.

—Eu também só gosto de mulher. Não se preocupe, sua virtude está segura comigo. –Ele falou, rindo.

—Sai pra lá, patrão! Eu sou é muito macho! –Falei, empurrando ele.

Ele apenas riu e colocou uma mão em meu ombro, novamente, me puxando para ele. Isso vai dar merda...

—Estou brincando, João. Eu só quero falar contigo. Na verdade, eu e o Moacir. Temos uma surpresa para os recém casados.

Eu ainda estava meio desconfiado, mas o segui para dentro da casa. Na biblioteca, a Mariana e o Moacir já estavam esperando. Tratei logo de abraçar a minha mulher e me afastar do patrão. Esse aí deve ter bebido demais hoje. Onde está o seu Wagner quando eu preciso dele para segurar o genro?

—Para de me olhar com essa cara, João. Eu não vou fazer nada contigo, exceto, te dar isso. Para vocês dois. De mim e do Moacir. –Ele falou, me entregando um envelope.

Eu abri aquilo e, como não estava entendendo muita coisa, entreguei para a Mari. Ela, depois de uns momentos, começou a chorar e olhou para os dois com um sorriso.

—Isso é sério? –Ela perguntou.

—Para vocês começarem uma nova vida. Seja aqui ou onde quiserem. –O Moacir disse.

A Mariana saiu dos meus braços e foi abraçar os dois. Eu ainda fiquei parado, com cara de bocó, tentando entender o que exatamente era aquele papel.

—João, vem cá. –A Mari disse, abrindo os braços para mim.

—Eu não vou não. Não chego mais perto do patrão hoje.

—Então eu chego perto de você.

Ele soltou ela e me abraçou, a força. O Moacir e ela se juntaram nesse abraço desajeitado.

—O que são esses papéis? –Perguntei.

—São um pedaço da fazenda e uma poupança, no nome de vocês, para ajudar a construírem sua casa. –O patrão disse.

—Isso é sério, patrão? Vocês dariam isso para a gente? –Perguntei.

—Então não? Tudo para a minha sobrinha e o marido dela. A única coisa que peço é que sejam felizes, João. –O Ricardo disse.

Eu olhei para o Moacir e ele concordou balançando a cabeça. Dessa vez, fui eu que comecei a chorar e os abracei.

—Perdeu o medo, rapaz? –O Ricardo perguntou.

—Acho que já não preciso mais ter medo desse velho Animal.

—Depois que a Sofia já domou esse velho animal rabugento é fácil falar, não é?

Foi uma choradeira só. A Sofia se juntou a nós e levou mais de dez minutos para nos despedirmos deles e irmos para a nossa lua de mel. Ficaremos fora um mês, mas eu vou sentir falta desses malucos que hoje tenho o prazer de chamar família.

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se quiserem, deixem uma sugestão, crítica ou comentário.
Obrigada por lerem!
Um forte abraço e até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ainda Vou Domar Esse Animal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.