Sweet Connor escrita por Miss Smoak, MissDream


Capítulo 27
Capítulo 26.


Notas iniciais do capítulo

534 comentários até aqui, 324 acompanhamentos, 66 favoritos, 3 recomendações. Para alguns são apenas números bobos, mas eu só preciso que vocês tenham noção do quanto esse absurdo de números nos fizeram feliz porque nunca imaginávamos que chegaria a tanto. O que surgiu como uma ideia boba no meio da madrugada, tomou uma proporção tão grande que eu, nós, só temos a agradecer. Agradecemos também por terem sidos tão pacientes e por aturarem nossas demoras em postar os capítulos, cada cobrança por mp, no wpp e tudo quanto. Muito obrigada a cada pessoinha linda que veio aqui dar apoio a mim e a Karol, foi tão importante porque foi nossa primeira experiencia de escrita compartilhada e graças a Deus deu certo né non? AUHSUAHS Sweet Connor foi uma fic tão especial para nós duas que tá me dando uma dor de postar esse último cap. É isso, meus agradecimentos infinitos a todas vocês meninas que encheram nossos corações de amor com comentários, algumas ameaças, mas ainda sim foi reconfortante UAHSUA, saibam que sem vocês isso aqui não ia para frente. Queremos dedicar esse ultimo capitulo a cada uma de vocês que nos acompanharam nessa jornada incrível.
Espero que gostem, e nos vemos no epilogo okay?



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"No, we're not promised tomorrow. So I'm gonna love you like I'm gonna lose you i'm gonna hold you like I'm saying goodbye."

Oliver Queen.

Connor sorri enquanto acena do alto do escorregador, movimento meu corpo procurando uma posição confortável no banco de madeira, mas não existia. Tudo doía. E o físico não era o que estava mais danificado.

Eu queria Felicity aqui comigo, observando a felicidade do nosso garoto enquanto ele escorregava e brincava com as outras crianças. Forço o nó que tinha se formado em minha garganta a descer ao lembrar da noite que insistia em me perturbar todos os segundos. 

— Felicity precisa de você Oliver. Ela vai precisar de você mais do que nunca quando acordar. - escutei a voz de Digg soar por meus ouvidos, eu ainda encarava o corpo inerte de Simon no chão. Os olhos bem abertos, mas sem vida. E eu faria novamente, eu o mataria novamente se isso fosse trazer Felicity de volta para meus braços. Elevo meus olhos até os dele e assinto minimamente correndo até minha moto. Antes de correr até o hospital me livro do uniforme de arqueiro e me visto normalmente. A angustia em meu peito crescia a cada passo que eu dava pelos corredores do hospital, Lance estava na sala de visitas, ele parecia se importar com Felicity o suficiente para ficar ali esperando. 

— Ela é muito guerreira. Vai passar por isso. - a voz dele me fez assentir. Ela tinha que passar por aqui, por nosso garoto, por mim.  

— Eu prometi que nada ia acontecer com ela.. - lamentei apoiando as mãos na nuca me sentindo sem saída, meu coração sofria, o curativo fajuto em minha perna ardia e eu sabia que a qualquer momento o sangue molharia minha calça. — Eu falhei com ela Quentin. - não consigo conter minhas lagrimas naquele momento. Eu havia falhado com a única mulher que tinha amado ferozmente. 

— O medico está vindo. - ele sussurra complacente apertando meu ombro esquerdo. Mas o olhar de desolação do médico me fez cair de joelhos.

— Eu sinto muito Senhor Queen.. Foi feito tudo que estava em nosso alcance..

— Papai... - a voz de Connor me tira das lembranças daquela noite. Sinto meu peito apertar e o choro se formar em minha garganta. Os olhos azuis animados dele me fazem sorrir e bagunçar seus cabelos. — Você está pronto para ir ver a mamãe?

— Eu estou Connor, vamos comprar algumas flores?  - questiono.

[...]

Apertei a mão de Connor, bebendo de todo o clima mórbido do lugar. Já se passara dois meses desde aquele dia, no entanto eu nunca me acostumaria a estar ali, não podia aceitar que por culpa dele Felicity está aqui agora, e isso me fazia querer voltar no tempo e matá-lo mil vezes mais.

Senti a mão pequena escorregar por entre meus dedos e logo avistei Connor invadir o espaço destinado a ela. E mais uma vez, lá estava o bolo insistente. 

— Olá Lissy. - observei Connor cumprimentar. Sem resposta, meu garotinho baixou a cabeça continuando a falar. — Espero que esteja bem. - era doloroso demais ver aquela cena. — Papai me levou ao parque hoje e foi divertido, mas ainda queria que você estivesse lá para me ajudar no escorrega. - deu de ombros se apoiando numa perna.

— Connor, você não quer buscar algo para comer? - ele assentiu com sua típica carinha de comilão.

— Ollie... - virou para mim e eu sabia que ele pediria algo. — Será que se trouxemos a mantinha da mamãe Sandra, vai ajudar a Lissy a curar mais rápido? 

— Você quer tentar? - ele assentiu. — Aqui, fale com a Thea e peça para ela trazer. - ele sorriu animado puxando o celular da minha mão e saindo em seguida.

— Hey. - voltei meus olhos para ela, suspirando com sua aparência abatida. — Já fazem dois meses Felicity, e desde então eu tenho tentado. Juro que tenho. - segurei sua mão com delicadeza, enquanto a outra afagava os cabelos espalhados sob o travesseiro branco. — Connor está sendo forte, mas ele é apenas uma criança e com cinco anos já perdeu tanto. - senti uma única lágrima quente descer pela minha bochecha. — Só... Tente voltar, ok?

— Ela é forte. - me assustei com a voz atrás de mim. Donna parecia cansada. 

— Mais do que eu. - confessei frustrado.

— Ela te ama Oliver, e Deus sabe o quanto isso a assustou. - se aproximou alisando o braço magro repousado na cama. — E no entanto ela enfrentou o medo, ela encarou os riscos para estar com você. 

— Eu não queria que ela sofresse, eu passei tanto tempo sendo um idiota com ela que agora meu maior medo é de que não tenha dito que a ame o bastante. 

— Ela sabia. Ela sabe. - se auto corrigiu. — Talvez até mesmo antes de você dizer, até mesmo antes dela saber, de alguma forma o coração sabia.

— Eu a amo tanto, Donna. - confessei deixando o medo se mostrar. — Eu não posso perdê-la agora. É como se depois de todo o inferno que eu passei, ela e Connor fossem minha redenção. Meu paraíso particular.

— Você não vai a perder, Oliver. - afirmou me encarando decidida. — Os médios disseram que ela está fora de perigo, só cabe a ela encontrar o caminho de volta. Faça-a encontrar Oliver. - como eu faria isso? Como posso fazê-la voltar? Donna pareceu ler meus pensamentos. — Eu não sei como fará isso, mas o amor de vocês é grande demais para suportar mais essa provação. Vou atrás de Connor.

Encarei o quarto branco, sentindo toda a aflição se apossar do meu corpo. Devia ser eu a estar ali, e não ela.

— Amor, eu sei que você está aí. - toquei o rosto macio e pálido dela. — Eu preciso que você volte, Lissy. Connor precisa de você, nós somos uma família, lembra? - suspirei cansado. — Hoje nosso garotinho fez novos amigos no parque, e foi incrível ver como ele estava bem, sorridente e leve. Você gostaria de ter visto. - sorri com a lembrança de mais cedo. — Donna está procurando apartamento por aqui, mas eu disse que você gostaria que ela ficasse com vocês, e que nós estávamos indo devagar com nossa relação. Parece que estamos nos entendendo. - acariciei sua mão formando círculos com o polegar. 

— Oliver. - ouvi a voz suave de Donna. — O horário de visitas está para acabar, e você já passou a noite de ontem com ela. Vá para casa, eu lhe rendo.

— Está bem, me dê só mais alguns segundos. - ela balançou a cabeça e saiu. — Amor, eu preciso ir agora, mas amanhã estarei de volta. Eu te amo Felicity, amo demais e por esse amor, eu espero que você encontre o caminho de volta para mim, porque você é o meu lar e agora eu me sinto desabrigado, então, por favor, me mostre seus olhos. - esperei alguns segundos numa esperança desesperada de que ela estivesse me ouvindo e acordasse, mas nada aconteceu. Então abandonei um beijo casto em seus lábios e resolvi levar Connor para casa, amanhã eu tentaria de novo e de novo, até que ela por fim acordasse. 

Felicity Smoak.

A dor em meu peito ardia de forma incômoda, a cena do homem me acertando com a flecha se repetia como um filme no replay. Tudo acontecia de forma bagunçada na minha cabeça, em um momento eu estava gritando para Oliver cuidar de Connor, no momento seguinte eu havia sido arremessada para uma escuridão tenebrosa.

Eu estava diante de um corredor escuro, podia ouvir o barulho dos meus saltos tilintar no chão que parecia molhado. Observei o lugar tentando buscar um ponto iluminado ou o reconhecimento do ambiente, mas tudo que obtive foi uma fraca luz vinda de pequenas janelas na superfície. Respirei fundo tentando não entrar em pânico, só então observei uma porta no fim do espaço estreito, era uma porta dupla como a de um colégio.

Apressei meus passos afim de alcançar a maçaneta, me aproximei empurrando a porta. Eu reconhecia aquele lugar. 

— Lissy, você não deveria estar aqui. - me assustei com a voz de Sandra me encarando. Estávamos no quintal de sua casa.

— Claro que deveria. - só então notei que de fato ela não falava comigo, pelo menos não com a Felicity de agora. Me virei encarando meu reflexo de oito anos atrás, os cabelos escuros e as roupas largas denunciando minha fase rebelde.

— Qual é Felicity, você está no MIT, um dos melhores programas universitário da América, você tem que comemorar.

— E por que acha que eu estou aqui? Para comemorar com você, minha melhor amiga.

— Lissy, eu te amo, de verdade, mas eu sei o quanto você está precisando sair com algum cara maneiro.

— Eu não preciso de homens.

— Não. Mas precisa de sexo e pra isso, homens. - cruzou os braços numa pose óbvia.

— Tá me chamando de encalhada, Sandra Hawke? Você tá parecendo minha mãe.

— Eu não te chamei de encalhada. E sabemos que Donna é uma mulher inteligente. - levantou as mãos em defesa. — O que eu quis dizer é que você não precisa ter medo de conhecer o mundo, sabe? Saia para se divertir, conheça um cara legal, tenha uma noite quente. Se permita, Felicity.

— Você sabe que não é tão simples assim. - me observei encolher os ombros. — Sexo pra mim está além do físico, vai além dessa questão de pele. É preciso estar envolvido.

— Cooper? - ela arriscou.

— É que ele foi muito importante pra mim, e ainda restam sequelas do que aconteceu. 

— É normal que você tenha medo, ele foi o seu primeiro cara, e a forma como tudo terminou. - suspirou cansada. — O que eu quero dizer, é que você não pode permitir que isso te feche para a vida, Cooper foi o primeiro, mas não será o último. - ela sorriu e eu sorri junto comigo mesma. Eu lembrava dessa conversa e de alguma forma estava sendo bom revivê-la. — Posso te pedir uma coisa?

— Claro.

— Me promete que quando o homem da sua vida aparecer, promete que não vai fugir e nem deixar que ele escape?

— Que conversa é essa? Não acredito que haja alguém por aí esperando por mim como nos filmes.

— Mas eu acredito. Acredito em destino e sei que em algum lugar por aí, o cara ideal está procurando por você, porque pessoas generosas e especiais nasceram para ser feliz, e você Felicity, é o melhor ser humano que eu conheci na vida, e eu sei que você ainda vai ter seu felizes para sempre, só não deixe que ele escape quando chegar o momento.

Eu já nem lembrava o quão romântica Sandra era, sempre tão encantada e envolta em seu próprio mundo. 

— Mas me conta, e o cara com quem você está saindo? - voltei a prestar atenção na conversa.

— Oliver? Ah, não é nada demais, nós ficamos algumas vezes, mas nada sério.

— Ele não é legal?

— Ele é, mas ambos não queremos compromisso. - ela me olhou pensativa. — Quer saber? Vocês são bem parecidos.

— Por que diz isso? Você mesma comentou que ele não dá a mínima pra faculdade.

— Não falo nesse sentido. - sorriu divertida. — Mas ele também é um cara muito especial, apesar de não saber disso, e mesmo com toda aquela camada de playboy mimado, quando conversamos é possível notar a raridade de pessoa que ele é, sabe desse tipo que merece ser feliz?

— Mas então não entendo, se ele é tão bacana, porque não ficar com ele?

— Eu já te disse, eu não quero compromissos, além do que, acredito que estamos em momentos diferentes da nossa vida. Mas ele é especial, ainda terá um lindo futuro.

— Sandra, Sandra, você e essa sua mania de vidente. - gargalhamos.

— Mas então, me promete? Lissy, você precisa se permitir amar e ser amada, é uma sensação indescritível. É como estar numa montanha russa e então já não ter controle do próprio sorriso. É descobrir um lar em outra pessoa, e então você sabe que não importa aonde vá, você sempre encontrará o caminho de volta, porque agora vocês são um só. É transbordar em si mesma.

— Eu prometo. - observei ela me abraçar e de alguma forma eu pude sentir o calor do gesto. Mas então a porta se fechou e eu senti meu corpo ser puxado novamente para o escuro, e por um momento eu estava de volta aquele corredor, mas desta vez a luz da superfície parecia mais forte, convidativa, real.

"A previsão é de chuva para os próximos dias, alertamos a todos que se previnam, pois uma nevasca se aproxima."

Ouvi a voz fraca da mulher, enquanto sentia um peso em minha mão esquerda. Abri os olhos sentindo um súbito incômodo com a claridade do local. As paredes brancas me puxando para a realidade, eu estava em um hospital.

— Por quanto tempo eu apaguei? - minha voz saiu mais fraca que o desejado.

— Oh meu Deus, Felicity você acordou. - a voz aguda de Donna pareceu um misto de surpresa, emoção, felicidade e entusiasmo. Tudo junto.

— Foi tanto assim? - sorri sentindo o abraço desajeitado sobre mim.

— Dois meses, Felicity, você esteve fora por dois longos meses. - me apertou. — Eu mal posso acreditar que você está aqui agora. Você está bem? Sente algo? - ela me olhou preocupada. — Vou chamar o médico para te examinar. - apertou o que deveria ser algum botão.

— Oliver, Connor? - perguntei sentindo uma ansiedade incomum no peito.

— Oliver levou Connor para casa, ele tem escola amanhã e hospital não é lugar para criança.

— Sim, você tem razão. - concordei.

— Eu senti tanto medo, meu amor. - ela tornou a me abraçar. — Eu te amo, filha. Amo demais.

— Eu também, mamãe. - retribui ao abraço como uma criança assustada. — Gostaria de poder ver o meu macaquinho.

— Eu sei, amor, mas você conhece seu homem, impulsivo como só ele. - sorri da forma como ela se referiu ao Oliver. — Se eu ligar agora é capaz dele voar pra cá, esquecendo até mesmo do Connor.

— Tem razão. - ele realmente faria isso, e apesar da saudade, a ideia de surpreender Oliver me parecia mais divertido.

Logo o médico entrou no quarto e começou a me examinar, segundo ele eu parecia bem, só precisava de mais dois dias e logo teria alta. Ele explicou que a flecha atingiu uma veia sanguínea e que por muito pouco eu sobrevivi a mesa de cirurgia, mas que o ferimento não tinha deixado sequelas, depois passou a explicar a medição que seria necessário eu tomar para que meu corpo recuperasse vitaminas perdidas no período de inércia, mas essa parte deixei para que minha mãe prestasse atenção, minha mente voltando ao momento com Sandra me fez suspirar. Eu quase morri, quase quebrei a promessa de cuidar de Connor como se fosse meu e protegê-lo de tudo, eu não podia mais falhar com ele. Pensar nisso me fez imaginar o pânico que o meu garotinho deve ter sentido com toda essa confusão, meu coração apertado só de mentalizar o rostinho aflito dele.

— Preciso ver o Connor. - sussurrei como uma prece.

— E você vai, bebê, tenha calma. - minha mãe afagou meus cabelos num gesto confortante.

— Eu preciso abraçá-lo, sentir ele perto e pedir desculpas por ter o assustado.

— Felicity, apesar da pouca idade, nós duas sabemos o quanto aquele garotinho é forte e esperto. - concordei num fungado. — Ele sabe que nada disso foi culpa sua. 

— É só que... Ele já perdeu muito para uma criança de cinco anos, não posso deixar que ele perca mais mamãe.

— Eu sei querida, mas você está aqui agora e é isso o que importa. Não se lamente pelo o que poderia ter acontecido, sua promessa se mantém firme. - ela me abraçou de lado. — Descanse, você precisa estar bem para surpreender seus garotos amanhã.

Não foi difícil pegar no sono, o que é irônico tendo em vista que eu estive dormindo por dois meses. Mas agora era diferente, como se eu pudesse relaxar mesmo, sem dores ou incômodos. Eu realmente me entreguei ao escuro do subconsciente. 

Abri meus olhos sentindo a claridade dos raios de sol incomodar um pouco pela falta de costume, pisquei ainda desorientada esperando que meus olhos se familiarizassem com a luz.

— Bom dia, bebê. - a voz de Donna englobou o silencio. — Oliver está para chegar e eu imagino que você queira estar bem acordada para surpreendê-lo. - sorriu animada.

— Bom dia. - bocejei tentando espantar a preguiça. — Que horas são?

— 08:36, por quê?

— Oliver costuma estar na empresa nesse horário.

— Digamos que a rotina do Ollie mudou nesses últimos dois meses. - ela se aproximou com uma tipica bandeja de comida de hospital. — Agora coma.

— Ollie? - ergui uma sobrancelha antes se soltar uma careta involuntária com as comidas sem graça na minha frente.

— Estamos bem agora. - ela deu de ombros. — Ele me provou o quanto te ama, afinal. Mas como eu estava dizendo, a rotina dele mudou um pouco. Oliver toda manhã deixa Connor na escola, passa na empresa apenas para ver se está tudo bem e em seguida vem para cá.

— Mas e Connor? Como foi com ele esses últimos meses?

— No começo difícil, tente explicar para uma criança de cinco anos que a mãe está no hospital dormindo sem amedrontá-la, é horrível. Mas Oliver estava lá, ele soube lidar com isso melhor que eu.

— Ele e Connor tem uma ligação muito forte. - desviei o olhar dela e acabei encontrando a mantinha que Sandra dera para o garotinho, não pude evitar sorrir.

— Ele fez questão de deixá-la aqui, pediu para Oliver que a mantivesse sempre por perto. - esticou o braço me alcançando o tecido.

— Meu macaquinho é realmente especial. - cheirei o pano que agora misturava o cheirinho dele com a fragrância de Oliver. 

— Ele é. - sorriu limpando uma lágrima minha que eu nem ao menos percebi cair. — Vou buscar algo para comer, se importa de ficar um pouco sozinha? - balancei a cabeça ainda concentrada no cheiro da manta.

Não sei por quanto tempo fiquei ali sentindo o cheiro deles, só quando ergui meus olhos foi que percebi o olhar surpreso e emocionado do homem a minha frente. Aquele mar mais azul do que eu recordava fez meu coração saltar de forma nervosa. Senti algo dentro de mim, como reconhecimento, como se Oliver fosse meu ponto de partida e chegada.

"É como estar numa montanha russa e então já não ter controle do próprio sorriso. É descobrir um lar em outra pessoa, e então você sabe que não importa aonde vá, você sempre encontrará o caminho de volta, porque agora vocês são um só."

Sorri ao constatar o obvio.

— Hey estranho. - soltei um sorriso tremido, tentando segurar a emoção. Falhei.

— Amor... - as palavras dele pareciam se perder na garganta. Então ele caminhou até mim. — Felicity, você está aqui... Acordada.

— Eu te amo, Oliver. - eu sentia necessidade de falar, não tinha noção do quanto senti falta dele até este momento. — Eu te amo tanto, e senti sua falta. - os braços fortes me puxaram para si me fazendo ouvir as batidas dessincronizadas do coração dele, instantaneamente reconheci o lugar. Era como se os braços dele fossem feitos para me abraçar, o encaixe perfeito de dois corpos.

— Eu te amo... Tanto. - a voz dele soou suave acima da minha cabeça. — Eu pensei que fosse te perder.

— Eu estou aqui agora. - levantei os olhos para encarar o emaranhado azul. — Está tudo bem.

— Que saudade. - ele me apertou ainda mais.

— Me beija, Oliver. - pedi o encarando fixamente. — Me beija como se o chão fosse desaparecer debaixo de nós. - ele não respondeu, apenas me puxou juntando nossos lábios. O beijo era saudoso, eu podia sentir todo amor dele no gesto, Oliver explorava cada canto da minha boca como se precisasse disso para viver, e eu senti meu corpo inteiro arrepiar. Toquei seu rosto partindo o beijo apenas para respirar. — Eu te amo. - tornei a beijá-lo sem lhe dar a chance de resposta, mas não durou muito, porque logo ouvimos um pigarro.

— Vejo que a surpresa ta sendo melhor do que eu previa. - senti meu rosto esquentar com as palavras de mamãe.

— Donna, porque não me avisou que ela tinha acordado? Eu poderia ter vindo imediatamente. 

— E estragar a surpresa? - negou com a cabeça. — O próximo será Connor, então não conte para ele.

— Quando você acordou? - ele me olhou sem desgrudar nossos corpos.

— Ontem a noite. - encostei minha cabeça em seu peito me sentindo mais confortável. — Decidimos não ligar, ou do contrário você viria correndo e Connor precisa dormir direitinho.

— Estão certas. - sorriu abandonando um beijo em minha testa. — Ele vai surtar.

— Estou morrendo de saudades do meu filhote. - fiz um bico fazendo eles sorrirem. 

O tempo parecia conspirar contra mim, a cada segundo encarava o relógio no pulso de Oliver e as horas insistiam em não passavam. Escutava por alto Oliver narrar as traquinagens que Connor aprontou dia a dia nesses meses.

— Todos os dias ele insiste em trazer um pequeno buque de flores para você.. - ele continuou narrando as aventuras de Connor, mas eu parei de escutar no momento que vi meu menino atravessar a porta com Thea em seu enlaço, em suas mãos flores tampavam sua visão, foi como se estivéssemos em câmera lenta, as flores de suas mãos baixaram e seus olhinhos encontraram os meus, abri meu maior sorriso não contendo minhas lagrimas, meu neném retribui o sorriso apertando os passo em minha direção. Rapidamente abri meus braços pronta para agarra-lo enquanto os seus bracinhos agarravam meu pescoço com força.

— Mamãe... - ele gritou já em meus braços, gargalhei em meio a soluços. — Você tá acordada, eu senti tanto a sua falta Lissy, tanta, tanta. Você está acordada mamãe.. 

— Connor, campeão você precisa ter cuidado com sua mãe.

— Oliver, fique quieto. - ralhei não dando bola para as agulhas que perfuravam meu braço ou pelo revirar de olhos dele. Pelo canto de olho vi mamãe e Thea rirem, mamãe mais chorava do que ria. — Eu senti sua falta bebê, senti tanta sua falta. - aconcheguei meu rosto em seu pescoço absorvendo o cheiro infantil e gostoso que só Connor tinha.

— Mamãe a senhora precisa me soltar. - Connor resmungou, ri baixinho o livrando um pouco do aperto apenas para observar seu rosto. — Não chora mamãe. - seus dedos passaram carinhosamente por meu rosto, o olhar cheio de amor que ele me lançou encheu meu coração de felicidade. 

— Eu amo tanto você Connor.. Eu te amo tanto meu menino.. - sussurrei.

— Eu amo você também Lissy, amo muitão. - respondeu baixinho agarrando meu rosto para depositar um beijo na ponta do meu nariz. Encarei rapidamente Oliver que sorria abertamente, lhe lancei um beijo imaginário e voltei a aconchegar Connor a meu corpo. Seu coraçãozinho rente ao meu, a certeza de que ele estava ali em meus braços, completamente bem me fez relaxar.

Os dois dias de descanso que o médico prescreveu passaram voando. Soltei um suspiro alto ao sentir o sol tocar minha pele, eu finalmente estava livre daquele hospital de onde eu preferia não ter quer voltar tão cedo. 

— Campeão, você contou a novidade para Lissy? - ergui uma sobrancelha para Oliver divertida e ele riu dando de ombros, abri meus braços pegando Connor no colo, logo ele passou as pernas por minha cintura.

— Eu sou o capitão do time de futebol da escola. - estufou o peito orgulhoso. — Eu sou o melhor Lissy. - continuou, soltei um gritinho animada distribuindo beijos por todo seu rosto.

— É claro que você é o melhor Connor.

[...]

— Felicity você precisa se acalmar. - escutei Oliver resmungar do outro lado da cerca de arame que separava a torcida do campo de futebol. — É apenas um jogo amor. - resolvi ignorar seus resmungos e me concentrei em Connor que corria de um lado para outro atrás da bola. O amistoso começou na semana seguinte que eu tive alta, o time de Connor estava na final. Era apenas diversão, e todos os baixinhos envolvidos ganhariam medalhas por participação, mas ainda sim me sentia apreensiva. Vi Oliver revirar os olhos e ajeitar o boné enquanto conversava com os baixinhos alegres. Ele tinha levado a sério o pedido de Connor para ser treinador deles.

Nesses últimos dias ambos tem me tratado como se eu fosse de porcelana, Oliver praticamente tinha se mudado para meu mínimo apartamento, seus cuidados aumentaram. Eu via em seus olhos o receio que tinha de me tocar, como se fosse me machucar de alguma forma. Encarei o corpo masculino sentindo meu peito inflar de amor, nunca pensei que poderia me apaixonar por quem eu mais sentia raiva. Desviei meus olhos do pai e fui direto para o filho que marcava seu primeiro gol e único do jogo. 

Gargalhei ao ver Connor correr direto para os braços do pai e vibrei batendo palmas animada por meu bebê por ter ganhado o tal jogo. Segurei o celular em minhas mãos pronta para o clique. Connor estava nos ombros de Oliver segurando sua medalha e rindo abertamente. 

— Você jogou tão bem meu amor. - o parabenizei gargalhando quando ele se lançou em meus braços, beijei seu rostinho suado e quase engasguei quando ele colocou a medalha em meu pescoço.

— Lissy, você promete que nunca mais vai me abandonar? - seus olhos focou nos meus, funguei rapidamente.

— Eu nunca vou te abandonar Connor. Nunca. - sussurrei o apertando.

— Essa vitória merece um almoço. - Oliver falou animado. Encarei Connor e ele sorriu erguendo uma sobrancelha divertido.

— Depende papai, vamos ter sorvete de chocolate? - gargalhei com o sorriso maroto que ele lançou em direção a Oliver que riu balançando a cabeça.

— Estamos perdidos com esse moleque amor. - bagunçou os cabelos suados do garotinho e eu ri concordando. Realmente estávamos perdidos, Connor nos tinha na palma de suas mãos. 

Não havia nada melhor do que passar o dia com meus meninos. Connor dormiu logo depois que chegamos em casa, mesmo sonolento tomou banho e caiu na cama, me joguei ao lado de Oliver no sofá e sorri agradecendo quando suas mãos envolveram meus pés em uma massagem simples.

— Eu nunca perguntei, mas como ficou a situação de Simon? - vi o homem erguer os olhos aos meus lentamente. A raiva brilhando por sua iris.

— Ele morreu.. - eu tinha quase certeza de que aquilo realmente tinha acontecido. — Eu faria de novo Felicity, ele te machucou, Connor poderia ter ficado sem a mãe.. E eu..

— Eu sei amor, eu entendo, eu não estou te julgando... Você fez o que era preciso.. - segurei seu rosto fazendo carinho com meu polegar. — Eu amo você Oliver. Mas eu preciso que me prometa, sem mais mortes.

— Eu prometo. - sussurrou de volta. Seus lábios tocaram os meus suavemente. — Eu amo você também Felicity, tanto que meu maior medo é te perder.

— Você não vai me perder. Eu, você e Connor somos uma família, nada vai nos separar. - respondi baixinho voltando a colar nossos lábios. Rapidamente joguei minhas pernas para cada lado de sua cintura, suas mãos apertando minha cintura descendo por minhas coxas e voltando seu percurso. Raspei minhas unhas por sua nuca puxando a pele de seu lábio finalizando nosso beijo. Quando abri meus olhos ofeguei diante tanto amor refletido em seus olhos, afaguei seu rosto carinhosamente. — Me ame Oliver.

Não foi preciso pedir duas vezes, senti seu corpo se movimentar pela casa, seus olhos não ousaram a desviar dos meus por qualquer segundo. Nossas roupas foram descartadas com rapidez assim que chegamos no quarto. Senti o dedo indicador dele no lugar onde a cicatriz que Simon me proporcionou, sorri levemente retirando seu dedos dali e os levando até meu rosto, por um segundo a escuridão em seus olhos sumiram. Delicadamente juntei nossos lábios novamente puxando seu corpo para a cama, em cima do meu. Colei meus lábios nos dele tentando transmitir todo amor que sentia por ele, Oliver acariciou a pele de minha cintura suavemente. Não era nada apressado ali, era gentil, era amor. Senti seus lábios descerem de meus lábios até meu pescoço parando em minha clavícula apenas para dar uma mordida. Suspirei sentindo cada fibra de meu corpo incendiar ao observa-lo beijar todo meu corpo, suas mãos brincando com meus seios enquanto seus lábios continuavam a descer. Busto, barriga, coxas e ele por fim se perdeu no meios das minhas pernas, contive o grito em minha garganta ao senti-lo brincar comigo.

— Oliver... - meu gemido saiu estrangulado por minha garganta, o homem ergueu os olhos lentamente e eu pude sentir cada pelo de meu corpo arrepiar com aquele olhar. — Amor, por favor. - voltei  a pedir, o sorriso que ele deu fez com que minhas entranhas se apertassem e reagindo minhas pernas o envolveram. 

 Um gemido abafado saiu de nossos lábios quando o senti por completo dentro de mim, sem qualquer barreira nos impedindo. Nossos corpos se movimentando juntos em completo êxtase, luxuria e amor.  Mordi a pele de seu pescoço me controlando para não vim, queria aproveitar o máximo que podia dele.

— Venha para mim Felicity, não se segure meu amor. - Oliver soprou as palavras em meu ouvido, e não foi preciso mais para que eu acatasse seu pedido. Meu corpo tremia conforme o orgasmo chegava, uma fina camada de suor dominava nossos corpos, minhas unhas cravadas em suas costas, apertei minhas pernas em sua cintura o sentindo ainda se movimentar, implorando por sua libertação. 

Procurei seus olhos quando o senti seu esperma melar minhas pernas, Oliver sorriu beijando minha testa e eu retribui rapidamente. 

— Eu não vou te deixar escapar nunca mulher. - sussurrou gargalhando baixinho.

— Não me deixe nunca Oliver.


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Notas finais do capítulo

E chegamos ao final. Com muita dor no coração e muitas lagrimas rolando por meu rosto. Mais uma vez, queria agradecer todo carinho que vocês nos deram. De coração, nossos agradecimentos mais sinceros.



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