Blackinnon- Quando o coração vai contra mente. escrita por Ellie Black


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Sempre pensei sobre isso, sempre quis colocar isso na fic Powerful's mas as coisas acabaram indo para um caminho muito diferente para ser orgânico.
Sempre penso nos personagens como caracteres indivíduais, não como o casal. E sou a maior fã de blackinnon que vocês vão encontrar, mas algo não parecia certo para mim, por vezes. Por que Sirius Black era mesmo um cafajeste, ele não iria, do nada, mudar isso. E Marlene McKinnon, para mim, sempre teve um pé atrás antes de se entregar para alguém.
Mas será que no fim, eles se amam? E só amor basta?



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“- E ai, loira– Sirius colocou seu joelho atrás do meu joelho e acabei cedendo, surpresa, quase caindo. Ele riu e segurou meu braço, sustentando–me– Você vai depois de amanhã?

Já não bastasse Sirius Black ter a aparência de um deus grego misturado a um cão de raça, ele tinha que estar me tocando e empestando a sala com um perfume tão cheiroso e inconfundível como o seu, fazendo os meus pensamentos se embaçarem. Eu tinha dúvidas se conseguiria responder qual era meu nome caso alguém me perguntasse agora.

– Vou depois de amanhã para onde?- perguntei. Tinha que aumentar a distância entre e nós, por isso peguei o livro que queria da prateleira, e voltei para minha mesa na biblioteca, dando tempo de meu cérebro receber a quantidade recomendável de oxigênio.

– Sabe...- ele se sentou na mesa, em cima dos meus livros. Encarei-o raivosa, mesmo não me sentindo realmente assim. Na verdade, eu gostei de ele ter se separado do grupinho de meninas com quem se encontrava para vir falar comigo.

– Tenho lições para terminar se eu quiser ter o fim de semana livre... – resmunguei, agora levemente irritada com sua enrolação.

– Hogsmeade, McKinnon – escorou seus cotovelos nos joelhos. – você vai? – acabou falando de forma grosseira.

–Por quê?- perguntei.

– Por que... - ele desceu da mesa, aproximou-se de mim e apoiou um braço nas costas da minha cadeira. – Eu vou te pegar no Salão Comunal às duas da tarde e podemos ir juntos.

Uma onda de surpresa invadiu-me, fazendo-me segurar o ar. Ele... Ele realmente...? Não, Sirius Black não era desses de fazer um pedido formal para sair. Mesmo que o nosso “relacionamento” não fosse “rotulado”, ele nunca perguntou que horas podia encontrar-me para iremos juntos, sempre foi algo natural, do momento. Eu bufei, achando estranho.

– Sirius Black, você realmente está convidando-me para um encontro de verdade? Sem ser uma rapidinha em um armário?-tive que tirar a dúvida. Aquilo era bom demais para ser verdade.

– Considero isso um sim - ele desconversou, abrindo seu sorriso Maroto.– Tchau McKinnon! – e voltou para sua mesa de meninas.

Eu não pude controlar um sorriso bobo que surgiu em meus lábios depois disso. Não sabia como, mas talvez eu pudesse estar começando a gostar de Black mais do que devia... E esperava, para meu próprio bem, que estivesse equivocada.”

Já se conseguia ver o Sol se pondo por trás do vidro da janela do Salão Comunal da Grifinória, mostrando que o domingo estava em seus últimos suspiros.

E ele não apareceu?- Dorcas perguntou depois de ouvir a história.

Seus olhos, cansados de passar o dia terminando as lições que ficaram atrasadas depois da semana de Lua cheia de Remus, acompanhavam-me no parapeito da janela.

Coloquei o cabelo atrás da orelha, impaciente, pela terceira vez em cinco minutos. Ainda cruzei os braços, lançando mais um olhar para o pôr do Sol.

– Não, não – sorri, cínica. – Ele apareceu, é que eu preferi ficar sentada aqui criando um vinculo com a janela em vez de sair com aquele cachorro e as meninas.

Respirei fundo. Não era justo descontar em Dorcas o que estava sentindo depois do bolo que levei do cachorro.

– Desculpa Doe, você não tem culpa.

– Tudo bem, eu sei como você fica quando está com raiva... – ela segurou minha mão, como quem me confortava. - Mas ele sequer mostrou sinal de vida?

– Nenhum momento durante todo o dia. – virei-me, dando as costas para a janela.

–Talvez algo tenha acontecido e não deu tempo de avisar- ela tentou animar-me quando desabei ao seu lado na cadeira.

–Talvez... Mas há essa hora eu já saberia se algo tivesse ocorrido, a rádio corredor desse colégio é eficiente- sorri de lado.

–Bom, o que não dá é ficar tomando conclusões precipitadas. Se Sirius marcou com você ele não iria te esquecer do nada. Por mais que ele seja galinha, encrenqueiro e irresponsável, ele não é mentiroso. E ele gosta de você.

–Será mesmo? Às vezes eu não sei, Dorcas...

–O que você não sabe?

–Se ele gosta de mim de verdade- ela ia falar, mas eu continuei- Claro que eu sei que ele sente atração por mim, não sou cega nem estúpida, sei o efeito que tenho sobre os homens. E também sei que ele se importa comigo, ele já demostrou...

–Se ele se importa é porque ele gosta- Dorcas sorriu, tentando convencer-me.

–Deixa eu lhe explicar... Sirius tem uma natureza livre, eu não acho que ele nasceu para ficar preso em uma pessoa só.

–Talvez com a pessoa certa.

–Talvez. E eu não acho que seja agora. Muito menos que seja comigo. Ele está no auge da adolescência, é super gato e tem quatrocentas meninas querendo ficar com ele em um estalar de dedos, ele tem mesmo que aproveitar.

–E por ele ser tudo isso você acha que ele não iria querer namorar?

–E é por ele ser tudo isso que eu SEI que ele não vai querer namorar.

–Mas pera ai- ela sorriu como se acabasse de ter percebido algo- VOCÊ está querendo namorar?

–Ai meu Merlin, como é difícil conversar com você!-revirei os olhos.

– É isso, não é? Você está com medo de levar um fora caso diga que está começando a gostar dele!

–O que isso tem haver? Só por que você e Remus se amam não quer dizer que todo mundo a sua volta tem que estar apaixonado, que saco!- esmurrei uma almofada.

–Tá, tudo bem, foi estupidez minha...- ela começou a falar, mas ao olhar para mim parou.

Meus olhos começaram a arder: lágrimas. Pressionei os lábios.

Eu sinto tanto, Lene – Dorcas abriu os braços e eu encostei a cabeça em seu ombro.

Lágrimas que nunca saíram antes por causa de um menino vieram à tona. Eu estava com ódio de Sirius, ódio. Nunca gostei de ninguém! Eu não estava gostando dele! Não mesmo! E que ceninha eu estava fazendo...? Chorando por causa dele? Não, chega.

Tirei a cabeça do ombro de Doe e enxuguei as lágrimas. Convenci a si mesma que havia desabado pela realização que Sirius era um galinha que estava fazendo com que eu perdesse meu tempo. E também por pena dele, que nunca iria se permitir amar alguém. Então eu vi algo...

– Não – o retrato da Mulher Gorda abriu-se, revelando James e Lily. – eu é que sinto muito, por ele.

Surgindo por trás de James, Sirius ria de algo desconhecido, com um dos braços envolvendo uma garota do quinto ano.

– Marlene... – Dorcas tentou segurar meu braço, mas eu já tinha levantado-me do assento e caminhava em direção a ele.

–Ah, oi Lene- James Potter, meu melhor amigo, cumprimentou quando me viu.

Ele tinha um braço em volta dos ombros de Lílian e os dois estavam apoiados na parte de trás de um sofá. Sirius e a tal fulana estavam ao lado deles. Quando ouviu meu nome, Black parou de sorrir.

–Droga!- ele murmurou baixinho, e levou a mão à cabeça.

–Esperava te encontrar no vilarejo, mas você não apareceu- Lílian disse, se alinhando mais em James.

–É, eu também esperava isso- sorri para ela, que pareceu não entender. Virei-me para Sirius- Só que alguém se esqueceu de aparecer por aqui para me levar, não é, Sisi?- dei duas tapinhas fracas no rosto dele, a voz carregada de falsidade.

–Foi mal, eu esqueci completamente- ele se desculpou- Eu estava vindo para cá, dai Elaine apareceu e conversa vem, conversa vai, a hora de sair chegou e ela me convidou para ir com ela. Esqueci que tinha marcado com você...

–Você.É.Um.Idiota - falei pausadamente. Não acreditava que ele estava mesmo dando-me essa desculpa esfarrapada- Puta que pariu, Black! Se você estava indo com outra pessoa, de boa, eu não iria criar um caso em cima disso. Agora, precisava mesmo deixar-me plantada no castelo? Eu fiquei horas lhe esperando, e para quê? Para você aparecer de noite com uma acompanhante e me dizer que se esqueceu de mim?!- meu tom de voz foi aumentando- Eu estou com tanta vontade de te bater! Não, melhor, vou pegar o óleo de peroba nas coisas da Lílian e esfregar nessa sua cara de pau!

–Desculpa! Eu esqueci! Não fiz por mau, Len...- ele tentou segurar meu cotovelo, mas o empurrei.

–Você é um canalha- lutou contra lágrimas. Não duas vezes no mesmo dia. Não por uma mesma pessoa- Você estragou tudo, BLACK!-dei uma tapa na cara dele.

Virei-me com raiva e subi as escadas do dormitório feminino.

POV NARRADOR

–Vem cá, alguém não deveria ir atrás da Lene não?- James perguntou- Eu iria, mas tem aquilo da escada virar um escorrega...

–Eu vou, isso tudo tá muito estranho- Lílian respondeu. Deu um beijo em James e subiu.

–O que deu nela?-Sirius perguntou, massageando o lugar da tapa.

–Acho que ela não gostou de ter sido trocada por mim- Elaine sugeriu.

–Se toca querida, ela não foi trocada por ninguém- Dorcas falou se aproximando- E mesmo que tivesse sido, não seria por sua causa que ela reagiria assim.

–Você sabe de alguma coisa?- Sirius perguntou, depois assentiu com a cabeça- Você sabe de alguma coisa. Fala. O que foi?

–Eu não sei de nada!- Dorcas levantou os braços.

–Desembucha, Dorcas- Sirius pediu.

–Tá, posso até saber, mas não sou fofoqueira!

–Lene está sofrendo e só queremos ajudá-la- James falou.

–Não, não- Dorcas negou.

–Ela é importante para mim, e os sentimentos dela também- Sirius segurou o cotovelo da amiga- Se eu fiz algo ou se posso fazê-la melhorar, eu quero saber.

Dorcas pensou. Não era seu segredo para contar. Sabia que se desse com a língua entre os dentes Lene iria lhe matar. Mas por outro lado, Sirius fazia parte da confusão. Não merecia saber por alto o que se passava com Lene?

–Dá para se livrar da filha de Cruz Credo aí?- ela encarou a menina atrás de Sirius.

–Isso é comigo?- Elaine perguntou, e Dorcas sorriu.

–Não, com a fada do dente!

–Elaine, você poderia nos dar licença?- Sirius pediu, antes que a menina se lançasse sobre Dorcas.

–Claro, obrigada pela tarde, Sisi - ela deu um selinho nele e subiu para o dormitório.

–Pronto, pode falar- Sirius esperou.

–Anda Doe, fala- James pressionou.

–Você é um idiota Sirius- ela disse de vez.

–Eu sei que você está certa, mas por que dessa vez?

–Eu não posso falar, não vou. O que eu vou dizer é que você é um babaca ao cubo e Lene não acha que você gosta dela. E você acabou de provar isso.

–Como assim? Eu adoro a loira!

–Você tem um jeito engraçado de mostrar. Apoiei vocês dois desde o principio, mesmo todo mundo falando que vocês iriam se machucar no final, que ela iria, porque sempre acreditei que vocês são indestrutíveis juntos. Ainda acredito nisso, só não sei se ela sim- Dorcas apertou o ombro de Sirius e seguiu atrás das amigas.

–Aí, você vacilou hoje- James falou- Eu disse desde o inicio que você não devia ficar se engraçando com minha irmãzinha.

–Eu sei, mas eu vou arrumar isso.

–Eu acho bom, porque se eu souber de uma lágrima derramada, você apanha. Agora deixa eu ir, que vou ver como Remus tá lá na enfermaria. Ô- James chamou já perto do retrato- tô de olho.

Sirius desabou no sofá, e bagunçou o cabelo. Ele tinha errado, mas Marlene não ficaria irritada desse jeito só por causa disso. Então por quê? Ou melhor, o que ele iria fazer para recompensá-la?

[...]

–Amiga, você tá bem?- Lílian perguntou, alisando as costas de Marlene, que estava deitada em baixo de suas cobertas.

–Não sei, Lily- Lene falou e levantou a cabeça para encará-la- Você sabe que eu nunca fui de ficar fazendo ceninha por causa de garoto, mas... Que merda! Sirius tinha que me deixar aqui?

–Sem querer defender, já defendendo, ele não fez por mal...

–Ele nunca faz, Lílian, e eu cansei de sempre relevar quando isso acontece. Poxa, eu quero e mereço ser feliz. Ficar com Sirius foi legal no começo, mas chega. Ponto final. O que aconteceu hoje só foi o determinante.

–E ai?- Dorcas perguntou, entrando no quarto. Conseguira ouvir só a última parte.

–Se você tem tanta certeza, tudo bem- Lílian sorriu tristonha para Doe- Não quer mais nada com Black.

–Por quê? Vocês são tão perfeitos um para o outro!- Dorcas falou pulando na cama dela. Então tinha acertado. Lene não acreditava mais nos dois. Dorcas poderia convencê-la do contrário, não? Principalmente quando sabia que ela estava se afastando mais por medo do que sentia do que por Sirius ter feito merda.

–Era isso que eu estava fal...Oi?-Lílian se virou para Dorcas- Perfeitos?

–Perfeitos um para o outro é sorvete e calda de chocolate- Lene disse sarcástica, mas adicionou ao ver a expressão de Dorcas:- podemos continuar nos entendendo e sermos amigos. É muito mais fácil, não tem estresse, cobrança, nada.

–Desde quando Lene e Sirius seriam um casal “perfeito”?- Lílian ignorou Lene.

–Desde o primeiro momento. Os dois são tão parecidos...

–É, o que provocaria briga acima de briga. Eles têm o mesmo temperamento, gosto, estilo de vida...

–E dai? Nem todo mundo tem que ser como você e James, opostos que se atraem. Eu e Remus, por exemplo, somos perfeitos e parecidos.

–Sim, exceção. Lene estará bem melhor sem Sirius, que, aliás, nunca a mereceu. Ela é linda e inteligente, tem que se dar o valor e esquecer aquele encrenqueiro maroto.

–Hello? Você namora um maroto! E ele não era tão melhor do que Sirius é hoje.

–Sim, mas ele mudou por me amar! Não acho que Sirius faria isso...

–EI!- Lene gritou, se colocando entre as duas- Já chega. Agradeço pelas duas expressarem tão abertamente suas opiniões sobre mim e Black, de verdade, mas brigar por isso? Poupem-me. Eu quero jantar, então vou rapidinho ao banheiro, quando eu voltar descemos juntas- saiu da cama- Conseguem ficar sem brigar? Bom, muito bom.

As duas amigas esperaram ela entrar no banheiro para falarem sobre isso:

–Como ela tá de verdade?- Dorcas perguntou ao mesmo tempo que Lílian:

–O que você sabe?- elas riram- Eu falo. Ela está bem decidida sobre tudo, farta de Sirius, querendo partir para outra. Eu particularmente acho que ela está certa, tudo isso iria acabar em coração partido, terminando agora previne muitas noites de consolo que eu e você teríamos que enfrentar acordadas. Sua vez.

–Não foi nada demais, só acho que ela está gostando de Sirius.

–Não!- Lílian levou as mãos à boca.

–Sim, e pior, acho que não é só uma queda, é gostar gostaaar.

–Mas isso complica tudo, porque ela vai ativar o modo “foda-se” e vai morrer por dentro quando vi ele com outras.

–Escute o que eu estou dizendo: ela pode dizer que acabou, mas ela ainda não falou isso com Sirius, tem mais história ai até o último ponto ser escrito.

–Vamos?- Lene perguntou, voltando.

–Só para esclarecer, eu não tenho óleo de peroba nas minhas coisas- Lílian disse e as amigas riram- Por que você achou que eu tinha?

–Ah, sei lá, é uma coisa trouxa...- Lene deu de ombros, com um sorriso amarelo nos lábios.

–óbvio- Lily revirou os olhos e as três desceram as escadas de braços cruzados.

– Sobre o que falavam?-Lene perguntou.

–Sobre Emme estar ficando com um dos gêmeos- Lílian mentiu.

–Sério? Ela está? Mas eu pensei que ela ainda gostasse do...- olhou para Dorcas- Bem, Remus.

–Tudo bem, você pode falar isso sem se sentir constrangida. Já conversei com ela e ela disse que superou, foi algo do momento. E foi só um beijo Lene! Os dois estavam bêbados e eu e Remus estávamos dando um tempo. Ela ficou mexida e se confundiu nada demais.

–Ei, respire. Eu só achei estranha toda à situação, nada demais.

–Alguém mais quer um lanche do mc donald’s?

–Um o que?- Lene perguntou se sentando à mesa da grifinória.

–Lanche trouxa- Dorcas acenou com a mão, fazendo pouco caso.

–Eu estou satisfeita com um suco de abobora, obrigada.

–Oi Lírio- James beijou a namorada na bochecha e sentou-se ao seu lado- McKinnon, Doidona.

–Oi- Dorcas sorriu enquanto Lene balançava a cabeça com a boca cheia- Foi ver Remus? Ele melhorou? Hoje só consegui visitá-lo de manhã por causa dos deveres.

–Está sim, fez piada e tudo! Mandou um beijo e uma declaração tão melosa que me recuso a repetir!

–E Sirius?- Lílian sussurrou para apenas o namorado ouvir.

–Não sei, ainda somos dois indivíduos diferentes, não andamos sempre juntos... Ai!- reclamou ao levar uma cotovelada de Lílian- Ai. Tudo bem, planejando algo, mas é só isso que vou lhe dizer. Nem adianta fazer bico que não cola comigo.

–Ei, casal, chega né? Mais açúcar que isso e eu morro de diabetes- Marlene interrompeu, apontando um garfo para eles.

–Tá, beleza- James sorriu de lado ao olhar para a porta.

–O que você está olhando? O que vai acontecer?-Jamie ignorou Lílian que começou a bater fraco em seus braços para lhe chamar a atenção-Potter!

–Ai, ai, calma- ele segurou os braços da namorada-calma. Você logo vai descobrir em uns, o que, cinco minutos?

–Descobrir o que?- Dorcas expressou o que Lene também pensava.

–Isso- James sorriu de lado e apontou para a porta.

POV MARLENE

Virei-me no momento em que Sirius Black entrava no Salão, com um buquê contendo as flores mais bonitas e mágicas que eu já vi, e trajava um casaco preto até os joelhos. Ele procurou com os olhos na mesa da nossa casa por alguém e me viu encarando-o, sem reação. Sorriu de lado e passou a andar até mim, digo, até eu e seus amigos.

Quando ele estava na metade do caminho sua presença começou a chamar atenção das meninas, como de costume, afinal ele era muito bonito, mas dessa vez elas olhavam para Sirius e se perguntavam entre sussurros quem receberia as flores do menino mais cobiçado do sétimo ano.

É então que minha ficha caiu.

Sirius iria dar-me o buquê? Ali? Na frente de TODO mundo? Não, ele era Sirius Black e o Sirius que eu conhecia não faria isso. Mas mesmo assim, enquanto ele continuava a se aproximar mais e mais não tive dúvidas. As flores eram para mim.

Ele parou na minha frente, e as conversas do jantar já tinham praticamente sessado, todos, exceto a mesa da sonserina, queriam saber o que ele ia fazer. Voltei-me rapidamente para meu prato, ficando de costas para ele.

–Lene- ele chamou, pacientemente.

–Hm?- perguntei colocando uma colherada de cheescake na boca.

Lílian olhou para mim, e seus olhos estavam quase que formando coraçõezinhos, ela aprovou a atitude de Sirius. James lançou-me um olhar censurado, mostrando que o que eu fazia era errado. Dei de ombros e continuei a comer, ignorando os olhares de toda a escola.

–Marlene McKinnon? Você poderia me dar à honra de sentir seus olhos sobre mim?- Sirius pediu, meio brincalhão, meio sério.

Suspirei. Vamos ver o que ele ia fazer.

–Obrigado- ele sorriu quando olhei dentro de seus olhos, e que olhos- Lene, é...

–Estou esperando- fiz pouco caso, apoiando um cotovelo na mesa.

–Claro- ele olhou um pouco nervoso para a direita, depois voltou o olhar para mim- Eu agi como um panaca, e você tem todo o direito de me odiar depois de ontem. Mas eu espero que você não o faça. Lene- ele sorriu suavemente quando disse meu nome- Lene, você é mais que apenas uma das minhas ficantes, muito mais do que um corpo bonito, você é uma das minhas melhores amigas, minha ancora, meu chão, meu tudo. Foi com você e com os Marotos que eu descobri o que é ter pessoas se importando comigo, o que é ter uma família. Posso ser muito arrogante às vezes, grosso, piadista, galinha...

–CRÁPULA!- Alice gritou da mesa da lufa-lufa.

–Isso também- ele sorriu para ela, mas logo se voltou para mim- às vezes posso parecer insensível, inabalável... Mas não é verdade, não com você. Eu me sinto péssimo quando brigamos, querendo me bater por ter te feito sofrer, porque eu não suporto a ideia de alguém te machucando, nem que seja eu mesmo. Eu queria que você soubesse disso tudo, do que você significa para mim, o quão especial você é na minha vida, e que eu não quero você fora dela. Eu me importo com você mais que comigo mesmo, desculpas por ontem e por todos os outros dias que eu fui alguém que não merece você.

Durante todo o discurso eu fiquei sem reação, não esbocei nada. Não porque aquilo não me tocou na alma, longe disso. Mas porque se eu mostrasse como eu me sentia tornaria tudo muito mais difícil, o que eu queria fazer seria dolorido demais para dar continuidade.

–Remus- Sirius falou e Remus, espantei-me –ele não estava na enfermaria?-, fez um joinha da porta, tirou a varinha do bolso e fez um feitiço.

–Sirius...-tentei falar mas minha voz falhou com tudo que eu segurava na garganta.

–Calma, você não precisa falar nada até ver isso- ele sorriu, como uma criança.

O teto do Salão Principal, que antes retratava a lua, começou a passar um vídeo. Não um vídeo qualquer, e sim de momentos meus com Sirius. Um vídeo de quando erámos crianças, nove anos mais ou menos. Estávamos em um evento da família dele, foi uma das primeiras vezes que nos vimos. Eu estava sorrindo para a câmera, meu irmão mais velho ao meu lado, ambos em frente a uma mesa com doces. Sabia o que aconteceria em seguida, e não demorou: um copo de suco de uva caiu em cima de mim, vindo do além. Manchou toda minha roupa rosa. Quando olhei para cima vi um menino de cabelos pretos em cima da mesa, de quatro e com um copo vazio na mão, ele disse ‘ops’. Não chorei ou esperneei, como qualquer outra menina teria feito aos nove anos. Puxei o pé do menino e ele caiu no chão, depois joguei bolo no rosto dele. A cena mudou: agora eu e ele nos reencontrando no trem para Hogwarts. Minha mãe cumprimentava a senhorita Black, enquanto isso eu e Sirius trocávamos empurrões e beliscões, todos os alunos riram da cena. Outro momento: Eu e Lílian contra ele e James na aula de Duelos no segundo ano, ganhamos depois que eu o desarmei, facilitando tudo. Vários momentos se seguiram a esses: eu e ele discutindo um com o outro na aula de herbologia, matando aula juntos no terceiro ano com o resto dos Marotos, ele me vendo pela primeira vez no quarto ano- troquei um olhar com o ele de agora, ele sorriu-, nosso primeiro beijo, ajudando Lílian e James no encontro, etc.

Ele parou na minha frente. O sorriso mais lindo do mundo no rosto. Começou a tirar o casaco, e por baixo vi uma camisa preta. Ele se virou e li nas costas: Você me perdoa, McKinnon?

–Então, você me perdoa?- perguntou e ofereceu o buquê.

Umedeci os lábios.

–PERDOA!- uma menina gritou e depois todas as meninas fizeram coro a primeira, minhas amigas inclusas.

Respirei bem fundo e me levantei. Frente a frente. Olho no olho. Por uma fração de segundos permiti que fosse somente nós, várias memórias invadindo minha mente, mas o segundo passou e eu voltei à Terra. Puxei minha varinha da bota e disse:

–INCENDIUMMM- apontei para o buquê que começou a pegar fogo, Sirius balançou de um lado para o outro as flores, bateu na mesa até apagar.

–Ai meu Merlim- ouvi Lílian falar atrás de mim.

–Qual seu problema?- ele perguntou depois que apagou.

–Você achou mesmo que flores, um discurso barato e um vídeo compensariam por tudo? Que seria tão simples assim?- lancei-me nele, mas senti que alguém me segurou. James.- Solte-me James, eu quero matar esse cafajeste! Esse troglodita maldito!- chutei o ar, tentando alcançá-lo.

–Lene, relaxe-se- Dorcas apareceu no meu campo de visão, Remus atrás.

–Mais relaxada que isso só se eu tivesse dormindo- ri e continuei a me sacudir- Me larga logo James! Que porra!

–Simples? Não tem nada de simples em eu ter feito tudo isso porque você resolveu agir daquele jeito do nada! Eu não tinha que fazer nada disso, porque você também não agiu certo! Mas eu fiz, eu vim e fiz tudo isso, e você nem sequer se importa!

–Quer um prêmio? Ou seria melhor uma chupeta, bebê?- perguntei.

–Os dois, vão conversar agora- James falou e começou a me empurrar para fora do local.

–Eu não, deixa essa doida só. Cansei de tentar entendê-la- Sirius disse.

–Sirius, vai logo- Remus mandou.

[...]

Sentei-me na mesa da professora, os braços cruzados e uma expressão séria no rosto. Uma das pernas, que estavam cruzadas, balançava por causa de minha inquietação. Sirius ficou em pé em frente à primeira carteira da sala, o buquê de flores na mão esquerda, mesmo depois do feitiço que usei ele se recusou a soltá-lo.

–Você achou que fazendo aquilo me teria de volta a seus pés?- perguntei depois de alguns minutos que passamos no encarando.

–Pode ter certeza que eu NÃO pensei que você me atacaria daquele jeito.

–Agradeça por ter sido contra as flores, não a você.

–Tenho o pequeno pressentimento que se James não tivesse se intrometido não teria sobrado nenhum Sirius- ele suspirou quando eu revirei os olhos- Escuta Marlene, eu nunca fiz um discurso de desculpas público para uma menina antes. Centenas delas estavam morrendo lá para que fosse para elas.

–Volta lá e dá as flores a qualquer uma delas então, é o que você sempre faz!

–Eu faço sempre o quê, sua maluca?

–Se engraça com cada rabo de saia dessa escola!- exclamei rude.

–Você está com raiva por causa disso?!-ele gritou, mas depois balançou a cabeça- não, isso é pouco. Eu vivo fazendo isso e você nunca enlouqueceu assim.

–Enlou...HÁ!- falei ao ouvir a palavra. Realmente, ele fazia a burrada e eu não tinha o direito de ficar com raiva?!-Dessa vez eu explodi porque fico sempre guardando coisas já que você faz isso constantemente.

–Sim, mas explodir o que? Por quê? Tipo, eu sei que não foi legal o que eu fiz, desculpa, mas não é como se fôssemos namorados e você quisesse ter uma DR e terminar o namoro.

–Eu sei disso, querido! Sei o que somos e o que definitivamente não seremos nunca! Por isso mesmo eu quero sim terminar o que temos hoje. Estou à procura de algo mais sério.

–Você? Lene?- ele riu.

–Sim, eu. Algum problema, Sirius Orion Black?- irritei-me mais ainda ao vê-lo tentar segurar o riso.

–Não, é que isso não é você.

–Já parou para pensar que talvez você não me conheça tão bem como pensa?- desci da mesa.

–Você gosta de curtir, fazer o que bem entender e dane-se o amanhã, não é de se apegar as pessoas por medo de se decepcionar e se machucar, usa o sarcasmo quando se sente aprisionada e pressionada...

–Engraçado, eu diria o mesmo sobre você!- gritei. Agora percebei que estávamos bem próximos e que ele não segurava mais o buquê, que estava caído no chão.

Dei um passo para trás e fui até a janela, encarei o jardim.

–Nossos jogos não eram legais?- ele perguntou, com uma urgência na voz que me fez virar.

–-Tudo são jogos e diversões até alguém se apaixonar.

–Você...- ele arregalou os olhos ao interpretar minhas palavras.

–Não, claro que não!- mordi meu lábio para me acalmar- Quer saber o que realmente está acontecendo? Beleza. Eu estou com medo, ok?

–De mim?- ele falou calmo.

–Não, mais ou menos...Argh! Eu tenho medo de estar me envolvendo muito, importando-me muito, gostando muito... Eu não quero apaixonar-me, muito menos por você. E do jeito que as coisas andam eu tenho medo disso acontecer- Coloquei o cabelo atrás da orelha- Então, não acho que tenho medo de você, e sim do que eu posso sentir.

Ele engoliu em seco.

–Fala alguma coisa!- perdi a paciência, depois que ele não disse nada.

–Você quer um comentário sarcástico que eu quero mu... Ok! Ok! A verdade é que eu não sei o que dizer, Len. Eu gosto muito de você, o máximo que já gostei de alguém, mas...

–Não é o suficiente para você mudar- enxuguei uma lágrima. Nem sabia por que chorava. Mentira, sabia sim: a percepção do que aconteceria em seguida- Eu não pedi isso. Sei do seu lema de vida, nunca se apaixonar e blá, blá, blá, não quero ir contra isso.

–Que droga!- ele chutou uma cadeira, o que me fez tremer em susto, voltou-se para mim- Qual o problema das mulheres? Hm? Por que você também tinha que se confundir? Não era bom o que tínhamos? Para quê complicar?- ele agarrou meus braços com força.

–Estou descomplicando!- gritei também- Adoro o que temos, adoro quem você é. E justamente por isso que quero pôr um ponto final nisso! Continuarmos amigos, esquecer o que poderia acontecer. Quero prevenir muitas dores de cabeça futuras!

–Por que você também?- ele se acalmou, afrouxando o aperto, olhando para mim com carinho nos olhos- Eu deixo claro que não quero nada sério, mas sempre... Eu tenho culpa?

–Sei lá- sorri de lado- Ninguém resiste a você? Algo haver com o magnetismo animal? É engraçado como o destino gosta de brincar com a gente- falei baixinho, abaixando os olhos. Ergui o rosto e completei:- Mas não se engane, Sirius Black, não amo você. Estou terminando exatamente por não querer te amar.

–Você iria, eventualmente- ele segurou minha mão e brincou com meus dedos.

–Talvez, e eu não gosto de “talvezes”. Gosto de estar no controle, saber o que vem depois. Ficar com você seria um grande talvez, e em qualquer variável das histórias que se formam na minha cabeça eu termino com o coração partido, não quero isso.

–Eu me importo com você, concordo com sua decisão, mesmo que vá sentir falta dos beijos- bati de leve em seu peito, grata por ele voltar às piadas. Sirius riu- Au. Sério, mesmo sem ficarmos, eu continuo aqui para o que der e vier.

–Como meu amigo?- perguntei.

–Sempre.

Estávamos quase que colados um no outro. Respirava mais seu perfume que oxigênio. Olhar dentro de seus olhos era como voar no seu noturno, despencar até a morte, não temer nada. Nossas mãos dadas transportavam o calor do corpo dele para o meu, e a sensação era boa.

–Está ficando tarde, acho melhor eu ir dormir- falei olhando para seus lábios, que se abriram em um sorriso maroto.

–Eu não mereço um último beijo de boa noite?

Ele se aproximou mais, colocando a mão no meu pescoço. Só que alguém abriu a porta da sala e nós nos separamos.

–Six...? Ah, oi. James disse que você estava aqui. Esqueceu do nosso compromisso?

–Oi para você também, Amari- acenei.

–Oi Marlene. Você não se importa se eu roubá-lo por um segundo, não é?- eu tive uma vontade enorme de revirar os olhos com a falsidade dela, mas em compensação sorri falsamente em resposta.

–Marlene e eu estávamos meio que no meio de algo sério...- Sirius olhou para mim- Você se importa se eu...?

Ergui o maxilar. Eu não tinha o direito de ficar com raiva dele, nós não éramos sequer amigos com benefícios mais, éramos amigos, e amigos não ficavam com raiva de amigos quando eles queriam sair por ai com vadias.

–Ai está seu beijo de boa noite. Claro que não me importo, aproveite- bati uma palma.

–Ai, que bom!-Amari saltitou até ele e passou a puxá-lo pela mão para fora.

Antes de sair ele ainda olhou para mim. Sorri e ergui os dedos em um joinha, como se estivesse tudo bem.

Só que vendo-o partir com ela percebo que isso me incomodou de verdade. Antes eu não teria me preocupado, Sirius Black saia com mais meninas em um dia do que eu trocava de roupa em uma semana e eu nunca liguei para isso. Então por que fiquei com raiva dele quando ele me deixou por Elaine, e agora por Amari?

Um fiozinho na minha consciência sussurrou algo nas vozes das minhas amigas, que há algum tempo diziam que eu estava me apaixonando por Sirius Black, o típico cara popular, exibido, garanhão. O tipo de garoto que eu sempre tive uma relação de uma vez só, porque esses eram os badboys. E com Badboys você não pode se permitir sentir uma conexão, com qualquer menino você corre o risco de se machucar ao entregar seu coração, mas com eles, com Sirius, você se machucaria com certeza.

Então como eu cai nessa armadilha? Sempre fui cuidadosa, nunca me interessei de verdade por ninguém e pensei que quando esse alguém chegasse seria mais... Alguém no estilo Remus Lupin, certinho e que me olharia com amor, não estilo Sirius, que ficaria com você sem nem saber seu nome.

Se era verdade, o que eu iria fazer? Eu não podia gostar dele, simplesmente... Não podia. Não queria. E se eu cai nessa de me apaixonar, o que achei pouco provável, então eu iria pegar o caminho de volta, porque Marlene McKinnon, e nenhum universo, se apaixonaria por Sirius Black.

Alguns dizem que não mandamos em nossos corações, mas eu iria. Não podemos amar quem sabemos que irá nos magoar, e mesmo que Sirius fosse um ótimo amigo, como namorado sei que ele não serviria. Não sabia nem se queria um namorado, mas se quisesse, quando quisesse, não seria ele.

E percebi que eu realmente poderia já estar apaixonada por ele. Eu achava que terminando estaria me livrando de qualquer sentimento que chegaria a nutrir no futuro, mas não parei para pensar.... E os que eu já tinha? Eu realmente estava gostando dele. Era isso. Eu fui otária, eu, Lene, segui o maior dos maiores clichês das histórias do mundo. Só que Sirius não me amava, e eu não iria dizer a ele como eu me sentia.

Seguir em frente, era a melhor maneira, fingir que nada aconteceu. Olhar para ele da mesma forma, tratá-lo igual. Esse era o problema de se apaixonar: isso estraga tudo, isso ferra com sua vida, porque em um momento você é você, no outro você não sabe quem deveria ser. Amar alguém lhe proporciona uma crise de identidade, e eu não sou dessas, eu sei quem sou, e não queria mudar isso. Não mudaria por ele.

Cheguei ao salão comunal da grifinória e subi para meu quarto como se estivesse bloqueada para o mundo: não ouvia as conversas dos meus amigos de casa, as risadas, não sentia os cheiros de seus perfumes, não senti como o fogo era quente ao passar pela lareira.

–Alice só não perde a cabeça porque está colada, porque o resto...- Lílian dizia quando me aproximei do quarto.

–Por quê?- Dorcas perguntava.

–Acredita que ela se esqueceu a varinha numa das lojas em Hogsmeade? McGonnagoll teve que mandar Hagrid ir ao vilarejo pegar- ambas riram e eu entrei no quarto.

–Lene- Dorcas falou quando elas olharam para porta. Estavam pintando as unhas dos pés com uma coisa trouxa que as duas tinham.

Lílian abiu os braços e corri para eles, deitando-me na cama. Eu amava minhas amigas, eu podia ser eu mesma com elas e isso era a coisa mais importante do mundo para mim. Nada de máscaras, apenas nós três.

–Você colocou um ponto final?- Dorcas perguntou e confirmei com a cabeça, chorando em silencio.

–Por isso que você está assim?- Lílian tentou adivinhar e neguei- Por que então?

Os olhos verdes de Lílian e os castanhos de Dorcas me encararam fixamente, esperando. Não havia máscaras com elas, nenhum segredo, nunca houve e não pensei que fosse haver. Mas aquilo era tão pessoal, tão doloroso de admitir. Só que elas eram minhas melhores amigas, minhas irmãs.

–Eu... Eu descob-descobi- solucei- Que...

–Calma- Dorcas pediu- Respire.

–O que você descobriu?- Lílian perguntou.

–Que estou apaixonada por Sirius- percebi que evitavam trocar olhares - E o odeio tanto por isso, tanto! Por que ele tinha que fazer isso? Para que me quebrar?

–Own Lene- Lílian apertou-me mais contra seus braços, alinhando seu queixo ao topo da minha cabeça- Vamos passar por isso.

–Você vai ver, você irá superar isso andando em um salto trinta- Dorcas garantiu, e sorri.

–Amar alguém não é o fim do mundo, você sabe- Lílian sussurrou.

–Não quero Lily, não mesmo.

–Uma coisa eu não entendi: se você gosta dele, por que terminou?

–Posso gostar dele com o coração, mas ainda tenho um cérebro- falei.

–É, só que amor é um sentimento Lene, você tá tentando fazer disso uma decisão. Não é assim- Dorcas disse.

–Para mim sim- sentei e limpei o rosto. Inspirei fundo- O que estão fazendo? Pintando as unhas?
–Sim. Trouxe esmaltes novos de Londres- Lílian explicou erguendo um dos frasquinhos. Isso mesmo, Esmaltes!- Quer um?

–Claro- peguei.


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Notas finais do capítulo

o que acharam? por favor digam!!!!