No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 60
Raios de Sol


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bem??!!!
Aqui vai mais um capítulo com muitooo carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada genteeeeeee sério mesmo, vocês são incriveis, muito obrigada de verdade pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



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Cebola chutou a bola dessa vez longe demais, reclamou mentalmente por ter que sair do quintal de sua casa para busca-lá na rua, não era de jogar futebol em casa sozinho, mas precisava relaxar, sua cabeça estava a mil por hora.

Uma vez dentro de casa novamente guardou a bola em um canto e entrou para seu quarto fechando a porta ao passar, sentou a frente do computador e se ajeitou na poltrona jogando a cabeça para trás, de uns tempos para cá andava meio distraído. Um dia desses quase tomou um chute no rosto quando se distraiu durante uma de suas aulas enquanto ensinava um passo novo, precisava urgente se concentrar ou não conseguiria mais dar a sua aula direito.

Impaciente, se levantou num pulo, colocou uma jaqueta devido ao frio que se instalava lentamente e saiu de casa batendo a porta em seguida, caminhou até a praça do bairro e sentou em uma das balanças observando o movimento, reparou com atenção em todos casais que passaram  e por vezes pode jurar ouvir a voz dela chamando seu nome.

—-

Monica observou chorosa uma foto dos dois sorrindo, aquela mesma que possuia em formato 3x4, só que agora em tamanho normal, pousou um beijo na mesma e chamou o nome dele como se desejasse que ele a escutasse onde estivesse.

— Cebola...

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Setembro se aproximou quase que como um raio, Monica conseguiu escapar com sufoco de todas as investidas que Fabinho deu para conversarem a sós, na empresa isso se tornou mais difícil, porém estava aprendendo a se esquivar dele. Soube pela sua mãe que a intenção do Fabio era realmente a pedir em namoro lhe entregando um grande anel de diamante, sério? Isso piorou ainda mais toda a situação, uma vez que seus pais ficaram eufóricos com a possibilidade.

Já tinha usado de quase todas as desculpas que podia para fugir do seu parceiro de sala, desde dor de estomago, até ter que correr para assistir um filme no qual amava na TV.

Em contrapartida, as tentativas de conversa com o Cebola foram todas em vão, ele não a atendia e muito menos a respondeu na mensagem em que mandou pedindo para conversarem, definitivamente ele a tinha esquecido, pelo menos era isso que ela enfiou na cabeça com a justificativa de que a culpa foi dela, por ter dado motivo para ele não querer nunca mais a ver.

Essa foi a melhor desculpa que encontrou para se conformar com a solidão que ele a deixou, a culpa era dela, claro que era, ela que não lhe deu oportunidade de explicação, agora ele estava fazendo o mesmo.

Sabia que toda ação tinha uma consequência, e essa era a dela por ter excluído totalmente o menino que amava de sua vida, parabéns Monica.

Pra piorar tudo a apresentação da Le Ballet era no próximo final de semana e isso a fez ficar mais deprimida ainda, em uma das tardes nas quais ficava enfurnada dentro do escritório, se perdeu por entre os vídeos de balé dos grandes concertos da maior escola do Brasil. Seus olhos encheram de lágrimas quando viu o quão bonito eram os passos pelas bailarinas dados.

Um arrependimento daquele que machucava seu coração tornava a despontar toda vez que lembrava que jogou essa sua oportunidade fora, vinha sendo assim nos últimos tempos, sempre resultavam em longas conversas com seu professor que tentava lhe dizer que ela era nova e novas oportunidades poderiam surgir a todo momento. Mas ela sabia que na Le Ballet as vagas abriam esporadicamente, e demoravam de cinco a até dez anos para abrirem.

Só tirou os olhos do computador quando ouviu seu pai se aproximar, fechou todas as abas rapidamente. Os dias na empresa pareciam sempre iguais, os mesmos ternos, com as mesmas gravatas milimetricamente arrumadas, as mesmas pessoas, os mesmos clientes, e problemas, por vezes ficava imaginando como aquelas secretarias estavam sempre com um sorriso no rosto mesmo em meio a gritos estridentes dos patrões exigentes.

—-

Na noite anterior quando foi questionada, Magali contou para a amiga, que quase não via mais o Cebola, e quando o via era rapidamente na Lemon, que ele andava sumido ultimamente e que ela não tinha noticias nenhuma além dessas, o que abriu um leque de suposições na cabeça da amiga. Monica enxergou isso como uma forma da Magali lhe poupar da saudade, era claro que em um bairro pequeno como o deles, eles sempre se esbarrassem, ainda mais por ele ser melhor amigo do Cascão.

Preferiu não prolongar as perguntas e desde então enfiou na cabeça que merecia tal tratamento.

—-

— Oi professor – Monica o chamou assim que chegou na escola vendo que Marcos estava pensativo.

 - Ah, oi Monica – Marcos a cumprimentou com um sorriso.

— Hoje foi um dia cheio, daqueles cansativos, as mesmas coisas na empresa, e me sinto travada, pode ser estresse né? – Monica contou tentando aquecer.

— Pois é Moniquinha, bem vinda a vida real, vem cá deixa eu destravar seus ombros antes de começarmos a aula – Marcos a chamou estendendo as mãos.

— Professor, nunca imaginei que era assim trabalhar todo dia em algo que não gostamos – Monica choramingou sentindo dor quando seu professor começou a apertar seus ombros.

— Você está realmente estressada, credo, vem cá, sabe quem encontrei um dia desses novamente? As duas irmãzinhas lá do lado de fora, estavam com a mãe na pracinha do parque – Marcos comentou sorrindo.

— Nossa, aiiii... – Monica reclamou do aperto em um dos ombros – Nem me fala, todo dia penso nelas, queria poder ajudar de alguma forma – Monica concluiu cabisbaixa.

—É, eu também – Marcos concluiu observando.

— Será que elas sempre passam por aqui? – Monica perguntou virando para ele assim que ele soltou seus ombros.

— Acho que sim, por que?

— Por nada – Ela concluiu se posicionando para começar a aula.

—-

Sexta feira demorou a chegar, a semana passou em lentos passos, Cebola terminou sua primeira aula de street sorridente, tinha sido uma aula inteira em cima dos seus novos passos, estava incrível.

— E ae Careca mandou bem hein – Ricardo o cumprimentou depois de vários alunos saírem da sala.

— Ah, ando treinando bastante a tarde – Cebola agradeceu checando as horas.

— Vai pro barzinho a noite? – Ricardo perguntou arrumando a sala para próxima aula.

— Vou nada, to cansadão, alias to indo embora já tenho que resolver umas coisas e amanhã também nem vou no futebol avisa a galera por favor, ensaiei tanto para criar essas novas coreografias que vou tirar o final de semana para descansar –Cebola explicou ajudando na organização da sala.

— Ok então – Ricardo concluiu se despedindo. - Falou!

—-

Monica errou mais um passo na aula e brigou consigo mesma mentalmente, Marcos chamou a atenção da aluna.

— Ei, Monica algum problema? Quer beber uma água? – Ele perguntou indicando com a cabeça para todos continuarem. 

— Não, está tudo bem, eu só... Não estou muito concentrada – Monica respondeu tentando voltar o foco. - Quanto mais se aproxima a audiencia, mais arrependida eu fico.

— Sei que esses dias não devem ser fáceis, mas jájá acaba a aula, ai você pode descansar Moniquinha – Marcos concluiu com aquele sorriso que a acalmava.

— Queria que esse mes passasse voando, só de pensar que a audiência vai acontecer e eu não estarei lá – Monica choramingou.

Marcos continuou a olha-lá.

— Vamos se anima, hoje é sexta, esse final de semana pode ser incrível – Marcos concluiu voltando para frente da sala.

— Ah claro, com meu pai me obrigando a sair com o Fabinho, e minha mãe querendo que eu case com ele o mais rápido possível, eu ando me trancando no quarto para fugir sabe – Monica respondeu em vão, pois seu professor já tinha saído do campo auditivo da sua fala.

—-

Chegar em casa não foi muito diferente do que imaginou, o assunto era anel e Fabio para todo lado, dessa vez não precisou fingir o mal estar, ele lhe invadiu o estomago antes de qualquer idéia lhe brotar na cabeça.

Trancou-se novamente em seu quarto pensando no que faria no final de semana para não ficar em casa e aos poucos foi pegando no sono vencida pelo cansaço.

—-

A luz do amanhecer lhe invadiu a janela, a avisando que o sábado tinha começado ensolarado, olhou no relógio eram dez da manhã, um horário ótimo, sua mãe estava provavelmente  no clube, SPA ou algo assim, e seu pai fazendo sua rotina matinal de sempre.

Tomou um banho rápido, colocou um biquíni preto por baixo do vestidinho rosa e tomou um café da manhã acelerado, pegou tudo o que precisava, jogou dentro da sua bolsa de praia e saiu para tomar Sol se despedindo da Leia que continuava a analisa-lá preocupada. Ela sabia que a menina não estava bem.

Monica escolheu a mesma espreguiçadeira de praia de sempre, ficava no seu quiosque favorito, embaixo de um coqueiro grande que formava uma sombra sobre a mesa na qual ela apoiava seus pertences, a praia estava normal, nem muito cheia nem muito vazia, o mar balançava tranquilo refletindo os raios de Sol, como sempre levava tudo que podia para ficar aproximadamente a tarde inteira ali. Pediu uma água de coco e tirou um livro de novos passos com algumas anotações que ela fez em caneta preta para ler, juntamente com seu estojo.

Passado meia hora de leitura e novas anotações, parou em uma pagina que ficou encafifada, possuíam alguns passos que não reconheceu, ela tinha certeza que conhecia aquele livro de cabo a rabo, olhou novamente para aqueles passos e decidiu se levantar para tentar realizá-los.

Jogou o livro em cima da mesa que circundava o local e estralou o corpo para começar a dançar.          

Já era acostumada a treinar passos e até mesmo tentar criar coreografias ali, na praia, até mesmo por isso escolhia sempre essa esteira que ficava mais escondida sobre a praia cheia de Copacabana.

Após uns 15 minutos de tentativa, começou a encaixar o passo em um dos seus antigos formando o que poderia se chamar de coreografia, cantarolando mentalmente um ritmo que estivesse de acordo com a dança.

Vira e mexe algumas pessoas paravam para ver de longe, e no mesmo compasso Monica parava pra anotar alguma nova idéia para passos que tinha.

Voltou a dançar se equilibrando e rodopiando na ponta do pé, tirava isso de letra, mesmo descalça, quando parou de frente para o mar executando um movimento leve, sentiu a brisa lhe soprar sobre o rosto e alguém se aproximar apoiando seu braço sobre o dela.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

“Me disseram que você, estava chorando, foi então que percebi, como lhe quero tanto... ♪” Quase sem querer – Maria Gadú.

Beijinhos e espero vocês no próximo capítulo ♥ ♥ ♥



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