No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 53
Foto 3x4


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amores, como foi o feriado de vocês?
Estou passando pra deixar mais um capítulo cheinho de amor para vocês ♥ ♥ ♥
Quero agradecer muito mesmoooooo pelo carinho, atenção, pelas mensagens carinhosas que me mandam, pelos favoritos *--*
Vocês são incríveis ♥
Espero que gostem



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— Quer saber? – Monica perguntou enrolando o riso no choro - Acabou, estou cansada de tudo isso. Não vou mais dançar, não quero mais saber disso, foi uma péssima idéia ter vindo pra cá, não da mais... Pra mim chega! Vou embora... – Concluiu tirando suas coisas de balé de dentro da bolsa e jogando no chão, roupas que eles usariam, o caderno dos passos (ou o que restou dele), o pen drive que o Cebola a deixou com as musicas que dançariam, até mesmo sua sapatilha que mais gostava.

— Como assim vai embora? – Denise e Magali perguntaram juntas.

— Vou voltar pro Rio, pra mim já deu, meu pai estava certo, eu tenho que ser uma grande administradora e sei lá mais o que ele quer.

— Monica dançar é seu sonho – Magali se colocou a frente.

— Acho na verdade que os sonhos podem ser mudados – Monica concluiu sumindo para dentro de um taxi parado no ponto ao lado da escola.

—-

Cebola permaneceu imóvel por um bom tempo acompanhado dos amigos que ficaram igualmente sem reação diante do que tinha acabado de acontecer. Cascão não sabia se ajudava ou respeitava aquele momento e sob um olhar da Magali entendeu que era melhor deixar o amigo se acalmar.

Ver o taxi sumir de vista lhe causou uma das sensações mais estranhas que já sentiu, um aperto invadiu seu peito,  sentiu seu ar faltar, e a possibilidade de nunca mais vê-lá, se aproximar velozmente.

Continuou quieto observando o nada, onde antes tinha um carro, dividido entre a raiva e a agonia, não suportava ver a menina agindo com infantilidade, mas por outro lado ele a conheceu assim, e a aceitou do jeito que ela é, se apaixonou exatamente pelo forma doce dela lidar com as coisas, o que se contrapunha totalmente a ele. 

Assim que retomou a consciência antes ocupada pelas memórias, olhou para os lados e avistou o que procurava, correu em direção a sua moto, colocou o capacete de qualquer jeito e se preparou para dar partida quando a Denise se colocou em sua frente.

— Denise – Cebola gritou olhando para o Xaveco como se pedisse ajuda. – Me deixa passar por favor.

— Ce, você tem que se controlar, vai acabar perdendo ela pra sempre – Denise protestou sem sair da sua frente.

— Cebola, acorda, se você for atrás dela será muito pior, ainda mais de cabeça quente – Magali explicou de braços cruzados.

— É careca, sai dessa bad, nem parece que é você. Cade o cara que não se abalava por mulher nenhuma? – Xaveco brincou rindo, mas parou imediatamente com o olhar que a namorada lhe lançou.

— Eu vou pra minha casa, ou vão me impedir também? – Ele deu partida desviando da amiga e sumindo pelo mesmo local no qual o taxi desapareceu.

Denise balançou a cabeça negativamente, se agachando para pegar tudo o que a amiga tinha jogado no chão.

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Monica chegou em casa chorosa, subiu correndo, bateu a porta ao entrar e correu para o quarto, escancarou o armário, subiu na cama para pegar sua mala em cima do guarda roupas, abriu a mesma vorazmente, e imediatamente arrancou todas suas roupas, que foram delicadamente penduradas no móvel, as jogando de qualquer jeito para dentro da bolsa.

Abriu a sapateira dividida com a Magali, e tirou todos seus sapatos de dentro, foi até o banheiro e abriu a parte do espelho no qual lhe pertencia, pegou suas jóias, escova de dente e tudo que se encontrava lá, deu mais uma geral no quarto e por fim fechou o zíper das malas decidida.

O passo a seguir era o mais difícil, porém tinha que dar certo. Teria que contar com a colaboração da companhia de viagem, encontrar um vôo de emergência para aquela hora da noite, era quase impossível, rodeou pelo celular o mais rápido que conseguiu e quando por fim viu passagem disponível para o vôo das 23 horas, confirmou.

Abriu o forro falso da mala e tirou um dinheiro para ajudar as amigas nas contas do apartamento, colocou sob o vaso de flores da mesa e sem se despedir, ou se explicar para ninguém, Monica pegou com dificuldade suas malas e desceu apressada para portaria a espera do taxi que chegou logo a seguir. Não olhou para trás, também não conseguiria, tinha medo de fraquejar em sua decisão, foi o mais rápido que conseguiu, ela sabia que se desse tempo para a duvida, poderia não ter mais coragem de ir embora, ou algum amigo poderia a encontrar nesse percurso.

Por inúmeros momentos dentro dessa horas que se passaram, ela se questionou se não estava sendo injusta, mas em todas as vezes concluiu que a mais machucada de tudo isso era ela, não tinha como negar, a enganada foi ela.

De toda forma não havia mais como voltar, talvez deixar tudo isso que passou para trás seria a melhor forma de superar .

—-

Abriu a carteira para fazer o check in uma vez já no aeroporto, e se deparou com um dos seus pontos fracos, a foto 3x4 dela e do Cebola sorrindo estampava a primeira parte do objeto.

 A lembrança daquele dia feliz invadiu seu peito quase que como um raio, ela segurou a foto com firmeza e a admirou com um aperto no coração, permaneceu assim um tempo, por alguns segundos se sentiu insegura e de repente não sabia se valeria a pena desistir de tudo que sonhou e já tinha feito até aquele momento.

Como se seu desejo tivesse ganhado forma, ouviu seu nome sendo chamado ao longe, ainda como a foto em mãos virou e para seu desespero viu o Cebola correndo em sua direção.

A bolsa de mão em que carregava caiu no chão e ela permaneceu sem saber o que fazer até ele se aproximar.

— Monica, Monica, te encontrei, ainda bem, você não pode fazer isso, não pode ir – Cebola pediu tomando fôlego novamente.

— Cebola... – Monica balbuciou sentindo suas forças sumirem junto com sua coragem de ir embora.

— Monica, fui um burro, nem pensei no que fiz, tá mas e daí, uma aposta? Já foi, não importa mais, isso vai muito alem de nós, envolve seu sonho, suas amigas, sua independência. Eu não sou assim, mas ando estranho, nunca fui de correr atrás de ninguém, mas percebi que eu te amo de verdade, quando me toquei que te perderia senti um vazio, hoje quando cheguei no apartamento e vi que tinha levado todas suas coisas eu sabia que te encontraria aqui, não posso te perder. Não vai – Cebola falou bem rápido a olhando, vendo que ela não respondia, continuou - Vamos colocar nossos planos em prática, fazer a prova juntos...

Monica continuou a observar, as lágrimas se formaram em seus olhos, e ela permitiu que uma caísse enquanto ele esperava por sua resposta. Parecia tão lindo e fácil, por que ela não conseguia simplesmente se entregar novamente? O medo não podia ser maior do que seu sentimento. Então por que era tão difícil?

— Eu... – Ela tentou falar mais não conseguiu.

Cebola se aproximou e enxugou as outras lágrimas que escorriam rebeldemente.

— Eu te amo – Ela por fim falou criando coragem e talvez se arrependendo quase que de imediato.

Ele não esperou mais resposta alguma, com a mesma mão com que enxugava as lágrimas, segurou seu cabelo delicadamente e a aproximou para finalmente unir seus lábios num beijo regado de saudade.

Monica nem tentou lutar contra, o correspondeu com o coração em chamas esperando que aquele momento não acabasse tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

"Dos nossos planos é que tenho mais saudade, quando olhávamos juntos na mesma direção. Aonde está você agora além de aqui dentro de mim? ♪ " – Vento no Litoral – Legião Urbana

Beijinhos e espero vocês no próximo capítulo ♥ ♥ ♥



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