No Ritmo escrita por JéChaud


Capítulo 47
Por trás das cortinas


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bem??!!!
Aqui vai mais um capítulo com muitooo carinho pra vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada genteeeeeee sério mesmo, vocês são incriveis, muito obrigada de verdade pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



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— Não, Pai, eu estou terminando minha coreografia da Le ballet, é meu sonho – Monica choramingou o olhando. - E tem as meninas que eu moro junto, a escola que eu danço.

— Não me interessa, eu permiti que você viesse para dançar balé, e não essa pouca vergonha que fez em cima do palco, ainda exposta pra todos meus conhecidos, me envergonhando – Sr Sousa brigou naquele tom que dava medo. - Depois eu mando dinheiro pra suas amigas pro que elas precisarem.

Monica começou a chorar borrando toda sua maquiagem, Cebola a olhou desesperado sem saber o que fazer.

— A culpa não é dela, é minha senhor – Cebola se colocou a frente.

— Não quero ouvir sua voz rapaz, você nem deveria estar em um evento desse porte – Sr Sousa concluiu voltando para o local da festa – Vai se arrumar Monica e vem se sentar com a gente, tem meia hora.

—-

— Viu o que conseguiram fazer? – Monica gritou os olhando chorosa e por fim passando entre os dois rumo ao camarim.

Cebola ficou imóvel a olhando sumir do corredor para dentro do seu aposento, sua raiva e dor se misturavam, e a vontade de ir atrás dela foi interrompida pela voz do Fabio cortando o ar como uma faca afiada.

— Hahaha, você acha que vai ficar com ela um dia? – Fabio desdenhou o olhando — Acha que tem alguma chance?

Cebola sentiu uma vontade incontrolável de carimbar o outro olho do menino, mas preferiu não causar mais um tumulto no evento.

— Ela não é pra você e nunca vai ser, você não pode dar algo do nivel que ela merece, então nem sonha, ela pode até ter se aproximado um pouco, rebeldia sabe, pra provocar o pai dela, ou até mesmo a mim, mas ela sabe que no final, não tem nada a ver, ela vai ser uma grande bailarina, dançar nas melhores escolas, peço por favor que não atrapalhe isso – Fabio concluiu sorridente - Você nunca vai conseguir ficar com ela.

Fabinho sabia que a dor daquele soco deferido seria passageira, com um pouco de gelo tudo se resolveria, mas a ferida que ele abriu ao dizer aquelas palavras com certeza permaneceria ali no peito do dançarino de hip hop.

Cebola pensou em um turbilhão de palavras para se defender, mas não conseguiu proferir uma sequer.  O que tinha a ser dito naquele momento?

Com uma dor intensa o pensamento de ter perdido ela de vez inundou sua cabeça, quais motivos ela teria para o aceitar de volta?!

Era tudo muito mais complicado do que imaginara, envolvia a decepção da aposta, o fato de ter a enganado por não ter desfeito essa brincadeira, e seu pai que antes ele conheceria em uma viagem tranqüila ao Rio de Janeiro,  agora provavelmente não queria deixar a filha respirar o mesmo ar que ele.

Ele viu no olhar da Monica, o que a menina tanto reclamava em tardes ensolaradas no parque, tardes aquelas em que conversavam por horas, ela sempre lhe falava de como seu pai pensava somente em dinheiro, em como sua familia defendia o Fabio, não respeitando suas vontades e de como isso a magoava.

Cebola por vezes chegou a achar que era exagero a forma como ela relatava a falta de apoio da família para seu sonho de se tornar bailarina, que seu pai achava tudo isso perda de tempo, e que queria a transformar em uma grande empresária, mas naquele dia, em apenas cinco minutos ele conseguiu entender tudo.

Voltou para seu camarim e se jogou no sofá, poderia ir embora se quisesse, mas sua cabeça doia, preferiu esperar a poeira baixar, estava muito nervoso pra pilotar.

—-

Monica entrou aos prantos em seu camarim, sentou no sofá com as mãos no rosto sem acreditar muito no que tinha acabado de acontecer, quis se xingar quando pensou em como tinha sido ingênua, era lógico que seus pais e os Boa Pintas estariam lá, era um evento de multinacionais, seu pai era sócio de uma, eles sempre compareciam a esses tipos de eventos, inclusive ela própria já tinha ido em vários.

Pelo menos todos tinham amado a apresentação, segundos antes de acontecer tudo isso ela conseguiu ouvir e ver várias pessoas elogiando e sorrindo para eles, o dinheiro da ONG com certeza estava garantido. Ficou aliviada também em saber que a briga toda ocorrera atrás das cortinas, pelo menos não teriam problemas quanto a isso.

 Aos poucos foi tomando fôlego para guardar suas coisas, ajeitou em sua mala calmamente tudo que trouxe e ganhou, trocou de roupa, ajeitou a maquiagem antes toda borrada e parou em frente ao espelho para se olhar.

Não era mais a menininha que tinha medo de expor sua opinião, não podia ser aquela que ouvia tudo quieta anulando seus próprios sonhos, ela tinha crescido, se tornado mulher, não queria voltar para o Rio de Janeiro antes de sua prova, não podia jogar tudo pro alto depois de tanto ter lutado, teria que falar.

Tomou fôlego e saiu pisando firme limpando a ultima lágrima no cantinho do olho, caminhou rumo a mesa destinada a sua família e se sentou no lugar reservado a ela.

Algumas pessoas vieram a cumprimentar parabenizando pelo desempenho, outras pediram contato para contratação da dupla e Monica tratou de atende las o mais rápido possível antes que seu pai intervisse.

— Como está seu olho filho?! – Sr. Sousa perguntou olhando o menino que sustentava um guardanapo com gelo encostado em sua pálpebra.

— Melhor, aquele brutamontes por pouco acertava meu nariz – Fabio comentou tirando o gelo do rosto.

Monica pode ver a rodela vermelha escura em volta de onde o murro tinha acertado e instantaneamente percebeu que era muito mais critica do que imaginava a situação.

— Você sabe que ele não fez por mal né? Você o ofendeu Fabinho – Monica tratou de tentar amenizar mas se arrependeu logo em seguida.

— Não acredito que está defendendo ele Monica, você é uma moça cheia de classe, não pode achar normal uma atitude dessa – Fabio a encarou.

Monica virou os olhos e encarou o palco que já trazia a próxima atração, pelo jeito seria uma noite longa. Depois do jantar, e de muitas e muitas conversas desagradáveis, os convidados começaram a ir embora, ela aproveitou a musica mais baixa para retomar o assunto e resolver de vez as pautas pendentes.

— Então, pai, sei que o senhor está bravo, peço desculpas pelo ocorrido, mas sinto muito, não vou voltar, não antes de eu prestar a prova, estou estudando igual louca aqui para isso – Monica comentou sustentando o olhar, seu coração batia acelerado, falou o mais rapido que conseguiu para não ter tempo de desistir.

— Monica, você veio para dançar balé, se dedicar a sua carreira, e não essas coisas – Seu pai protestou.

— Pai “essas coisas” tem nome, e também é um estilo musical, são passos profissionais, o Cebola é professor de Street – Monica o defendeu novamente.

— Profissional ou não, quero você de volta pra casa, não paguei as melhores escolas para minha filha, pra você vir para São Paulo e misturar com qualquer coisa.

— Não vou voltar pai, e já te disse não é qualquer coisa, e eu sou maior de idade, nunca dei motivos para não confiarem em mim, sempre fiz tudo que vocês querem, chegou minha vez de correr atras do que quero, por favor me escuta – Monica choramingou cruzando os braços, fazendo Fabinho fraquejar, ele não aguentava ver a menina triste.

— Amor, vamos fazer assim, igual tínhamos combinado, ela fica até prestar essa prova, caso não passe, ela volta – Dona Luisa interveio tentando resolver.

— Eu vou passar mãe! – Monica a corrigiu nervosa.

— Monica, essa é sua ultima chance, caso contrário, você estará matriculada na faculdade de Administração do Rio de Janeiro antes mesmo de voltar – Ele concluiu se levantando.

Monica quis argumentar mais, porém preferiu não contraria lo além do que já tinha feito naquela noite, encarou os Boa Pintas e os Sousas se levantarem para irem embora, pegou sua mala um tanto quanto emburrada e os seguiu para se despedir.

— Pode deixar que vou te proteger daquele cara, Monica – Fabinho falou se aproximando.

— Não preciso da sua proteção Fabio, ele não é perigoso, ele só se defendeu – Monica respondeu tentando ser o menos grossa possível, ela considerava Fabinho um grande amigo e tirando o egocentrismo e a avareza ele era uma ótima pessoa, pelo menos com ela. Não concordava com quase nada a respeito dos valores por ele considerados mais importantes, porém tinha aprendido a lidar desde criança com seu jeito, cresceram juntos, e a adolescência dela quase que inteira passaram em festas, hotéis e eventos unidos, o carinho que criara era de irmão, pelo menos da parte dela.

— Você não está gostando dele né? Fala sério – Fabio riu piscando aqueles dois olhos azuis da cor de um pedacinho do céu nos dias mais ensolarados.

— Não, não estou – Monica resolveu não contar.

— Você sabe que estou sempre aqui, te esperando – Fabinho a abraçou sorridente.

Monica retribuiu o abraço em forma de despedida, por cima do ombro dele pode ver claramente o olhar que por noites ela sonhou, Cebola estava encostado em uma pilastra no lado oposto do clube olhando a cena de braços cruzados ressaltando seus músculos.

Ela então se soltou do enlaço e encarou o olhar por alguns segundos de insanidada, teria ficado ali por horas se sua mãe não a chamasse para entrarem no taxi que tinha acabado de chegar.

Ela sabia que não devia, mas desejou do fundo do coração poder voltar e abraçar o Cebola, passar a noite em claro na beira do lago onde tantas vezes ele a levará, conversando sobre os sonhos, os planos que fizeram e agora não passavam de lembranças que voavam com o vento.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥
Se puderem deixem suas opiniões, são sempre super mega bem vindas ♥

"Que hay detras cuando acaba el amor... Que hay detras?! ♪" - Que Hay Detrás - RBD.

Beijinhos e espero vocês no próximo capitúlo ♥ ♥ ♥



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