Sua mãe tentou lhe aconselhar, ficou chateada pela filha não ter conseguido realizar um sonho então se abateu um pouco, e lidar com isso foi muito difícil, ela não conseguiu olhar muito bem em seus olhos, e preferiu não falar sobre seus planos para suas férias naquele dia, subiu para seu quarto, tomou um banho quente e caiu na cama, avisou as amigas que chegou, ficou olhando um pouco a paisagem da sua janela e assim pegou no sono sem coragem para ler a resposta do seu professor.

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Acordou consideravelmente cedo, se olhou no espelho, nada amigo em dias ruins, ele lhe mostrava exatamente os olhos inchados de uma noite mal dormida.

Tomou um banho rápido para quebrar aquela preguiça da manhã, e finalmente sentou na cama criando coragem para pegar seu celular. Leu algumas mensagens, respondeu e seu coração acelerou quando chegou na do seu professor.

"- Oh minha Moniquinha, então eles acabaram de perder a maior bailarina que podiam ter conquistado – Marcos respondeu há horas atrás."

Monica terminou de ler respirando fundo e segurando o choro respondeu.

– Own prof obrigada, mas sei que nem sou tudo isso, fui reprovada nunca imaginei que seria, ensaiei tanto – Monica respondeu chateada.

– Monica, na vida, imagina como seria se todo mundo desistisse na primeira falha?! Não é assim minha linda, você tem que juntar força de vontade e provar que você é melhor que eles pensam, dar a volta por cima, e tirar sempre uma lição disso. – Marcos digitou aproximadamente cinco minutos depois.

– Prof... Eu tenho, um pouco de medo, de não realizar o que sempre sonhei, crescer, virar uma grande bailarina – Monica se acanhou.

– Monica, você já é uma grande bailarina, a melhor aqui da escola, arranca aplausos aonde se apresenta, alem disso ensina esse talento para as alunas mais novas, e elas amam, você sabe disso, para de achar erro minha pequenininha, você é nova, está começando agora, terá muitas chances de conquistar seus sonhos – Ele concluiu.

Monica ficou emocionada.

– Obrigada professor, você é maravilhoso, todos meus passos de balé aprendi com você, te amo.

– Moniquinha, fico honrado.

– Preciso te contar umas coisas também, sabe aquele pessoal que conheci em São Paulo?! Um deles, aquele dançarino que te falei, me chamou para apresentar uma peça com ele – Monica digitou ansiosa.

– Hummmmmmm, que fofo, ele é legal? Ele te respeita? – Marcos perguntou se preocupando, eles eram como família ele sempre cuidou muito dela.

– Não.. Hahaha não é isso, não é nesse sentido, haha ele é só um carinha legal – Monica tratou de consertar sem jeito.

– Hum... Sei, e você vai?

– Vou... Quer dizer vou tentar, você sabe né, tem meu pai...

– Vamos sair de férias semana que vem, pede pra ir passar um tempo lá – Ele deu a ideia.

– É então, exatamente isso que pensei, e vou fazer isso agora – Monica concluiu jogando o celular na cama, se sentia mais animada após aquela conversa.

– Boa sorte...

Monica analisou mentalmente a situação para ver se era realmente aquilo que ela queria, passar uma parte de suas férias em São Paulo, lembrou de Parati, da ultima vez que tinha ido na casa de uma amiga , ela amava, e sua amiga tinha a chamado novamente, em contra partida veio em sua memória o sorriso do Cebola quando ela disse que aceitava participar... Não poderia pisar na bola agora, abriu a porta do seu quarto e desceu, ela estava decidida.

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Seu pai estava na parte de escritório aos fundos da sala, onde era ladeado por vitrais de cima a baixo, lendo alguns papeis, sua mãe fazia o alongamento de toda manhã em frente a televisão.

– Olá família – Monica cumprimentou.

– Oi Filhinha parece bem mais animada ein – Dona Luisa reparou sorrindo.

– Bom dia filhota – Sr. Sousa sorriu.

– Papi estava pensando, e o que acham de eu passar as férias em São Paulo? – Monica falou rápido como se aquilo lhe desse mais coragem.

– Como assim? – Seu pai perguntou tirando a atenção do jornal e voltando para a filha.

– Pai eu saio de férias da escola semana que vem, das minhas aulas, das crianças e das apresentações, volto só no ano que vem, da pra eu ficar na casa das minhas amigas de lá um pouco, e eu sempre viajo nas férias – Monica justificou.

– Eu sei filha, mas sempre aqui pelo Rio, sempre por perto, você já não foi demais para São Paulo não? – Ele respondeu.

– Ah pai tem um projeto de dança que eu vou participar lá também – Monica contou olhando pra sua mãe.

– Ah sabia que tinha algo relacionado, bom eu marquei alguns eventos para irmos nesse final de ano, sem contar o jantar de virada do ano no hotel dos Boa Pinta que você tem que ir, o Fabinho me fez prometer que iria – Ele falou dobrando o jornal que lia.

– Ah pai sério? Esse menino não cansa? Eu quero ir pra São Paulo pelo menos um pouco – Monica protestou se sentando no sofá de braços cruzados.

– Não fala assim dele Monica, ele é um ótimo rapaz - Sr. Sousa defendeu.

Dona Luisa sentiu que era hora de intervir.

– Porque não fazemos assim meu amor, você vai pra São Paulo na semana desse seu projeto, fica lá alguns dias, e volta antes da virada do ano, que já confirmamos de passar no hotel dos Boa Pintas na festa que vamos todo ano.

– Mas mãe eu preciso ensaiar para o projeto, como vou apresentar? – Monica questionou revoltada.

– Se quiser será assim filha, você tem compromissos por aqui, pode ir na semana desse projeto, depois quero você em casa – Seu pai concluiu voltando a ler.

Dona Luisa olhou para filha com doçura e Monica entendeu na hora que era o máximo que conseguiria do seu pai.

Subiu pro quarto novamente pensando em como explicaria isso para o Cebola.

Resolveu o chamar no whats.

– Ei, psiu. - Monica mandou.

– Opa, fala gata – Cebola respondeu rapidamente.

– Cebola, temos um problema, só vou conseguir ir pra São Paulo na semana da festa, eu não sei como faremos pra ensaiar.

– Como assim, por que?

– Meu pai não deixou, quer que eu vá a um monte de eventos da empresa... E... Enfim, não vou conseguir.

– Caraca, perae me da um tempo pra entender, você tem quantos anos? – Cebola perguntou.

– Sério isso? Tenho 19 por que?

– Por que seu pai decide sobre o que você quer fazer?

– Porque aqui em casa é assim Cebola, e nem adianta, terá que arranjar outra pessoa – Monica comentou se irritando um pouco.

– Nada disso, você prometeu então vai ter que cumprir, tem skype? – Cebola perguntou tendo uma ideia repentina.

– Tenho por que?... Ah não você não acha que isso vai dar certo né? – Monica perguntou percebendo qual seria sua intenção.

– Vai dar certo sim, e você vem na semana, então no dia que chegar aqui já repassamos, vai ficar bom, me passa o seu Skype – Cebola concluiu.

– Que? Ta doido?

– Me passa Monica.

– Ta... Ta bom, mas eu acho que não vai dar certo isso.

– Vai sim, você vai ver...

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Cebola a adicionou no skype, testaram e amanhã começariam a ensaiar, se ia dar certo ele não sabia mas estava decidido que iria dançar com ela. Os passos já estavam quase todos adaptados a dupla, ele passou a ultima noite inteira trocando, agora só teria que descobrir como passaria isso via web.

Monica desligou a web sorrindo, e não é que ele estava animado para dar certo? Deitou olhando para o teto, estranhando a dedicação do menino em relação a tudo isso, desde o começo ele vinha sendo super prestativo e atencioso.

Virou para o lado e pensou no Fabinho, em como o menino ficava em cima dela se gabando de carro, de algum rendimento novo, de eventos carregados de glamour e de como o menino não ligava para o próximo, muito menos se esforçava para a ver bem.