– Olá amiga :) – Magali digitou.

– Oi Ami, eai tudo bem? – Monica respondeu.

– Tudoooo e você? O que faz de bom? – Magali perguntou curiosa.

Monica tirou uma foto da água de coco com o mar no fundo e enviou.

– To assim – Ela colocou na legenda.

– Ahhhhhhhhhhh filha da mãe, queria muito – Magali digitou em resposta.

– Vem – Monica convidou.

– Bem que eu queria.. Ahhh sabe quem perguntou de você? – Magali digitou animada.

– Quem? – Monica perguntou ansiosa.

– O Cebola.

– O Cebola.....

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Monica foi embora para casa pensando no menino de nome engraçado, e não é que ele era até legal, parecia que enxergava a vida de outro jeito.

Lembrou mais uma vez do amanhecer daquele dia, e sentiu a mesma sensação estranha da rodoviária, era possível sentir saudade do que nunca tinha vivido?!

Chegou à porta de casa quando ouviu uma voz a chamar, respirou fundo e virou sabendo de quem se tratava.

– Olá senhorita Monica, como está? – Fabinho perguntou apoiado no próprio carro estacionado do outro lado da calçada.

– Oi Fabinho, estou ótima – Monica respondeu soltando sua blusinha para volta la ao normal.

– Humm, me conta como foi sua viagem Moniquinha – Fabinho pediu se aproximando da moça.

– Foi muito boa Fabio, peguei muitas dicas na palestra – Monica respondeu tentando ser mais breve possível, dar corda para ele sempre resultava em mal entendidos.

– Podíamos comemorar sua volta, que tal um jantar no seu restaurante preferido? Te pego a noite – Fabinho propôs pegando em sua mão.

– Ah... Não, não vai dar, é que já estou ensaiando a minha coreografia da audiência – Monica respondeu soltando imediatamente a sua mão.

– Bom, tenho certeza que vai se sair muito bem, vou propor aos nossos pais um jantar de incentivo – Fabinho concluiu virando as costas e entrando novamente em seu carro. – Até mais Moniquinha.

– Tchaauuu – Monica se despediu.

Ela permaneceu lá com um sorriso forçado na cara até ele sumir de vista, uma vez o feito entrou em casa irritada, era sempre isso, quando o Fabio queria um encontro entre eles, ela tentava fugir, então ele pedia para os pais e pronto, um novo jantar entre as famílias acontecia e ela tinha que comparecer.

O conhecia desde criança, possuía carinho de amigo por ele, mas tinha dias que ele a irritava muito, não saia daquilo, era sempre a mesma coisa, os mesmos convites, aos mesmos lugares, já tinha comparecido a milhares de eventos grandes, jantares regados de luxo, sempre a apresentava a pessoas que se preocupavam muito mais com o que tinham no bolso do que nuns com os outros, estava cansada disso.

Subiu para o quarto, trancou a porta, jogou sua mochila no puff, procurou no computador a musica do ensaio e começou a passar os passos novamente, parando por vezes para ajustar um ou outro movimento e para descansar um pouco os pés, dançar sempre a acalmava.

Sua inscrição estava feita, sua coreografia começada, e faltava um pouco menos de um mês para a prova.

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Cebola saiu da escola feliz, estava tudo dando certo, seu projeto da ONG ia de vento em polpa, as instituições que eles ajudariam já estavam cadastradas, os alunos estavam animados para assistirem as apresentações, os convites estavam sendo muito bem vendidos, na escola tudo estava certo mais uma coreografia sua tinha entrado para o repertório de aula, e sempre que isso acontecia eles pagavam uma porcentagem da mensalidade dos alunos matriculados para ele, mesmo ele dizendo que não precisava a escola fazia questão pois sabia da dedicação que era precisa para criar uma coreografia inteira.

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Os dias em si passaram rápido, Monica a cada dia aperfeiçoava mais seus passos, passava horas ensaiando, o jantar com os “Boa Pinta” nem tinha sido tão chato assim, tentou relaxar curtindo o restaurante que mais gostava, tinha desistido de achar sua pulseira com o decorrer do mês ainda que muito chateada, e por vezes teve que convencer seu pai novamente de que se passasse na Le Ballet valeria muito a pena, ele quase a proibiu de viajar de novo.

Tinha falado menos com as meninas do Limoeiro, devido a correria dos ensaios sobrava pouco tempo no seu dia a dia, sempre que conseguia as chamava, mas com bem menos frequência.

Dessa vez iria viajar com um dia de antecedência, chegaria lá na sexta a tarde, a prova era no sábado, e ela voltaria no domingo, a resposta da prova saia na hora, e caso fosse positiva no domingo mesmo já entraria com os papeis necessários para sua transferência.

Na quinta feira a noite mandou mensagem para Magali avisando que estava com tudo pronto, sua mala, sua passagem, e inclusive sua coreografia, as meninas se animaram e decidiram fazer um jantar especial para recebe-lá.

Monica separou com carinho sua roupa da apresentação juntamente com sua sapatilha, as guardou com delicadeza em uma mala separada. Lembrou com tristeza que sua pulseira não estava nessa mesma mala, sempre a colocava junto com suas roupas de show, passou dias e dias lembrando enquanto ensaiava do quão feliz ficou quando seu avô a presenteou sorrindo com um pingente novo.

Chacoalhou a cabeça tentando espantar a vontade de chorar que tomou conta da sua garganta, tinha que se manter centrada, a prova estava pra acontecer e ela nem acreditava que finalmente daria um passo a mais em busca de seu sonho.

Já era tarde e a ansiedade não a deixava dormir, repassou na ultima semana pelo menos umas oito vezes por dia a mesma coreografia, seu professor acompanhava grande parte das vezes, quando ia espia lá ensaiando sozinha na sala do fundo.

Seu ultimo ensaio tinha sido com a roupa da apresentação sob o olhar atento de seu professor, ele fez os últimos ajustes, a recomendou inúmeras dicas, disse para se acalmar e se sentir confiante, e finalmente levantou dizendo que ela estava pronta.

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Amanheceu o dia devagar, os primeiros vestígios de Sol já despontavam no horizonte, Monica já estava acordada tomando café contra sua vontade.

Dona Luisa a fez comer bem, para viajar de barriga cheia, sabendo que ela não comeria sozinha.

Passou o restante da manhã repassando o que tinha que levar, e andando para um lado e para o outro.

Ah tarde não demorou a chegar e a hora do seu voo finalmente chegou...

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Denise e Magali chegaram correndo em casa, arrumaram rápido tudo que conseguiram, Magali já tinha deixado a comida no jeito, e agora era só esperarem a amiga.

Cebola ficou sabendo que a menina chegaria em breve, Denise e Magali falaram sobre o assunto o dia todo, ficaram sabendo que não poderiam assistir a audiência de tão perto, mas amigos e familiares poderiam ficar nos lugares mais distantes do auditório, sendo assim combinaram todos de irem torcer pela recém amiga.

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Monica já estava dentro do taxi quando ligou para as amigas avisado que estava chegando, assim que o carro parou ao lado do prédio indicado, Monica desceu e deu de cara com as duas amigas sorridentes.

– Volteiiii genteee – Monica falou sorrindo.

– Ihulllllll – As duas comemoraram a abraçando.