Projeto Destroyer escrita por Gwen Stacy Parker


Capítulo 2
Encontros e reencontros


Notas iniciais do capítulo

Hoye! Bom, estou de volta com mais um cap. Amei a aceitação de vocês! Aproveitem!



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–Sky, precisamos de você na sala delta- a voz de Maria Hill se fez presente no meu intercomunicador.
–Já estou indo, Hill, só espere um pouco- digo apressada e reviro os olhos. Passo pela base central do Triskelion, observando as pessoas passarem de um lado para o outro. Alguns me direcionam olhares desconfiados, já que minha máscara negra e meu uniforme negro com vários tipos de facas e armas, junto com aquelas botas de cano alto que alonga minhas pernas.
A famosa Destroyer cuja identidade é desconhecida. Mas eu tenho a confiança de Nick Fury, tenho que ter o respeito deles. Bom, por falar em Fury, eu preciso falar com ele, mas não sei onde raios ele se enfiou!
–SIAM- chamo com voz baixa.
–Sim, Destroyer- meu IA responde no meu intercomunicador.
–Localize Nick Fury.
Depois de um ou dois minutos chego a sala delta e vejo Maria Hill em frente a dois telões enormes vendo o ataque de Nova Iorque. Os Chitauris destruíram muita coisa e a equipe de danos estava trabalhando incessantemente para conseguir reparar tudo.
–Precisamos do seus poderes, Sky- ela logo vira pra mim.
Ninguém da SHIELD sabia a minha verdadeira identidade, nem Maria Hill. O que era bastante ridículo porque eu confiava em Hill como eu confiava em Nick Fury e o sentimento é recíproco.
–Estarei lá, amorzinho- digo para ela.- Mas porque não me disse isso pelo comunicador?
Ela me encara divertida e olha para os dois agentes que estavam na sala e aponta descaradamente para a porta. Os dois parecem sacar na hora e saem rapidamente. Hill se aproxima mais e me encara com seus olhos preocupados.
–A SHIELD está comprometida- ela sussurra preocupadamente.- Temos que dar um jeito.
–Pode deixar, queridinha.
***
–Nick Fury está da sala beta 1-16, Destroyer- SIAM responde e eu agradeço, logo me direcionando à sala.
Caminho por algum tempo e logo reconheço a porta da famosa sala de reuniões com o conselho, que sabe a minha identidade, por isso nem me preocupo em escondê- la deles. Sorrio e abro-a num rompante, sem me preocupar com quem ele está e nem se é da minha conta. Tiro a minha máscara e viro- me para trás
Entretanto, eu devia sim ter me preocupado.
Porque na minha frente encontravam- se todos os vingadores.
Droga.
Eu deveria ter sido mais cuidadosa.
–Olá- disse meio nervosa, mas não deixando transparecer. Quem sabe eles não me reconhecem...
–Hilary?- ouvi a voz esganada de Steve.
Ta bom, não deu certo.
Direcionei meu olhar a Steve. O Capitão não havia mudado muito, talvez as roupas num estilo mais atual, mas fora isso ele ainda era o mesmo com seu cabelo loiro e seus olhos azuis. Dei um sorriso sem graça a todos os vingadores e virei-me para a porta para sair. Eu havia me metido numa enrascada enorme e Fury nunca iria me perdoar por isso.
–Negativo, Sky- Fury disse severo - Agora que estragou seu disfarce, se explique.
Engoli em seco e voltei a encarar os heróis. Cada um olhava para mim com uma curiosidade sem igual. A dupla Gavião e Viúva me encaravam com contentamento, particulamente felizes por saberem quem eu sou. Banner me olhava sem entender nada. Steve estava assustado e confuso, e Tony… ele me olhava como se eu fosse uma daquelas artes de museu que você fica olhando meia hora atentamente tentando desvendá- la.
–O que querem saber? -perguntei por fim com um suspiro audível.
–Co-como isso aconteceu?- o Capitão perguntou aflito- Quer dizer, como está viva?
Olhei para Fury em um pedido silencioso de que me ajudasse. O diretor suspirou, e eu soube que estava ridiculamente ferrada, e pôs-se a falar.
–HIDRA- curto e direto. Esse é o Nick Fury que eu conheço.
Percebi que Steve prendeu a respiração com a revelação e alguns vingadores também, porém, um deles me chamou atenção. Tony Stark continuava me encarando estilo nova- peça- de- museu- de- arte.
–Você é bem familiar... -disse confuso- Já ficamos em alguma festa?
Instantaneamente me lembrei de Howard. Com toda certeza, esse cara é um Stark. Eu poderia ter dado uma boa resposta, mas Steve foi mais rápido.
–Tony, essa é sua tia Hilary, e Hilary esse é seu sobrinho Tony.
O moreno arregalou os olhos e pareceu perder o ar. Observando- o de perto, pude perceber que ele era bastante parecido com meu irmão e, inevitavelmente, comecei a sentir uma angústia profunda.
–Hilary Skylar Stark?- ele perguntou descrente.
–Prefiro Sky ou meu pseudônimo, Destroyer-respondi.
–Destroyer?- Steve perguntou confuso e ainda parecia em choque.- Por que Destroyer?
–Porque ela tem os poderes mais destrutivos que você pode imaginar- Natasha, a temida Viúva Negra, responde com ironia.- Mover o metal, ter super velocidade , ser mestre em armas e ser uma humana híbrida da raça Kree... não é pra qualquer um não, amigos.
–Mas o que tem a HIDRA?- Steve voltou a perguntar.
–Você nem vai querer saber, meu caro Rogers- respondo e vejo seu rosto se contorcer numa mistura de dor e arrependimento quando mencionei o antigo jeito que o chamava.
–Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Minha tia acabou de voltar dos mortos e eu não estou entendendo nada!- Tony exclamou desesperado e levantou da cadeira, vindo logo para o meu lado.- Tia, você deixou meu pai muito abalado. Ele falava de você o tempo todo.
–Depois que eu supostamente morro, ele fica carinhoso- dei uma risada, sentindo uma vontade enorme de chorar, porém não me dando o luxo.- Sinto falta daquele panaca.
–Ele chegou a adoecer por sua causa.-senti uma dor no coração ao ouvir essas palavras
–Acho que você está fazendo a garota se sentir mal, Tony- O doutor Banner disse calmo
–Se for como o Howard, é delicado como um elefante- respondi, pondo a mão na cintura e dando um sorriso irônico.- Estou acostumada.
***
Todos os vingadores haviam saído da sala de reuniões e somente eu havia ficado lá, sentada em uma cadeira olhando para a parede. Flashes de memórias vinham na minha mente incessantemente. Eu e meu irmão, eu e Bucky, Steve… era tudo muito confuso. Sempre que lembrava deles, minhas lembranças me levavam até a HIDRA, por isso que evito em pensar neles o tempo todo.
Rever meu passado ainda não estava nos meu planos, eu não estava preparada. E der repente eu encontro meu meu melhor amigo e meu sobrinho -é bem estranho chamá -lo assim.
Fui tirada de meus pensamentos com alguém tocando em meu ombro, fazendo- me virar e dar de cara com o Capitão América me encarando meio acanhado.
–Será que poderíamos conversar?-ele perguntou desconfortável.
–Vá em frente, Soldado.-respondi sorrindo amarelo. Há quanto tempo eu não dava um sorriso de verdade?
–Eu não sei se você lembra da nossa última conversa...-ele começou a dizer, mas o cortei.
–Está mais pra discussão.
Ele se possível, pareceu ainda mais envergonhado.
–Desculpe- murmurei.
–Eu falei coisas sem pensar, Hilary - ele disse segurando minha mão, seu olhar para mim era desesperado, nunca o vira desse jeito. - Eu nunca magoaria uma mulher, muito menos minha melhor amiga.
–Claro, porque você deixou bem claro que era meu melhor amigo quando me chamou de egocêntrica- respondi irônica e vi seus olhos azuis se encherem de lágrimas.
–Juro que não queria falar isso- ele disse baixo.- Eu estava fora de mim!
-Steve- chamei-o.- Você sabe quando a Hidra me capturou?
Ele negou com a cabeça. Olhei para o mesmo aflita, sabendo que isso poderia machucá- lo. Mas ele precisava saber, precisava saber que, mesmo brigando, eu estaria ao seu lado o tempo todo.
–Enquanto eu te procurava.
O loiro não se segurou e começou a chorar, fazendo meu coração se apertar mais ainda em meu peito. Conseguia sentir seus pensamentos, ele estava se culpando tanto que eu conseguia ver sua preocupação comigo.
–E-eu não sabia- respondeu desesperado e apertando mais a minha mão.- Eu nunca imaginei...
–Eu não o culpo, Steve - respondi passando a mão por sua bochecha e limpando algumas lágrimas. Não pude deixar de notar o quanto isso era estranho. Eu, Hilary, consolando o maravilhoso e corajoso Capitão America, o primeiro vingador.- A única culpada fui eu, que desobedeci meu irmão.
Passamos alguns minutos em silêncio e vi a respiração do loiro desacelerando. Seus olhos ainda estavam fixos no meu e percebi que ele estava se acalmando, mas continuava pensando em alguma coisa.
–Por que me procurou?- perguntou sussurrando, se eu não estivesse ao seu lado, não teria ouvido.
Isso, na verdade, era uma boa pergunta. Estava tão desesperada para encontrá- lo, que não tinha pensado muito o porquê de está fazendo aquilo tudo.
–Você era meu amigo, mas não sabia muita coisa sobre mim- disse, tentando dar alguma resposta- Eu não podia te culpar.
–Eu posso te dar um abraço? -perguntou com a voz trêmula.
–O que está esperando, Soldadinho?
***
–Sky!- bradou Nick Fury.
Ah, ótimo.
Estou ferrada.
Eu havia colocado a minha máscara e treinava a pontaria na sala de treinamentos do Triskelion. O dia havia sido muito emotivo e eu tinha que extravasar em alguma coisa.
–Sim, Fury- respondi guardando a faca no meu cinto e me virando para ele.
Fury estava normal, a mesma aparência de sempre, mas pude ver nos seus olhos (olho, na verdade) uma certa preocupação.
–O que você fez foi totalmente irresponsável- ele disse lançando- me um olhar feroz.- Além de interromper uma reunião, você revelou sua identidade para um grupo de 5 pessoas individuais que não obedecem a minha hierarquia, ou seja, eu não tenho como mandar eles calarem a boca. Só dois deles!
–Eu vou ficar bem, Nick- disse cansada.
–Eu espero.
–Quem sabe… eu até entro para os vingadores!
***
–Senhorita, uma outra inteligencia artificial quer entrar em meu sistema- SIAM avisou.
–Ligação?- perguntei enquanto mastigava meu hambúrguer.
–Sim, de uma inteligencia chamada JARVIS. Está identificado como Anthony Edward Stark.
–Pode jogar.
Eu estava nos meus aposentos, numa casa em Washigton, nos arredores do Triskelion. Era um lugar de extrema segurança e tecnologia que eu mesma desenvolvi. Estava sentada no sofá e vendo The Royals na TV. Tinha mais nada pra fazer mesmo.
–Senhorita Hilary Skylar Stark- ouvi a voz de Tony Stark.
–Senhor Anthony Edward Stark- disse irônica.
–Tenho uma coisa para você. Do meu pai, que tal eu ir te mostrar?- ele perguntou e eu suspirei.
Ainda estava muito confusa em relação a tudo isso. Mas eu devia isso a Howard.
–Sim- respondi.- Sei que você está tentando me rastrear, mas minha IA não vai permitir. Te darei permissão, esteja aqui em alguns minutos.
–Pode deixar, tia.
Em menos de alguns minutos, Tony Stark estava sentado no meu sofá e olhando para o que passava na minha TV com o rosto contorcido de nojo.
–Você gosta disso?- ele perguntou apontando para a TV.- Meu Deus!
–Ei, fique quieto. Tenha mais respeito!- disse irônica e ele me olhou com falso arrependimento.
–Desculpa, tia- ele disse e me encarou sério.- Tenho uma coisa do meu pai pra você. Ele foi bem específico… só podia ser entregue a você. Ele se abalou muito com a sua morte, Hilary, ele sempre falava de você, de como era inteligente, de como ele a protegia e você protegia ele, de todas as brigas. Parece que sua suposta morte deixou ele muito mais abalado do que você imagina.
–Eu não queria nada disso, Tony- respondi, sentindo a culpa me dominar.- Não queria que ele adoecesse, que ele ficasse tão ruim. Nem queria ter sido sequestrada! Só aconteceu.
Nos olhávamos fraternalmente, eu conseguia sentir sua tristeza e entendê- lo. Isso que eu seria para ele, um bálsamo. Alguém em que ele podia confiar para tudo e que sempre iria ouví- lo e compreendê- lo acima de tudo. Um amor, de um jeito fraternal, me invadiu pela primeira vez em muito tempo. Eu iria cuidar desse homem- lata. Eu precisava cuidar dele. Por Howard.
–Confie em mim- eu disse e ele sorriu me analisando por alguns segundos.
–Confiarei- Tony, por fim disse. Depois ele se levantou e pegou uma espécie de pen drive do seu bolso, só que era um pouco mais antigo.- Agora vamos ouví- lo.
Ele colocou o pen drive na TV e esperamos um pouco. O símbolo das indústrias Stark apareceu e logo depois Howard.
Ver o meu irmão um pouco mais velho, sério e dentro de um terno foi um choque para mim. Sei que ele havia morrido e que eu estava viva na época, mas mal lembrava (graças ao meu trabalho na HIDRA) dele. Só quando a terapia parava de fazer efeito.
Até os choques começarem de novo.
–Olá, Hilary- sua voz ecoou por toda a minha sala. Era cansada e com um pouco de dor. Tony segurou a minha mão e eu sorri para ele agradecida.- Sei que muitos dizem que eu sou louco para fazer um vídeo para uma pessoa morta, mas eu não acredito que você morreu. Você ainda está viva.
E sabe porque eu sei? Porque eu sei como você é valiosa, como suas habilidades vão além do limite. Você não afundou no gelo como muitos dizem. Eu vi você sendo sequestrada. E cortou o meu coração ser incapaz de chegar um pouco mais cedo.
Você é especial, Hilary. Você leva as coisas para um outro patamar e se meu filho conseguiu te encontrar ou outra pessoa, eu espero que saiba que você pode fazer coisas grandeosas. Coisas que ninguém é capaz de fazer.
Peço para que cuide de meu filho, caso algo aconteça comigo, peço para que fique com uma parte das Indústrias Stark. Eu confio em você mais que todos, sempre confiei. Você é a minha irmã, a pessoa em que eu sempre me apoiei. Espero que possamos nos ver novamente, mas se não…
Fique sabendo que eu te amo. Muito, mana.
E não ligue para esse meu drama. Pois, ao contrário do que todos dizem, eu sou o dramático da família, não é?
É isso. Te amo, mana.
Adeus.


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Notas finais do capítulo

Bom... obrigada por tudo! Qualquer coisa me perguntem me avisam.
Até a próxima!



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