ICarly-Vantagens de Implicar Com Você escrita por dreams


Capítulo 6
Capítulo 6- Almôndegas


Notas iniciais do capítulo

-É, você tem razão. Carly é bem sensível. -Disse ela meio chocada, Freddie realmente conhecia Carly.

—Que? Você me trocou pelo o Gibby? -Perguntou Freddie, incrédulo.

Desde quando eu virei sua namorada pra eu "trocar" você por alguém? -Disse ela franzindo o cenho.

Agora ele estava mais uma vez de frente para o seu apartamento, virou para Sam e...



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Eles ficaram ali se olhando. 

Era engraçado como os dois gostavam de fazer isso frequentemente, mas não percebiam e nem admitiam. 

—Olha, Sam...-Começou ele cheio de raiva, apontando o dedo pra ela. 

Mas ele não conseguiu terminar, estava cansado demais pra começar uma discussão. 

—Ah, esquece. -Disse, por fim. 

Ele estava indo em direção à porta do seu apartamento, quando Sam disse: 

—Ah Freddie, diz pro seu primo que eu mandei parabéns pelo o casamento. 

—Hmm, como assim? -Disse ele sem entender. 

—Ah, é que o Gibby vai me levar pra patinar no gelo aonde tem um cara fantasiado de galo, a gente vai jogar almôndegas nele. -Disse Sam, ansiosa. 

—Que? Você me trocou pelo o Gibby? -Perguntou Freddie, incrédulo. 

Ele estava levando fé que ia com Sam ao casamento de seu primo. Ele bem que queria ver Sam em um vestido, ele só tinha visto uma vez, quando Sam tinha saído com um cara da escola e ela estava tentando mostrar pro cara como realmente ela era menina. 

—Desde quando eu virei sua namorada pra eu "trocar" você por alguém? -Disse ela franzindo o cenho. 

Freddie sem achar graça da piada de Sam, apenas disse:

—Você entendeu! Você disse que iria comigo! -Freddie agora parecia mais calmo.

—Ah você vai achar outra pessoa pra ir. -Disse ela tirando um sanduíche do seu bolso. 

—Presunto? 

Ela ofereceu. 

Sam nunca ofereceria comida para Freddie. 

—Você guarda um sanduíche no bolso, Sam você não repara que isso não é normal? Ah qual é...-Agora ele queria começar uma discussão, por mais que não tivesse energias pra isso. Não teria graça não implicar com ela. 

Uma discussão por um motivo tão ridículo. 

—Aí, você vai querer ou não? Eu nunca te ofereço nada, cabeça de pato, então se eu to te oferecendo é porque eu to arrependida por te deixar sozinho no casamento do seu primo. -Ela disse, de uma só vez. Mas não queria admitir aquilo, soava meio humilhante na cabeça dela. 

—Olha, primeiramente, minha cabeça não parece com uma de um pato, e não...-Freddie parou por um segundo e adquiriu as informações. -Espera aí, como assim ta arrependida? Você é a Sam Puckett, não se arrepende absolutamente de nada! 

—Me arrependo só de não ter chutado a sua cara ainda. -Ela disse sinceramente. 

Ela olhou para seu tênis e depois para a cabeça de Freddie. 

Ele, entendendo, apenas disse bem rápido: 

—Não! 

—Ah deixa vai, só uma vezinha! -Sam estava pulando, ela realmente queria dar um chute na cabeça de Freddie. 

—Para, Sam! -Ele disse. 

—Ta...-Ela olhou para seu sanduíche.-Ta olha, se você quiser eu não vou mais na patinação de gelo. 

Ele agora não queria provocar. Ela estava mesmo se desculpando por ter pensado em outra coisa muito legal pra se fazer. 

—Não, olha...-Disse ele, calmo. Colocando a mão em sua nuca. -Eu sei o quão legal seria isso pra você, pode ir, é sério. E também, eu nem queria ir nesse casamento, minha prima Jennie vai estar lá. 

—Aquela que come meleca? 

—É. -Ele confirmou. 

Eles se olharam um pouco mais, como de costume. 

—Beleza então, tenho que ir, minha mãe disse que encomendou três tortas gigantescas! 

—Hmm, pra quê? 

—Pra comer, é claro! -Disse Sam. 

—Ah, certo. -Disse ele, por fim. 

Ela deu alguns passos pra chegar ao elevador, mas Freddie a chamou: 

—Ah, espera, Sam! 

Ela olhou rapidamente pra ele, quase que seu pescoço tinha estralado. 

—Vai só você e o Gibby na patinação? 

—Sei lá, por que?

—Hmm nada, tá, pode ir. -Ele disse. 

Mas algo estava errado, ele estava deprimido. 

—Ta tudo bem? -Ela perguntou. 

—Ta, é só que...eu poderia ir junto? -Ele disse sem jeito, se Sam não teria o chamado, é porque ela não queria ele lá. 

—Quer ir? -Ela perguntou incrédula e com um sorriso no rosto. 

Por um segundo, ela pensou Freddie jogando almôndegas no Galo da patinação. Talvez seria a coisa mais selvagem, maldosa que ele já teria feito. 

Sam sempre mantinha seu sorriso.

Seja por piadas, sarcasmo, ela sempre estava com ele. 

—É, é que...-Ele começou.- Tá, acho que preciso abrir o jogo. 

Sam chegou mais perto dele. 

—Abrir que jogo? O seu joguinho de computador do club dos nerds? 

Sam não conseguiu conter a risada. 

—Para, Sam! É sério! 

—Ta, fale, estou te ouvindo, Freduardo Benson. 

E mais uma vez ela riu, não levava a sério o nome "Freduardo". Ainda mais sabendo que Freddie detestava ser chamado assim. 

—Ah, deixa pra lá. -Ele disse, sem coragem e vontade de dizer. 

—Você vai falar ou não? -Ela perguntou, calma. 

Ele olhou um pouco pra ela pensativo. 

—Ta, eu falo. Mas não pode ser aqui. 

—Ah Freddie relaxa, todos nós aqui já sabemos que você dorme com seu pinguim de pelúcia que está segurando um computador. 

Ela agora tinha apertado as bochechas de Freddie e como sempre, rindo demais por saber desse fato. 

—Para! Não durmo mais com ele! 

—Aham. -Disse ela, sem acreditar. 

—Ah esquece, você não ta afim de ouvir o que eu tenho pra dizer. 

Disse ele indo para seu apartamento, mas algo o prendia. 

A mão de Sam estava segurando seu braço. Ela nunca faria isso. Só se fosse na ocasião de arrancar o braço de Freddie. 

—Espera! Tá, vai, fala. 

—Já falei que não pode ser aqui! -Disse ele, baixinho, quase sussurrando. 

—Por que não? 

—Porque nesse exato momento a Carly ou o Spencer podem estar de ouvidos na porta, ou até mesmo a minha mãe! 

Sam riu. 

—Pera aí, bonitinho. Quem fica atrás da porta de ouvido e de olhos pra ver se a Carly chega aqui, é você! 

—Eu nunca fiquei de ouvidos, só de olho mesmo! AAA! -Gritou Freddie. 

Ela tinha tirado uma informação que ela já sabia, mas ele não queria confessar. 

—Enfim, tem que ser outro lugar. -Ele terminou. 

Agora ele estava mais uma vez de frente para o seu apartamento, virou para Sam e...

—As escadas isoladas do prédio! -Os dois disseram juntos, um apontando o dedo para o outro, os dois orgulhosos por terem a mesma ideia. 

Eles ficaram felizes que lembraram das antigas escadas isoladas do prédio, era um bom lugar pra conversar. 

Tinha uma paisagem incrível de Seattle. 

Mas com tudo, eles sentiram uma ponta no estômago. 

Ali tinha acontecido o primeiro beijo deles. 

Por mais que o beijo tenha sido só para acabar com a história de que nenhum dos dois tinham dado o seu primeiro beijo, aquele beijo não tinha saído da cabeça de Freddie. 

E por mais que Sam não quisesse pensar e nunca mais tocar naquele assunto de novo, ela sempre pensava nisso quando ia dormir em uma noite calma, porque foi assim que tinha acontecido. 

—Hmm, então, vamos? -Meio estranho por ter pensado naquilo de novo, só que agora, na frente de Sam. E se sentindo estranho duplamente agora que ele tinha percebido que essa frase ele teria usado segundos antes de se beijarem. 

Mas ele sabia que não teria sido o primeiro pensamento na frente dela, toda vez que via Sam, alguma caixinha de lembranças no seu cérebro o lembrava desse fato. Que aquilo tinha acontecido justamente com a menina que ele mais se irritava na maioria das horas do dia. 

Ela tentando tirar aqueles pensamentos de sua cabeça, pensou em queijo e tudo ficou bem. 

—Simbora! 

 

A noite estava calma, nem frio nem calor fazia naquela linda visão de Seattle. Os prédios iluminados fazia Sam pensar que as luzes estavam ali para assisti-los. Mas ela nunca revelaria isso pra ninguém, parecia clichê demais pra sair da boca dela. 

Eles chegaram e sentiram o clima de nostalgia. 

Há algum tempo atrás, eles tinham se beijado. 

Sam entrou primeiro que Freddie, sentou na cadeira que havia ali do lado das escadas abandonadas, e olhou pra ele. 

—E então, fala, Benson. O que você tem pra falar que a Carly não pode ouvir?

Freddie sentou perto da porta de vidro. E quando se ajustou, se surpreendeu. 

—Como você sabe que especialmente a Carly não pode ouvir? Eu disse que o Spencer e minha mãe também podiam...

Ela o cortou e logo disse: 

—Eu não sabia especialmente que a Carly não podia ouvir, você acabou de dizer. -Sam sorriu. 

Ele revirou os olhos. Mais uma vez ela tinha conseguido tirar informações dele sem ele estar preparado. 

—Mas fala aí, é tão sério assim?

—E que...tá, você é a pessoa que sempre me zoa por conta disso e...quero que você seja a primeira a saber. 

Sam arqueou as duas sobrancelhas. 

—Já sei, você vai dizer que engravidou alguém? Como assim, Freddie? Você vai trazer prejuízo pra sua mãe, orelha de boi! Ela não te disse que você tinha que terminar a escola? E a faculdade? Muleque irresponsável! -Sam estava de pé, indo pra cima de Freddie querendo bater nele. 

—Para, Sam! Ta maluca? Eu não engravidei ninguém! -Ele gritou. 

Ela se acalmou, e o largou. 

—Ah, o que é então? -Ela perguntou. 

Freddie fez um gesto com a mão para ela se sentar. 

Ela se sentou e ouviu. 

—Eu acho que...não gosto mais da Carly. -Disse esfregando suas mãos nas outras, ele estava nervoso. 

—O que? Como assim? -Ela ficou chocada. 

—É, eu andei pensando, e...-Ele agora estava com a sua mão em sua nuca. -Ela nunca me deu bola, ela sempre quis ser minha amiga, minha grande amiga. 

—Ta, e? Por que ela não podia ouvir isso sendo que ela não te dá bola mesmo, Freduardo? -Sam não tinha entendido. 

Freddie nem ligou que ela tinha o chamado de Freduardo, se ele tivesse notado, ele iria explodir de raiva. 

—Porque mesmo que ela não se importe comigo, eu sei como seria pra Carly ouvir que alguém que sempre gostou dela, no caso eu, não gosta mais. Ela ficaria magoada sem mesmo dar bola pra mim. 

—É, você tem razão. Carly é bem sensível. -Disse ela meio chocada, Freddie realmente conhecia Carly. Mas aos poucos seus pensamentos sobre isso foram mudando, porque Freddie tinha agora admitido que não, ele não gostava mais da menina que tinha um irmão artista maluco e divertido.  

Sam riu suavemente. 

—Você lembra aquela vez na primeira série,  que a Carly não queria tomar banho com o patinho de borracha do Bruce, porque eu peguei do armário dele por vingança, por ele ter traído a Carly?

Freddie acenou positivamente. 

—Ela não quis usar, só porque ela não queria mais lembranças dele. 

—É, ela realmente se importa com essas coisas. 

Sam deu uma olhada em Seattle. 

Já que eles não estavam mais mantendo contato visual, Freddie sabia que era essa a hora. 

—Almôndega? 

Essa frase normalmente seria de Sam, mas quem tinha dito isso era Freddie. 

—Você? -Sam riu mais uma vez suavemente. -Você trouxe almôndegas pra cá? É claro que eu quero, passa pra cá! 

Freddie sorriu e deu pra ela o pote de almôndegas. 

Sam pegou uma almôndega e olhou.

Ela não parava de rir cada vez mais suave. 

—Que foi? -disse Freddie, também com um sorriso no rosto. 

—Nada, é só que...isso ta parecendo muito com...

—Com o nosso primeiro beijo? -Perguntou Freddie, com uma voz suave. 

Sam sentiu uma ponta no estômago. 

—Você vai quebrar meu braço agora, né? Por eu ter continuado sua frase e pensado na mesma coisa que você. -Disse ele, apreensivo, mas ainda feliz por estar naquele lugar com ela. 

—Não. -Disse ela, suave. -É, ta tudo igual. As escadas abandonadas, essa vista impecável de Seattle. 

De repente os dois se olharam, e pela primeira vez, não tinha sido constrangedor. 

—Mas, sem chance da gente se beijar de novo, Fredonho. -Disse ela, calma. Querendo jogar uma almôndega na bochecha de Freddie. 

Ele percebeu e disse: 

—Não! 

—Ta...-Ela revirou os olhos. 

—Então...vamos? -Disse Freddie se referindo à ir embora, mas ele logo percebeu que tinha dito essa frase de novo, a frase que ele disse antes dos dois se beijarem pela primeira vez. 

Ela percebeu isso também e se olharam um pouco mais. 

Então ele tomou coragem. 

—Sabe...seria muito ruim se...a gente se beijasse de novo? -Disse isso meio inseguro, e perto de uma saída de emergência, porque a qualquer momento ela poderia dar um soco e afundar o olho dele. 

—Só pra se lembrar de como foi o primeiro? -Ela perguntou. 

Freddie se aproximou de Sam. 

—Só pra se lembrar de como foi o primeiro. -Ele afirmou, entrando no joguinho deles. 

—E a gente não vai falar isso pra ninguém, né? 

—Nunca! -Os dois estavam sorrindo demais, eles adoravam aquele joguinho deles. -Só se você não for parar no dentista de novo e falar pra Carly sobre isso. 

Pararam de sorrir um pouco, mas o olhar mágico suave era o mesmo. 

—Então...

—Eu vou. -disse Freddie respondendo sem Sam perguntar. 

Ele virou seu pescoço para chegar perto de Sam e ele fez o mesmo. 

A sensação era maravilhosa. Ambos corações batendo tão rápido, um beijo de saudade, de amizade, de amor, de paixão, de carinho. 

Depois de mais ou menos uns oito segundos, eles se separaram. 

—É, isso foi...

—Bom. -Completando Sam, e os dois voltaram a sorrir. 

—Bom, agora eu tenho que ir, tortas gigantescas estão me esperando.-Disse ela ansiosa. 

Freddie riu.

—Manda a ver nas tortas! -Apoiou ele, que estava usando sua camisa azul. 

Sam se levantou e foi saindo pela porta de vidro. 

Mas antes que ela pudesse ir...

—Ei..-Começou Freddie. 

—É, eu também. -Disse Sam sorrindo. 

E aí ela se foi. Deixando Freddie com os prédios iluminados de Seattle. 

Ele olhou ela indo embora, como tinha feito na primeira vez. E desta vez notou que ela estava usando a blusa vermelha que Carly tinha dado pra ela no Natal. 

Os dois se sentiam bem, porque sabiam que depois desse beijo, eles iriam discutir cada vez mais por coisas bobas, cada vez mais eles iriam gritar um com o outro, cada vez mais eles iriam ter ciúmes um do outro e não admitir, eles iriam se implicar cada vez mais, era um joguinho deles. 

Um joguinho que eles não queriam que acabasse. 

E não acabou. 

 

 


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Notas finais do capítulo

E por mais que Sam não quisesse pensar e nunca mais tocar naquele assunto de novo, ela sempre pensava nisso quando ia dormir em uma noite calma, porque foi assim que tinha acontecido.
Mas ele sabia que não teria sido o primeiro pensamento na frente dela, toda vez que via Sam, alguma caixinha de lembranças no seu cérebro o lembrava desse fato. Que aquilo tinha acontecido justamente com a menina que ele mais se irritava na maioria das horas do dia.