Snow escrita por letter


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Hello and Welcome.
Eu estava divagando ao invés de estudar e... TCHARÃ!
É a primeira do gênero que posto, e é realmente difícil tentar fazer algo decente que venha do George RR Martin, o cara mita. Então, por favor, leia com carinho, não esperando a maravilhosa escrita e descrição do Maritin, pois sou uma mera mortal.
Jon é de longe meu personagem favorito, então eu não podia viver meus dias de escritora sem escrever algo sobre ele.
Boa leitura :D



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...Então Bowen Marsh parou diante dele, lágrimas correndo pelo rosto:

— Pela Patrulha. – Acertou Jon na barriga. Quando tirou a mão, a adaga ficou onde ele a havia enterrado. Jon caiu de joelhos. Pegou a adaga pelo cabo e a arrancou. No ar frio da noite, a ferida soltava fumaças.

— Fantasma – sussurrou. A dor tomou conta dele. Espete neles a ponta aguçada. Quando a terceira adaga o atingiu, ele deu um grunhido e caiu com o rosto na neve. Nunca sentiu a quarta faca. Apenas o frio.

Não havia mais nada. Não havia muralha, não havia patrulheiros, não havia tochas cortando o ar com seu fogo bruxuleante. Nada. Era apenas o nada imerso no frio e na escuridão que puxava Jon Snow de si para longe do que era o mundo.

‘Acabou’, pensou Snow imerso no frio e numa tenebrosa escuridão, temendo o que diria ao encontrar os deuses antigos e os novos, pois Jon tinha certeza de que havia falhado.

Não havia mais nada. Não havia muralha, não havia Patrulheiros, não havia tochas cortando o ar com seu fogo dançante. Nada. Era apenas Jon e sua consciência e talvez esse fosse o mistério do que havia na passagem da vida para o além.

— Melhor levantar-se antes que velha ama veja o estado de suas vestes – murmurou uma conhecida e já quase esquecida voz.

Jon Snow notou que não era escuridão e sim suas pálpebras fechadas. Abriu os olhos e a luz de sol de verão ofuscou sua visão por um momento antes que ele tomasse consciência de seu corpo deitado sobre a relva molhada.

Robb Stark estendeu a mão para o meio-irmão que se apoiou nela para se levantar sem pensar na improbabilidade daquele momento.

— Robb? – murmurou surpreso sem conseguir tirar os olhos do irmão. Robb assentiu sorrindo e puxou Jon para um apertado abraço. Jon já não o via há anos, eram apenas garotos do verão quando se despediram sem ter idéia dos planos que os deuses haviam preparado para eles, caminhos tão diferentes e ao mesmo tempo igualmente obscuros. — Onde estou?

— Em casa, é claro – respondeu Robb Stark sorrindo, soltando o irmão e deixando que Jon visse o monte de torres e torrinhas que compunham o castelo de Winterfall, as árvores de centenas de anos que cercavam todo o terreno, as edificações que permitiam os homens do norte prosperar.

— Mas ouvi dizer que os Bolton tomaram Winterfall e Roose foi proclamado protetor do norte, eu não entendo.

— Irmão, você está em casa. Agora você está em casa.

Jon Snow finalmente compreendeu. No final das contas não enfrentaria a fúria dos deuses e seu desagrado para com ele. Não haveria como encontrar Robb Stark em um Winterfall coberta de relva e não de neve, era inverno e Robb estava morto. Jon entendeu sem pesar o que isso significava. Talvez Jon não havia desagradado tanto assim os deuses para que sua vigia terminasse em Winterfall. Não seria de um todo ruim aguentar Robb pelo resto dos tempos.

— Eu sinto muito pelo que houve com você, nunca deveria ter ido para a Muralha, deveria ter o seguido para o Sul – admitiu Jon.

— Não sinta, estamos em casa agora – lembrou Robb — Sem guerras, sem inimigos. O pai ficará feliz em vê-lo.

— Ele está aqui? – perguntou Jon surpreso para Robb que começou a andar rumo à maior das edificações construídas no coração de Winterfall.

— É claro que está! Onde achou que iríamos parar?

— Nunca pensei nisso de verdade – admitiu Jon que por um instante quase foi lançado na relva por um lobo que passou correndo por suas pernas até alcançar Robb. Vento Cinzento, Jon reconheceu. O que fez se lembrar de Fantasma, o rapaz olhou para todos os lados, mas não viu sinal de seu lobo gigante — Você viu Fantasma? – perguntou ele enquanto o meio-irmão acariciava os pelos do lobo gigante que o seguia lado a lado.

— Fantasma? Não – ponderou Robb — Acredito que ele ainda está vivo.

— Arya, Bran, Rickon, Sansa...? – perguntou Jon enquanto andava, se admirando com a visão de toda a paisagem que chegava a seus olhos.

Estava em casa, finalmente. Quantas vezes sonhou em voltar ali, quantas vezes lamentava o triste fim de Winterfall e sofria com o pensamento de nunca mais por os pés onde cresceu, onde aprendeu a empunhar uma espada, montar um cavalo, viveu com seus meios-irmãos. Mal podia acreditar que estava ali. Se o seu coração estivesse batendo, tinha certeza que estaria disparado, não conseguia conter a emoção. Seus irmãos da patrulha se agradariam com a idéia de que haviam feito algo bom ao seu comandante? Jon suspeitava de que não.

— Graças à proteção dos deuses antigos eles ainda não estão aqui, apesar de todos os boatos – respondeu Robb abrindo as portas de madeira que davam entrada ao grande Salão dos Stark.

Um turbilhão de lembranças atingiu Jon Snow. Vivera acontecimentos de mais naquele Salão. A grande mesa que sempre se sentavam para fazer as refeições continuava no mesmo lugar, porém havia dois ocupantes sobre ela.

Eddard Stark se levantou aguardando Jon. Tinha o mesmo rosto comprido, cabelo escuro e olhos cinzentos que Jon se recordava. Sua barba estava começando a acinzentar e seus olhos cinzento-escuros que sempre refletiam seu humor estavam esfumaçados.

— Comandante da patrulha da noite? Estou orgulhoso – cumprimentou o chefe da casa Stark assentindo para Jon. Vindo do pai que se recordava, Jon não poderia esperar um elogio maior e mais caloroso.

— Não que isso tenha acabado bem para mim – murmurou o bastardo de Ned Stark.

A outra ocupante da mesa também se levantou. Era uma mulher bastante agraciada de beleza e Jon a achou estranhamente familiar, mas não conseguiu se recordar se realmente já a encontrara em vida ou em sonhos. Tinha os mesmo cabelos negros, olhos cinzentos e o rosto longo que caracteriza os Stark.

— Você se tornou um belo homem, Jon – disse a moça.

— Desculpe, nós já nos conhecemos? – perguntou o rapaz olhando da moça para seu pai.

— Onde estão meus modos? Sou Lyanna Stark – respondeu a bela mulher fazendo uma reverência a Jon que se lembrou de onde a conhecia. Havia nas criptas uma estátua de Lyanna, já vira várias vezes quando brincava com seus irmãos por lá, e também ouvira sua triste história ser contada e cantada por muitos — Lamento não tê-lo visto crescer.

— Eu também lamento por você. Por todos vocês.

— Porque essa cara de pesar irmão? Julgo-o errado pensando que não ficou feliz de ter vindo acabar aqui?

— Jon você vai descobrir que você não tem muito tempo aqui – interrompeu Eddard chamando a atenção de seu bastardo de volta.

— Porque não? – Jon havia gostado dali, não reclamaria se os deuses antigos deixassem que o resto de sua eternidade fosse ali, perto de sua família — Há tanto para se conversar, para se dizer. Lembro de sua promessa, quando nos encontrasse novamente, falaríamos sobre minha mãe.

— Não reclame de sua sorte – respondeu Robb sentando ao lado de sua tia.

— Você já sabe mais dela do que imagina Jon. Porém a alguém que gostaria de te ver antes de você partir, o que não deve demorar a acontecer – complementou Eddard, virando para uma porta que estava fechada, mas que Jon sabia que levava ao interior do casebre.

Jon olhou para seu pai, seu irmão e sua tia, não queria sair dali. Queria entender porque não poderia continuar ali. Os deuses estavam brincando com ele antes de o mandarem de volta para o nada, a escuridão e o frio?

— Não se preocupe, Jon – disse Lyanna — No momento certo, nos encontraremos novamente.

Jon assentiu. Não queria, mas sentiu que tinha que fazer como o mandavam. Queria dizer muitas palavras ao seu pai, sua tia e ao seu irmão. Expressar como sentia por suas vidas terem chegado ao fim tão prematuramente, como desejava poder ter feito mais por sua família, queria dizer que estava feliz de vê-los novamente. Mas não conseguiu, pois sabia que eles entenderam isso mesmo sem ele falar, assim como sabia que tinha que seguir em frente, para a porta que levava ao interior da casa.

Jon colocou a mão sobre a madeira da porta e deu uma última olhada aos Stark presentes no Grande Salão naquele dia de verão. Assentiu para eles, torcendo para que entendessem tudo o que sentia e toda a gratidão por aquele momento e voltou sua atenção para porta a sua frente. Puxou uma lufada de ar para dentro de seus pulmões que já não requisitavam mais isso e a empurrou temendo o que haveria atrás da porta.

Se seu coração estivesse batendo, teria parado nesse momento.

— Ygritte – falou sentindo um bolo descer por sua garganta.

A ruiva de estatura baixa correu para Jon Snow que abriu os braços para recebê-la, mas ao invés de se aconchegar nos braços do nortenho, a garota beijada pelas chamas lançou um murro na omoplata de Snow com toda sua força. Em outro momento sentiria dor, acabara de ser esfaqueado ali, mas não naquele momento.

— Eu morri por sua culpa, Jon Snow! – gritou a selvagem fechando as mãos em punho para bater mais em Jon.

Jon não se importou com a raiva de Ygritte, a puxou e passou seus braços com todo sua força pela selvagem enquanto ela se debatia entre eles.

— Não há um segundo que eu não tenha me culpado ou sentido a sua falta – sussurrou Jon Snow e aos poucos Ygritte foi perdendo sua força, parando de se debater.

— Muito bem feito para você Jon Snow – falou a ruiva se afastando do nortenho.

— O que você faz aqui? Como chegou aqui? Não estou reclamando, apenas curioso – apressou ele em dizer quando viu as feições da garota mudarem com sua pergunta.

— Ora Jon Snow, esse é o seu sonho, me diga você como cheguei aqui.

— Sonho? Eu tenho quase certeza de que morri.

— Você não sabe de nada Jon Snow, sabe? É claro que você morreu. Mas você não precisa ficar aqui, não agora.

— E porque não? Você ficou, Robb também, meu pai e...

— Porque ainda não acabou para você Jon Snow. Se você quiser, poderá ficar, mas você, diferente de nós, pode voltar. Sua vigia ainda não virou, senhor comandante.

Jon não conseguia acreditar de que aquilo estava realmente acontecendo em algum mundo. Não conseguia tirar os olhos de Ygritte. A saudade e o pesar que a garota o causavam o atingiu como uma barra de ferro frio no inverno.

— Estou melhor aqui. Você está aqui, eu não voltarei.

— Não seja mulherzinha Jon Snow, você sabe que tem coisas para terminar de fazer. Meu povo precisa de você. E o seu povo, eles acham que não, mas eles precisam de você também. Você sabe que sim.

Era verdade, sabia Jon. Mas há muito ele não se lembrava do que era estar em casa e cercado de pessoas que não que o queriam morto. Havia muitas coisas que ele queria perguntar a Eddard, havia muito o que contar a Robb e havia Ygritte.

— Você não tem muito tempo, Jon Snow.

— Eu não sei... Eu não sei o que fazer – admitiu o rapaz.

— Você não sabe de nada, Jon Snow – respondeu Ygritte sorrindo — Mas nem por isso quer dizer que você não faz o que é preciso fazer. Vá. Um dia você voltará, eu estarei aqui.

— Quer dizer que você não me odeia? – perguntou ele sentindo o calor de dentro da casa aos pouco deixá-lo e uma brisa fria invadir seu corpo aos poucos.

— Não, mas não foi por falta de querer ou de esforço – admitiu a ruiva se aproximando do nortenho, estendendo seus braços para ele — Eu estou sempre com você, lembre-se disso.

— Isso basta – admitiu Jon se adiantando novamente para Ygritte, para sentir mais uma vez ela em seus braços, inclinou-se e aproximou seus lábios para uma última vez sentir os dela.

Mas não sentiu.

Não havia mais nada. Não havia Winterfall, não havia verão, não havia Ygitte. Nada. Era apenas Jon e sua consciência voltando, deixando para trás todo calor e paz e trazendo a dor.

Não havia mais nada. Não havia os Stark, não havia o Grande Salão, não havia Ygitte. Nada. Era apenas o frio, a dor, a Muralha, os patrulheiros e as tochas cortando o ar com seu fogo bruxuleante e Jon tomando consciência e lamentando o fato de tudo isso ter voltado para si.


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Notas finais do capítulo

E aí leitores, o que acharam? Sim tem erros de português porque nunca releio com medo de odiar apagar tudo e pronto, sou dessas. Mas ainda mandarei ele para betagem. Eu realmente acho que o cara não morreu, para mim o George é carrasco, mas tem algo preparado para o Jon, nem que seja ele no corpo do Fantasma, ou em outro corpo, ou o que for. Não aceito mesmo isso kk Por favor, se você leu, deixe seu UP e sua opinião :D Obrigada!



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