The wolf maid escrita por Lumii


Capítulo 1
"Beautiful, and willful, and dead before her time"


Notas iniciais do capítulo

Primeira oneshot do OTP supremo em ASOIAF, estou nervosaur.
É muito difícil escrever no universo que o GRRM criou, então estou insegura demaaaais com essa fic. Principalmente por tratar de acontecimentos não mostrados diretamente nos livros.

Peço que todos leiam as notas finais, por favor. É importante :3

Coloquei fantasia nos gêneros porque a fanfic aborda a espiritualidade, mesmo que de maneira bem leve, e não tem nenhuma categoria no qual consegui encaixar isso.

Fanfic para a linda da Bru(#95275). Não acho que consegui chegar aos pés do nosso OTP, poréeeem espero que goste.
Nos conhecemos há um bom tempo, mas nos aproximarmos esse ano foi uma das melhores coisas que aconteceu ♥ Eu te amo muuuito ♥
Obrigada por tudo.

Boa leitura.



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...E coroou a jovem loba como Rainha do Amor e da Beleza.”

O príncipe Rhaegar amou sua Senhora Lyanna, e milhares morreram por isso.”

"Rubis escorreram como gotas de sangue do peito de um príncipe moribundo, e ele caiu de joelhos na água, e com o seu último suspiro murmurou o nome de uma mulher.

Observava o quarto vazio em uma constante agonia. A Torre da Alegria, naquele momento, ornava com tudo exceto com o nome que levava.

Fazia cerca de um mês que Rhaegar deixara o local, rumo ao Tridente, onde inevitavelmente os exércitos se encontrariam. Sua barriga proeminente, que crescera de forma considerável nesse pouco tempo em que ele estava fora, a lembrava sempre de que talvez ele não retornasse para ver o filho nascer.

Quando Rhaegar anunciou que partiria, ela não fez nada para impedir que ele fosse. Sabia como as coisas funcionavam. Naquela guerra, eles foram o estopim. E o Targaryen sempre comandava seu exército pela linha de frente.

Ela se arrependera. Deveria tê-lo feito ficar.

Os dias se arrastaram. Foi em um especialmente quente, no qual seus pensamentos não se desviaram em nenhum momento daquele por quem ansiava, que ela o viu. Como se fosse dotada da Visão, vislumbrou os rubis despencarem na água. O peito másculo esmagado contra um machado. Os lábios rachados e feridos murmurando seu nome pela última vez. A vida abandonando os olhos claríssimos daquele que nunca viria a ser Rei.

O choque do que vira abateu-a ainda mais e em duas semanas culminou nos lençóis alvos manchados de carmesim, na dor que parecia rasgar-lhe o ventre e nos esgares que escapavam pelos lábios ressecados.

O frio fazia com que batesse os dentes e ela sabia que aquilo era um mau sinal, pois Dorne era um local de temperaturas elevadas. O fim estava próximo, mas ela ainda tinha uma batalha a vencer. Talvez a mais importante.

Inspirando profundamente na tentativa de afastar o medo, fez toda a força que seu corpo já frágil poderia suportar. Suas unhas estavam fincadas no joelho, mantendo-os afastados o suficiente para que o nascimento acontecesse.

Por um ínfimo momento ela julgou ter ouvido algo do lado de fora da torre. O tilintar de espadas. Porém seus gritos tornaram a escapar e não pode ter certeza.

Segundos. Minutos.

Talvez horas.

A Stark não sabia precisar quanto tempo se passara até aquilo terminar. Seus olhos pesavam e ela podia sentir o sangue escorrendo de si. Tentando ignorar tal fato, ajeitou-se da maneira que pode e pegou o bebê nos braços, cortando o cordão umbilical com a tesoura que havia retirado da gaveta de seu criado-mudo.

O choro estridente ecoou pelo quarto ao mesmo tempo em que era tomada por um pranto silencioso.

Ela conseguira.

A criança era perfeita, mesmo ainda estando suja e repleta de sangue. Os cabelos finos e negros, assim como os olhos, como um Stark costumava ser e as feições suaves e a pela extremamente alva, descendência dos Targaryen.

Jon...

Assustou-se com o timbre de sua própria voz. Fraca, baixa, quase um sussurro. A voz de uma moribunda. Apesar disso o bebê calou-se, fixando os ônix no rosto da mãe, alheio ao que estava acontecendo com ela.

– Minha criança, você não sabe o quão amado é.

Suas mãos tremiam e ela temeu derrubá-lo, depositando-o ao seu lado na cama. Correu o dedo pela pele macia de sua bochecha rechonchuda, sorrindo ao identificar sinais de satisfação no rosto pequeno.

– É injusto eu poder te conhecer e ele não. Rhaegar ansiava tanto pelo seu nascimento, Jon.

Continuou acariciando-o, aproveitando tudo o que podia daquele ser por quem daria o mundo. Seu dedo tocou de leve os lábios dele, que reagiu chupando-o. Queria mamar.

Forçando o corpo pra cima, ela tentou sentar-se e lágrimas banharam a face alva ao perceber que não conseguiria fazê-lo. Ainda deitada, tentou mover-se de forma a permitir que o filho mamasse, mas não conseguiu. A constatação de que não tinha forças para alimentá-lo fez com que percebesse o quão dormente seu corpo estava e o quão gelada se encontrava, ainda que suasse.

Ela sentia o fim próximo.

O desespero nublou seus pensamentos e seus olhos voltaram a transbordar.

Chorava pela sua mão oferecida à Robert Baratheon e por não ter conseguido amá-lo. Pelo título de Rainha do Amor e da Beleza lhe oferecido na frente de todos, inclusive de Elia. Pelos olhares trocados com o príncipe Targaryen, seguidos de momentos que faziam seu coração disparar. Por só ter olhos para ele, independente do que seu noivo fizesse. Pela fuga interpretada como sequestro.

Chorava pela sensação de estar nos braços de quem amava e por não acreditar em como um sentimento tão intenso poderia causar uma guerra e matar milhares de pessoas.

Chorava pela visão. Por Rhaegar caído de joelhos no local que viria a se chamar Vau Rubi. Pelo sangue real fluindo pelo rombo em seu peito, tirando-lhe a chance de conhecer o pequeno ser descendente de sua linhagem.

Chorava pela dor que dilacerou suas entranhas. Por não poder amamentar Jon. Pela vida se esvaindo pelo sangue que saía ininterruptamente de seu corpo. Pelo único e último momento que tinha com seu filho.

Chorou até as lágrimas secarem, enquanto mantinha-se praticamente abraçada àquele por quem deu a vida.

Devido ao torpor que lhe tomava, não ouviu os passos se aproximarem e assustou-se quando viu a porta ser escancarada. Por um momento imaginou que veria o Targaryen adentrar o local, vivo. Imaginou-o beijando-lhe a fronte e limpando seu filho, enquanto sorria para ele. Porém, apesar do cansaço que havia lhe dominado quase por completo, reconheceu o rosto do irmão. A decepção assolou seu peito e ela estava fraca demais para disfarçar.

– Ned...

Apesar da visão turva, viu quando ele se aproximou do leito com uma expressão transtornada transformando as feições bonitas.

– Lyanna... O que...?

– O-onde está Rhaegar?

Segundos se passaram até a compreensão estampar o rosto do Stark, seguido por culpa. Ele entendera o que aconteceu. Porém, antes que ele pudesse responder, sua atenção foi tomada pela criança que exibia um sorriso banguela para um ponto oposto do quarto. Seguiu seu olhar, encontrando um par de olhos claríssimos lhe encarando, os cabelos prateados ondulando pela brisa que entrava no local. A mão estendida em sua direção.

– Morto.

Ela não deu importância para a resposta, já que conseguia vê-la na sua frente. Ignorou a dor em seu peito pela confirmação de que ele estava morto e passou a prestar atenção no belo sorriso que Rhaegar direcionava para o bebê que estava ao seu lado. As lágrimas voltaram a cair ao perceber que aquela era a primeira e seria a última vez em que estariam reunidos.

Inspirou profundamente e, ignorando tudo aquilo, tornou a olhar para o irmão. Ela precisava assegurar o futuro daquela criança.

– Ned, faça de Jon seu filho.

– O que?

Lyanna sabia que era um pedido extremo. Ele havia acabado de casar-se e tinha a esposa grávida do primeiro filho, porém era sua única chance.

– Irão matá-lo se souberem de sua descendência. – Ele encarou-a, os olhos parecendo atravessar sua alma, vasculhando-a. Vendo todos os seus temores e suas dores mais profundas. – Prometa-me, Ned.

A garota não saberia dizer se eram seus olhos que estavam turvos ou se o irmão também chorava ao dar-lhe a certeza que precisava.

– Eu prometo.

Sorriu levemente, permitindo-se relaxar e entregando-se àquele torpor cada vez mais forte. Encarou pela última vez o rosto de Ned, admirando o irmão que tanto amava e por quem nutria agora uma gratidão profunda que nunca poderia retribuir, antes de alcançar a mão daquele por quem ansiava.

A sensação de quentura que teve ao tocar seus dedos fora anulada ao ouvir a voz quebrada do amante.

Eu falhei”

Ela apertou-o contra si, lamentando por tudo que ocorrera. Duas almas torturadas pelo destino escrito com sangue. Permitiu-se sofrer por longos minutos pelo fim da família que mal se iniciara, antes de voltar os olhos para seu leito de morte e encontrar o olhar inocente do bebê sobre a cama.

Ele lhes encarava tranquilamente, alheio a tudo aquilo. E então ela teve a certeza que permitiria que descansasse em paz.

Jon iria viver. Cresceria em Winterfell, ao lado de um irmão a quem aprenderia a amar. Cresceria longe daquela história, sem riscos, sem o estigma e o peso daquela tragédia.

Você não falhou... Nós não falhamos”

Rhaegar levou algum tempo, mas logo compreendeu o que a garota quis dizer e permitiu-se sorrir. Ela estava certa. Falharam em diversas coisas durante toda aquela história, mas não naquilo. Asseguraram a segurança dele. Jon viveria.

Por alguns segundos o pensamento dele se deslocou para Rhaenys e Aegon, frutos do seu casamento com Elia. Gostaria que os dois filhos pudesse conhecer o irmão, mas sabia que com o epílogo que a história tomava isso nunca aconteceria.

Contentou-se, então, em saber que os três estavam bem e que assim ficariam.

Encarou o belo rosto da jovem que lhe tomou o coração e tornou a sorrir. Ele tinha Lyanna agora.

Entrelaçou seus dedos e, com ambos ainda olhando para o pequeno garoto de cabelos negros, seguiram em frente, deixando o quarto que cheirava a rosas e sangue para trás.

Dear lord, when I get to heaven
Please let me bring my man

Querido Senhor, quando eu for para o céu
Por favor, deixe-me levar o meu homem

(…)

All that grace, all that body
All that face makes me wanna party
He's my sun, he makes me shine
Like diamonds

Toda aquela graça, todo aquele corpo
Todo aquele rosto me faz querer festejar
Ele é meu sol, ele me faz brilhar
Como diamantes


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado.
Não se se ficou claro, mas o Rhaegar morreu achando que os filhos dele com a Elia, Rhaenys e Aegon, estavam seguros. Nós sabemos que isso não aconteceu, mas ele morre acreditando piamente que seus 3 filhos(Jon incluso) vão viver. Pelo menos, nessa fic UODSAHDAHSDSAIUDHSA

Os dois links a seguir são dois vídeos do youtube que me inspiraram. São os meus preferidos sobre o Rhaegar e a Lyanna:
♤ https://www.youtube.com/watch?v=LBrgUcpMMWk
♤ https://www.youtube.com/watch?v=RS9GeQRWW5s

Caso alguém queria saber mais sobre quem foi o Rhaegar:
♤ http://wiki.gameofthronesbr.com/wiki/Rhaegar_Targaryen
Ou quem foi a Lyanna:
♤ http://wiki.gameofthronesbr.com/index.php/Lyanna_Stark

E para quem quiser saber mais sobre a teoria de R+L=J
♤ http://www.gameofthronesbr.com/2011/03/quem-sao-os-pais-de-jon-snow-parte-iii.html

Espero que vocês tenham gostado, principalmente a Bru ♥
Vejo vocês nos reviews(ou não qq)

Beeijos,
@lumii_uchiha



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