Guerreiros do Olimpo: Os que largaram o lado semi escrita por Kema


Capítulo 2
Quando um anêmico move uma montanha.


Notas iniciais do capítulo

É... Eu sei... Atrasamos, mals. ;-;



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– Kadu.

Incrivelmente eu continuei aquela conversa, ela durou um tempo. Ele me convenceu, era tão engraçado, mas... Pela primeira vez em muito tempo senti que algo interessante poderia acontecer.

Jon- Vai ser marginal comigo, Kaju? – Ele tinha uma boa abordagem, mas...

Kadu- É Kadu. – O olhei nervoso, nem em mil anos gostaria do apelido.

Jon- Qual é... Não seja tão sério, eu pago! – Aquela palavrinha ia funcionar pra bastante coisa, menos pra isso.

Kadu- Enfim... – Mantenho-me sério – Você realmente acha que daria certo?

Jon- É claro que daria, eu provei isso nessa conversa, não provei?

Kadu- Não, você apenas disse que era possível, até agora não ouvi sobre nenhum poder que atingiria os olimpianos. – Ainda era difícil de acreditar.

Jon- Nós vamos achar, o mundo é grande! – Ele era irritantemente otimista pra um Bad Boy.

Descemos as escadas enquanto debatíamos o mesmo tema. Quando chegamos a forja o infeliz se deparou com a foice que eu havia acabado de fazer.

Jon- Ohhhhhh! – Ele foi em direção a ela. – Que tal essa foice? Se me vender ela não vai ser necessário fazer mais uma. Parece boa... – Ele a segurou. Provavelmente foi por uma habilidade vinda de seu pai, mas ele a manuseava muito bem.

Kadu- É uma peça que não está a venda. – Eu gostei daquela foice, existem coisas nesse mundo que o dinheiro não compra.

Jon- Eu pago o dobro de antes! – Ah, tentador... Mas vão existir mais vezes pra levar uma grana fácil.

Kadu- “Não” é não. – Ele não quis me ouvir, foi girando a foice em sua mão e levando-a para a saída, parecia que ele iria a testar. Pobre coitado... Não sabe que as armas feitas neste chalé não saem daqui a não ser que um filho de Hefesto permita. Viu? Eu não disse?

Jon- O-O quê??? – Ele se assustou. Bom, não e normal algo sumir da sua mão e aparecer onde estava.

Kadu- Essa foice não vai sair daqui a não ser que eu queira, garoto. – Ele era engraçado, solto e bobo. Se alguém me dissesse que ele estava fazendo de propósito eu não acreditaria.

Jon- M-mas, estava aqui, agora esta Lá! – Ele apontou para sua mão e depois para a foice, hilário... Acabei deixando escapar uma risada. – Hey, que seja, vamos sair daqui!

Kadu- Sair? Por que eu deveria? – A resposta veio tão rápido... Quanto tempo faz que eu não saía do chalé?

Jon- Nós precisamos achar um poder, não? Um poder forte. – Ele me rebateu. Admito que estava certo, mas eu não iria sair tão facilmente.

Kadu- Sim, mas eu não preciso sair pra isso.

Jon- O quê??? E quer que eu procure sozinho?! – Ele se exaltou.

Kadu- É. – Ele estava fazendo a cara mais inconformada que já vi na minha vida, eu amo esse moleque... Vai me arrancar umas risadas.

Jon- Até parece, vamos logo seu gordo! – Ele apontou pra fora.

Kadu- Gordo...? - Ah, não... – Agora é que não vou a lugar algum. - Sentei-me uns instantes depois.

Jon- Ah, você vai! – Ele estava num tom ameaçador? Era quase tão selvagem quanto um gato.

Kadu- Ok, ok... Se você conseguir me tirar daqui. – Coloquei meu cotovelo no joelho e apoiei minha cabeça na mão direita, o esperando.

Jon- Olha aqui! – Ele colocou suas coisas em cima da mesa – Ou sai daí ou te pego de porrada!

Kadu- Se você conseguir me levantar já está bom. – Ah, a superioridade... É um sentimento tão bom. Mesmo que for como algo simples como abusar de um cara que nem ele.

Ele segurou meu braço esquerdo e começou a tentar me levantar. Era Magro, olhar bem para ele mostrava suas olheiras e seu jeito desajeitado. Como esperava conseguir me levantar? Não sei, mas...

Kadu- Pronto pra desistir? – Disse depois de 10 minutos.

Jon- Não... – Ele dizia ofegante, suas forças estavam acabando e ele tinha tanta vontade de se mexer quanto um anêmico.

Kadu- Apenas saia sozinho, você não va- Minha frase foi cortada, em um último pulso de força ele conseguiu me levantar da cadeira. Foi por que eu me distraí? Provavelmente...

Jon- Toma essa!? – Ele disse após cair no chão. Soltei uma pequena risada e comecei a caminhar para fora. – H-hey, onde está minha ajuda pra levantar?

Kadu- Levanta logo, seu anêmico! – Disse enquanto saía do chalé. Ele se levantou com esforço e me seguiu.

Fomos ao refeitório. Me diverti tanto com a cara dele que precisava comer algo. Estávamos comendo hambúrgueres com refrigerante enquanto eu o zoava mais um pouco, até que reparamos uma garota comendo em umas duas mesas atrás. Ela tinha cabelos curtos Ruivos, usava uma regata leve toda preta sem estampa, uma calça Jeans com suspensórios caídos, sapatos pretos e olhos que combinavam com a cor do cabelo. O que ela era? Uma versão feminina daquele emo? Resolvi apenas ignorar, mas a mesma se manifestou.

???- Tão olhando o quê? – Marrenta... Ela tomava alguma coisa. Wisky? Parecia.

Jon- Isso aí e Wisky?! – Jon apontou pra garrafa a respondendo.

???- Isso? – Depois de tomar alguns goles, ela jogou a garrafa longe e pegou outra em sua bolsa preta de couro. – Era lixo. Não adianta a bebida aparecer como mágica se ela é ruim. – A garota se referia à magia do refeitório. Imagine, se sirva e coma. É um gerador de comida infinito que oferece até mesmo os pratos, copos e talheres. Os olhos do emo brilharam ao ver a garrafa nova.

Jon- EU AMO ESSA MARCA!

???- Você tem bom gosto. Vem, vou te dar um pouco. – Ela pegou outro copo para ele e o serviu. – Meu nome é Lily, quem é o outro? – Ela apontou pra mim.

Kadu- Kadu. – Disse enquanto comia.

Lily- Nossa, que seco.

Ela deu de ombros, mas me ofereceu também. Eu não fui muito com a cara dela, então apenas fiquei tempo suficiente pra perceber que os dois beberam e simpatizaram bastante, nada que me interessava, mas se tivesse que chutar... Diria que dariam um bom casal. Decidi sair dali, pois não tinha muito mais o que fazer. Os dois falaram que iam à praia já começando a ficar bêbados, eu ignorei. Faria bem dar uma volta, então apenas me levantei e caminhei por caminhar. Passei por alguns lugares e me deparei com vários campistas que não conhecia... Eu era tão fechado assim? Bem, que seja. Passei pelos chalés, perto do pavilhão até que cheguei ao lago. Eu não entendia como, mas havia visto o casal mais bonito da face da terra. O que era aquilo? Eles nasceram daquele jeito ou foram abençoados para a vida toda? Eram simplesmente lindos. Provavelmente filhos de Deuses como Afrodite ou Perséfone. Um garoto que deveria ter 17 ou 18 anos, ele tinha cabelos castanhos em um penteado moderno, cavanhaque bem feito, usava a blusa do acampamento meio-sangue que tinha uma estampa com o símbolo do camp na frente e era toda laranja. Calça jeans, sapatos sociais e óculos escuros pendurados na gola da blusa, ele estava acompanhado de uma garota loira que parecia ter a mesma idade, com cabelos longos que desciam até chegarem próximo ao quadril, olhos azuis que eram quase tão suaves quanto seus brincos de esmeralda, ela usava a mesma blusa que o garoto, uma bermuda Jeans e uma sandália. Não dava... Eu que sou cabeça dura admiti que eles fossem lindos.

Suspirei pra mim mesmo sem que eles notassem e segui andando, até que o clima mudou. Na mesma grama que cobria toda a parte envolta do lago, eu vi um garoto. Ele aparentava ter uns 12 anos, tinha cabelos castanhos curtos, usava um casaco azul com detalhes amarelos, uma bermuda leve e um sapato que combinavam com o casaco. Ele estava dormindo na grama. Até aí normal, né? Então continuemos apenas ignorar granada na mão dele. A infeliz da criança estava dormindo com ela como se fosse um urso de pelúcia... Onde esse mundo vai parar? Apenas segui tentando não me importar.

Andei o suficiente para chegar à arena, a parte que é usada para o treino e onde são guardadas as armas para tal feito. A imagem de um campo aberto, com semideuses aprimorando seus poderes e se relacionando, pronto, você está vendo a arena. Nada demais, eles estavam treinando como sempre... Muitos novatos, alguns mais forte do que outros e pequenas batalhas por diversão. Incrivelmente uma garota me prendeu a atenção, ela usava uma bela katana pra treinar, tinha cabelos ruivos longos e... Heterocromia? É sério? Achei que garotas com um olho verde e outro azul não sairiam dos animes. Um sapato, uma bermudinha jeans e claro, a melhor parte: Uma blusa vermelha de manga tendo o símbolo do flash como estampa. Quem diria, sair do chalé valeu a pena. Ela parecia séria com seu treino, seus olhos estavam em foco apesar de sua expressão inocente. Decidi não lhe chamar a atenção e continuei observando os outros. Notei outra garota um pouco distante da primeira, ela era realmente bonita com seus cabelos negros e uma expressão séria que contrariava sua blusa branca leve e de manga. Ela usava um short jeans e sapatos, mas o que mais hipnotizava eram seus olhos. Eles se davam por diversas cores em forma de espiral, algo que eu nunca vi, isso fazia com que ela não precisasse sorrir para ser bela. Estava concentrada, sentada no chão. Parecia algo como meditar e o resultado era o gelo que se moldava pela sua vontade através de suas mãos. Mais séria que a primeira... Desviei meu olhar para continuar observando. Reparei uma arqueira, sua mira não era perfeita mas alcançava boa parte dos alvos. Cabelos médios e bem lisos, tendo uma cor negra que combinava com seus olhos... Era uma morena. Usava luvas, uma blusa regata preta e uma saia jeans, preparava o arco lentamente. Ao contrário das outras duas ela não estava tão concentrada, diria que ela era boba, mas não chegaria a diminuí-la. Dentre todos, o que mais me chamou atenção foi um garotinho. Ele observava o treino das mesmas três a quem eu tinha acabado de notar. Tinha cabelos curtos e pretos, usava um óculos com armação enorme, daqueles tipo garrafão. Tinha uma mochila nas costas, um Nootbook sobre as pernas e estava sentado no topo da arquibancada, parecia que estava isolado propositalmente. Até era ignorável, mas debaixo de seu casaco azul, consegui enxergar uma blusa branca com letras em sua estampa. Estava escrito... “E = m.c²”? Uma equação de física? Pra um garotinho ele parecia inteligente. Decidi levantar e me aproximar do garoto, sentei um pouco mais perto dele com a minha cara de sempre, o observando o suficiente para perceber que ele estava guardando os dados sobre os campistas em seu computador, que esperto. A análise dele era quase tão boa quanto a de um guerreiro experiente, tinha começado a gostar da ideia de conversar com ele... Quem parecia não gostar era o mesmo. Ao me ver, o garoto quase teve um troço e se afastou. Eu não era tão assustador assim, só um um cara de 1,90 perto de um garotinho com cara de quem passa o dia inteiro jogando. Ok, talvez tenha assustado ele um pouco. Pensei e cheguei a conclusão de que não iria me aproximar, poderia ser estranho para um novato. Mais uma vez ele me surpreendeu, o garoto era visivelmente tímido e mesmo assim tentou chegar perto aos poucos, já era motivo suficiente para eu me sentar ao seu lado.

Kadu- Eaí, você me parece inteligente.- Ele desviou o olhar enquanto eu o encarava.

???- De fato. – Ele ajeitou seu óculos e lutou contra a própria timidez, sua voz estava trêmula.

Eu pronunciei uma fórmula de física em voz alta e imediatamente os olhos dele brilharam.

???- VOCÊ GOSTA DE FÍSICA? – Ele pôs a mão na própria boca depois de chamar a atenção de alguns campistas com a própria emplogação, que bobo.

Kadu- Sabia que era inteligente, meu nome é Kadu. – O ofereci um aperto de mão.

???- Er... Bem... Meu nome é Dean. – Ele me respondeu, mas não apertou minha mão.

Kadu- E a educação? – Minha mão continuava da mesma forma.

Dean- A probabilidade de uma doença me atingir é alta e no fim não é necessário contato corporal para demonstrar respeito. – Eu soltei uma pequena risada e abaixei minha mão. Ele era realmente inteligente, ficamos um bom tempo conversando sobre a própria física, debatendo entre fórmulas e teorias, até que o assunto mudou.

Dean- Eu sou o Batman. – Ele dizia em um de imposição, eu ri. Como ele conseguia preferir DC? Marvel era melhor. Marvel é melhor.

Kadu- Ok, ok... E eu sou o Homem-Aranha e acabo com você, garoto morcego. – Eu fiz aquela piada, não resisti.

???- Como o homem aranha acabaria com o Batman? Pra começar, você já ouviu falar do Flash pra estar falando da DC assim??? – A garota com Heterocromia se aproximou me questionando, olhando bem ela realmente tinha uma aura inocente.

Kadu- Você sabe tudo sobre o Spider? Cara... Só por ele eu já prefiro marvel. – Me dirigi à garota.

Dean- Certamente, um soco do flash mandaria o homem-aranha para o espaço. – Dean se manifestou, eles não estavam entendendo que o homem aranha era simplesmente melhor?

Kadu- Me diga o seu nome antes de eu acabar com essa discussão. – Já estava reservando os argumentos, iria ser uma longa conversa.

???- Samantha, mas pode me chamar de Sam, ou então a garota que vai te ensinar um pouco sobre comics. – Ela se sentou.

Conversamos um bom tempo, eles se mostraram realmente interessantes. Amizades? Conseguidas daquele modo? Quem sabe, eu não ria daquele jeito a um bom tempo... Já estava pronto para perguntar coisas como o parentesco divino deles e o que faziam pra se divertir, até que a conversa foi cortada por um eco gerado de um grito feminino desesperado. Ele vinha do alto da colina que ficava próxima a arena e estava em contraste com um enorme rugido, isso nos assustou. O que poderia ser?


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