Guerreiros do Olimpo: Os que largaram o lado semi escrita por Kema


Capítulo 15
O galho, a pedra e o Velo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/659877/chapter/15

—Autor.

O silêncio era rei quase pleno em volta do helicóptero, sendo raramente destronado pelo piar das corujas. Após uma onda de alívio em meio a tanta adrenalina, Kadu dormia como uma pedra. Sua tenda mantinha uma caracterísca camuflada, assim como todas as outas, mas esta era diferente apenas por ter a qual serviria para Sam encostada ao seu lado. Kaily e Dean dividiam o próximo abrigo, e apesar de ter mentes muito agitadas, o cançasso não quis perdoar, os levando ao desmaio assim que encostaram suas cabeças nos travesseiros improvisados. Bella havia feito questão para que ela e Jon repartissem a última tenda, o que levou a vários olhares desconfiados de seus companheiros e faces avermelhadas, mas no fim, nada aconteceu. Ali estava ela, dormindo sozinha, nem se quer desconfiava de onde seu amado poderia estar.

Mais de quinhentos metros à distância da aeronave, ávido, mas silencioso, estava Jon. Golpe por golpe, o vento era cortado em movimentos largos trazidos com a foice feita por Kadu. Dezenas, talvez centenas de variações aleatórias de execuções, carregando o mesmo objetivo de serem usadas na própria carne humana um dia. Com sua cabeça inquieta e olhos atentos, um corvo havia acabado de pousar num galho distante do chão, em uma árvore perto dos notáveis estrondos do vento, apenas para observar o filho da morte em seu treino.

Poderia ser uma calúnia não citar o mais extravagante dos detalhes no treino, aquilo que realmente chamava a atenção do animal. Um rosto confuso, tranquilo, mas completamente insano e desmoralizado. Jon parecia se divertir com a ideia de arrancar alguns pedaços de carne. Mas daquela vez, ele parecia querer fatiar outro tipo de criatura. Observando o impulso da corrida, o corvo foi obrigado a deixar seu repouso, pois Jon chegou facilmente aos quatro metros de altura e desferiu um golpe vertical, de cima para baixo, partindo o galho em dois como se a madeira já houvera sido transformada em papel. Um estrondo marcou a chegada do semideus ao chão, que se virou para encarar o acúmulo de sombras se desfazendo e mostrando Leon em sua forma humana.

Leon- Bravo... – Tal bateu palmas lentas, em sentido de homenagem. – Talvez você consiga cortar um ursinho de pelúcia assim.

Jon- Ah, seu viado...

Leon- E então, eles acreditaram em você?

Jon- É claro! Olha com quem você tá falando! – Jon pôs sua foice em pé, encravando o cabo na terra e nela se apoiando.

Leon- Hm... Espero que você não tenha precisado cortar alguém pra isso.

Jon- Aí, relaxa! Eu sei me controlar.

Leon- O galho não concorda com você.

Leon franziu sua sobrancelha contra a gargalhada sarcástica de Jon, mas logo após sorriu. Ele não tinha nada contra o tal comportamento, mas sim um objetivo.

Leon- Se tudo ocorreu como o planejado, a próxima etapa já pode começar.

Jon- É claro, meu caro Leon. Não é a melhor parte do plano, na minha opinião, mas... Vai ser foda!

Tal olhar depravado distingue-se facilmente contra o olhar determinado. Não diferentemente intensa, mas contrariamente objetiva, passos pesados e apressados eram deixados por Lily na floresta do acampamento meio sangue. Um mapa escrito por Annabeth em mãos, o tão amado broche no cabelo e suprimentos com o intuito de resgatar uma certa ruiva. Isso, pelo menos em sua mente, lhe era suficiente. A cria de Zeus, relutante, estava quase imóvel no que poderia ser chamada de entrada para o labirinto de Dédalo. Coisas como “Eu vou trazer ela de volta!”, “Esteja bem.”, “Eu devia ter trazido uma garrafa de... Não, não seria uma boa ideia.” Passavam pela sua mente como flashs. A adrenalina era como outro ser ao lado dela, não estava em ação total, mas com certeza estava com ela. Decidia, preocupada e confiante, alguns passos foram o necessário para adentrar. Um suspiro de alívio, mais uma olhada no túnel escuro a sua frente e uma última olhada para a lua cheia, presente entre as árvores como uma vigia silenciosa. “Calma lá... Não é como se algo fosse acontecer do nada só porque eu entrei. Eu sou idiota!?”

E então, a adrenalina assumiu seu papel, subindo e descendo o corpo da garota que estava à mercê do imprevisto. Uma rocha tão grande quanto a entrada atingiu o chão com uma onda de choque estrondosa, bloqueando completamente a luz do local e retirando o equilíbrio de Lily, que no fim da cena, foi deixada apenas com o eco de sua própria frase.

Lily- É O QUÊ???

Completamente perdido em seus próprios pensamentos, estava Enzo, confortavelmente observando a paisagem do acampamento. Muitos não diriam que ele estava o fazendo à toa, pois um dos grandes destaques era o Velocino de ouro. Mesmo com a noite caindo sobre o mesmo, com a distância e outras construções significativas ao redor, seu brilho chamava muito da atenção de qualquer um que passasse. Tal não representava apenas beleza, mas sim, a proteção mágica dos meios sangues. Encantado de corpo e alma, Enzo solta um suspiro, que talvez simbolize sua hora de ir para o quarto. Poderia dormir, ou simplesmente continuar pensando, mas notavelmente se preparava para ir embora.

???- Muito pensativo? – Uma voz relaxante pegou Enzo de surpresa. Ele se virou e notou de um Gokas, que até então era desconhecida si. Logo após, virou-se de volta para o velocino.

Enzo- É.

Gokas- ... Mulheres? – Novamente intrigado com a abordagem de Gokas, Enzo o olho franzindo a sobrancelha. – Eu sempre fui bom em ler as pessoas.

Enzo- Entendo... Pensei que pudesse ler mentes ou algo assim.

Gokas- Não desconfie das pessoas assim, cara! Às vezes elas só querem ser simpáticas. Mas aí... – O Ruivo repousou o braço esquerdo nos ombros de seu companheiro da noite, como se fossem amigos de muito tempo. – O que me conta? – O loiro se sentiu obrigado a falar.

Enzo- Apenas... Pensando como deve ser uma grande paixão. Ou talvez, um grande amor.

Gokas- Ah, entendo... Entendo muito bem, na verdade.

Enzo- Como assim?

Gokas- Você se surpreenderia. Ela é maravilhosa, radiante, foi destinada á mim. Apenas... Meio temperamental. Você sabe, né? Mulheres. Tive até que dar o meu jeito para conseguir a aprovação do pai dela. – Enzo demonstrou um sorriso com os detalhes aparentemente sinceros.

Enzo- Mas deu tudo certo no final?

Gokas- Certo como um arco-íris depois da tempestade. Mas se quer um conselho, procure a garota certa para oferecer essa disposição de amar. Sim, uma mulher linda como a minha. Brilhante, preciosa e cobiçada como... O velocino.

Enzo- Uma garota preciosa como o Velocino de ouro? Isso parece um sonho.

Gokas- Pense mais alto, Enzo. Seu amor deve valer mais que o Velocino! E olhe que o Velocino é valioso!

Enzo- Sim... Ele é muito valioso.

Gokas- É, isso... Seria uma pena se você olhasse de novo e ele não estivesse lá.

O sorriso reconfortado de Enzo se tornou uma face chocada, perdida. Ele se virou para Gokas, esperando poder lhe dizer para não brincar com essas coisas, afinal, tal item como o Velo valia muito. Mas para outra surpresa do filho de Perséfone, o Ruivo havia sumido em um passe de mágica. Logo então, Enzo permaneceu pasmo em frente à colina meio sangue. A visão foi algo que há muito ele havia declarado como improvável. Lá em cima, estava Gokas, segurando o Velocino de ouro com uma mão, gargalhando com sua face maléfica e usando a outra mão para manipular uma porta que até então não estava ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guerreiros do Olimpo: Os que largaram o lado semi" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.