A Seleção do Herdeiro escrita por Anninha


Capítulo 6
5- Os Países Baixos e os Saltos que não prestam


Notas iniciais do capítulo

V O L T E I!F I N A L M E N T E!



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5- Os Países Baixos e os Saltos que não prestam:

Sinceramente falando?Eu nem liguei para meus irmãos quando cheguei em casa.Deixei que Lívia e Gerald cuidassem deles e me tranquei no meu quarto perfeito.Ta, não tão perfeito assim.

Ele chamava atenção- por assim dizer- por conta da parede de vidro.É, meu quarto era um mini-modelo da sala que tenho na empresa.Suas paredes- a da porta, a da cama e as das prateleiras- eram pintadas com uma cor vermelha.Eu adoro essa cor.Na parede de frente a TV e a escrivaninha, era onde a cama ficava encostada, junto de um criado mudo e meu armário.Uma cama de casal, que cabia eu, os gêmeos e o Connor perfeitamente, mas eu adorava ser egoísta e não deixava ninguém usar.

A parede de frente a cama tinha uma escrivaninha, prateleiras brancas cheia de livros, objetos e outras coisas, junto com uma TV pequena mas ótima de imagem e qualidade.Era meu espaço favorito nesse apartamento inteiro.A parede da porta, só tinha a porta mesmo.

Se jogar na cama e olhar para o teto virou uma das minhas atividades mais frequentes, infelizmente.Queria não pensar, mas como não pensar quando eu estava a uma semana de ir para o maldito palácio do qual tenho fugido a meses?Dele e das pessoa dentro dele.Não me levem a mal, mas ir em festas de aniversário e eventos reais não é exatamente a minha rotina.Lá é perfeito, mas não é para mim.Nunca foi e nunca vai ser.

Ao mesmo tempo que eu estava feliz, eu estava triste.Feliz porque, caramba, teríamos tempo de transferir tudo para Tia Mel, se eu me esforçasse.Quer dizer, sabe quanto tempo demora para transferir coisas em surdina, sem levantar suspeitas?Quatro meses.É, quatro.Triste porque vou ter que me separar dos meus irmãos.Cara, eu não quero.Vai ser um saco.

Fiquei horas olhando para o teto, apenas pensando.Pensando em tudo.Então, tomei um susto quando ouvi um dos gêmeos chorarem.Olhei as horas e ri sem humor.Oito horas da manhã e não preguei os olhos, ótimo.Me levantei da cama e destranquei a porta do quarto.Fui em direção ao quarto dos gêmeos e Sorri ao ver Gerald babando no Sofá-Cama.Abri a porta e sorri para Mel.Ela chorava bem pouco agora, mas ainda sim estendia seus bracinhos e mãozinhas em minha direção.A Agarrei no colo e sai do quarto.

—Com fome bebê?- sussurrei para a pequena, que puxava minha trança levemente.Ela fez um barulho e eu Sorri, fechando a porta da cozinha.A coloquei no andador e tirei o terno.Deixe-o na cadeira e esquentei uma mamadeira para Mel.Tirei a regata de dentro da saia e me sentei em uma das cadeiras.-Vou sentir sua falta amor.- murmurei olhando para o rostinho pequeno e fofo de minha irmã.Ela sorriu para mim e gritou, batendo com a mamadeira na “mesa” do andador.

A campainha tocou e eu revirei os olhos. Abri a porta e fui até a sala.

—Acorda!- taquei uma almofada em Gerald, que caiu do sofá.Ri e Abri a porta.-Pois não?- Olhei para os três homens e Fechei a porta, mas um deles, o loiro, meteu o pé na porta.-É engano!Sai daqui!- pedi séria e Gerald se levantou, me olhando confuso.

—Srta Lork!A Srta se inscreveu na Seleção, viemos apenas repassar as medidas de segurança!- o soldado loiro disse um tanto alto e eu rosnei.Então, Sorri.

—Com uma condição!- Abri a porta e deixei que os soldados entrassem.Gerald sorriu para os Soldados e terminou de guardar a cama.

—Com licença, vou tomar meu banho.- ele passou por mim e beijou minha testa.Fechei a porta e me sentei no sofá.Os soldados me olhavam e olhavam minha roupa amarrotada e meu rosto destruído.

—Ele...

—Não.- cortei o soldado mais jovem.-Problemas com rebeldes, nada demais.- murmurei e Observei o soldado moreno sorrir para Mel energeticamente.

—Bem, sou Aspen Leger, soldado real.Esses são Carter e Kile Woodwork, pai e filho, soldados reais.- se apresentou o soldado Leger e eu acenei.Mel brincava com Carter então.-Então Srta Lork, qual o combinado?- perguntou ele calmamente e eu Sorri convencida.

—Só vou para o palácio se os meus irmãos forem junto.- sentenciei e Observei os três se olharem.Eles ficaram um longo tempo em silêncio.-Não da?Que pena, podem ir!- me levantei e fui falando apressada.

—Espera!- Carter me parou, um sorriso brincalhão nos lábios.Ele se virou para Aspen.-Ligue para ela.- pediu e eu bufei, me jogando no sofá.Ouvi o choro de Toby e me levantei no ato.

—Vocês podem...hm... Olhar ela?- pedi sorrindo fraco e Kile assentiu, sorrindo.Então corri até o quarto dos gêmeos.Meu bebê tentava descer do berço.Eu ri e o peguei no colo.- Garotão!Cuidado aí!- fiz cócegas em sua barriga e ele riu.Andei com ele até a sala e me sentei.Aspen já estava sentado de volta ao sofá e tinha um sorriso alegre no rosto.Ótimo, deixaram eu levar as crianças.

—Bem Srta Lork, agora não há desculpas.- Carter foi direto e eu Fechei a cara, me sentando no sofá e cruzando as pernas.Coloquei Toby no chão e deixei que ele brincasse com Mel.-Vamos repassar as medidas de segurança, sim?- ele tirou um arquivo de dentro da pasta e me entregou.Peguei meus óculos de grau da mesinha do centro e li o arquivo.

Era um itinerário com lugares que eu poderia frequentar dentro do palácio, os que eu não poderia frequentar, como agir durante ataques rebeldes.Enfim, medidas de segurança.

—Espera, um guarda vai ficar na minha cola?- Gemi meio irritada e Olhei indignada para os três soldados.

—Sim.Uma vez que a senhorita está mais conhecida que antes, pode acontecer situações infelizes, como ataques.- Aspen explicou e eu assenti.

—Bom dia!- Lívia saudou enquanto saía do quarto e sorria calmamente para os soldados.Quis rir da expressão deles, mas fiquei quietinha.Ela entrou na cozinha e foi tomar seu café.

—Portanto, terá uma proteção de confiança que o castelo está oferecendo até sua partida para o Angeles.- Carter continuou como se não tivesse visto Lívia e eu Suspirei, assentindo.

—E quem vai ser o guarda?Onde ele vai ficar?- perguntei curiosa e sinceramente, um tanto preocupada.Eu não era bem o tipo de pessoa que facilitava a vida dos outros.

—Vai ser eu, na verdade, Srta Lork.E não precisa saber onde ficarei, não é necessário.- Olhei com tédio para Kile e de certa forma, nada satisfeita com a resposta.

—Lena, eu To com fome.- Lívia saiu da cozinha e se jogou no sofá ao lado de Aspen.- Guardas reais...hm.- ela riu um pouco e eu a Olhei sem graça alguma.

—Quem são todas essas pessoas?- Carter perguntou morto de curiosidade e eu Sorri.

—Essa é a Lívia.Ela é a a filha de antigos amigos de meus pais, estou cuidando dela enquanto os Pattintom viajam.Gerald é o namorado dela e parece que não tem casa, mas tem, é só um folgado mesmo.Essas duas gracinhas são meus irmãos mais novos e ainda tem Connor, meu outro irmão, mas ele está dormindo.- esclareci calmamente.-Mas me responda, onde o soldado bonitão irá ficar?- perguntei seriamente, o olhar não tão receptivo assim.

—Na van, Srta Lork.- Kile respondeu e eu logo me senti mal.Ele percebeu minha expressão.-É apenas o meu trabalho, não se sinta mal.- ele pediu mas eu não fiquei de boa.Na verdade, fechei bem a cara.

—Acho que não é necessário ficar em uma van.Alias, tem um lugar de sobra no sofá.E se você não aceitar, eu fujo e vocês terão que explicar ao príncipe como misteriosamente a Selecionada que tinham que proteger sumiu.- falei friamente e eles entenderam que eu não estava brincando.

Ficaram um longo tempo se olhando.Conversavam com olhares.Nunca gostei disso.Das pessoas conversarem com olhares.Eles têm boca certo?Não podem falar?

Pigarrei Impaciente e eles logo me olharam.Carter suspirou.

—Tudo bem.Woodwork ficará por sua conta então.- Aspen disse soltando um suspiro resignado.Tive que sorrir.Ele até estava aliviado.Queria que Kile ficasse bem.Kile sorriu um pouco, assim como seu pai.Então eu vi as horas e soltei um gritinho.

—Estamos atrasados!- disse surpresa, me levantando rapidamente e levando as folhas grampeados ao chão.As peguei e assinei o termo de consentimento, aquele que falava que eu havia entendido as regras de segurança e estava me comprometendo ao segui-lás.Enquanto assinava, mandei Lívia ir acordar o Connor.-Soldados Woodwork, Soldado Leger, me desculpe por minha falta de educação, mas preciso ir.Ainda sou CEO de uma empresa e preciso dar exemplos.-expressei o máximo de vergonha e sinceras desculpas que eu consegui.Os três sorriram.Eles entenderam, sempre entendiam.As vezes me irritava.Porque a pessoa simplesmente não podia pedir para eu ficar mais?Eu ficava e com todo o prazer.

—Tudo bem Srta Lork, eu e os soldados Woodwork desceremos para pegar os pertences de Woodwork.Onde vocês irão se encontrar?- Aspen perguntou e eu mordi o lábio, pensando.Dei uma olhada para o relógio no canto.

—Pode ser no segundo piso da garagem, em 20 minutos?- perguntei meio séria.Seria o tempo que eu ia gastar para trocar a mim e as crianças.Os três se levantaram.

—Claro.- Kile sorriu e eu apertei a mão dos três soldados.Abri a porta para eles.Eles saíram e os observei entrar no elevador.Fechei a porta e quando me virei Lívia já estava pronta.Agradeci aos deuses e a mandei trocar Connor.Gerald saiu do banheiro trocado e eu pedi a ele para trocar os gêmeos enquanto eu tomava meu banho.

Depois do banho, coloquei um terno azul marinho e saltos.Agarrei tudo que precisava e fui direto para a cozinha.Abri o armário superior e peguei dinheiro para poder comprar o café da manhã.Connor estava sentado vendo TV e os outros quatro já estavam no carro.

—Ta tudo bem?- perguntei ao ver o rosto desanimado dele.Ele não disse nada.Apenas agarrou sua mochila e se mandou para fora do apartamento, batendo a porta ao passar.Franzi a testa e desliguei a TV.Irmãos.Revirei os olhos e rapidamente me apressei.

Descer até o carro de saltos foi difícil.Não gostava de saltos.Eles me tiravam o equilíbrio, embora deixassem minhas pernas maravilhosas.Connor não abriu a boca quando entrou no carro.Nem quando Kile entrou e todos começaram a conversar animadamente.Nem quando compramos o café-da-manhã.

—Ele está bem?- perguntou Kile baixinho a mim.Mordi o lábio.

—Creio eu que é algo relacionado a minha ida para o Palácio.- comuniquei no mesmo tom de Kile.Encarei Connor pelo retrovisor e suspirei.Seu rosto triste me entristeceu e a dúvida ficou martelando em meus ouvidos.Ele estaria com raiva de mim por estar indo para o Palácio?Ou seria outra coisa?Algo relacionado ao papai e a mamãe talvez?Eram perguntas que seriam respondidas e ponto final.

Durante a reunião do dia fiquei perdida em pensamentos.Pensamentos que se revezavam entre Connor, sua chateação, a Seleção e a Empresa.Oh não.Michael e Martha.Como que Diabos esqueci deles e do risco de perder para sempre todo o trabalho dos meus pais?

Me levantei e pedi licença aos participantes da reunião, alegando não estar passando bem.Eles entenderam e me deram permissão para sair da sala.Como se eu precisasse.Humff!Fechei a porta ao passar e me encostei na porta.E agora senhor?Tia Melinda!

Caminhei até a mesa dela.Meus saltos ecoando lindamente por onde eu andava.Percebi um ou dois trabalhadores olhando para as minhas pernas e eu corei um pouco, mesmo que estivesse me sentindo A Rainha.Porém, toda a vergonha e determinação foram embora e deram lugar a raiva e ao saco cheio.100 mil dólares pra quem adivinhar quem estava sentado na cadeira em frente a minha sala com a maior cara de feliz do mundo.

Dei meia volta rapidamente, ansiando ele não ter me visto.Rezando e Implorando a Deus.

—Helena, meu amor!- ele me chamou e eu parei no lugar.Olhei para os trabalhadores do andar e sussurrei um "Socorro" apenas com a boca.Alguns riram baixinho e voltaram a trabalhar.

—Sr Agrestion!- me virei para o homem falando seriamente.Eu não iria ser falsa.Eu não gosto dele e ponto.Ele sorriu e eu caminhei até ele, pensando em uma desculpa para me livrar dele, de seu papo chato, e de sua cara de fuinha.

—Amor, vamos caminhar-.Ele arrancou as coisas de minha mão e as colocou na mesa de Melinda.Ele agarrou meu braço um tanto forte para que eu não fugisse e me levou até o elevador.Eu apenas sorri falsamente.- Então querida, como foram seus dias?- ele me perguntou educadamente, ainda segurando meu braço.Estranhei quando passamos pelo elevador.

—Foram bem, Liam.Muito produtivos.- respondi no mesmo tom.Tentei me livrar e ele apertou mais.Gemi de dor.Sorri para as meninas do andar e elas sorriram de volta.

—Bom dia, Srta Lork!Bom dia, Sr Agrestion!- Madeleine sorriu quando passei por ela.

—Bom dia Madeleine, como Vai?- perguntei educadamente, parando ao lado de sua mesa.

—Vou bem.- ela sorriu e me estendeu uma pasta.- Ia levar até a Srta agora mesmo, mas vou aproveitar que está aqui, se não se importar.- ela disse corando.Sorri e peguei a pasta.

—Se preocupe com a sua saúde e a de seu filho.Peça para me levarem os relatórios daqui a diante ou me chame que eu mesma pegue.- ordenei seriamente.Ela corou e assentiu.- É Helena, a propósito.- pedi calmamente e ela sorriu.

—Vamos Helena, temos que conversar.- Liam foi meio bruto quando me puxou para segui-lo.Fomos, eu sendo obrigada é claro, até as escadas e eu sinceramente meio que travei no lugar.Escadas nunca.Lá é vazio e praticamente a prova de som.-É melhor vir.- ele rosnou e fincou suas unhas e seus dedos em meu braço com mais força.

Me deixei ser arrastada para as escadas.Assim que a porta se fechou atrás de nos, ele me agarrou pelo pescoço e me jogou na parede com brutalidade, me prendendo lá.Ofeguei surpresa e agarrei seu braço.Ele não estava apertando-o, mas se o fizesse eu o tacava escada abaixo.Seus olhos assumiram um brilho malicioso e maldoso ao mesmo tempo enquanto aproximava seu rosto de mim.Ele mordeu os lábios e colocou a mão em minha cintura, levantando minha blusa com a mão.

—Me solta Liam, agora!- mandei trincando os dentes e agarrando sua mão com a mão livre.Fiquei sem reação quando ele apertou meu pescoço e meteu a mão dentro da minha saia.Me debati.O medo me atingiu.Eu não iria ser estuprada em uma escada!

Levantei meu joelho esquerdo e o meti entre as pernas do filho da mãe na minha frente.Ele me soltou, gritando de dor.Agarrei a pasta no chão e corri até as escadas.Descobri que não pensei direito quando o salto literalmente quebrou e eu rolei escada a baixo.


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Notas finais do capítulo

Até quinta a todos!



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