Boys Don't Cry escrita por polaris


Capítulo 3
Late Spring


Notas iniciais do capítulo

primeiramente, fora temer.
segundo, a season dois de voltron acabou comigo tbh.
terceiro, SIM EU MENTI SOBRE POSTAR REGULARMENTE, mas eu não abandonei essa história, por enquanto (e torcendo que eu não abandone algum dia).
explicação: exame de avaliação do ensino médio. culpem o sistema. mas trago boas notícias: estou livre. literalmente. e como estou livre, leve e solta e incapaz de esquecer e largar as duas preciosas pérolas brutas que são Francis e William, eu não posso deixar isso de lado, muito menos ser egoísta ao ponto de guardar eles só pra mim depois de compartilhá-los com vocês. por isso e por outras, eu fico.
sobre mudanças e afins: sim, eu mudei a capa. sim, eu provavelmente vou mudar de novo. sim, esse capítulo vai ser extremamente curto comparado aos outros, mas eu tenho minhas razões, pois a) capítulos curtos = mais progresso da história. como é uma história continua, longa, exaustiva, depressiva e cotidiana, eu percebi que trabalhar com coisas longas e detalhes não iria fazer o plot progredir então decidi que eu ia prosperar bdc através de pequenos momentos, olhares e horas,
antecipadamente, aviso que eu mudei (em referências, em inspirações, em modo de ser), de modo que talvez a minha escrita não seja como era antes e não agrade alguns (a esses peço desculpas), mas eu espero que gostem desse meu novo modo de escrever que talvez seja mais poético, sarcástico, confuso ou ruim. de qualquer modo, eu quero que vocês gostem do que vão ler.

por enquanto, fiquem com a versão slow slow really slow down de foie bump, de joji miller: https://www.youtube.com/watch?v=QErBj4R3LMU

(enjoy)



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“Então enceno a esperança de que posso criar

Um mundo vivo em torno de meus olhos mortais

Um triste paraíso é o que imito (…)”

 

(6)

 

— E anjos caídos cujas asas perdidas são suspiros — recitava, em alto e bom tom, a voz sem sotaque algum, uma anomalia comum dos moradores de Cape Charles, Virgínia.

 

William Graham pinchava sua carteira (a quarta da quarta fileira) com hidrocor azul royal, rabiscando nela rostos disformes, caricaturescos. Na carteira a sua frente estava Poppy Ross, ocasionalmente jogando seus cabelos cor pêssego e fazendo-os bater no rosto rebaixado de Will. Ele já estava ficando tonto de tanto inalar o cheiro de sálvia e perfume adocicado que a menina emanava.

 

Ao seu lado esquerdo estava Ivan Highmore que mexia em seu iPhone 3G, escondendo-o debaixo da mesa. E ao seu lado direito estava Francis Jameson: ereto, elegante e poético, ainda recitando o poema que a Srta. Parvati trabalhava naquela aula tediosa de literatura em mais uma terça-feira.

 

Francis estava usando óculos que o faziam parecer inteligente. Francis era inteligente. Will fazia aulas o suficiente (e ouvia boatos suficientes) para saber que Jameson não era apenas um rostinho popular. Extremamente e artificialmente popular, Will fez questão de se lembrar. Ele sabia que aquele era só um traje — desde os fios de cabelo bagunçados metodicamente até os Converse vermelhos encardidos de modo meticuloso. Quando você é um farsante, é muito mais fácil identificar outro.

 

Em mundos falsificados, cunho pequenos donativos.

 

Will sabia que Francis era tão dissimulado e fingindo quanto ele próprio. Poppy jogou o cabelo em seu rosto de novo. O celular de Ivan vibrou de novo. A Srta. Parvati estava entediada de novo. Francis sorria afetadamente de novo. Will não desenhava mais.

 

— Em torno de mim, e troco minha alma por amor — pausou. — Ginsberg, Allen.

 

Olhando para janela à sua esquerda, Francis avistava os maçaricos migrando para cidade.

 

Olhando para Francis à sua direita, Will avistava um anjo caído cujas asas perdidas são suspiros.

 


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Notas finais do capítulo

curto, i know. eu provavelmente vou permanecer nesse ritmo.
observações supimpas:
— os maçaricos são mais especificamente os piping plovers (batuíras melodiasas em pt) e são uma espécie linda e muito comum em cape e eu achei interessante colocar eles ali.
— o poema, como citado antes, é de allen ginsberg, o nome dele é "arte é ilusão pois eu não ajo" e ele é ridiculamente relatable to francis fucking jameson. (aqui tem uns poemas deliciosos dele: https://pensador.uol.com.br/frase/NTc5NDc0/). quem manja, entedera, btw.
— sim, will graham é um dissimulado, mas eu sei que vocês curtem ele.

bem isso foi mais um capítulo pra dizer: i'm back, hoes. e eu pretendo postar mais ainda essa semana yay



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