100 Dias com Oliver Queen escrita por daisyantera


Capítulo 7
Bem vindo a Vegas


Notas iniciais do capítulo

HOHOHOHOHO PAPAI NOEL CHEGOU!!!
AAAA MAS ANTES gostaria de agradecer de coração a leitora Agente Black por ter recomendado a fic EU FIQUEI ASSIM TIPO MUITO FELIZ, TIPO DEU ATÉ UMA TONTURA ETC MEU DEUS MUITO OBRIGADA, FLOR ♥♥♥
Ah e como sempre: Eu não revisei o capítulo e ele pode dessa vez, ter saído bem bosta. Tipo, muito bosta mesmo. Fiz quase dormindo ): e o reli algumas vezes e não gostei nada, mas....Como eu havia prometido que teria algo no natal, tá ai! Boa leitura.



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Felicity's Pov

No momento, eu estava sentada olhando as luzes de Vegas preencherem a noite pela janela do táxi, enquanto chegava numa trágica verdade: Deus tinha senso de humor.

Era curioso - não, na realidade, beirava ao ridículo - a forma com que eu estava sendo atraída novamente para aquele lugar, uma vez que eu havia tentado desesperadamente me livrar daquele passado de garçonete sem esperanças e sem pai. Eu odiava Vegas. E não foi a toa que eu me enterrei de mentiras para conseguir entrar na QC - eu queria mais, eu esperava por mais. Vegas não era só festas e diversão. Era álcool, prostituição, drogas, mercado negro. Vegas era um lugar mais obscurecido que lhe davam créditos.

E estar ali, exatamente, com Oliver Queen não me ajudava em nada. Eu me sentia prestes a um colapso nervoso.

Eu adorava a minha mãe, e especialmente por sua causa, eu não fiquei em maus lençóis quando resolvi trabalhar de garçonete no cassino, por um ano (ainda bem que não durou tudo isso). Eu esperava outra coisa para o meu futuro e ambas - na realidade, eu — chegamos a conclusão que só minha inteligência, não iria me dar uma oportunidade de ingressar numa faculdade de fibra para almejar os meus sonhos. Portanto, decidi que teria de trabalhar para arranjar um dinheiro e pelo menos, sair de Vegas e ir até Star City, lugar onde as faculdades não eram tão caras assim.

Minha mãe não gostou da ideia, podia arriscar até em dizer que ela se sentiu devastada ao perceber que não havia juntado dinheiro o suficiente para eu conseguir cursar uma faculdade - mesmo que ela tivesse trabalhado horas e horas servindo naquele cassino durante anos. Não era o suficiente, nunca foi. Não sou hipócrita de negar que por diversas vezes, me senti ressentida com ela. Mas, amadureci e vi que a vida não era tão fácil assim e ela havia feito o seu melhor.

Principalmente, quando me supervisionava nas minhas noites servindo no cassino. Vários homens se aproximaram com alguma proposta indecente e ela, para minha total sorte, afastou todos. Eu usava o meu nome do meio e combinamos de não dizer a ninguém que eu era sua filha. Ela não queria que a minha reputação fosse denegrida de alguma forma - mesmo que eu só estivesse ali para servir coquetéis e ela nunca tivesse feito nada além de servir mesas. 

Aquilo funcionou o bastante para eu me mandar em pouco tempo para Star City e conseguir ingressar na faculdade. Entretanto, a situação depois de alguns meses, ficou insustentável e eu tive que arranjar algum emprego.

Moira Queen - ou no caso, Oliver -, pagava seus empregados muito bem e se eu queria ter o dinheiro para finalizar minha faculdade, teria de entrar na empresa de qualquer jeito. E foi o que eu fiz, só não contava ter de trabalhar para um sádico prepotente com mania de grandeza. Além, de claro, o cargo de secretária ser mais difícil que o esperado.

Mas voltando.... Eu adorava a minha mãe. Adorava mesmo, de verdade. Donna Smoak, podia não ser um exemplo de mãe convencional, mas sabia muito bem quando me tirar de uma situação caótica, então sim, eu adorava a minha mãe.

Mas isso não queria dizer que eu gostaria que o meu chefe a encontrasse. Não quando o meu chefe me tinha atada em suas mãos.

E eu presumi, no andar da carruagem, que era pedir demais para que o amiguinho dele não estivesse dentro do cassino. Grand Atlas era um hotel enorme, com uma variedade gigantescas de atividades, mas o destaque maior era o cassino. Então, não precisava ser um gênio para saber o que atraiu um playboy cabeça-de-vento.

Desviei os olhos da janela, para olhar Oliver sentado ao meu lado. Diggle, estava sentado na frente, ao lado do motorista - sentia que ele havia feito aquilo de propósito. Me deixar sentada ao lado de Oliver, me impedia de pular do carro em movimento - mas me dava mais vontade ainda de fazê-lo. E de um jeito muito suspeito, ele parecia saber daquilo.

Estudei Oliver profundamente. Ele fingia olhar para a vista fora da janela, mas os seus olhos pareciam distantes e a tensão irradiando dele era palpável. Não fazia ideia do que ele estava pensando - e nem tinha certeza se gostaria mesmo de saber -, mas era bastante óbvio que aquela viagem não estava o agradando.

E isso, era absolutamente, terrivelmente, estranho. Helloooo, Oliver Queen fazia tudo que lhe dava na telha e na hora que queria, então estar ali contra sua vontade, era um fato inédito e um tanto quanto preocupante.

Alguém havia o mandado ali.

Alguém mandava nele. Alguém grande.

Quem? Por que? Será que eu podia conhecer e pedir pra essa pessoa mandar aquele infeliz pular de um prédio?

― Pare de me olhar, ou eu vou pensar que você quer que eu faça algo contigo que talvez, eu vá me arrepender mais tarde. ― Aquelas duas esferas cristalinas, me advertiam e eu imediatamente senti o meu rosto corar.

Não contava que ele não estivesse tããão aéreo e me flagrasse lhe analisando.

Bati o lábio.

― Por que seria você quem se arrependeria mais tarde? ― Arqueei uma sobrancelha ― Por que não pensou na possibilidade que seria eu, a arrependida?

Resolvi usar do seu próprio veneno: A prepotência. Mas para o meu total desgosto, ele não pareceu nenhum pouco abalado com a minha insinuação.

― Algo me diz que você tem uma quedazinha por mim. ― Sorriu ― E eu tenho ótimos braços, claro, segundo você. Isso ajudou um pouco minha tese. ― Acrescentou rapidamente, ampliando mais ainda o sorriso.

Bufei, irritada.

― Sua tese está errada, Sr. Queen. ― Resmunguei, mau humorada. ― E trate de esquecer o que eu falei antes sobre os seus braços! O Sr. parece se recordar de muitas coisas. 

Aquilo não era justo! O homem parecia guardar cada palavra que saía da minha boca, para usar contra mim mais tarde, era ridículo!

― Sim. ― Assentiu com a cabeça e voltou sua atenção para janela, como se eu não fosse grande coisa para lidar. Idiota!

Virei também o meu rosto para a janela e cruzei os braços. 

(...)

Chegamos em frente ao Grand Atlas e descemos do táxi - quer dizer, Oliver e Diggle desceram do táxi, eu me arrastei mesmo pra fora dele. Estava quase pedindo para o taxista passar por cima de mim.

― Okay, eu procuro Tommy pelo hotel, Diggle no cassino e Felicity, ao redor da piscina. ― O sádico ditava, enquanto eu me concentrava em não fazer contato visual com ninguém. Vai que me reconheciam?! Não me atrevia a tirar os olhos dos meus sapatos. ― Quem o encontrar primeiro, ligue para o outro avisando, certo?

Errado!

Eu sequer sabia como era a cara desse tal Tommy!

Levantei o olhar para encarar aquele mandão salafraio, pretendendo o perguntar exatamente COMO eu iria identificar esse Tommy, quando algo me ocorreu.

― Por que diabos você não o vai procurar no cassino ao invés de Diggle? ― Questionei, com a pulga atrás da orelha.

Era tão óbvio que o amigo playboyzinho dele estaria no cassino, que não fazia sentido algum Diggle o abordar, em seu lugar.

Afinal, os dois eram amigos, né?!

Uma veia saltava da sua testa, quando ele me respondeu:

― Eu não posso ser visto dentro de um cassino.

Revirei os olhos, o Queen parecia até um disco quebrado. Não parava n-u-n-c-a de repetir as mesmas coisas! Estava ficando já cansada.

― Você está se achando demais pra pensar que alguém aqui em Vegas irá te reconhecer. ― Apontei o óbvio.

Okay, ele era famoso no mundo dos negócios e tinha um passado de playboy inconsequentemente, mas... Ele não estava em Star City! Em Vegas, as coisas eram diferentes, ninguém corria atrás de Oliver Queen feito galinha atrás de milho, não! A parada ali era mais em baixo...

― E você dando opiniões demais, quando eu não te perguntei nada. ― Rebateu e eu arfei, ofendida.

Grosso!

― Isso você pode ter certeza que eu sou.

Idiota!

― Só as vezes, como eu já disse antes. ― O seu ar de deboche, rapidamente foi substituído por um sério. ― Agora, Srta. Smoak, se você não quer ser abandonada aqui em Vegas sozinha, aconselho que siga o meu plano. ― Pausa ― Sem questionamentos.

Eu

Odeio

Oliver

Queen.

Com uma última revirada de olhos, girei os calcanhares e resolvi seguir o plano do maldito. Tentei pensar pelo lado positivo da situação: Ao menos ele havia me dado a piscina para supervisionar, me deixando beeeem longe do cassino. Ou seja, não estava na faixa de gaza, então, nada de ruim poderia me acontecer... Né?

(...)

Andava despreocupadamente, ao redor da piscina, ignorando totalmente UMA das ordens do meu chefinho lunático, que consistia em achar o playboyzinho cabeça-de-vento. Ao menos eu estava ao redor da piscina né?! Ele quem aguentasse todo aquele pepino sozinho, não mandei estragar o meu final de semana! Contente, comecei a inspecionar o lugar, dando alguns saltinhos.

― Um Oliver, incomoda muita gente. Dois Oliver, acabaria com a raça humana. ― Cantarolava, ainda andando.

Era estranho perceber que não havia nenhum movimento por ali, mas por julgar o horário... Bati os olhos no meu relógio de pulso, marcava exatamente duas da manhã. Quem, em sã consciência, estaria ao redor da piscina aquela hora da madrugada? Só maluco! Ou eu. Mas aí, eu tinha a quem culpar: Oliver Sádico Queen.

Tudo que desse errado na minha vida, agora iria culpar aquele infeliz. Sério. Acho que qualquer evento fora do comum que ocorreu ou ocorresse na terra, teria que ser atribuído à Oliver Queen.

A extinção dos dinossauros? Culpa do Oliver!

O nascimento de Hitler? Culpa do Oliver!

O nascimento de Bin Laden? Culpa do Oliver!

Eu não ser casada com Brad Pitt? Culpa do Oliver!

Eu encontrar meu quarto todo destruído por Barry quando chegasse em casa? Culpa do Oliver!

Apesar que no momento, eu estava cagando e andando por estar exatamente aqui. O cargo de fiscalizar ao redor da piscina havia caído feito uma luva! 

Era bom mesmo eu me enfiar num lugar onde não houvesse movimento e tampouco testemunhas - esse último, só para no caso de eu esquecer que sou uma pessoa racional e pular no pescoço do infeliz. Não corria o risco de ninguém me reconhecer e me dedurar, e nem de eu virar uma assassina por calar a boca daquele narcisista metido a ditador.

Estava saindo no lucro de qualquer jeito.

Continuei saltitando e cantarolando, até estacar com a visão da morena foguete há alguns metros vindo na minha direção, segurando uma bandeja.

Puta que pariu!

Prendi a respiração. É agora que a casa cai, é agora, é agora... Rapidamente, virei de costas para Mandy - a garota com quem eu havia criado um laço de amizade, durante o tempo em que trabalhei no cassino - e feito um flash, me joguei na primeira espreguiçadeira à vista.

Sem nem pensar duas vezes, estiquei os braços na direção da mesinha que ficava ao lado, para pegar uma revista e por na minha cara, a tampando.

Puta merda! Tava faltado eu beijar aquela desgraça de revista, mas admitia que se fosse preciso, eu até a comeria! 

Continuei com a cara tampada na revista, esperando Mandy passar. Por que aquelas coisas ridículas só aconteciam comigo?! Lentamente, abaixei um pouco a revista para espiar ao redor e ver se Mandy estava fora das minhas vistas. Soltei um suspiro aliviado, a boa notícia é que ela já havia saído fora dali e a péssima notícia, é que agora haviam dois rapazes do outro lado da piscina, apontando pra mim e rindo.

Que diabos...

Voltei a tampar minha cara com a revista. E se fossem conhecidos? E se soubessem que eu havia chegado com Oliver Queen? Pior, e se soubessem quem era Oliver Queen? E se s-

― AAAAAAAAAH!!!! ― Berrei, ao me deparar com um pinto diante dos meus olhos. As risadas se intensificaram. ― Merda! ― Joguei longe a revista pornô que havia sido meu disfarce. E agora, era a minha maior vergonha.

Me perguntava o que mais poderia dar errado... Num pulo, me levantei da espreguiçadeira, empenhada em sair daquela zona. Quem sabe encontrasse Diggle e o convencesse a deixar Oliver segurando toda aquela barra sozinho? Não custava tentar!

Mas novamente, os meus planos foram para o fundo do poço junto com toda a minha dignidade, ao relembrar que Diggle havia sido designado para ir atrás do playboy-cabeça-de-vento, no cassino. Eu era louca, mas não tanto para desafiar o destino daquele jeito. Tinha certeza absoluta que assim que colocasse os pés naquele lugar, minha mãe apareceria.

Ela era tipo um radar 'Onde encontrar Felicity Smoak'. Nunca falhava. N-U-N-C-A.

― O que você está fazendo parada aí, Srta. Smoak? Viu um fantasma?

PUTA MERDA!

Olhei na direção da voz e encontrei Oliver me encarando, num misto de diversão e apreensão. Franzi o cenho.

― E o que você está fazendo aqui? ― Perguntei ― A piscina é minha!

― Sério? Tem o seu nome nela? ― Zombou e oh Deus, como eu queria arrancar aquele sorrisinho irônico do seu rosto!

― Você me entendeu!

― Será mesmo que eu te entendi? ― Arqueou uma sobrancelha ― Lamento dizer Srta. Smoak, mas tentar te entender é uma das tarefas mais complicadas que eu já tive o desprazer de fazer na minha vida.

Como se tentar entender ele fosse fácil.

Vamos aprender a soletrar Oliver Queen: I-D-I-O-T-A!

Respirei fundo, resolvendo ignorar a ofensa. Oh homem encrenqueiro! 

― O que você está fazendo aqui? Não deveria tá em algum outro lugar procurando o seu amigo? ― O olhei desconfiada e ele pareceu hesitar - o que era um fato atípico -, antes de me responder.

― Vamos ter que entrar no cassino.

O QUE? NÃO MESMO!

Arregalei os olhos, eu só poderia ter ouvido errado!

― Desculpe, o que você disse? Pode repetir por favor?

Oliver apenas assentiu.

― Vamos ter que entrar no cassino. Devo soletrar?

É, definitivamente, agora que a casa cai de vez.

(...)

Entrei no cassino, sendo arrastada rudemente pelo o meu chefinho temperamental. Por nenhum momento, ele desgrudou do meu braço, provavelmente pensando que na primeira oportunidade eu fugiria - e ele estava correto por pensar nisso, porque sim, na minha primeira oportunidade eu correria para bem longe dali.

― Inferno de lugar! ― Ele praguejava, desviando-se de uma massa de pessoas e me levando junto com ele. Queria debochar dele e perguntar se ele nunca estivera num cassino antes, porém eu ainda tinha muito amor a minha vida pra tentar soltar uma dessas hoje.

O cassino, como um bom cassino, estava abarrotado de gente. Ficaria muito fácil ele me perder de vista, e bem, aquela era a minha intenção.

― Onde está Diggle? ― Perguntei, esticando o meu pescoço e procurando ele no meio daquela multidão.

― Com Tommy. ― Sua resposta foi um grunhido.

Pisquei os olhos, absorvendo a informação. Espera, se Diggle estava com Tommy, o que a gente estava fazendo ali? O problema só não era caçar o playboyzinho cabeça-de-vento?

Mais uma vez, usando os seus poderes psíquicos, Oliver respondeu meus pensamentos.

― Ele precisa da nossa ajuda para não se tornar um assassino.

Ele quem? Diggle ou o Tommy? Abri a boca, pronta para sanar minha curiosidade quando sofri um solavanco. E o Queen começara a me puxar novamente, como se eu fosse alguma espécie de boneca.

Infeliz, esperava que se tornasse broxa após essa noite de horror!

O tentei acompanhar da melhor forma possível - inclusive, pisando no seu calcanhar por diversas vezes, apenas por diversão. -, até chegar ao nosso destino final.

Agora eu sabia quem era Tommy Merlyn... E sabia também que o potencial assassino entre nós - excluindo, obviamente, o meu chefinho do topo da lista - era Diggle.

A cena era hilária.

― Queen, se o seu amigo aqui vomitar mais uma vez em mim você vai se ver comigo! ― Diggle soltava fumaça pelas narinas, enquanto apoiava um Tommy bêbado no seu ombro. Olhei para os seus sapatos e soltei uma alta gargalhada, ao constatar que o playboyzinho havia vomitado nele.

Era tããão bom não ser, pela primeira vez na vida, a azarada da situação!

Oliver me deu uma leve cotovelada, para me fazer ficar quieta e Diggle por sua vez, me encarava de cara feia.

Pigarreei.

― Desculpa.

Ele me estudou por alguns instantes, até assentir lentamente com a cabeça.

― Desculpada.

Por vezes esquece que Diggle não era nada rancoroso feito o chefe. O que era bom pra mim, pois, como eu adorava sempre ressaltar, ele tinha uma arma. Uma arma que poderia me calar para sempre rapidinho.

Não iria arriscar minhas chances de amizade com Diggle. Nope.

― Então, já que achamos o rapaz, podemos ir embora, certo? ― Olhei em expectativa para os dois homens, e como num passe de mágica, o playboy cabeça-de-vento pareceu acordar da sua soneca de bêbado e nos olhou.

O cheiro de bebida era tão forte que não duvidava nada que alcançasse até Paris! Cheguei a ficar tonta. Ô gentinha pra beber essas ricas ein!

― Que droga você está fazendo aqui? ― Seu tom era brusco e por alguns segundos, pensei que aquela represaria era pra mim, até lembrar do cretino-mor ao meu lado.

― Saiba que eu também não estou nem um pouco contente por estar nessa situação. ― A voz do Queen áspera, o que me deixou surpresa.

Esses dois não são amigos? Por que toda essa animosidade? Franzi o cenho, estava perdendo alguma coisa...

― Creio que você estaria muito feliz com a minha namorada entre suas pernas!

OPA!

O QUE?! Escancarei a boca e olhei de um para o outro. Que babado forte era esse?

Encarei Diggle, pra ver se ele estava tão ou mais chocado que eu com aquela bomba bombástica, entretanto, ele mantinha o olhar impassível.

Oh merda, óbvio que ele sabia que o Queen era um fura olho de uma figa!

― Meu Deus, eu preciso de um drink. ― Murmurei sobre o meu fôlego, tentando ser o mais sútil possível para sair de cena e deslizar até ao lado da mesa, para pegar uma taça pra mim. Solvi o líquido rapidamente, prestando atenção naquele pequeno duelo, sem sequer piscar os olhos.

Não queria perder nenhum momento.

― Me sentiria melhor se não precisasse arrastar o meu amigo para fora de Vegas. ― O Queen fura olho retrucou, com uma carranca enorme no rosto.

― Que amigo? ― O playboyzinho corno cuspiu no prato que um dia comeu.

Abri a boca num perfeito 'o'.

― Pare de causar vexame e volte comigo para Star City, antes que o seu pai venha aqui te buscar pessoalmente. ― O fura olho recuou, ao notar a atenção que estavam chamando.

Uh-hmm, sei... Isso era apenas uma desculpinha pra quem não tinha argumentos.

Corno 1 x 0 Amigo fura olho.

― Então foi por isso que veio até aqui? ― O corno disparou e eu já sentindo mais outra saraivada de esculacho, solvi mais do meu drink. Eita, gente divertida essas ricas, viu! ― Veio até aqui por que o meu pai mandou? Resolveu virar o capacho dele também?

Eu sabia que o Queen havia sido obrigado a aparecer ali, só não sabia por quem... Até agora.

Olhei de relance para Diggle, que ainda mantinha em pé o corno bom de papo. Será que era só eu ali sentindo uma confusão de proporções gigantescas prestes a acontecer? Por mais cretino que Oliver fosse, não iria querer ele trocando punhos com o amigo... Ou ex amigo. Que seja. 

― Rapazes, vocês precisam de alguma ajuda?

Estaquei, ao ouvir aquela voz.

Ah, não, não e não! Havia uma cabeleira loira que eu conhecia muito bem, atrás de Oliver e por puro reflexo - e desespero - me joguei no chão, antes que o cretino virasse e a minha mãe me visse ali. 

Eu disse que ela era um radar!

― Ai perdi o meu brinco! ― Sussurrei, olhando para cima e encontrando a face de Diggle. Não perdi nem tempo o analisando, pra ver se havia comprado a minha mentira ou não, comecei a engatinhar para de baixo da mesa, tateando o chão e fingindo estar à caça dos meus brincos.

Deus, se eu sair dessa, eu juro que me converto! Comecei as minhas orações básicas, junto com as promessas.

O copo que até pouco tempo estava na minha mão, deixei estacionado ao pé da mesa, só para o caso de eu precisar encher a cara para enfrentar a situação caótica que ficaria, se eu fosse desmascarada ali mesmo.

― Mais um drink, por favor! ― Ouvi o bebum soltar (provavelmente para a minha mãe), e eu me enfiei mais ainda debaixo da mesa. Inferno, alguém o mate por mim, por favor!

― Não, nada mais de drinks, paramos por aqui. ― Oliver interviu e eu soltei um grunhido, em aprovação. 

Sim, sim!

― Espera, você ouviu um cachorro rosnando? ― Foi o corno quem perguntou, soltando uma risadinha. 

― Não.

― Eu ouvi e acho que vem debaixo da mesa.

Prendi a respiração.

Porra! Como um bêbado podia ser tão perspicaz assim? E filho da mãe? Não foi a toa que o Oliver furou o olho dele, desgraçado! Inclusive, no momento, eu queria que Oliver aproveitasse e furasse o outro logo de uma vez.

― Senhor, eu te garanto que não há nenhum cachorro aqui no cassino. ― Minha mãe falou polidamente, intervindo a meu favor sem nem sequer saber. 

Oh, obrigada mãe, eu nunca mais ignoro suas ligações!

― Eu tenho certeza que ouvi um cachorro rosnando. ― Ele continuou a insistir na história e para a minha frustração total, deixei escapar mais outro grunhido indignado por estar sendo comparada a um cachorro.

Bati minha mão contra minha boca. Boa Felicity, mandou bem!

― Se a moça for conferir que não há nenhum cachorro debaixo da mesa, você resolve subir para o seu quarto? ― O Queen teve a audácia de tentar negociar sua carta de alforria.

Fechei os olhos e juntei as mãos, começando a suplicar a qualquer entidade para me salvar dessa.

Por favor diga não, por favor diga não, por fav-

― Sim.

CORNO DESGRAÇADO!

Tão rápido quanto ele concordou com aquele acordo, minha mãe puxou a toalha da mesa e se agachou, ficando frente a frente ao meu rosto.

As oxigenadas se encaravam, lázulis versus lázulis. Ferrou!

― Oi, mãe. ― Saudei, com um sorriso.

Ela, por sua vez, parecia estar vendo um fantasma.

― Olha só, eu preciso muito que você não comece a gritar e finja que nem me conhece, capiche? ― Comecei a dizer, em tom baixo. ― Um dos caras que está aqui, é o meu chefe e se descobrir que eu menti no currículo, vai pegar uma serra elétrica e me picotar todinha, você entendeu?

Tá bom que eu estava exagerando, dramatizando até demais da conta, mas... Havia ouvido falar uma vez, por aí, que pressão psicologicamente geralmente funcionava bastante em situações extremas, então né... Quem não arrisca, não petisca!

Continuei encarando minha mãe, que sequer piscava pra mim. Começava a ficar preocupada com a sua situação, será que ela estava tendo um AVC?

― Senhorita, encontrou algo ai? ― Era a voz do Oliver.

― Mãe, pelo amor de Deus, faz alguma coisa! ― A olhei, desesperada, e sem nem pensar duas vezes, comecei a estalar os meus dedos rente ao seu rosto. Por incrível que pareça, aquilo foi o suficiente para fazê-la despertar.

Agora, ela piscava freneticamente olhando pra mim. Parecia até um tique nervoso.

― Qual dos três é o seu chefe? ― Questionou num sussurro, para não ser ouvida.

Engoli em seco.

― O que acabou de te fazer uma pergunta.

Seus olhos cresceram uma centelha.

― Esse gostosão?! ― Exclamou, boquiaberta.

― Mãe!

Oh, Deus! De tudo que ela podia dizer, ela me soltava logo isso? Não sabia se ria ou chorava.

― Desculpe querida, mas eu tenho olhos e aposto que você também. ― Me lançou um olhar suave, que logo se tornou sério. Uh-oh, lá vinha mais problemas. ― Mandy está de trabalho hoje e agorinha, já deve estar perambulando aqui dentro do cassino. Vou tentar mantê-la o mais longe possível dessa mesa, mas não posso garantir nada. ― Avisou, sem esconder sua preocupação.

Maneei positivamente com a cabeça.

― Obrigada, isso seria de muita ajuda.

― Agora, querida, vamos sair debaixo dessa mesa. Não tenho mais a mesma coluna de antes! ― Ralhou, começando a se reerguer e antes que eu pudesse me agarrar nas suas pernas, pedindo por clemência, ela se afastou rapidamente da mesa.

― Creio que o que seu amigo ouviu, foi sua secretária. ― Sua voz era tranquila, entretanto, o meu estado atual não era nada tranquilo. Eu estava surtando.

― Hã?

― Eu perdi os meus brincos! ― Gritei, saindo do meu esconderijo e enfrentando a corja me olhando. Só Diggle quem continuava com aquela mesma cara de paisagem, Oliver por sua vez, tinha uma veia pulsando na testa.

Maldição, ele estava nervoso. Só que dessa vez, eu podia garantir que o motivo do seu nervosismo não era eu e sim, Tommy.

Ha! Um dia da caça e outro do corno... Não, pera.

― Agora que você viu que não há nenhum cão aqui, vamos subir para o seu quarto. ― Oliver falou, num tom neutro, voltando a ser o mesmo Oliver de sempre quando não estava tendo prazer em me infernizar: Impessoal e desinteressado.

― Já que os cavalheiros não vão precisar de mais nada, irei me retirar. ― Mamãe anunciou sua deixa e eu quiquei por dentro. Sim, vá e segure Mandy!

― Nããão!! Quero mais um drink!! ― O corno bêbado gritou em protesto e eu cerrei os meus dentes.

Sentia que cedo ou tarde acabaria matando um playboy. Só não sabia que seria exatamente aquele.

― Diggle, dê um soco na cara dele.

Arregalei os olhos, ao constatar que aquela frase não era de minha autoria e sim de Oliver.

Ele estava mesmo mandando Diggle socar o amigo dele? Gostei!

― Um soco na cara dele? ― Indaguei, tentando me fazer de inocente ali. ― Tem certeza que quer fazer isso, Oliver?

Por favor, tenha!

Cruzei os dedos.

Sua resposta foi resmungar algo e me lançar um olhar exasperado. O que eu falei de errado dessa vez?!

― Oras e quem é essa? ― Tommy era uma matraca bêbado, já podia dizer. Ele me fitava num misto de curiosidade. ― Alguma conquista sua? ― Desviou os olhos para Oliver e eu ofeguei com a insinuação. Eu sabia, sabia que iam pensar isso! Me segurei o máximo para não virar para Oliver e soltar um "Eu te disse!". ― Ela é loira, não faz o seu tipo. ― Completou, soltando uma risada trêmula.

Inflei as narinas.

Por que eu estava começando a me sentir ofendida por não ser o tipo de Oliver?

― Diggle, pode socar a cara dele. ― Dei o meu aval e em menos de 10 segundos, ele socava a cara do infeliz, o desmaiando.

― Ótimo, finalmente ele calou a boca. ― Diggle resmungou, o segurando. ― Agora, vamos arrastar ele para o quarto e terminar de vez o que viemos fazer aqui em Vegas.

Ele tampouco parecia feliz por estar aqui.

(...)

― Por que eu tenho que te ajudar a arrastar esse traste, enquanto Oliver vai checar a conta? ― Eu reclamava, enquanto segurava os pés de Tommy e Diggle os seus braços. ― Não podia ser ao contrário, não?

Tá bom que Diggle estava transportando a maior parte daquela carga, mas hey, eu ainda era uma mulher! Oliver parecia se esquecer disso constantemente.

― Já estamos quase chegando no quarto, Felicity. ― Ele disse e pior que estávamos mesmo. Podia ver claramente no final do corredor, o número do quarto que Tommy estava hospedado.

― Eu pensava que odiava o Oliver, mas eu odeio esse aqui mais. ― Balancei as pernas dele de um lado pro outro, e recebi um olhar de aviso de Diggle. ― Desculpa.

Eu que não queria ganhar um soco de Diggle. 

Já estávamos quase chegando meeesmo ao nosso destino final, quando Diggle soltou o corno do nada, fazendo-o bater com a cabeça no chão e emitir um barulho enorme no corredor.

Não pensei nem duas vezes, soltei as pernas do bebum. Não queria ser ele quando acordasse... Ia tá todo dolorido. Todo.

― O que aconteceu? ― Perguntei, estranhando o fato de Diggle estar paradão, calado na dele. Ele olhava algum ponto, atrás de mim. ― Diggle, quem está atrás de mim?

Será o fantasma da ópera? Pior, Ra's Angu? Puta que pariu!

Senti os meus pelos enricarem.

― Eu posso ter visto ou não, a irmã do Oliver passando em frente ao corredor. ― Respondeu lentamente, parecendo ainda em dúvida de acreditar nos seus olhos.

Engoli em seco, começando a sentir minha cabeça girar.

― Se ela está mesmo aqui, isso iria nos causar muitos problemas, certo?

― Sim.

― Oliver não faz ideia que ela, talvez, hipoteticamente falando, esteja aqui. Certo?

― Certo.

― Estaríamos muito ferrados, né?

― Você não faz ideia.

É, ferrou, a casa caiu de vez!

Olhei de um lado para o outro, averiguando se não haveria testemunhas do que estava prestes a acontecer.

― Vamos deixar o corpo do bebum aqui mesmo e ir atrás de Oliver. Não podemos deixar que a irmã dele o veja por aqui! ― Estava determinada a salvar a bunda do meu chefinho, mesmo que ele não merecesse nada daquilo.

Quem sabe salvando ele, eu ganhava alguns pontos e ele reduzia aquele contrato ridículo, para ser sua faz-tudo só por mais uma semana? Será que era pedir demais?

Diggle ficou em silêncio durante alguns minutos, conseguia ver sua mente maquinando a todo vapor, mas como o esperado, ele acabou tendo que concordar com o meu plano - que nem era um plano de verdade.

Ele passou por mim, acelerando os passos.

― Vamos nessa, Srta. Smoak, temos um milionário para salvar.

Saí correndo atrás dele. Será que esses homens esqueciam que eu era uma mulher? E uma mulher com pernas curtas? Uma passada de perna de Diggle, eram três passadas da minha. Absurdo, isso!

― A irmã dele é como? ― Questionei. Havia a visto poucas vezes na QC, durante o horário de almoço. Ela não me parecia uma pessoa ruim, mas aparências enganam, né?

― Impulsiva.

Essa foi sua breve resposta e o suficiente para mim. Aquilo queria dizer que a garota pensaria o pior de Oliver, caso o visse ali em Vegas e principalmente, com a secretária. Ou seja, se o Oliver era um homem de gênio difícil, imagine a irmã dele...

Ai merda, por que essas coisas só aconteciam quando eu estava presente? Saco!

(...)

Depois de rodar e rodar, eu e Diggle decidimos nos separar. Ficaria mais fácil achar o maldito tirano daquela forma.

No momento, eu estava parada bem onde toda aquela confusão havia começado - ou quase -, perto da piscina. Estudei o ambiente com atenção, não querendo encontrar Mandy mas querendo muito encontrar o meu chefinho - quem diria que esse dia chegaria, né?

― Procurando por alguém?

Pulei, ao sentir uma respiração roçar na minha nuca. Rápida, virei para trás e dei de cara com o sorrisinho irônico característico do meu chefinho.

― Oh, graças a Deus! ― Soltei, sem nem pensar muito e quase me estapeei ali mesmo.

― Você está feliz por me ver? ― O Queen parecia surpreso e eu tratei de ignorar a questão, para quem sabe, conseguir esconder o meu constrangimento.

― Sua irmã está aqui. ― Joguei a bomba logo de uma vez e o vi empalidecer.

Ótimo, hoje eu mato todos esses playboys. Viva! Quer dizer, morra!

― Minha irmã? ― Piscava incrédulo e eu maneei a cabeça positivamente.

― Yup.

― Merda! ― Xingou e eu aprovei aquela sua atitude, no final, o Queen não era tão impenetrável assim...

― O que nós vamos fazer? 

― Vamos seguir o plano de antes e tentar de algum jeito, evitar Thea. ― Ele parecia tenso ― Vamos embora assim que possível.

Balancei a cabeça, em concordância. Pra mim aquele plano estava mais que beleza.

― Você vai por esse lado e eu por esse. ― O Queen apontava direções ― Precisamos encontrar Diggle e cair fora.

― Sim. ― Concordei, começando ir na direção oposta dele.

Não dei nem dois passos, quando parei abruptamente ao ver Mandy ao longe, vindo na minha direção, como mais cedo.

Merda, merda, merda! Percebi pela minha visão periférica que as espreguiçadeiras estavam longe demais para eu cair em uma e repetir a cena de antes.

 Merda!

Aquela definitivamente não era a minha voz xingando. Se estivesse em outra circunstância, viraria para trás e perguntaria por que diabos o Queen estava xingando, mas já que a minha situação não era as das melhores, resolvi me concentrar em como fugir.

Inevitavelmente olhei para piscina, e se... Desviei o olhar, Mandy se aproximava cada vez mais.

Puta merda! 

Minha cabeça parecia uma bomba relógio, prestes a explodir.

Fechei os olhos, e tomando uma última respiração funda, pulei com tudo na piscina. Que se foda! Nem que eu tivesse que morrer afogada ali, não deixaria que Mandy me flagrasse e arruinasse de vez minha vida. Não cheguei tão longe para nada.

Eu só não esperava que ao emergir da água (após um tempo relativamente longo ao ficar debaixo d'água), desse de cara com Oliver.

― Por que você se jogou na piscina? ― Nós dois gritamos juntos. ― O que você está fazendo aqui? ― Pausa dramaticamente dos dois. ― Para de gritar comigo!

Ugh, estávamos parecendo as gêmeas Olsen com defeito!


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Notas finais do capítulo

FELIZ ANIVERSÁRIO A LEITORA GABY! ♥ que você tenha muitos anos de vida, querida.
FELIZ NATAL, GENTE! ♥♥♥