Percy Jackson Filmes escrita por JkTorçani


Capítulo 27
Retorno Inesperado


Notas iniciais do capítulo

* Nova Fase: Pós-Filme Mar de Monstros
* Este símbolo Ω, significa espaço tempo no meio da fic. (Nem sei se vai aparecer aí)
* Elenco nas Notas Finais. (se houver algum personagem dos Livros mas que não fez parte dos Filmes, será incluído um ator/atriz Não Oficial para ele. Ex: Piper McLean - Victoria Justice. {em nome de Atena, gente, isso é só um Exemplo})



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Ponto de Vista de Percy

 

Se eu estava feliz? Estava. Se eu estava preocupado? Estava. Se minhas emoções estavam em estado de confusão extrema e irremediável? É, estavam.

Essa manhã não foi o que eu posso chamar de normal nos padrões do Acampamento Meio-Sangue.

Eu fiz o que todos faziam pela manhã, acordei ao som do meu novo despertador, um que eu mesmo configurei. Mudei de roupa e segui para o refeitório. Estava me sentindo renovado e inspirado, principalmente agora que eu havia tirado tantas dúvidas da minha mente. Eu havia conseguido provar que eu não era “o cara que teve sorte na primeira missão”, porque depois dos eventos no parque de diversões de Circe, minha autoestima se recobrou como se a água tivesse envolvido meu ego e o restaurado. Um ego mediano, sim, mas agora todo inteiro. Eu também havia aceitado o fato de ter um meio-irmão, e agora passei a ter um pouco mais de comunicação com Tyson, que agora se encontrava na lista de amigos de Annabeth, tornando mais fácil a harmonização em nosso círculo. Eu até convidei o ciclope para dividir o chalé comigo, fazendo-o ficar muito contente, como se tivesse acabado de tomar um barril de néctar. E agora meu desempenho nas atividades se transformou em um dos melhores do Acampamento, empatando com o de Annabeth e o de Clarisse...

Clarisse. A filha de Ares se tornou muito melhor, pessoalmente falando. Ela ficou mais amigável e propensa a conversas que não envolviam ofensas diretas. Claro que nós ainda competíamos, mas agora “amistoso” significava realmente amistoso. Ela se saía bem melhor quando seu objetivo não é só vencer, mas competir. E quando ganhava, ela não se enaltava como fazia antes.

Refleti sobre isso enquanto caminhava até minha mesa com a refeição do café da manhã. Já me preparava para dissipar a fome quando notei vários campistas correndo para a mesma direção em que Grover surgiu apressado no refeitório, parecendo muito alarmado.

“Percy!” “Percy!”

Pela forma que ele estava ofegante, devia ter corrido uma maratona até mim.

— Percy! Annabeth estava protegendo a Árvore de noite... e aconteceu uma coisa.

Se o meu coração acelerou? Com toda certeza. Também tenho certeza que a palidez tingiu meu corpo.

Se alguma coisa tivesse acontecido com Annabeth...

— Grover, o que aconteceu?

O sátiro olhou rápido para trás.

— Você precisa ver – ele começou a me puxar – vamos, vamos.

Como ele estava usando seu não-tão-comum tom de urgência, e se tratava de Annabeth, me levantei agilmente do banco e segui Grover até a fronteira do Acampamento onde havíamos deixado o Velocino de Ouro para restaurar e fortalecer as forças do pinheiro de Thalia.

No caminho, Grover não respondia minhas perguntas, que incluíam “O que aconteceu com Annabeth?” “Ela está bem?” “Ela se machucou?”. O sátiro não conseguia formar uma resposta para as perguntas. Na verdade, ele parecia chocado, e isso só me deixou ainda mais preocupado.

Desse jeito, até parecia que eu não me importava com a segurança do Acampamento ou com o que seja lá o que tenha acontecido nas barreiras de proteção. Eu me importo. Mas eu quase perdi Annabeth há apenas dois dias, de certa forma, eu perdi, pois o Velocino trouxe-a de volta à vida, e agora meu coração subia até a garganta com o pensamento de passar por aquilo de novo. Somado ao sentimento de culpa que eu já sentia, sendo eu o motivo para ela estar de guarda essa noite, porque eu surgi com a ideia de manter vigilância ao Velocino de Ouro.

— Grover – toquei o ombro dele, nós dois já estávamos quase na barreira – Annabeth está bem?

Mas ele continuou me puxando. Atrás de nós, Tyson e Clarisse vinham correndo, igualmente preocupados.

— Eu vi ela deitada embaixo da árvore... – contou Grover.

Annabeth surgiu na minha frente, carregando o Velocino de Ouro. Em cerca de um segundo, eu pude avaliar sua aparência. Ela estava com ambos, delineador e lápis de olho, borrados. Como se tivesse chorado. E ela não era de chorar.

— Percy!

— O que aconteceu? – perguntei.

— O Velocino – começou ela, enquanto nos apressávamos para perto do pinheiro – foi mais poderoso do que pensávamos.

Fiquei aliviado em saber que não havia acontecido nada com Annabeth, mas então quem...

Na raiz do pinheiro, uma garota estava deitada, inconsciente. Seu cabelo era negro como suas vestimentas que incluíam uma jaqueta de couro. Eu não sabia quem ela era, mas uma sensação estranha me alcançou. Grover e Annabeth se posicionaram um em cada lado da árvore, ambos muito abalados. Me abaixei para mais perto da garota, avaliando-a. Toquei seu pulso, e de imediato, seus olhos se abriram como se eu a tivesse tirado de um sonho. A garota tinha olhos azuis muito claros, que observaram o que estava mais perto dela, reconhecendo tudo. Annabeth me olhou como se pedisse instruções do que fazer em seguida, eu nunca havia a visto tão chocada.

— Vai, ajuda ela, vai – pedi para Grover e Annabeth.

Ajudamos a garota a se levantar.

— Quem é você? – a desconhecida perguntou para mim.

— Percy. E está tudo bem, tá? Está tudo bem – acalmei-a. Annabeth e Grover seguravam-na pelo braço, com meu auxilio.

— Eu tive um sonho estranho... – começou ela, como se lembrasse de algo perturbador.

— É? – perguntei.

— ...que eu estava morrendo – terminou a garota.

— Qual seu nome? – questionei.

— Eu sou Thalia. Filha de Zeus.

Meu primeiro pensamento foi “Deuses do Olimpo”.

Não sei ao certo quanto tempo fiquei olhando para a garota. Annabeth se virou para mim como se esperasse uma reação ou que eu dissesse o que fazer em seguida.

— Vamos leva-la até a Casa Grande – sugeriu Clarisse, me fazendo lembrar que ainda estava atrás de mim junto a Tyson.

Com um aceno de cabeça frenético, assenti.

Annabeth não parava de observar Thalia, como se ainda não acreditasse que a amiga estava realmente ali. Viva.

Grover estava em situação semelhante, mas foi o primeiro a fazer menção de levar a filha de Zeus para dentro do Acampamento.

— Vamos – disse para Thalia.

Com praticamente todos os campistas em volta, era normal ela estar tão curiosa, por isso não parava de olhar ao redor enquanto a direcionávamos para a Casa Grande.

— Quem são vocês? – perguntou Thalia para Grover e Annabeth, as duas pessoas mais próximas dela, em vários sentidos.

Annabeth pareceu atônita, talvez esperasse algum reconhecimento por parte da amiga. Mas como poderia? Já se faziam 6 anos. Annabeth talvez estivesse irreconhecível aos olhos de Thalia.

— São seus amigos. Grover e Annabeth – respondi. Porque eu era o único que parecia conseguir formar frases com facilidade por ali.

Thalia ficou ainda mais confusa, depois de ver como seus amigos estavam diferentes.

— Está tudo bem. Confie em nós – acalmei-a.

Chegamos na entrada da Casa Grande com Clarisse avançando à frente para chamar por Quíron, vinte segundos depois ela voltou com o centauro.

— Mas o que...? – quis saber nosso diretor de atividade.

— Thalia – respondi à ele.

Ele deve ter entendido o que se passava antes de qualquer informação.

— Levem-na para dentro – ordenou Quíron.

Guiamos Thalia até um sofá na sala principal da Casa Grande. Annabeth se sentou ao lado dela, ainda segurando seu braço. Grover se sentou do outro lado, muito atento à Thalia.

— Srta. La Rue, vá até a enfermaria e traga um pouco de néctar, por favor. Alguém me conte o que aconteceu – pediu o centauro. Olhei para Annabeth, que parecia mais calma agora. Ela assentiu e contou para Quíron tudo o que havia acontecido desde o início, quando estava montando guarda.

— ...então pedi a Grover que buscasse Percy – terminou de contar Annabeth, ao mesmo tempo que Clarisse voltava trazendo uma taça dourada.

A filha de Ares entregou a taça para Annabeth, que ofereceu à Thalia. Irresoluta, a garota aceitou, averiguando o conteúdo antes de levar a taça aos lábios. Ao seu lado, Annabeth murmurava palavras reconfortantes.

— Está tudo bem, Thalia. Estamos aqui. Você está aqui.

Fiquei feliz de ver as duas lado-a-lado. Era visível o quanto Thalia era importante para Annabeth.

No meio da sala, Quíron trotava de um lado para o outro, imerso em pensamentos. O rabo abanando freneticamente. Parecia realmente aflito, eu sentia que não era porque Thalia havia voltado, mas o que isso significava. Ele se virou para nós.

— Eu... tenho que comunicar Dionísio. Mas volto após isso. Acomodem a nossa nova campista.

E saiu. Sobrando assim, eu, Annabeth, Grover, Clarisse e Thalia. Um silêncio incomodo se abateu sobre nós enquanto observávamos Thalia terminar de beber o néctar.

— Se sente melhor? – perguntou Clarisse para Thalia, fazendo com que todos olhassem para a filha de Ares.

Thalia olhou para a taça vazia, e relutante, assentiu. Depois olhou de Grover para Annabeth.

— O que aconteceu com vocês? O que aconteceu comigo? Me sinto diferente – ela baixou os olhos para o próprio corpo – eu pareço diferente.

Troquei olhares com Annabeth que com o braço livre envolveu os ombros de Thalia.

— É uma história complicada, Thalia – a voz de Annabeth era suave como seda. Ela tomou fôlego – muita coisa aconteceu, e vamos contar à você. Mas talvez seja difícil de lidar com tudo.

A expressão de Thalia era a de total confusão. Me recordei do dia que cheguei ao Acampamento, tudo era um caos. É claro que eram duas situações diferentes, eu não morri e fui transformado em uma árvore sendo ressuscitado 6 anos depois. Isso fez com que eu me sentisse mal por Thalia.

Annabeth puxou a amiga um pouco mais perto para que ela se aconchegasse. Uma tentativa de reconforta-la. Parecia muito difícil para a filha de Atena encontrar um jeito de contar tudo. Virei para Clarisse que ainda estava parada de pé, atrás de mim. Ela me olhou como se soubesse o que se passava na minha mente e consentiu.

— Vamos ficar lá fora – falei para Grover e Annabeth – se vocês precisarem é só chamar.

Annabeth assentiu, porém sua expressão era indecifrável. Deixei a sala junto com Clarisse.

Nos sentamos em um banco que ficava a uns vinte metros da entrada para a Casa Grande. Por dois minutos ninguém disse nada.

— Isso é muita loucura – Clarisse quebrou o silêncio.

Não sei a qual loucura ela se referia, rolavam tantas ultimamente.

— Quer dizer... quem esperava que o Velocino de Ouro pudesse trazer Thalia de volta? É loucura – ela conclui.

— Bom, o Velocino trouxe Annabeth de volta quando ela foi atacada – expressei, pensando naquele momento horrível na ilha. Clarisse pareceu refletir.

— Como será que eles devem estar lá dentro? – a filha de Ares perguntou.

Suspirei.

— Eu não sei. Não vai ser uma conversa rápida, muito menos fácil.

Ficamos conversando sobre o Velocino e Thalia por mais 15 minutos até o papo ficar mais leve.

— Você vai perder o jogo de sexta – avisou Clarisse se referindo ao Capture a Bandeira. O tom de voz era diferente do habitual.

Bufei achando graça.

— Você está longe da sua zona de realidade... – parei quando olhei direto em seu rosto.

Clarisse estava sorrindo. Um sorriso genuíno, como se fossemos dois amigos de longa data zoando com a cara um do outro. Pensei em como era estranho conversar com ela, porque tudo o que fazíamos antes era trocar insultos.

Uma missão pode mudar as pessoas. A verdade era que eu preferia Clarisse em seu modo amigável. E mesmo que fosse estranho para mim, eu tinha que admitir que Clarisse possuía um belo sorriso.

— Que foi? – perguntou ela, a expressão vacilando.

Balancei a cabeça.

— Ah... nada.

Eu poderia incluir esse momento como uma das loucuras de ultimamente.


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Notas finais do capítulo

Elenco

Percy Jackson - Logan Lerman
Annabeth Chase - Alexandra Daddario
Grover Underwood - Brandon T. Jackson
Clarisse La Rue - Leven Rambin
Tyson - Douglas Smith
Thalia Grace - Paloma Kwiatkowski (eu queria a Kaya Scodelario, mas é aquele ditado: vamo fazê o quê)
Quíron - Anthony Head



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